domingo, 4 de maio de 2014

LUANDA: Homossexualidade em Angola é um temo difícil de se abordar

Homossexualidade em Angola: Um tema cuja abordagem permanece difícil

A homossexualidade, segundo o tradicionalista e ex-deputado Makuta N´kondo, não faz parte dos hábitos e costumes da tradição Bantu, por isso a sua prática é considerada abominável.

Fonte: Voanews
Divulgação: Planalto De malanje Rio capôpa
04.05.2014
TAMANHO DAS LETRAS 
Por: Agostinho Gayeta
A homossexualidade em Angola  continua longe dos temas cujas abordagens são emergentes a nível do governo angolano, porém o número de pessoas com esta orientação sexual vem se mostrando cada vez mais considerável.

A igreja católica condena esta orientação, mas salienta ser necessário a promoção do respeito pelo próximo, enquanto ser humano.
O Padre Eugénio Lumingo, comentarista de assuntos sociais, explica que a igreja é contra tudo que contradiz a natureza humana, mas não é a favor da promoção da descriminação ou da falta de amor ao próximo.

“A igreja é contra qualquer comportamento contrário à natureza humana, mas orienta-nos a respeitar o próximo enquanto pessoas, enquanto seres humano”.
O psicólogo Carlinhos Zassala sustenta-se das teorias instintivistas e psicanalíticas para esclarecer que a homossexualidade é um instinto natural a qualquer ser humano, porém as sociedades é que determinam as normas de socialização que toleram ou asfixiam comportamentos e orientações individuais.
Para o Bastonário da Ordem dos Psicólogos de Angola este fenómeno pode causar a desagregação familiar.

A homossexualidade, segundo o tradicionalista e ex-deputado Makuta N´kondo, não faz parte dos hábitos e costumes da tradição Bantu, por isso a sua prática é considerada abominável.
N´kondo explica que na tradição africana o fim principal do casamento é a constituição de uma família por meio da geração de filhos, o que é colocado em causa neste tipo de relação.
“A homossexualidade não faz parte da saúde moderna, também não faz parte da tradição. Aquilo é um pecado mortal. Na cultura Bantu a homossexualidade é condenável”.

O Código penal angolano não tipifica a homossexualidade como crime, mas a Constituição da República aprovada em 2010 é clara no seu artigo 35º definindo o casamento entre pessoas de sexo oposto.
O Jurista Mbote André é a favor da máxima “nolo crime sine legi” ou seja não há crime sem lei, por isso assegura que a homossexualidade não constitui um crime, mas um desvio moral e civilmente condenável.
 “ É uma questão ainda em silêncio em termos legislativo. O crime não se inventa. Enquanto não houver uma disposição penal clara a tipificar a homossexualidade como crime ela continua a ser um modo de orientação sexual que não merece tratamento penal, mas que a lei civil não admite”.

Os meios de comunicação social, sobretudo o canal 2 da Televisão Pública de Angola tem sido o órgão de informação que maior oportunidade de aparição pública proporciona aos homossexuais.
Makuta Nkondo diz que a comunicação social angolana em alguns casos é responsável pela promoção e inculturação de aspectos negativos aos hábitos e costumes da tradição Bantu. “Estes são os efeitos negativos da globalização. O canal 2 da TPA se dependesse de mim seria abolida. Essa televisão promove a homossexualidade, promove até a promiscuidade sexual, promove até o nudismo. Promove tudo que é negativo do ponto de vista da sexualidade”.

Makuta Nkondo entende que o canal 2 da televisão angolano é um veículo fundamental que faz parte da televisão oficial de Angola e que faz a política televisiva do estado.
 “O canal 2 da TPA é um empecilho que temos a propósito da nossa cultura bantu, é um canal que deve ser abolido. O governo devia tomar medida para pôr fim a este canal”.
A não descriminação dos homossexuais seria a atitude mais aceitável para coabitação harmoniosa entre os povos. O Psicólogo Carlinhos Zassala entende que o problema deve ser visto numa visão mais global. Descriminar não seria o caminho mais adequado que se deve adoptar. Hoje em dia a discriminação é um estigma, tal como acontece com as pessoas que sofrem de SIDA, disse.

O melhor seria compreender e ver em que medida devemos ajudar as pessoas com este comportamento que foge a normalidade. É importante segundo psicólogo analisar a predominância desta orientação e ver a possibilidade de se aplicar uma terapia.

O Jornalista Makuta Nkondo apresentou ainda uma outra visão sobre o assunto. Para o ex-deputado da UNITA por força de um decreto o governo angolano devia proibir a homossexualidade dentro das suas fronteiras.” O Executivo angolano tem que exarar um decreto que proíbe a homossexualidade ou o lesbianismo em Angola. Toda determinação do exectivo é respeitada, só a força de um decreto pode proibir a exemplo de outros países como o Uganda”.

A homossexualidade é uma preocupação silenciosa que ainda não despertou atenção dos políticos angolanos para uma possível legislação. O Jurista Mbote André julga que esta prática é uma realidade nova para Angola que do ponto de vista legislativo ainda está no silêncio. Na lei angolana não existe claramente um tratamento penal sobre a questão, mas ela deve ser vista na perspectiva moral, salientou
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LUANDA: Partidos da Oposição Em Angola reconhecem falta de unidade

Partidos da Oposição em Angola reconhecem falta de unidade

Fonte: Voanews
Divulgação: Planalto De Malanje Rio capôpa
Partidos da Oposiçao em Angola reconhecem falta de unidade
Partidos da Oposição em Angola reconhecem que falta de unidade entre si tem sido um obstáculo à alternância do poder. Porém, acusam o partido do governo de aproveitamento político e de incentivar os dissabores no seu seio dos oposicionistas.
Oposiçao não se entende
A ausência de uma estratégia comum entre as forças políticas na oposição, bem como as intrigas internas no seu seio, alegadamente fomentadas pelo MPLA, constituem um "iceberg" para os partidos da oposição em Angola se afirmarem como alternativa ao poder.
N´donda N´zinga Porta-voz da FNLA valoriza o desempenho da oposição, mas salienta que se precisa o essencial, "uma plataforma de concertação permanente que deve existir entre os partidos para enfrentar o gigante chamado MPLA".
O partido no poder segundo a oposição política angolana tem posto a sua mão invisível nos dissabores internos de muitas forças políticas da oposição.
A UNITA, segundo Adalberto da Costa Júnior, deputado pela bancada parlamentar do Galo Negro, tem tomado várias iniciativas que visam a unidade e a definição de estratégias comuns para alternância política da liderança da governação do país.
As fragilidades levam a que muitos partidos se deixam corromper e se subverter, "nós tivemos na legislatura anterior o caso mais engraçado, e este eu vou apontá-lo, da Nova Democracia, que se assumia como um partido da oposição, mas comutava permanentemente com o partido do «regime» com todas as consequências que isto tem". Um mau exemplo, de acordo com Adalberto da Costa Júnior para o caminho da democratização que se pretende fazer.
O deputado da UNITA aponta ainda como exemplo de iniciativas do seu partido o «Novo contrato social» apresentado recentemente ao Presidente da República durante a audiência que manteve com o líder do Galo Negro.
O Vice-presidente da CASA-CE, Convergência Ampla de Salvação de Angola-- Coligação Eleitoral, Manuel Fernandes, pensa que o problema da oposição não consiste na falta de coesão, mas sim  na pobreza extrema que torna os militantes de algumas forças políticas vulneráveis a aliciamentos.
Para o político estratégias do género, supostamente gizadas pelo MPLA, dão a imagem de uma oposição política fragilizada, contrariamente aquilo que é real.
Joaquim Nafoya Secretário Nacional para Informação do Partido de Renovação Social, PRS, ressalta igualmente o alegado aproveitamento político do MPLA da pobreza material da oposição aliada ao oportunismo de muitos políticos.
A oposição carece de inteligência para contornar as estratégias do partido governante.
A FNLA pensa que a oposição enquanto alternativa para governação do país precisa saber contornar o jogo estratégico do partido governante. “Se fizermos o jogo do partido no poder a oposição vai continuar fragilizada".
A vaidade política de algumas formações partidárias tem sido um obstáculo à criação de uma plataforma política que trabalhe em comum para se encontrar uma alternativa para o país. Joaquim Nafoya Secretário Nacional para Informação do PRS pensa que falta nos partidos da oposição mais inteligência para um trabalho em conjunto, que visa à unidade e a criatividade no sentido de forçar o partido governante a fazer o melhor.
"A oposição se não faz mais não é porque o regime não deixa, mas, é porque nós próprios não temos sido inteligentes".
O Porta-voz da FNLA é igualmente a favor de uma maior inteligência da oposição para gerir os seus problemas preservando a contenção na linguagem. "a oposição não deve levar a vida a distrair-se com ataques entre si porque quem ganha com isto é o partido no poder", assegurou N´donda N´zinga.
A CASA-CE tem uma visão diferente sobre o estado e o papel desempenhado pelas forças oposicionistas em Angola.
Para Manuel Fernandes as acções positivas da oposição têm sido ofuscadas, sobretudo pela imprensa. Trata-se de uma estratégia da comunicação social estatal para detratar a imagem da oposição política angolana. "Infelizmente este é tipo de comunicação social que temos", ressaltou o também líder dos POC´s, Partidos da Oposição Civil.
Oposição defende coesão ventre si para alternância do poder nas autarquias e nas eleições gerais de 2017.
A CASA_CE entende que se precisa desenvolver uma unidade de acções de toda oposição para reduzir a alegada «máquina da fraude» dos processos eleitorais.
"Toda uma máquina tendente a inverter a vontade popular diante dos resultados eleitorais pode ser feita, pode ser maquina se a oposição não estiver unida", afirmou Manuel Fernandes, deputado à Assembleia Nacional e vice-presidente da CASA-CE.
A Frente Nacional para Libertação de Angola é a favor da realização de um estudo profundo para estancar as alegadas fraudes eleitorais. Para o Porta-voz da FNLA, N´donda N´zinga apesar das boas iniciativas da oposição a maioria do MPLA não permite a sua valorização no parlamento. "Tem que se inverter este quadro", disse o político.
Pelo andar da carruagem e pela acomodação da oposição política com 45 deputados na Assembleia Nacional, o Secretário Nacional para Informação do PRS mostra-se céptico. Joaquim Nafoya entende que a existência de partidos políticos satélites pode dificultar o trabalho da oposição. "Os 45 lugares da oposição no seu todo na assembleia Nacional não resolve o problema do povo".
Joaquim Nafoya Secretário Nacional para Informação do PRS.
Em Novembro de 2013 por iniciativa da UNITA foi realizada uma «mega» manifestação de protesto em todo país, alguns partidos da oposição abraçaram a causa do Galo Negro, mas outros, por sinal a maioria, preferiram distanciar-se deste acção.
Durante a manifestação a polícia lançou gás lacrimogénio, efectuou disparos e socorreu-se da brigada canil e da cavalaria, além de outros meios bélicos para travar a manifestação que resultou em um morto e vários feridos.
Os protestos terminaram em tragédia, um militante da CASA-CE foi morto a tiro supostamente por um militar afecto à guarda presidencial angolana.
Até a data presente não há qualquer concertação comum entre as forças políticas da oposição no sentido de pressionar os órgãos de direito a esclarecerem o crime e julgar o autor dos disparos que levaram à morte Wilbert Ganga, jovem de 29 anos de idade que militava na CASA-CE.
Voanews.co
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