quinta-feira, 24 de outubro de 2013

LISBOA: Da China e de Angola com amor - Por Ricardo Costa - Expresso

Da China e de Angola com amor

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Ricardo Costa

No meio de tanta confusão à volta do Orçamento, poucos deram importância à carta que a China Three Gorges enviou ao governo português. Os responsáveis da eléctrica chinesa mostraram o seu desagrado com o novo imposto sobre a produção de electricidade. Até aqui nada de mal. O problema é que a carta insinua que o Estado português não é uma pessoa de bem e ameaça que esta situação pode pôr em causa quaisquer futuros investimentos da China em Portugal.

Porque é que esta carta é grave? Porque a China Three Gorges comporta-se como aquilo que é. Uma poderosa companhia detida a cem por cento por um Estado estrangeiro e que fala em nome desse Estado.

Quando a EDP foi privatizada, chamei várias vezes a atenção para o facto de uma privatização a favor de um Estado estrangeiro ser, na prática, uma renacionalização. Mas o nosso governo "liberal" olhou para o cheque e esqueceu esta evidência. A escassez de capital e de financiamento era tal, que só conseguiu olhar para os muitos resultados positivos da venda.

O problema deste tipo de negócios só surge quando alguma coisa corre mal. Só nesse momento é que o governo português percebe que, afinal, não tem pela frente uma empresa estrangeira que comprou uma empresa portuguesa, mas sim um Estado estrangeiro que comprou uma empresa portuguesa. Um pormenor que faz toda a diferença e que o governo "liberal" esqueceu quando entregou a EDP ao controlo de uma estado profundamente antiliberal.

Ainda mal refeito do susto da China, o governo recebeu hoje o golpe mais violento das últimas décadas nas relações com Angola. As frases de José Eduardo dos Santos sobre o fim da parceria estratégica com Portugal são indiscutivelmente graves. Vão ser analisadas de várias formas, nas linhas e entrelinhas, e têm, seguramente, por detrás várias manobras diplomáticas que ainda não conhecemos.

Angola pode ter muitas razões de queixa - como Portugal tem - mas comete um erro nesta absurda declaração. José Eduardo dos Santos sabe que nem este governo, nem qualquer outro, podem impedir que o Ministério Público português abra e prolongue investigações judiciais, mesmo que pouco fundamentadas. E nem este governo, nem qualquer outro, conseguem impedir que a Comunicação Social portuguesa noticie esses processos ou outras histórias eventualmente desagradáveis, no meio de muitas outras seguramente simpáticas e fabulosas para um país com a história e a pujança de Angola.

Sem perceber isso, o gesto de Eduardo dos Santos é desproporcionado e em vão. Nada que me espante, mas que deixa muita gente surpreendida, sobretudo os que nunca perceberam que a lógica de guerra continua a dominar boa parte das cabeças do Palácio da Cidade Alta, em Luanda.



LISBOA: Eu e o Jornal de Angola - Por Ricardo Costa - Expresso

Eu e o 'Jornal de Angola'

Ricardo Costa
Divulgação: Radz Balumuka
www.planaltodemalanjeriocapopa.blogspot.com

Não quero que o "Jornal de Angola" mude o seu estilo, muito menos os adje+tivos que caíram em desuso ou a prosa tonitruante que irrompe nalgumas colunas. Mas gostava de dar uma pequena ajuda ao jornal. Neste caso, uma ajuda sobre mim, só para evitar referências ou insinuações erradas, que envolvem terceiros. Vem isto a propósito do artigo "O mandante dos crimes contra angolanos honrados está identificado", assinado por Álvaro Domingos.

A citação que me motiva é esta: "Os turistas da Jamba e os seus filhos agora tentam sacar umas migalhas ao patrão Pinto Balsemão, considerado o mandante de todos os insultos e ataques à honra de altas figuras do Estado Angolano". Não vou relevar a parte referente ao "mandante", que o meu colega Henrique Monteiro já dissecou ontem no Expresso online. Vou ficar apenas pela primeira parte, pelos "turistas da Jamba e os seus filhos". O autor está obviamente a referir-se a Maria Antónia Palla e a mim, como seu filho.

Primeiro, os problemas factuais. Maria Antónia Palla foi casada com o meu Pai, é Mãe do meu irmão António, mas dá-se o caso de eu ser filho do segundo casamento do meu pai. Não sou, portanto filho de Maria Antónia Palla. Mas atenção, é uma pessoa que admiro infinitamente e de quem gosto muito de ser familiar, no sentido mais lato e profundo do termo. Damo-nos muito bem e temos umas quantas divergências. Uma delas é sobre Jonas Savimbi e a Unita.

Toda a gente sabe que Maria Antónia Palla é uma confessa admiradora de Jonas Savimbi e da Unita. As suas viagens à Jamba são públicas, os seus trabalhos estão todos publicados, a biografia de Savimbi pode ser lida por quem quiser. Coisas naturais numa mulher que nunca teve medo de dizer o que pensa nem de fazer o que lhe apetece, mesmo quando isso era arriscado ou condenável num país retrógrado, atávico e estupidamente conservador.

Acontece que o mundo em que eu cresci não era a preto e branco. O meu pai, por exemplo, sempre foi um apoiante do MPLA. Foi amigo de Agostinho Neto, do Mário e do Joaquim Pinto de Andrade ou do Arménio Ferreira, e como bom militante do PCP nunca duvidou do seu apoio ao MPLA, mesmo quando o marxismo de Angola se dissolveu no ar. Eu sei que o "Jornal de Angola" tem dificuldades em perceber estas coisas. O maniqueísmo não se compadece com pessoas que pensem livremente, muito menos pela sua própria cabeça.

Felizmente, pensar pela própria cabeça é a primeira regra em minha casa. Aprendi isso com o meu Pai e com a minha Mãe. Também fui aprendendo isso com a Maria Antónia nos muitos jantares ou festas de família que felizmente vamos tendo. Não peço ao "Jornal de Angola" que perceba estas coisas. Seria pedir-lhes demais. Mas acreditem numa coisa: nem todas as pessoas do mundo cabem numa etiqueta. Se quiserem dedicar-me mais textos ou insinuações, comprem uma resma de etiquetas. Vão precisar de muitas.      

MAPUTO: Em Maputo aconteceram seis raptos nas ultimas 72 raptos

Seis raptos em Maputo nas últimas 72 horas

Na capital de Moçambique as crianças são o novo alvo dos raptores que agem à porta das escolas e em pleno dia. 
Manuela Goucha Soares

Divulgação: www.planaltodemalanjeriocapopa.blogspot.com
 
Habitantes de Maputo na entrada de um centro comercial da cidadeEPA Habitantes de Maputo na entrada de um centro comercial da cidade
Nas "últimas 72 horas foram raptadas seis pessoas em Maputo", disse ao Expresso Fernando Veloso, diretor do jornal "CanalMoz". "De há três ou quatro meses a esta parte, começaram a raptar crianças", e esta é a grande e ainda mais preocupante diferença que se verifica no modus operandi dos raptores.
Ontem, foi raptado um aluno do 12.º ano da Escola Portuguesa de Moçambique, conforme confirmou à agência Lusa Dina Trigo de Mira, diretora daquela escola. O rapto ocorreu por volta das 18h30 (17h30 em Lisboa) no Bairro da Coop, numa das zonas centrais da capital Moçambicana.
No dia 22, à porta da Escola Portuguesa, foi raptada a mãe de um aluno daquele estabelcimento de ensino que ali tinha acabado de deixar o filho para ir às aulas.
A população de Maputo está preocupada com o aumento da insegurança. Uma advogada portuguesa contacta pelo Expresso diz que "os raptos são o maior motivo de preocupação" no momento. Fernando Veloso diz que "Maputo já não é o que era, as pessoas evitam andar na rua e não saem de casa depois do jantar".
As duas pessoas raptadas nas imediações da Escola Portuguesa tinham nacionalidade moçambicana.

LONDRES: Filha do emir do catar Al-Mayssa al-Thani foi eleita a mulher mais poderosa do mundo das artes

Filha de emir do Catar é eleita a mais poderosa do mundo da arte


 
DA REUTERS, EM LONDRES

Divulgação: www.planaltodemalanjeriocapopa.blogspot.com

A filha do emir do Catar foi considerada a personalidade mais poderosa do mundo da arte, segundo um ranking divulgado nesta quinta-feira (24), por liderar agressivas aquisições do pequeno país árabe em leilões e vendas particulares do mundo todo para encher seus novos museus.



Al-Mayassa al-Thani, de 30 anos, diretora da Autoridade Museológica do Catar, lidera a lista anual "Power 100" da conceituada revista "ArtReview". É o segundo ano consecutivo que uma mulher encabeça esse ranking.
Formada nos Estados Unidos, Mayassa foi escolhida "por causa do vasto poder aquisitivo da sua organização e da disposição de gastar a um ritmo estimado em US$ 1 bilhão por ano --a fim de obter obras de arte superiores para seus museus em Doha", segundo a "ArtReview".
Karim Jaafar/AFP
A filha do emir do Catar, Al-Mayassa al-Thani, considerada personalidade mais poderosa do mundo da arte
A filha do emir do Catar, Al-Mayassa al-Thani, considerada personalidade mais poderosa do mundo da arte
"Acho que as cifras definitivamente falam por si mesmas, e da importância que ela tem para o mercado da arte", disse o editor da revista, Mark Rappolt, em entrevista por telefone.
Acredita-se que a Autoridade Museológica tenha sido responsável pela aquisição, no valor recorde de US$ 250 milhões, de uma pintura de Cézanne retratando duas cartas de baralho, em 2011. O valor da transação foi aproximadamente o dobro do recorde anterior para uma pintura.
Essa aquisição instantaneamente colocou a Autoridade Museológica do Catar na primeira divisão dos acervos internacionais. As demais peças dessa série de Cézanne estão no Museu d'Orsay, em Paris, no Metropolitan, de Nova York, no Courtauld, em Londres, e na Fundação Barnes, em Filadélfia.
Depois disso, Mayassa e a Autoridade Museológica adquiriram obras de Picasso, Damien Hirst e outros, e também iniciaram um gigantesco projeto para a construção de uma sede em Doha, segundo Rappolt.
"Acho que também se pode dizer de certa forma que a Autoridade Museológica do Catar seja sintomática de uma cultura artística global em que a arte é culturalmente intercambiável", disse.
"Gente endinheirada sempre comprou e comercializou commodities, e a arte é uma delas. De certa forma, não há novidade, mas talvez a escala disso se torne um pouco mais nova."
No ano passado, a liderança da lista ficou com a curadora ítalo-búlgara de origem norte-americana Carolyn Christov-Bakargiev, que é pouco conhecida fora dos círculos artísticos. Foi a primeira vez que uma mulher liderou essa lista.
A lista deste ano, compilada por um júri internacional de 13 integrantes, caracteriza-se por refletir a transição dos recursos públicos para os privados no mercado da arte. Segundo a "ArtReview", os detentores desses recursos privados estão se tornando mais inventivos no seu uso.

SÃO PAULO: Foi presa a quadrilha que explorava prostitutas brasileiras em Angola

Quadrilha que explorava brasileiras para prostituição em Angola é presa em SP

Fonte: Repórter da Agência Brasil: Marli Moreira
Novinhas da net! Fotos achadas e fotos amadorasDivulgação: www.planaltodemalanjeriocapopa.blogspot.com: Radz Balumuka
São Paulo - Cinco brasileiros foram presos hoje (24) por meio da Operação Garina da Polícia Federal de São Paulo sob a acusação de envolvimento em esquema de tráfego internacional de mulheres. Eles aliciavam as vítimas em casas noturnas da capital paulista com a promessa de que receberiam valores altos em dólares para se prostituirem, em Angola, país que fica na costa ocidental da África.


Segundo nota da PF, as mulheres eram oferecidas a clientes de alto poder aquisitivo. Dois estrangeiros ligados à quadrilha no exterior também tiveram prisão preventiva decretada pela Justiça Federal e os nomes foram incluídos na lista mundial de procurados pela Interpol. Além das prisões, foram expedidos 11 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, São Bernardo do Campo, Cotia e Guarulhos.
O caso começou a ser investigado pelos agentes federais há um ano, período em que conseguiram juntar provas de que as vítimas eram aliciadas pelo grupo criminoso em casas noturnas paulistanas. Para atraí-las ofereciam pagamento de US $ 10 mil dólares para se prostituirem pelo período de uma semana.
'Há fortes indícios de que parte das vítimas foi privada temporariamente de liberdade no exterior e obrigada a manter relações sexuais sem preservativos com clientes estrangeiros. Para essas vítimas, os criminosos ofereciam um falso coquetel de drogas anti-aids', diz o comunicado.
A ação criminosa, que vinha sendo praticada desde 2007, rendeu em torno de US $ 45 milhões. Os investigados serão indiciados por crime de participação em organização criminosa, tráfico internacional de pessoas, favorecimento à prostituição, rufianismo (exploração de prostituição), estelionato, cárcere privado e perigo para a vida ou saúde de outrem. As penas máximas somadas chegam a 31 anos de prisão.
Segundo esclareceu a PF, o nome dado à operação - Garina, significa menina na gíria do português de Angola, principal local de ação dos criminosos.
Edição: Denise Griesinger
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