quinta-feira, 1 de agosto de 2013

LISBOA: Gays, Papa e o Islão Homofobico

Gays, Papa e o Islão homofobico

Fonte: Revista PÚBLICA
Reedição: www.planaltodemalangeriocapopa.blogspot.com
01-08-2013
Os indignados em versão gay são os polícias do catolicismo e do Papa. Estão sempre a vigiar o vocabulário e as opiniões dos membros da Igreja. Acho muito bem, sim senhora, estão no seu direito, podem e devem expressar o seu ódio terminal contra a fé católica. Mas eu só não percebo uma coisa: a indignação do orgulho gay nunca cai sobre o Islão homofóbico (peço desculpa pelo pleonasmo). E repare-se que não estou a falar dos muçulmanos a viver nas Arábias, mas sim dos muçulmanos europeus. Olhe-se, por exemplo, para a opinião de uma muçulmana sueca muito mediática, Suad Mohamed: "não me peçam para a aceitar ou dizer que o meu deus permite a homossexualidade, porque ser homossexual é proibido (...) ser homossexual é uma escolha, não se nasce assim (...) é o mesmo que beber ou matar. Está a agir de forma errada; a fazer coisas que Deus não gosta" (Pública, 7 de Novembro 2010). Quando um católico diz semelhante coisa, caem três ou quatro Carmos e respectivas Trindades. Quando é um muçulmano a opinar desta forma, os ouvidos da malta são tomados por uma súbita otite progressista.
E a linha na areia há muito que ultrapassou o mero jogo de palavras. Tal como salienta um distinto cidadão de Amesterdão, as agressões de muçulmanos a gays holandeses estão a aumentar perante a inércia da sociedade.  Por que razão isto acontece? Quais as causas da indignação selectiva? Vejo três. A primeira é o medo puro e duro, a cagufa, a miúfazinha. Afinal de contas, criticar o islamismo pode provocar ataques directos; na Europa, vários críticos já acordaram com propostas que não podiam recusar. A segunda causa é o velho ódio jacobino contra a Igreja Católica, a Infame, a Rameira de Deus. Mas a razão mais forte é, sem dúvida, a terceira: os complexos politicamente correctos,  o racismo cor-de-rosa que apascenta as almas progressistas.
Tal como as feministas, os movimentos gays recusam criticar o islamismo, mesmo aquele que existe dentro das nossas cidades. Desculpar o outro, sobretudo o muçulmano, passou a ser o mantra obrigatório da esquerda. Apesar do evidente racismo (o outro é tratado como uma criança, como um ser menor e inimputável), este mantra é um sucesso há décadas. Percebe-se porquê: dentro de um esquema policial e punitivo típico da esquerda, a crítica a uma pontinha de cabelo islâmico determina, de imediato, a perda das credenciais de esquerda, que, como todos sabem, abrem muitas portas. Devido ao reduzido número de rebeliões contra este cerco , o resultado final é uma enorme hipocrisia. Os assanhados movimentos gay pouco ou nada dizem sobre a força mais embrutecida e homofóbica do nosso tempo, o Islão europeu.  


HARARE: O partido de Mugabe declara vitória nas eleições legislativas e presidenciais no Zimbabue

Partido de Mugabe declara vitória nas legislativas e presidenciais do Zimbabwe

Fonte: Reuters
Movimento para a Mudança Democrática fala em "fraude monumental" nas eleições. Polícia tomou posição junto à sede do partido oposicionista.
Robert Mugabe, de 89 anos, durante a campanha eleitoral 
PHILIMON BULAWAYO/REUTERS
A polícia anti-motim tomou posição junto à sede do movimento MDC, do opositor Morgan Tsvangirai , depois de o partido do Presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, a ZANU-PF, ter reivindicado uma "rotunda" vitória nas eleições presidenciais e legislativas de quarta-feira.
Repórteres da AFP viram esta quarta-feira perto de 20 polícias em veículos anti-motim, junto à sede do Movimento para a Mudança Democrática, MDC.
"Ganhámos as eleições. Enterrámos o MDC", disse fonte da União Nacional Africana – Frente Patriótica (ZANU-PF) citada pelas agências noticiosas. "Nunca duvidámos de que iriamos ganhar".
O líder do MDC, Morgan Tsvangirai, reagiu e considerou as eleições "nulas e inválidas". Antes dele, fontes do MDM declararam que as eleições foram "uma fraude monumental" e convocaram uma reunião de urgência da liderança. 
O líder oposicionista considera que "o escrutínio não respeitou as normas da SADC [comunidade de países da África Austral], da UA [União Africana] e da comunidade internacional". Tsvangirai disse que a credibilidade das eleições foi afectada por "violações administrativas e jurídicas".
Os observadores da UA qualificaram quarta-feira à noite o escrutínio de "livre e honesto". A SADC ainda não se pronunciou.
A organização não-governamental Zimbabwe Election Support Network, que teve sete mil observadores no terreno, disse que perto de um milhão de habitantes desapareceram das listas eleitorais. "Qualquer que seja o resultado, a credibilidade das eleições [...] está seriamente comprometida", disse o seu presidente, Solomon Zwana.
Ainda não foram revelados quaisquer resultados oficiais (e a lei do Zimbabwe diz que é ilegal fazer afirmações prematuras sobre os números). Na quarta-feira a polícia fizera saber que prenderia qualquer pessoa que o fizesse.
Mugabe é Presidente do Zimbabwe desde 1980. Tsvangirai era, até ontem, o primeiro-ministro - o governo cessa funções no dia das eleições. Chegou ao cargo em 2008 quando a violência pós-eleitoral levou a negociações, mediadas pela África do Sul, para a criação de uma forma partilhada de governação.
objectivo de Mugabe (que tem 89 anos) nas eleições de quarta-feira era reconquistar não só a presidência como o governo.
A missão de observadores da União Africana considerou que as eleições foram "seriamente comprometidas" porque um milhão de eleitores não pôde votar.
“Seja qual for o resultado, a credibilidade das eleições está seriamente comprometida devido ao esforço sistemático que foi feito para privar os eleitores urbanos dos seus direitos eleitorais. Um milhão de eleitores foram privados dos seus direitos", disse à Solomon Zwana, da missão, numa conferência de imprensa em Harare.

MAPUTO: Em Moçambique foram marcadas eleições para Outubro de 2014

Eleições gerais em Moçambique marcadas para Outubro de 2014

Sucessor de Guebuza e novo Parlamento serão escolhidos dentro de pouco mais de um ano. Autárquicas que Renamo ameaça boicotar estão previstas para o próximo dia 20 de Novembro.
Marcação das eleições foi feita por Guebuza, que não pode recandidatar-se.
 MARCO LONGARI/AFP
  • As próximas eleições gerais em Moçambique, em que serão eleitos novos Presidente da República e Parlamento, foram marcadas para 15 de Outubro de 2014, informou a presidência.
  • As eleições presidenciais e legislativas - mas também as que escolhem os membros das assembleias provinciais - decorrerão em simultâneo. No estrangeiro, o escrutínio foi marcado para três dias antes, 12 de Outubro.
A decisão, anunciada na quarta-feira, foi tomada pelo Presidente, Armando Guebuza, sob proposta da Comissão Nacional de Eleições. Segundo o jornal O País, a data foi sugerida pelo Conselho de Estado, que se reuniu na segunda-feira. A Constituição moçambicana determina que as eleições gerais sejam marcadas com uma antecedência mínima de 12 meses.
Guebuza, de 70 anos, que em 2014 completa dois mandatos, não pode recandidatar-se devido aos limites impostos pela lei eleitoral. O seu partido, a Frelimo (Frente Libertação de Moçambique), que governa o país desde a independência, em 1975, terá ainda de escolher o candidato à sua sucessão. Em 2009, o actual Presidente foi reeleito com 75,46%.
Nas eleições legislativas que também decorreram em simultâneo, a Frelimo elegeu 191 dos 250 deputados. A Renamo conseguiu eleger 51. O Movimento Democrático de Moçambique, apenas autorizado a concorrer em quatro círculos, conseguiu oito parlamentares.
As próximas legislativas e presidenciais serão as quintas do país. A escolha dos membros das assembleias provinciais será feita pela segunda vez.
Para o próximo dia 20 de Novembro estão marcadas as próximas eleições autárquicas – o que acontecerá pela quarta vez.
O anúncio das datas das eleições gerais foi feito num contexto de tensão entre o Governo da Frelimo e a Renamo (Resistência Nacional de Moçambique), antigo movimento guerrilheiro e principal partido da oposição.
As duas partes têm mantido conversações sem resultados visíveis. A Renamo, que combateu o Governo da Frelimo, então partido único, durante 16 anos, até 1992, contesta a legislação eleitoral que entende favorecer a Frelimo.
Os antigos rebeldes têm ameaçado boicotar as autárquicas e dividir o país. Foram acusados pelo Governo da autoria de episódios de violência ocorridos nos últimos meses.
Segundo O País, no Conselho Nacional da Renamo realizado esta semana, militantes pressionaram o líder, Afonso Dhlakama, a não permitir a realização das autárquicas com a actual legislação eleitoral.


HARARE: Oposição denuncia graves irregularidades nas eleições No Zimbabwé



Oposição denuncia irregularidades nas eleições do Zimbabwe

A BBC diz que nos cadernos eleitorais há vários casos de eleitores que já morreram. A oposição garante que o ato eleitoral não passou de uma fraude.
Carolina Reis 1 de Agosto de 2013

Oposição denuncia irregularidades nas eleições do ZimbabweGETTY
Radz Balumuka
Morgan Tsvangirai, líder da oposição do Zimbabwe, considera as eleições uma fraude, de acordo com a BBC.
"Estas eleições foram uma fraude tremenda. Houve irregularidades e intimidação com os eleitores por parte do partido de Mugabe", disse o primeiro-ministro Morgan Tsvangirai.
Ainda segundo informações da estação de televisão pública britânica, cerca de um milhão de pessoas foram impedidas de votar. 
O correspondente da BBC no país diz que nos cadernos eleitorais há vários nomes de pessoas que já morreram. A oposição defende que serão dois milhões os casos. 
A União Nacional Africana do Zimbabué, o partido de Robert Mugabe, já veio negar as acusações de fraude e reivindicar vitória.
Tsvangirai e Mugabe partilhavam num governo de coligação, que foi forçado para acabar com a violência causada nas últimas eleições presidenciais, em 2008.
Robert Mugabe, de 89 anos, lidera o Zimbabwe há 33.  

LUANDA: Kopelipa e Outros Generais Continuam a Caça aos Diamantes e intentam processo crime contra o ativista e jornalista Rafael Marques.

Kopelipa e Outros Generais Continuam Caça aos Diamantes
O jornalista e defensor dos direitos humanos Rafael Marques de Morais respondeu hoje, na Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP) em Luanda, por 11 queixas-crime relacionadas com o seu livro Diamantes de Sangue: Tortura e Corrupção em Angola.
 
Luís Nascimento, advogado de defesa, considerou o interrogatório, conduzido pelo magistrado-instrutor Iloutério Lourenço, como “urbano e civilizado”. A directora nacional do DNIAP, Júlia Gonçalves, acompanhou a audiência, que durou cerca de quatro horas.
 
“Estamos preparados para defendermo-nos”, assegurou o advogado.
 
Sete generais, liderados pelo ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Manuel Hélder Vieira Dias “Kopelipa”, apresentaram, a 14 de Março passado, queixas por difamação por terem sido citados no livro como responsáveis morais dos crimes contra a humanidade que têm ocorrido na região diamantífera das Lundas. Os outros generais queixosos são Adriano Makevela Mackenzie, António Emílio Faceira, Armando da Cruz Neto (deputado do MPLA), Carlos Alberto Hendrick Vaal da Silva (Inspector-Geral do Estado Maior-General das FAA), João Baptista de Matos e Luís Pereira Faceira.
 
A empresa privada de segurança Teleservice, propriedade dos referidos generais, também apresentou uma queixa colectiva, para além do seu sócio civil José Carlos Figueiredo de Sousa.
 
Por sua vez, a Sociedade Mineira do Cuango (SMC), que detém uma concessão de diamantes na Bacia do Cuango, também apresentou um queixa colectiva. A SMC é um consórcio formado pela Lumanhe, empresa dos mesmos generais, a Endiama e a ITM-Mining. Esta última apresentou a primeira queixa, sobre a qual o jornalista foi ouvido a 3 de Abril passado.
 
A 14 de Novembro de 2011, o jornalista apresentou, à Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola, uma queixa-crime contra os sócios da Teleservice, da Sociedade Mineira do Cuango e gestores da ITM-Mining. A queixa solicitava uma investigação “por indícios de agência” de crimes contra a humanidade aos sócios das referidas empresas. O autor invocou o Código Penal, “que define a autoria moral de um crime por abuso de autoridade ou de poder”.
 
Como conclusão do Inquérito Preliminar 04/2012-INQ, a PGR arquivou a queixa. No seu despacho, a PGR sublinhou que, “do ponto de vista de responsabilidade criminal, em Angola, nenhuma pessoa colectiva responde criminalmente em observância do princípio da individualidade da responsabilidade penal (…)”.
 
Por sua vez, os generais apresentaram a primeira queixa-crime contra o jornalista em Portugal. O Ministério Público português arquivou o processo a 11 de Fevereiro de 2013, tendo concluído que a publicação da obra “se enquadra no legítimo exercício de um direito fundamental, a liberdade de informação e de expressão, constitucionalmente protegido, que no caso concreto se sobrepõe a outros direitos”.
 
No seu despacho de arquivamento, o Ministério Público português “concluiu pela ausência de indícios de prática de crime, atentos os elementos probatórios recolhidos e o interesse público em causa”. Mais afirmou “não estarem reunidos indícios sobre a prática do crime que os assistentes [os generais] imputaram, em sede de denúncia, aos arguidos [Rafael Marques de Morais e sua editora]”.
 
Como recurso, em Março passado, os generais intentaram uma acusação particular contra o defensor dos direitos humanos junto do Tribunal Distrital de Lisboa, pedindo uma indemnização de 300 mil euros. Com a justiça portuguesa a seu desfavor, os generais recorreram, então, ao sistema judicial angolano, passado um ano e seis meses após a publicação do referido livro.
 
Em Diamantes de Sangue: Tortura e Corrupção em Angola, resultado de anos de investigação nas nas Lundas, Rafael Marques de Morais denuncia centenas de casos de tortura e assassinato e violações sistemáticas de direitos humanos a que estão sujeitas as populações das Lundas, com o envolvimento activo de membros das Forças Armadas Angolanas e da Teleservice, uma empresa privada de segurança ao serviço da SMC.
 
O DNIAP não impôs quaisquer medidas de coacção ao jornalista e defensor dos direitos humanos.