O inquérito-crime, iniciado pelas autoridades portuguesas em 2011, teve origem numa investigação do jornalista Rafael Marques ao negócio BESA-Portmill. A pesquisa levantou suspeitas sobre a origem dos fundos para a compra da percentagem do BESA, tendo em conta os rendimentos modestos dos proprietários da Portmill, envolvendo o chefe da Casa de Segurança e ministro de Estado, general Kopelipa, o general Leopoldino Fragoso do Nascimento, seu principal colaborador, e Manuel Vicente, vice-presidente de Angola. Estes, enquanto proprietários da empresa, transferiram a titularidade da Portmill para membros da Guarda Presidencial e da actual Casa de Segurança.
A investigação de Rafael Marques apontava também o dedo ao papel do banco português, liderado por Ricardo Salgado, numa potencial situação de branqueamento de capitais adquiridos de forma ilícita e subtraídos, possivelmente, aos cofres do Estado angolano.
O inquérito-crime, arquivado em Portugal há cerca de uma ano por falta de provas, foi agora reaberto por terem surgido novas suspeitas. Segundo a Sábado, terá chegado ao conhecimento das autoridades de Lisboa a ocorrência de transferências financeiras no valor de alguns milhões de dólares feitas através de bancos portugueses por Domingos Manuel Inglês, o tesoureiro particular do general Kopelipa e irmão do coronel João Manuel Inglês, um alto funcionário da Casa de Segurança.
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