sábado, 15 de março de 2014

NOVA IORQUE/USA: Rússia veta resolução da ONU sobre a Crimeia

Rússia veta resolução da ONU sobre a Crimeia

13 países votaram a favor e a China optou pela abstenção
Embaixador russo junto  das Nações Unidas Vitaly Churkin
Embaixador russo junto das Nações Unidas Vitaly Churkin

TAMANHO DAS LETRAS
 
A Rússia vetou uma resolução do Conselho de Segurança da ONU apresentada pelos Estados Unidos apelando aos países membros que não reconheçam o referendo de amanhã na região ucraniana da Crimeia.

O referendo dá aos residentes da Crimeia apenas duas escolhas: a adesão à Rússia ou o fortalecimento substancial da sua autonomia em relação à Ucrânia.

Presume-se que um voto a favor da integração na Rússia será o resultado mais provável visto que aquela região é habitada por uma maioria étnica russa.

Moscovo exerceu o seu direito de veto na votação de hoje. 13 dos 15 países do Conselho de Segurança votaram a favor e a China optou pela abstenção.

A decisão chinesa de optar pela abstenção revela um isolamento cada vez maior de Moscovo na questão da Crimeia.

A resolução reafirmava a integridade territorial da Ucrânia e declarava que o referendo de domingo não teria validade.

Pouco depois da votação a embaixadora dos Estados Unidos junto das Nações Unidas, Samantha Power, disse que se assistia a uma “esmagadora oposição” às “perigosas acções russas”.

Entretanto o ministério ucraniano da defesa afirmou que repeliu hoje uma tentativa de forças russas de entrarem numa zona da Ucrânia paralela à região leste da península da Crimeia
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SÃO PAULO: A primeira reitora negra de uma Universidade no Brasil

Luis Soares
Colunista

A 1ª reitora negra de uma Universidade Federal no Brasil

Nilma Gomes entra para a história do Brasil como a primeira mulher negra a comandar uma universidade federal. Ela acredita que sua escolha para o cargo representa um avanço na luta em favor de políticas raciais no país


Por Luis Soares/Colunista
Fonte: Pragmatismo/Politica
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa

Nilma Lino Gomes assume a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) como a primeira reitora negra do País. Entre tantos desafios, está ampliar as relações internacionais com os países de língua de expressão portuguesa. Leia a seguir entrevista publicada pelo jornal O Povo nesta segunda-feira (20).
Professora mineira Nilma Lino Gomes tomou um susto quando foi convidada para ser reitora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) no início deste ano. A proposta veio do colega Paulo Speller, reitor-fundador da primeira universidade internacionalizada do Brasil, fincada no Maciço de Baturité, em Redenção, a 40 quilômetros de Fortaleza. Passada a surpresa, veio a percepção do contexto. Seria a primeira mulher negra no comando de uma universidade brasileira.
“Senti-me honrada e, depois do choque, compreendi que o convite tinha a ver com minha trajetória”, afirmou a reitora Nilma Lino em meados de abril, 20 dias após desembarcar em Redenção. Com um sorriso largo e palavras sob medida, à moda de Minas, a doutora em Antropologia pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutora em Sociologia pela Universidade de Coimbra aborda as questões em torno do racismo no Brasil, tema que elegeu tanto na academia como pesquisadora, quanto como cidadã. “Pedagogicamente, atuo assim; politicamente, atuo assim. Quando o convite chegou, entendi que tinha a ver com meu perfil. Sou uma mulher negra que atua nas questões raciais”, analisa a reitora sobre o porquê de ter decidido deixar Minas Gerais para morar numa cidade que só conhecia de ouvir falar, e ser reitora de uma universidade que havia de concluir a implantação.
nilma gomes reitora negra
Primeira reitora negra de universidade federal diz que racismo é debate que compete a sociedade (Foto: ABr)
Ao longo de quase duas horas, Nilma Lino conversa sobre o trabalho intenso de conhecer o lugar, a universidade e as pessoas, fala sobre as políticas afirmativas em curso no Brasil e diz que o resultado dessa política pelo menos jogou por terra o discurso mítico em torno da democracia racial no País. A seguir, os principais pontos da entrevista.
A senhora já conhecia Redenção antes de vir como reitora para a Unilab?
Não. Eu sabia da universidade e sabia de Redenção pelo meu colega que foi o primeiro reitor Paulo Speller. Fomos colegas no Conselho Nacional de Educação. Quando cheguei ao Conselho, Paulo estava terminando a gestão dele na Câmara de Educação Superior e sempre falava da universidade e de Redenção. Mas não tinha vindo aqui.
Para a senhora, qual o maior desafio para o processo de consolidação da Unilab?
Não sei se teria o maior. Acho que o primeiro desafio é dar continuidade ao trabalho de instalação, de início da universidade, tão nova. Acho que meu grande desafio é dar continuidade e consolidar esse trabalho já iniciado pela gestão do professor Paulo Speller. Outro desafio é nesse processo é ir ampliando e aprofundando cada vez mais esse caráter internacional dessa universidade com os países de língua de expressão portuguesa, em especial os africanos, e com possibilidade de expansão. Nas mais diversas áreas da universidade: pesquisa, ensino, extensão e na própria relação dos professores com a pesquisa.
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Essa universidade nasce diferente de outras, já nasce com esse caráter de uma determinada forma de internacionalização, que está dentro dessa ideia da Cooperação Sul-Sul, a Cooperação Solidária Sul-Sul e isso é muito novo no Brasil.
Qual o estágio de implantação dos campi da Unilab fora de Redenção?
Em São Francisco do Conde, temos um prédio que foi cedido pela Prefeitura do município, já quase que em condições de começar a funcionar. Já temos lá funcionando a Educação a Distância na forma de especialização. Nosso grande desafio agora é implementar cursos presenciais, construir o corpo administrativo e o corpo docente dentro desse campus. Aqui, em Palmares (Acarape), está em processo de construção.
Quando a senhora olha para sua universidade hoje, como analisa o trabalho em torno dessa integração de países, tão diversos, e cuja matriz está assentada na língua portuguesa?
Eu me reporto ao dia da posse do vice-reitor, quando estive pela primeira vez em Redenção e na Unilab. Estávamos no anfiteatro, então olhei e vi o público da universidade. Ali estavam professores, pessoas da comunidade, estudantes, técnicos administrativos e a sensação é de encantamento de ver uma diversidade tão grande no mesmo espaço, imbuída de um projeto muito inovador. Quando penso essa diversidade – que é étnica, racial e cultural – estar presente na Unilab me encanta, me desafia. Acho que aqui, temos possibilidades de construirmos relações que podem ser profícuas entre os diferentes e as diferenças. Ao mesmo tempo, com pontos muito comuns. E compreender a complexidade que é a língua de expressão portuguesa, porque ela está localizada historicamente em contextos muito diferentes. E aí, temos algo que nos aproxima que é comum, mas ao mesmo tempo temos particularidades muito intensas.
Como a senhora recebeu o convite para ser reitora da Unilab? O que a levou a aceitá-lo?
Fiquei surpresa e honrada. Depois do choque, né? (risos). Compreendi também que isso tem a ver com minha trajetória. Sou professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Junto com uma equipe de colegas, construí um programa de ensino, pesquisa e extensão chamado Ações Afirmativas da UFMG. Conseguimos ampliar mais a pesquisa sobre temática racial e estávamos ampliando para as temáticas africanas. Sou uma militante em prol da superação do racismo. Pedagógica e politicamente, atuo assim. Sou uma mulher negra que atua nas questões raciais.
O que a Unilab representa no contexto da questão racial e da afrodescendência no Brasil hoje?
Sabemos que, muitas vezes, as práticas de racismo que acontecem na sociedade brasileira têm a ver com uma representação muito negativa do continente africano. E uma total ignorância sobre o continente africano. Da sua história, riqueza, luta dos seus povos, orientações políticas mais recentes, e escolhas dos seus governantes. Nós temos hoje um desconhecimento e precisamos conhecer mais, porque é uma forma de superar preconceitos. Eu ignoro sobre, aí preconcebo uma ideia e passo a generalizá-la para todo mundo. O papel da universidade nesse caso, a própria existência dela, a produção do conhecimento que pode ser desenvolvida aqui na universidade é um outro fator importante. Penso nas relações que ela vai construir com a comunidade local, com o próprio Brasil, com o Ceará.
Já é possível mensurar os efeitos das políticas afirmativas sobre as populações negras no Brasil?
Elas são muito recentes. Não sei se dá para mensurar, mas acho que dá para fazer algumas reflexões sobre esse processo. Você tem hoje uma discussão muito intensa. Estamos completando dez anos desde que a alteração da Lei de Diretrizes e Bases foi sancionada pela Lei 10.639 de 2003, que é o ensino de história e cultura africana, nas escolas de educação básica. É claro que é uma implementação irregular se formos pensar assim, porque o ideal seria que, depois de dez anos, pudéssemos falar assim: “A educação básica avançou de norte a sul nas escolas públicas e privadas em relação a essa temática”. Não podemos dizer que avançamos na totalidade. Por isso, digo que é uma implementação que ainda acontece de forma irregular em algumas redes de ensino e regiões do Brasil. Uma coisa é certa: desencadeou uma discussão, produção de pesquisa, de material didático e literário. Trouxe questionamentos para formação de professores. Na educação superior, temos uma lei de cotas que hoje vale para as instituições federais de ensino.
A senhora considera que a negação das questões raciais pela sociedade brasileira impediu que as decisões afirmativas fossem tomadas há mais tempo?
Tem sim um processo de negação do racismo na nossa sociedade. Vivemos o que toda literatura que trabalha com o tema aponta: um discurso de que todos nós somos muito democráticos. De que temos a democracia racial no Brasil. E essa representação mítica traz uma negação das reais condições da população negra na sociedade brasileira. Na discussão da temática racial, a sociedade brasileira sempre foi acompanhada de demandas históricas do movimento negro. Esse movimento reeduca a si mesmo e reeduca a sociedade no debate da questão étnico-racial. Acho que aí você vai tendo outros legados da luta antirracista. Você vai ver que existem outros movimentos sociais como o movimento de mulheres, movimentos LGBT, movimentos sociais do campo e que começam a introduzir a pauta da luta antirracista. Por isso, falo do papel de reeducar a si mesmo e a sociedade.
Quando a senhora se descobriu negra?
Acho que eu sempre soube (risos). Por que sou de uma família do interior de Minas Gerais. Uma família negra que sempre se viu negra. Fui educada para ter orgulho de quem eu sou. Meu pai era um líder comunitário. Já falecido. Tenho muita lembrança do meu pai lutando por melhoria do bairro, por água, ônibus. Um homem negro muito digno. Meu pai tinha uma indignação com qualquer forma de injustiça. Minha mãe, viva até hoje, foi bordadeira, uma mulher muito sábia. Eu venho de uma família em que nós sempre nos víamos negros, convivemos com parte da família que é negra. Sempre fui criada como mulher negra, uma menina negra. O que eu descobri fora desse aconchego familiar foi o racismo! Foi traumático, porque foi na escola, na primeira série. Até já escrevi sobre isso. Tenho um livro sobre a questão de corpo e cabelo como símbolos da identidade negra, que foi minha tese de doutorado. Foi justamente com o contato com a minha estética. Uma colega me xingou de “cabelo de bombril”. Foi o primeiro xingamento racista que ouvi. É racista, mesmo que seja na boca de uma criança, por que ela aprendeu isso em sociedade, a ver o outro dessa forma. Ela reproduziu isso. Lembro que foi o primeiro choque que tive, porque nunca tinha ouvido nenhuma referência negativa ao meu cabelo! Cheguei em casa e levei isso pra minha família, que reage, vai à escola. Comecei a perceber que meus outros colegas negros recebiam xingamentos, esses e outros. Fui compreendendo que a vida não é só a minha família (risos). Fui entendendo que eu tinha que aprender a me defender também. Isso é muito duro. Sobretudo na infância, porque é onde aprendizados começam a acontecer. Quando adultos, aprendemos a nos defender, uns mais, outros menos. Mas a criança está em processo de formação. Daí, penso sempre na importância da escola.
Suas experiências de vida influenciaram de forma definitiva suas preocupações acadêmicas. Como isso se deu?
Pela minha vivência mesmo. Minha família negra. Depois, por experiências que comecei a viver como professora da educação básica. Sempre fui professora. Só sei ser professora (risos). Logo que me formei, comecei a trabalhar. Fiz concurso para a rede pública. Desde então, sou professora da rede pública. Tive um pequeno período em que trabalhei no público e no privado. E comecei nesse momento a perceber diferenciações. Não só em relação a mim no tratamento. Era uma escola privada de médio porte. Tive que reeducar os alunos a ter uma professora negra atuando nessas turmas de ensino fundamental. E também atuava numa escola pública onde uma grande maioria dos meus alunos eram negros. Eu era diferente num espaço e era igual em outro. Isso tudo mexeu muito comigo. Conversando com um professor da pós-graduação, eu colocava essas questões para ele, colocava também para uma colega. E as pessoas falavam que esse era um tema que precisava de mais investigação. Era no final dos anos 80, começo dos anos 90, nós não tínhamos a produção que temos hoje sobre relações raciais na educação e em outras áreas. Então, me senti instigada. Era um momento que tínhamos poucos pesquisadores negros que falavam sobre as questões raciais. Como educadora e como mulher negra, falei: “Acho que tenho que uma responsabilidade acadêmica e política”. E comecei a pesquisar sobre professoras negras. Foi meu primeiro trabalho. Fiz um trabalho com a trajetória de mulheres negras professoras e a relação delas com o debate racial e com as crianças, como isso acontecia. Não parei mais.
Como lidar com o racismo entre a população negra?
Sempre que me perguntam isso, chamo atenção para uma questão: o racismo é um fenômeno que prejudica todos nós: negros, brancos, indígenas. E para compreender como uma pessoa que é negra pode desenvolver um preconceito contra si mesmo e contra o seu grupo, é o maior exemplo da perversidade do racismo. Como esse fenômeno consegue ser tão estrutural na nossa sociedade e, ao ser estrutural, ele se torna estruturante das nossas relações. E isso impregna na nossa própria subjetividade, que é possível que, quando se está num lugar com referências muito negativas em relação ao seu próprio grupo étnico-racial, é possível que essa pessoa também desenvolva esse mesmo sentido. Por isso que as políticas afirmativas e a afirmação das identidades são importantes. Porque você pode construir um outro ambiente social, outras representações positivas que vão disputar com as representações negativas que estão em curso. Subjetividades inconformistas e rebeldes são aquelas que se indignam com as injustiças, com preconceitos. Acho que vale para a população negra e para a população branca. Mais do que prestar atenção no fato de uma pessoa negra que discrimina uma outra pessoa negra, é entender qual o fenômeno perverso na nossa estrutura que educa as pessoas desse jeito. E mais: se elas são educadas assim, podem ser reeducadas de outra forma, e a ver seu próprio grupo étnico-racial de uma outra forma.
Pergunta do Leitor
Hilário Sobrinho, professor, mestre em História pela UFC, pesquisador da Cultura e História do Negro no Ceará
No Ceará, construiu-se o discurso de que não havia escravos. Isso se tornou um obstáculo à implantação das políticas afirmativas. Como a senhora avalia tal contradição?
Entre estes trabalhadores havia uma quantidade considerável de negros libertos, negros nascidos livres e mestiços. Há um desafio para implementação de políticas voltadas especificamente para a população negra no Ceará. Um dos fatores talvez seja o imaginário de um Ceará onde a presença negra não é considerada significativa ao longo da história. Nesse aspecto, é muito importante a organização política da comunidade negra para a promoção das políticas de igualdade racial e construção de uma sociedade que reconheça e valorize a diversidade étnico-racial.

Desafios contemporâneos

O Dia da África, celebrado em 25 de maio, será comemorado hoje, 20, no auditório do Centro de Humanidades da Universidade Estadual do Ceará (Uece) com o encontro “África-Brasil: desafios contemporâneos”. As inscrições poderão ser feitas hoje das 8h às 9h. A conferência de abertura “A África hoje: como decifrar seus enigmas” será conferida pelo professor inglês Herbert Ekwe-Ekwe. Ainda pela manhã, haverá o lançamento da 13ª edição da revista Tensões Mundiais.

Perfil

A professora Nilma Lino Gomes chegou a Redenção no início de abril em companhia da mãe, Maria da Glória Lino Gomes, que deve retornar para passar uns tempos no Ceará, com a filha. Com residência fixa no município, a reitora conta que está em fase de reconhecimento do lugar. Nasceu em Minas Gerais, fez graduação em Pedagogia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), cursou mestrado em Educação na mesma universidade, doutorado em Antropologia na Universidade de São Paulo (USP), e pós-doutorado em Sociologia, na Universidade de Coimbra (Portugal). Como professora da UFMG, Nilma coordenava o Programa Ações Afirmativas da UFMG e o Núcleo de Pesquisas sobre Relações Raciais e Ações Afirmativas. É autora do livro Sem perder a raiz: corpo e cabelo como símbolos da identidade negra.

Mais

Redenção foi a primeira cidade no Brasil a libertar seu escravos em 1º de janeiro de 1883. A Sociedade Redentora Aracapense foi influenciada pelos líderes abolicionistas que atuavam em Fortaleza. O Ceará aboliu a escravatura em 25 de março de 1883.
Nilma Lino Gomes assumiu a reitoria da Unilab no dia 1º de abril último, em Brasília. Da solenidade, participaram ministros, professores e militantes do movimento negro.
A reitora participou ativamente pela defesa das cotas pelas cotas nas universidades. Segundo ela, o sistema favorece a construção de uma igualdade racial e a construção de uma democracia para todo no País.
A professora Nilma Lino só conhece de Fortaleza, por enquanto, o Aeroporto Internacional Pinto Martins, mas confessa que quer conhecer melhor a vida cultural da cidade.
Dentro do evento “África-Brasil: desafios contemporâneos”, haverá ainda, a partir das 14 horas de hoje, a exibição de filme Heróis da África. Às 16 horas, tem início mesa redonda com a participação de professores e estudantes imigrantes.
O Dia da África foi criado há 50 anos, em Addis Abeba, Etiópia, pela Organização de Unidade Africana (OUA) e simboliza a luta dos povos do Continente. O Centro de Humanidade da Uece fica na avenida Luciano Carneiro, 345 – Bairro de Fátima. A programação é aberta ao público.

LUANDA: O fim do percurso inglório de Samakuva e a luta de galos pela sucessão

O fim do percurso inglório de Samakuva e a luta de galos pela sua sucessão
Fonte: AGORA
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
15.03.2014
A morte de Jonas Savimbi, a 22 de Fevereiro de 2002, apanhado de chofre pelo mais dramático dos três cenários ditados pelo seu arqui-rival, abriu uma crise de liderança de que a UNITA ainda não se refez completamente. Tal era a omnipresença do Velho!

Transformada numa manta de retalhos e entre o dilema de movimento guerrilheiro e a transformação em partido político civil, coube primeiro à Comissão de Gestão, capitaneada pelo general Paulo Lukamba Gato, dirigir provisoriamente a UNITA, levando a água para o seu moinho de partido desarmado compulsivamente, com milhares e milhares de desmobilizados por reintegrar nas suas zonas de origem e/ou acolhimento. 

Um deficit dos Acordos de Paz por se cumprir! Em 2003, impôs-se a realização de um congresso, para reorganizar o partido fundado por Jonas Savimbi, em 1966, no Muangay, Moxico, e relançar a sua actividade política a nível do país, sobretudo nas áreas urbanas. 

O desafio foi assumido pela nova direcção de Isaías Samakuva que, além de bater Gato nas eleições intrapartidárias, derrotaria, copiosamente no congresso seguinte (2007), o seu então apoiante, Abel Chivukuvuku. 

Daí até então, a corrente entre ambos nunca mais passou. Animal político quanto baste e que bebe da fonte doutrinária do adversário, procedeu a uma alteração estatutária contra natura para se fazer eleger pela terceira vez como presidente da UNITA, num rasgo que cheira a apego ao poder, postura que critica o partido no poder. 

Bloqueados de se fazerem à liderança da UNITA em 2011, Gato mantém a gestão do silêncio, embora seja apontado como o mais sério candidato à sucessão de Samakuva na liderança do Galo Negro. 

Já o seu antigo correligionário, Abel Chivukuvuku, militante do partido há 38 anos, cansado da falta de democracia interna nas hostes partidárias verde e vermelha, se decidiu a abalar por sua conta e risco para um novo projecto-político, dando corpo à coligação CASA-CE, que não se revelou um nado-morto em 7 meses de gestação, mas sim a formação política sensação das últimas eleições realizadas a 31 de Agosto de 2012, roubando votos quer à UNITA, como ao MPLA, ao PRS e à FNLA, somando 8 deputados no primeiro round eleitoral em que participou. 

Mas, voltando à renhida luta pela liderança da UNITA, nos próximos tempos, esse escaldante dossier promete aquecer, pois, além de Gato e Sakala, tidos como potenciais candidatos, um destacado dirigente do maior partido na oposição já fez ouvir a sua voz desde o ano passado e está apostado em entrar na corrida eleitoral pela sucessão a Samukuva e pela ascensão à presidência do Galo Negro. 

Trata-se do famoso general na reforma Abílio Kamalata Numa, antigo secretário- geral do partido e um dos integrantes da então Comissão de Gestão (com Lukamba Paulo "Gato" e Adriano Dachala, o "porte parole") da organização dos maninhos, aquando da morte de Jonas Savimbi. 

A ver vamos, se Samakuva não vai novamente mexer nos estatutos para se habilitar a um quarto mandato como em 2011, o que seria a todos os títulos antidemocrático, sendo certo que, não havendo democracia interna no maior partido na oposição ou no partido dominante, não existe democracia no país, em geral, dado que os partidos são a emanação da democracia política e o sustentáculo em termos prático, funcional e efectivo, sendo a recíproca verdadeira: não havendo democracia no país, não há democracia nos partidos. 

Aqui chegados, é mister assinalar que, não ocorrendo uma abusiva emenda estatuária, Numa, considerado um líder político-militar, tem caminho aberto para enfrentar os eventuais contendores, no próximo congresso da UNITA e, em caso de vitória, habilitar- -se às eleições parlamentares/presidenciais e, no extremo dos limites, à disputa ao mais Alto Cadeirão da Cidade Alta, tal como os seus oponentes no partido e no resto da oposição, na qual sobreleva a figura do velho companheiro de rota, Abel Epalanga Chivukuvuku, que é uma carta relevante no xadrez político-partidário angolano, sobretudo no seio dos partidos que não governam, de que os maninhos são a locomotiva. 

Portanto, os desafios para a UNITA em matéria de uma nova liderança são muitos, um dos quais é fazer eleger um novo líder entre Sakala, Gato e Numa, e não um ilustre desconhecido da massa militante e do eleitorado, em geral, alguns dos quais se fizeram presentes no último conclave. E, para tanto, não basta alardear o estafado argumento da fraude. 

Tem de provar no terreno do jogo eleitoral para o que foram convocados pela expectante audiência, democratizando, em primeira instância, o próprio partido do Galo Negro em todas as suas estruturas, inclusive no congresso e, consequentemente, na luta pela sucessão à presidência, sem golpes baixos nem emendas estatutárias serôdias. 

Há que jogar limpo!!! Sem cartas do baralho da batota sacadas à última da hora da algibeira, em nome do interesse de um clã bieno ou não, cenário que ameaça esfrangalhar a organização antes liderada por Savimbi, Chiwale, Zau Puna e outros! A velha ou nova liderança tem de pôr à prova este desiderato, para o bem da democracia política, abandonando, definitivamente, a escola da paranóia totalitária do falecido líder, cuja pesada herança era a sua gestão que, à boa moda das sociedades tradicionais arcaicas, assentava numa gerontocracia matrilinear e que não consentia, nem tolerava a salutar contestação interna implicada na democracia partidária. 

Mas, como diz o ditado: "Para quem tem sorte até o vento sopra a seu favor". Na verdade, os ventos de 2015 (quando ocorrer o próximo congresso da UNITA), e em 2017 (no próximo pleito eleitoral) são múltiplos e variegados, adivinhando-se cacimbos nada bonançosos, particularmente para Samakuva.

MOSCOVO: Governo russo encerra quatro sites da oposição parlamentar

Governo russo encerra quatro sites da oposição parlamentar 

Fonte: VOA
Divulgação: Planalto De malanje Rio capôpa
14.03.2014

                                 

As autoridades russas bloquearam o acesso a vários sítios na Internet, de partidos da oposição parlamentar, alegando que estes portais "contêm incitamentos a actividades ilegais e participação em acções públicas que violam a ordem".


As últimas medidas da Agência de Controlo de Meios de Comunicação e de Tecbologias de Informação (Roskomnadzor, no original em russo) surgem na sequência da convocação de manifestações de protestos contra o Kremlin em Moscovo, a propósito da intervenção das forças pró-russas na Crimeia, e do despedimento da redactora principal do portal de notícias Lenta.ru, por ter entrevistado o líder e activista da formação radical ultranacionalista da Ucrânia, 'Sevtor das Direitas', Dmitri Yarosh, que tem um mandado de busca e captura na Rússia.

SÃO PAULO: Tamanho de pênis é documento?

Tamanho é documento?

Tamanho é documento?


Fonte: MSN Informação
Divulgação: Planalto De malanje Rio Capôpa
14.03.2014
Tamanho é documento? - 1 (© Foto: Thinkstock)
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Da REDAÇÃO
Você já leu aqui, em matérias anteriores, mais de 20 dúvidas respondidas sobre sexo. Já leu tudo sobre masturbação feminina e ainda o tabu que existe em torno do sexo anal. Tem acompanhado tudo sobre os cuidados com a vagina e ainda leu dicas de como falar abertamente sobre sexo com o parceiro (a). Informações estas que são fundamentais para uma vida sexual saudável! Hoje, vamos responder dúvidas sobre ele, um dos protagonistas na hora do sexo: o pênis!
É verdade que o tamanho influencia no prazer da mulher? Existe uma média de tamanho para os brasileiros? Um pênis muito grande pode não conseguir uma ereção completa? O estresse realmente pode afetar o desempenho do órgão masculino?
Para essa empreitada, convocamos três profissionais que podem tirar as nossas dúvidas. Uma delas é a fisioterapeuta e sexóloga da Hot Flowers, Fabiane Dell' Antonio. A outra é Regina Racco, professora de Ginástica Íntima, colunista de Amor e Sexo do Tempo de Mulher e autora de livros sobre sexo como "O livro de Ouro do Pompoarismo", "A Conquista do Prazer masculino". Por fim, quem nos ajuda é a sexóloga e personal, Sexy Karina Brum.
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Sobre a questão do tamanho do pênis influenciar no prazer, Fabiane explica que isso depende da estrutura muscular da vagina da mulher. Mas avisa que pênis grande não é sinônimo de prazer. Em relação à anatomia local, afirma a sexóloga, o que de fato tem impacto na hora da transa é se há uma boa relação de tamanhos entre vagina e pênis.
"Por isso, às vezes, o tamanho do pênis dificulta o prazer, em especial, se ocorre, por exemplo, do pênis ser grande e grosso e a vagina apertada e pequena. Ou ainda se o pênis é pequeno e estreito e a vagina grande ou flácida", completa a especialista. Na opinião de Regina Racco, esse assunto é pura lenda. "Embora haja mulher que tenha uma certa dificuldade com o tamanho/espessura do pênis, a grande maioria se adequa perfeitamente", explica a professora de Ginástica Íntima.
Karina explica que a mulher só saberá qual é o melhor tamanho para ela se ela souber como sente prazer. "Umas gostam de penetração leve e somente na entrada da vagina. Outras precisam ser massageadas mais profundamente. E outras ainda precisam daquele movimento mediano. Nesta questão, há infinitas variáveis, contudo, o diâmetro do pênis tem que ser satisfatório", explica Karina.