ELEIÇÕES: JOÃO LOURENÇO É A MUDANÇA DO QUÊ?
Não há mudança nenhuma em Angola enquanto esse MPLA que
temos permanecer no poder. Que mudança poderia trazer para o bem da maioria dos
angolanos o candidato de JES que diz querer dar alguma coisa sem, contudo, dar
coisa alguma! O que se pode esperar de um partido retrogrado, alienado,
comprometido com a intriga. O que se espera de um candidato cuja campanha
eleitoral é assegurada pela casa de segurança do seu chefe, e eventual
antecessor? O que traria de mudança um candidato que se serve de pesquisas falseadas, com a vil intenção de
optimizar uma eventual previsão de intenção de voto aparentemente benéfico para
si?
Fonte: Planalto de Malanje Rio Capopa
Fonte: Planalto de Malanje Rio Capopa
Sinceramente esse tipo de atitude apenas ajuda a engessar
negativamente a já demasiado duvidosa lisura do processo eleitoral. Daí a
pergunta: afinal, com quem, e para quem João Lourenço pensa governar caso o
MPLA ganhe as eleições de 23 de Agosto de 2017?
O contingentismo
politico negativista vai ou não prevalecer? Teremos o mesmo governismo obsoleto
de sempre? O povo quer saber se os bajuladores estarão ou não na linha de
frente da governação, não será adultera como sempre?
Outra pergunta
relaciona-se com as bestas provenientes da UNITA, que sentem o cheiro de poder
de longe, elas serão de novo os bestiais outsiders no MPLA, e num eventual
governo do MPLA com JL na presidência? O eleitorado tem sentido um distorcido
deslocamento na narrativa dos sucessivos discursos viscosos de João Lourenço,
onde se percebe que fala muito e nada diz.
O país vive hoje um estado de gravíssima anomia politica, os
angolanos não querem mais eleger um presidente com manipulações do voto, todos
desejam que o presidente seja ungido pelo voto popular. O meu pensamento é de
todo cartesiano em relação a JES seus filhos, e demais idealizadores que
implantaram com ele, o regime ditatorial em Angola. Para mim gatuno é gatuno, e
deve ter um tratamento como gatuno.
JES é o maior bandido dentre os gatunos do MPLA, ele só pode
ser comparado a Isabelinha dos Ovos Santos sua filha primogénita em matéria de
gatunagem. O país esta a deriva, totalmente desencontrado, faz-se necessário a
pregação imponente de uma verdadeira reconciliação, sem que o desgastado
discurso inviável de arquitecto da paz seja de maneira nenhuma o mote crescente
da pregação.
João Lourenço vai ter que repensar o seu discurso alienado,
sair da disforme eloquência populista, e contentar-se em ser um presidente que
certamente caminhara sobre ovos podres, ovos que quebram facilmente.
O candidato presidencial do MPLA sabe que JES tem um estilo
de heterodoxo de negociar, portanto JL está ciente que será presidente que
obedecerá a outro presidente, o dono do regime. Quero dizer, que JL conhece o
preço a pagar, de certa maneira JL deverá ser de uma obediência canina ao outro
presidente, o líder do MPLA.
Embora eu acredite que João Lourenço não seja uma pessoa
neural-mente atípica, por outro lado, também acredito que o candidato
presidencial terá de fazer tábua rasa as inconveniências do temperamento
autoritário de JES, e desse modo tentar conviver harmoniosamente sem
desobedecer o tirano, seu padrinho e chefe politico.
Até o angolano menos
atento sabe, que a formula de JES negociar é estilizada na heterodoxia
uni-pessoal, rasa, profícua e anti-dialéctica, nada republicana e pouco
transparente. Poderá JL ter um confronto directo contra o presidente do MPLA
para alterar o modus operandi do ditador, sem sofrer nenhum revés da parte do
seu chefe directo, o presidente do MPLA?
Quando JL diz que representa a mudança, o que ele quer
dizer? Mudança do quê? Se nem no MPLA ele representa qualquer mudança! Será que
os angolanos se renderão as suas insuficiências visíveis a olhos nu? Por acaso
existe espaço para JL impor um estilo próprio de governação que justifique a
titularidade de mudança por ele reivindicada?
Tendo um chefe ciumento como JES a perna, com um MPLA
desconfiado e atento as suas movimentações, poderá JL mudar o rumo do país dado
á 38 anos atrás por esse mesmo MPLA? A quem JL quer enganar? A si mesmo, ou a
sua pequena descendência? Quem acredita que JL representa a mudança que o
compre. No mais, JL não tem como sair do cerco que o circunda, no entender da
militância, JL devia ater-se apenas falar verdade, e assim buscar a compreensão
e a simpatia de nós militantes, e de algum povo eventualmente paciente.
O candidato presidencial do MPLA pode ficar ciente, que
Angola não é a China, onde os presidentes têm tempo de validade. Na China as
mudanças de presidentes não significam de maneira alguma mudança, mas, até os
ditadores sentem a necessidade de se legitimarem no poder.
Porém, isso não
significa que esse tipo de procedimento antidemocrático de substituição um
ditador profissional prepotente, por outro ditador amador mais light venha
prevalecer a contento entre os angolanos nacionalistas republicanos.