sexta-feira, 18 de agosto de 2017

LUANDA: Mudar O País Com Esse MPLA Ladrão!

MUDAR O PAÍS COM O ESSE MPLA LADRÃO!
Estamos na recta final das eleições se é que se pode chamar a essa confusão fraudulenta eleições. Porém outros desgastantes desafios nos esperam. O MPLA é o partido que sustenta a ditadura há mais de 4 décadas, contudo sabe-se que esse MPLA que por aí anda a mentir a torto e direito, é um partido eleitoralista profissionalizado em fraudar eleições, além de ser adepto do banditismo politico e igualmente ser o criador das organizações criminosas do colarinho branco que proliferam em toda extensão do território angolano, e não só.
Fonte: Planalto de Malanje Rio Capopa
18/08/2017
Daí é necessário ter atenção e cuidado redobrado.
Seria um milagre de grandes proporções se as promessas de mudar o país saídas da gargantona de João Lourenço ma pratica se realizassem. Tudo que esse general do regime diz não passam de falácias, que serve apenas para inibir e/ou embalar os distraídos que no MPLA, continuam a viver anestesiados de medo de perder privilégios.
 Temos hoje a obrigação de rescrever a nossa história, mudar o rumo que o país leva, para bem do povo, que confiou a sua defesa em nossas mãos. Porém, é preciso entender, que apesar de termos chegado ao fim da dita campanha eleitoral, a caminha ainda não terminou, a peleja continua.
 Temo que precisamos urgentemente de recarregar as baterias e continuar a luta até conseguirmos desatar o laço do passarinheiro e afugentar o espectro tortuoso da malignidade da ditadura. É verdade que o balanço de independência feitos com realismo é tremendamente deficitário. Só para clarear a situação uma pouco mais perceberemos que ao fim de 42 anos da nossa independência, apenas um partido este e esta no poder a cal e ferro.
Por mais bizarro que seja, essa é a nossa realidade, esses arautos da ditadura feitos democratas da noite para a madrugada têm a arrogância de afirmar terem nascido escolhidos para governar, os outros que se lixem.
Hoje em Angola todos temos a percepção real que a escolha do novo presidente não depende da vontade dos autóctones angolanos, essa eleição do general malandro do regime a muito foi cozinhado in sito no laboratório da casa de segurança do presidente da republica cessante.
Isso significa dizer, que o MPLA não tem condições para mudar o país. Essa situação abrange o candidato cabeça de lista indicado por José Eduardo dos Santos. João Lourenço é um simulacro que não tem coragem suficiente, não tem moral nem ética para banir a corrupção corrosiva que impera em toda extensão do país.
 Isso de rir, mas em abono da verdade, o general João Lourenço sequer tem permissão para afastar a gatuna Isabel dos Santos de PCA da SONANGOL, nem o ladrão Filomeno dos Santos “Zenu” do fundo soberano da roubalheira.
Seria um erro crasso injustificável para os angolanos, e, também não faria sentido algum para qualquer angolano passar um enorme cheque em branco, á alguém como João Lourenço, que durante 40 longos anos de serviço prestados ao alto nível a ditadura nunca se reviu nem se posicionou como defensor do povo, a quem JL hoje como candidato a presidência da republica pede maioria qualificável para governar.
A situação de João Lourenço torna-se ainda mais irónica por quando, o pretérito general da ditadura nunca emprestou a sua voz para defender o sofrido povo.  O general o povo não passa de uma classe utilitária em tempo de campanha, ele o povo é soberano na hora de votar, e depois retrocede a sua condição de escravo dependente do poder politico.
João Lourenço não liga nenhuma para o povo, nem mesmo a opinião do povo serve para alguma coisa, ele sempre se negou peremptoriamente em defendê-lo, aliás, para o candidato do MPLA o povo nunca foi dado em achado.
Nem é preciso falar das liberdades de expressão, de ir e vir e de manifestação publica suprimidas pela ditadura, com a ajuda especial daquele que hoje se diz defensor do povo, e ainda se arroga apresentar-se nas sua redes sociais como (EU SOU ANGOLA), pôde isso acontecer camaradas! Apesar de ser uma atitude petulante, é sim verdade, para confirmar basta verificar o Twitter do candidato.
Essa atitude não é de todo estranha, João Lourenço sempre fez parte do arco da governação e para isso foi treinado por José Eduardo dos Santos, a estrela maior da supremacia promocional da corrupção e gatunagem em Angola.
Não é decoroso e nem fica bem ao apadrinhado de JES, tentar desviar as atenções com expressivas fake news levianas, que servem apenas para desviar as atenções da fraude eleitoral em curso. Não se pode erigir castelos no ar, sobretudo com medidas divisionistas pouco inteligente.
O povo cresceu e amadureceu, porém os politico da ditadura continuam na mesma, esses senhores da ditadura só sabem dedicar-se a atiçar ódios criando condições para intervirem militarmente mesmo sabendo que o povo está completamente desarmado.
Além do mais, o perfil de povo estúpido desqualificado, e manobrável a muito morreu e foi enterrado numa campa, que contem uma lapide com os seguintes dizeres com letras garrafais, (AQUI JAZ O POVO ESTÚPIDO OUTRORA MANIETADO). Ainda há duvidas a respeito camarada João Lourenço?
Sem negar a verdade, posso assegurar que o general do regime João Lourenço não é uma pessoa benigna nem confiável. Por outro lado, afianço que João Lourenço não conhece os angolanos, nem mesmo os lobitangas da Canata ele conhece. Estamos na reta final da campanha sem saber para onde os corruptos e gangsters nos levarão, sobretudo se a indesejada fraude eleitoral esperada se confirmar.
Temos de levar em conta, que João Lourenço passou tempo demais longe do povo, foram cerca 40 longos anos a servir cegamente o ditador, ele sabe bem que se incomunicou com o povo, e assim, dilacerou totalmente o seu património politico e consequentemente perdeu todo contacto com ele.
Temos por isso a responsabilidade de sermos tolerantes para não nos igualarmos a ele, sem, contudo, abrir mão dos princípios que norteiam a razão da nossa luta. Em síntese, os angolanos não querem uma miniatura de José Eduardo dos Santos fingindo ser presidente, nem desejamos ter um ditador mirim para continuar a azucrinar a nossa vida e assim inviabilizar uma vez mais as reformas que desejamos ver incrementadas.

O militante do MPLA que votar em João Lourenço saiba que estará a adiar o futuro dos angolanos por mais 5 anos. Só um louco desprovido de princípios éticos e morais votaria em João Lourenço e nesse MPLA. Mas digam lá, como mudar de verdade o país com esse MPLA vadio a gatuno que estamos com ele há 42 anos?

LUANDA: Angolanos Querem presidente Ungido Pelo Voto Popular

 ANGOLA QUER PRESIDENTE UNGIDO PELO VOTO POPULAR
A fonte da pobreza exasperante dos angolanos, advém da falta da presenta de espírito e da inexistência de amor a Deus e ao próximo conjugada, com a falta de respeito pelo povo, que os mais altos dirigentes brucutus do partido nutrem pelo povo que explora inexoravelmente. Além do mais, a fome e a miséria não têm a empatia da democracia. também o povo não se compadece com a fraude eleitoral. O contingentismo entre o MPLA e a componente civil social da politica activa agrava de sobremaneira a frágil estabilidade social que o país atravessa.
Fonte: Planalto De Malanje Rio Capopa
18/08/2017
Resultado de imagem para eleições angolanas fotosÉ nesse momento critico para todo país, que os meus distintos camaradas, o Marcolino Moco e Artur Pestana (Pepetela), sujeitaram-se a assumir publicamente o papel de cabos eleitorais de João Lourenço, o indicado de JES.
 E essa hein camaradas! E eu é que sou o bandido e invejoso!  O nosso povo não merece esse tipo de tratamento vindo de pessoas que deviam estar ao seu lado defendendo-o desses parasitas, que se apossaram indecentemente do poder.
Em Angola, bandidos gatunos milionários e os larápios multimilionários safados esbanjam opulência e risonhos caminham impunes de mãos dadas. A ação politica se hoje está demasiado polarizada entre duas partes contendentes, de um lado esta a minoria dos adeptos e gestores da ditadura, e do outro a maioria dos que querem livrar-se dela. No entanto, a verdade é que temos um país atípico gerido por criminosos do colarinho branco, que vivem acobertados a sombra do tedioso poder judicial.
A pergunta que não quer calar, será que João Lourenço conseguirá mesmo neutralizar a corrupção tão enraizada no seio da superstrutura do MPLA e do regime? Camarada João Lourenço não brinque com a inteligência dos angolanos, brincadeira tem ora meu camarada, e a ora para gracejo não é essa.
Quando ouço os discursos vespertinos do camarada candidato de JES as eleições, fico até aboamado com a expressiva eloquência insensata expressas que se tornam a cada momento mais inóxios. Dá até impressão que o alter-ego do candidato foi gravemente atingido pelo complexo de édipo mal resolvido, onde o pai, fundador da dinástica ditadura impõe a regra da fidelidade canina ao filhote frangote e candidato a ditador mirim. Qual Kim jong-Il (pai) qual Kim Jong-Un (filho) Isso em Angola não vai pegar.
Em N’dala-tando e Malanje não existe essa de engrandecer os discursos dos filhos da ditadura, podem até vir com suas múltiplas feitiçarias, mas aqui eles não prosperam. Aqui no Norte, eles entram a falar demais, mas, acabam por sair caladinhos. Que o digam o antigo Presidente da Republica, dr António Agostinho Neto, e o agora candidato a Vice-presidente Bornito de Sousa Diogo.
 João Lourenço fala que fala, mas nada diz, parece até um vulgar tagarela, feito computar adulterado que tem o disco regido infectado com vírus da desinteligência. Os angolanos não precisam conviver ancorados as incongruências do JL e de seus amigos, temos que dar a volta por cima e deixar de sermos temerosos e/ou trémulos, como se todos padecêssemos da alzheimer.
 O regime mergulhou o país num rio de as aguas turvas, que banham o enevoado regime. Se essa enchente de aguas turvas não forem drenadas com a urgência necessária, a situação poderá fugir ao controlo e o país poderá descambar, e, afundar-se no tenebroso mar do esquecimento.
O país segue imparável em direcção a sua previsível desintegração social.  A base social do país está rachada ao meio, foi atingida fortemente pela instabilidade politica económica social.  De um lado estão os muito ricos que somam 7% da população e do outro estão os 93% dos muito pobres sem esperanças de sobreviver.
Por si só, essa situação cria um desalento perigoso e demonstra a insuperável situação de descrédito por que passa o regime. Essa vulnerável governação inviabiliza de todo o desenvolvimento económico, por outro lado, fragiliza o MPLA pela longevidade no poder, alem disso, a campanha do MPLA não nos apresentou até aqui nenhuma agenda credível, reformadora com programas sérios e implementáveis que ajude  o país a sair da crise que fomos jogados pelo presidente que governa Angola há 38 anos inenterruptos.
Além disso os sucessivos governos do MPLA não conseguiram transmitir segurança aos cidadãos nem tão pouco uma agenda de reformas económicas após 42 anos de poder, nem conseguiram assegurar de forma contundente o funcionamento tranquilo das instituições do estado com total independência.
O regime não tem condições para brecar a profundidade da crise observada, a sociedade no seu todo está incrédula e preocupadas com o aprofundamento da crise que proporciona o roubo do que ainda resta do país.
Não é de estranhar que essa situação atinja fortemente 93% da população, que actualmente vive abaixo da linha de pobreza. Infelizmente para os angolanos, os mais altos dirigentes do partido afastaram-se do propósito de defender e permanecer ao lado do povo. Quis o destino que assim não fosse, o MPLA constituiu-se em carrasco do povo.
 O MPLA de JES esta lotado de mercenários narcisistas, que apenas querem o poder pelo poder, e assim continuar a deslapidar sofregamente o erário publico nacional. O importante para eles é ver quem rouba mais, e quem melhor esconde o fruto do roubo no exterior
 Alem disso, o país politico está de todo polarizado. De um lado está a quadrilha criminosa minoritária dos muito ricos empoderada. Do outro lado está 93% daqueles que são impiedosamente execrados e destituídos de todos seus direitos e surripiadas as suas riquezas por aquela minoria de 7% dos que infernizam a vida do povo há 42 anos.
No passado recente, indaguei a campanha de João Lourenço para saber com quem e para quem ele governaria, caso ganhe as eleições, até hoje não obtive qualquer resposta.
Hoje vou reformular a pergunta da seguinte maneira: como, com quem, e para quem JL governaria o país? JL sabe que tem a perna um MPLA engripado e imaturo politicamente apesar dos anos de estrada, JL também tem consciência que é observado silenciosamente pelo MPLA sempre desconfiado.
Ao longo dos anos de absoluto totalitarismo, o MPLA foi ingloriamente inábil na forma como lidou com a sensibilidade do povo. Por outro lado, a ganância dos dirigentes levou o partido a prestar um serviço, que redundou num estrondoso desserviço publico-social para o país.
Ainda assim, o MPLA ainda que desencantado, não consegue deixar de conduzir o país através do retrovisor, quando deveria conduzi-lo pelo para-brisa olhando para frente. De facto, a verdade é que o povo não vê melhorias que lhe permita arvorar esperanças de dias melhores após as eleições. Aliás, esse MPLA doente que aí está, nada mais é que um partido anestesiado que perdeu a capacidade de sonhar os sonhos do povo. O MPLA está sem saída, e nada mais tem a dar ao país. Sinceramente esse MPLA que aí está, se manter-se novamente no poder, certamente o povo ficará ainda mais pobre.
Pessoalmente sou dos que não gravita em torno de teorias pré-concebidas, nem sou dos que afirma que os políticos corruptos. Não existe politico corruptos nem maus, somos nós cidadãos quem coloca no poder gente corrupta e maldosa, nós somos os únicos culpados por haver bandidos desqualificados sem ética e sem moral no poder. Ninguém nasce politicamente corrupto, eles entram bandidos e corruptos no poder.
O séquito que acompanha o MPLA/JES não permite que o soberano fiscalize a governação e os excessos do poder, igualmente eu não faço concepções aos corruptos. A esse bando de corruptos e gatunos desalmados, combato-os frontalmente de forma contundente como deve fazê-lo qualquer filho autóctone legitimo. Meu único objectivo é o de continuar a lutar contra as injustiças.
Hoje estou certo que nenhum angolano quer ter em presidente da república fraco, maneável e híper-dependente do seu antecessor. Como já afirmei antes, João Lourenço não é o candidato desejado pelo partido, que surge com força politica necessária para alterar o funcionamento das regras impostas pelo regime decrepito que opera o xadrez politico nacional. Aliás, ele é mais do mesmo, só que demasiado fraco, e para agravar mais, ele não tem nenhum projecto, nem qualquer programa pessoal politico-pessoal para o país.
 João Lourenço ainda não se apercebeu da sua real fragilidade e fraqueza, ele pensa estar a dar-nos alguma coisa, quando na verdade não dá coisa nenhuma. O angolano não quer que a fraude eleja o presidente da republica. Queremos todos que Angola tenha um presidente ungido pela violência da verdade que o voto popular produz.   

LUANDA: Relatório Da Deloitte Sobre As Eleições: Uma Mão Cheia De nada

RELATÓRIO DA DELOITTE SOBRE AS ELEIÇÕES: UMA MÃO CHEIA DE NADA


A empresa angolana Deloitte & Touche Auditores Lda. procedeu a uma pomposamente designada auditoria à solução tecnológica destinada à realização das eleições gerais de 2017.O seu relatório de 18 páginas  é igual a nada, no que diz respeito aos aspectos fundamentais do processo eleitoral.
Comecemos pela empresa propriamente dita. Embora tenha a designação global da grande marca de auditoria britânica e faça parte da rede mundial desta organização, a Deloitte que elabora este relatório é uma empresa angolana legalmente independente de outras Deloitte, pelo que a sua chancela de qualidade resulta apenas e só das operações, melhores ou piores, que tenha realizado em território nacional. Ora, até Junho de 2017, a Deloitte Angola era liderada por Rui Santos Silva, gestor muito próximo da elite angolana, que tinha, entre outros, o privilégio de ser recebido em audiência pelo presidente da República, e de quem se afirma que gere várias fortunas angolanas, designadamente em fundos nos Emirados Árabes Unidos, especialmente no Dubai, podendo estar envolvido nas transferências detectadas de fundos do BESA para o Dubai já identificadas por outros auditores. Portanto, em termos de imparcialidade, não temos qualquer razão para confiar nesta Deloitte. Já nas eleições de 2012, a empresa se tinha prestado a um papel muito duvidoso, como na altura denunciámos no Maka Angola.
Agora o cenário repete-se. O relatório da Deloitte é um conjunto de platitudes que nada adiantam, e nada adiantam porque, como o próprio relatório afirma na página 7, “os sistemas de suporte às assembleias de voto (tablets, respectiva rede de comunicações e o Centro de Atendimento ao Tablet) não se encontram no âmbito da nossa revisão da Solução Tecnológica, pelo que não foram considerados no nosso trabalho”.
Isto quer dizer o seguinte: o coração do processo eleitoral não foi auditado. O local onde os votos reais são efectivamente colocados, onde as pessoas exercem o seu direito, não foi auditado. Apenas se começa a auditoria nos Centros de Processamento Municipais.
Tal procedimento é uma brincadeira, e qualquer profissional responsável dever-se-ia recusar a assinar um trabalho que garante a fiabilidade de um sistema quando não analisa a sua raiz.
É como descrever o Rio Kwanza, não a partir da nascente no Mumbué, mas apenas desde o Dondo.
Ou, em termos matemáticos, o que acontece é que a base do raciocínio não é fiável, logo, tudo o resto pode estar errado. Exemplifiquemos: a força política A pode ter 10 votos na Assembleia de Voto X, mas não há nada que impeça que surja com 20 votos no Centro de Processamento Municipal. E será essa a base: 20 votos e não 10. Os 20 votos serão depois certificados ao longo do sistema até ao final, mas estão errados, porque a base era 10. Trata-se de um processo de certificação do logro.
Este ponto basta para desqualificar o Relatório de Auditoria da Deloitte: se a base do sistema não é fiável, como se pode afirmar que o sistema é fiável? Não é possível.
Acresce que, apesar de o relatório afirmar a fiabilidade do sistema, acaba depois, a páginas 16-17, por efectuar variadas recomendações. Essas recomendações estão num português tão redondo e abstracto, que dão para tudo e nada, tal é a sua generalidade e vacuidade.
Em suma, o relatório da Deloitte é um exercício de fingimento, em que a empresa certifica um sistema sem assegurar a sua base e produz tantas recomendações, que tudo lá cabe. Não deixa ninguém descansado.

LUANDA: A Corrida Aos bens Do Estado: Saquear Até Ao Fim

A CORRIDA AOS BENS DO ESTADO: SAQUEAR ATÉ AO FIM


Nos últimos tempos, o ritmo a que José Eduardo dos Santos distribui os activos do Estado pelos seus filhos e testas-de-ferro acelerou brutalmente.
O ainda presidente tem transferido todos os contratos públicos que consegue para o nome dos “seus”, enriquecendo e empoderando filhos e associados.
Com a entrega das obras de construção do Pólo Industrial de Fútila, em Cabinda, à empresa Benfin, SA, cujo accionista de referência é José Filomeno dos Santos (Zenú), o presidente coloca o controlo económico estratégico desta província nas mãos do seu filho e dos amigos deste. Essa medida surge na sequência de duas outras através das quais o presidente entregou a construção e a concessão do porto de águas profundas de Caio e de parte do sector de electricidade em Cabinda ao seu filho e amigos.
Senão vejamos.
Em Julho passado, a ministra da Indústria, Bernarda Martins, foi a Cabinda “para testemunhar o arranque destas obras adjudicadas à empresa Benfin, SA”, através do despacho presidencial n.º 70/15.
O referido decreto extinguiu o Gabinete Técnico de Implementação do Pólo Industrial de Fútila, por falta de dinheiro público. Por ajuste directo – para o qual não se vislumbra fundamento legal, podendo por isso ferir de nulidade todas estas aventuras de última hora – o presidente mandatou a ministra da Indústria para negociar um acordo de parceria entre o Estado e a empresa angolana Benfin SA. Dos Santos exaltou a “reconhecida capacidade técnica e financeira” da Benfin SA, uma empresa de construção desconhecida e sem quaisquer provas dadas no mercado. A essa empresa, por ordem presidencial, cabe “concluir e explorar a obra de construção do Pólo de Desenvolvimento Industrial do Fútila, incluindo o modelo de negócio e de gestão sem recurso ao financiamento público”.
O mesmo decreto mandatou ainda os Ministérios da Indústria e dos Petróleos para estabelecerem acordos com as empresas do ramo petrolífero com vista à sua transferência da Base Petrolífera do Malongo para o Fútila. Pela mesma via, a Sonangol e a Cabinda Gulf Oil Company (Chevron) foram instadas a cumprir com o referido decreto.
Assim, pela mão de José Eduardo dos Santos, estabeleceu-se a sustentação do negócio atribuído ao filho. Como bom pai, Dos Santos entrega a José Filomeno um grande negócio com a receita lucrativa imediatamente disponível.
A Benfin SA foi constituída a 21 de Dezembro de 2007, tendo como accionistas fundadores José Filomeno de Sousa dos Santos, Jean-Claude Bastos de Morais, Júlia Germana Bastos (prima de Jean-Claude Bastos de Morais), Gilberto de Jesus Cabral Pires e Mirco de Jesus Martins (enteado do vice-presidente Manuel Vicente). O mesmo grupo de sócios também detém a propriedade da Benguela Development S.A, uma das beneficiárias do Fundo Soberano de Angola (FSDEA), presidido por José Filomeno dos Santos, e outras sociedades em conjunto.
O principal argumento para a adjudicação do Pólo foi a incapacidade financeira do Estado para desenvolver o projecto, iniciado em 2010. Ao todo, os orçamentos gerais do Estado de 2013 e 2014 dedicaram um total de 44.7 milhões de dólares à construção do Pólo Industrial do Fútila. Actualmente, o governo afirma que, do conjunto total das obras de construção, já foram executados:
– 35 por cento da rede de abastecimento da água;
– 20 por cento da rede de instalação eléctrica, iluminação pública e informática;
–  dois dos edifícios: um dos serviços administrativos, outro dos bombeiros.
Contudo, no local de construção não há sinais de onde se terá gastado sequer uma ínfima parte desse dinheiro. Há dois esqueletos de pequenos edifícios (rés-do-chão e primeiro andar) e um tanque de água em construção tomado pelo capim. O estaleiro está abandonado e com bastante capim à volta, e só há uma guarnição militar. Onde foram parar os 44.7 milhões?
As obras paradas do Pólo Industrial de Fútila.
No mesmo ano, a 19 de Dezembro de 2015, o presidente exarou o decreto n.º 230-A/15, através do qual emitiu uma Garantia do Estado no valor de 751 milhões de dólares a favor da empresa Caioporto SA, liderada por Jean-Claude Bastos de Morais, o principal sócio e testa-de-ferro do seu filho Zenú. Tal era a urgência do projecto, conforme argumentou o presidente, que entregou a sua construção e concessão, por 60 anos, a uma empresa que só existia no papel.
Inicialmente, a Caioporto SA comprometia-se a obter financiamento privado para o projecto, mas em 2016 ficou claro que não tinha tal capacidade e que o objectivo real era praticamente “oferecer” uma obra de centenas de milhões de dólares aos esquemas da dupla Zenú/Jean-Claude. José Eduardo dos Santos exarou então outro decreto presidencial n.º 238/16 assumindo que o Estado é o financiador do Porto do Caio através de uma linha de crédito concedida pela China. A Caioporto tinha ainda a obrigação de contribuir com um financiamento de 15 por cento do valor total da obra, inflacionado para 831 milhões de dólares, 290 milhões de dólares a mais do que o valor que havia sido estipulado para a construção do Porto. José Filomeno dos Santos pagou a parte da Caioporto, com recurso ao Fundo Soberano, de que é presidente. E pagou 56 milhões de dólares a mais do que os 15 por cento requeridos pela Caioporto S.A.
Como é que o Estado faliu para uma obra modesta como a do Pólo de Fútila, mas encontrou mais de 800 milhões para entregar de bandeja a concessão do porto do Caio à dupla Jean-Claude/Zenú?
Por sua vez, o mesmo Jean-Claude, que lidera essas “engenharias”, já demonstrou depender quase exclusivamente dos cofres do Fundo Soberano de Angola para as suas iniciativas empresariais. A Benfin SA é uma empresa obscura, como são as outras do universo da dupla Zenú/Jean-Claude. Tanto é que quem aparece como representante quer da Caioporto SA quer da Benfin SA, em Cabinda, é o tio de Jean-Claude Bastos de Morais, Manuel Nunes Barata. Nem conseguem disfarçar a promiscuidade (ou será que nem precisam do fazer?).
A Electricidade
No princípio do ano, através do decreto presidencial n.º 25/17, José Eduardo dos Santos atribuiu à Vavita Power SA a concessão para a construção e operação da Central Termoeléctrica de Malembo, que deverá custar mais de 200 milhões de dólares. Essa empresa-fantasma está alojada – assim como a Caioporto S.A – na sede do Banco Kwanza Invest e tem, entre os seus testas-de-ferro, a mulher, o tio e a prima de Jean-Claude Bastos de Morais, respectivamente, Manuela Ganga, Manuel Nunes Barata e Júlia Germana Bastos.
O Banco Kwanza Invest foi fundado pela dupla Zenú/Jean-Claude e tem servido como “canal de escoamento” de dinheiro do Fundo Soberano de Angola. Manuela Ganga serve também como directora-geral da empresa Uniqua Consulting Gmbh, que é consultora do FSDEA, e do projecto social Fábrica de Sabão, idealizado por Jean-Claude Bastos de Morais e financiado pelo FSDEA.
O Fundo Soberano de Angola é pouco mais do que um cofre privado da dupla Zenú/Jean-Claude, e a população angolano sabe disso. Senão vejamos a recente sondagem efectuada pela empresa brasileira Sensus, Pesquisa e Consultoria:
A Dupla e João Lourenço
Apesar da mudança de presidente, as operações de saque ao património público por parte do grupo de accionistas da Benfin SA parecem estar salvaguardadas. Os seus interesses, enquanto accionistas da Calfisa SA, cruzam-se com os da família Lourenço, escolhida para a sucessão na presidência.
José Filomeno dos Santos e Jean-Claude Bastos de Morais estão envolvidos no negócio de prospecção e exploração de ouro na Huíla. Fazem-no através do consórcio Sociedade de Metais Preciosos de Angola (SOMEPA), em parceria com o Estado (Ferrangol) e o casal Lourenço, que é representado por uma sobrinha, Inockeclina Bens África Correia dos Santos, através da empresa Ralo. Dessa sociedade também faz parte o secretário de Estado do Interior, Eugénio César Laborinho. Na mesma empreitada, através da empresa Kilate, também estão o conhecido general dos generais e deputado do MPLA, António dos Santos França “Ndalu”, e o governador do Kuando-Kubango, Pedro Mutindi.
Essa teia de interesses político-mercantilistas, definitivamente compromete João Lourenço com o Estado corrupto que é Angola.

LUANDA: Calamidade Económica: Diversificação Ou Trambolhão?

CALAMIDADE ECONÓMICA: DIVERSIFICAÇÃO OU TRAMBOLHÃO?


Estranhamente, para um país com tantos problemas económicos como Angola, as questões económicas têm andado bastante arredadas da campanha eleitoral. Também, a verdade manda que se diga que não estamos perante umas eleições normais, num país normal.
As eleições de 23 de Agosto próximo apresentam todos os indícios de fraude, aliás como sempre aconteceu neste país ditatorial “de facto”. É por isso que acaba por parecer aceitável que os problemas fundamentais do país não sejam discutidos: a corrupção, a economia, a saúde e a educação.
Há dias falámos sobre o caos na educação angolana, hoje é a vez da economia.
O trambolhão do preço do petróleo teve consequências dramáticas para Angola e expôs, simultaneamente, a incompetência dos seus dirigentes e a sua corrupção.
Isto mesmo surge expresso na sondagem da Sensus, encomendada pela Presidência da República, que temos vindo a divulgar. A população tem a clara noção do estado calamitoso da economia de Angola, como se verifica na Figura 1. Mais de 80 por cento dos inquiridos afirmam que a situação económica é má ou muito má.
Figura 1: Na sua opinião como avalia a situação económica do país (%)
Depois deste desaire económico, atordoados, os próceres do regime demoraram um longo tempo a perceberem o que lhes tinha acontecido. Finalmente, inventaram uma palavra para definir os novos rumos da economia: “diversificação”. E todos começaram a falar de diversificação. O grande orador nacional do disparate, o deputado João Pinto, afirmou, com a sabedoria de um Calisto Elói camiliano: “O país (…) está a diversificar a sua economia. Basta ver o conjunto de leis que foi aprovado e que alarga a base tributária.” Para João Pinto, a diversificação da economia resulta de palavras e leis. Como se a mudança das leis fiscais indicasse que a economia se diversificara…
Contudo, as atoardas de João Pinto só o convencem a si mesmo e ao seu umbigo belicoso. A sondagem da Sensus é clara como água: pelo menos 83 por cento da população considera não ter havido qualquer diversificação.
Figura 2. O governo do MPLA sucedeu em diversificar as fontes de receita não petrolífera entre 2012-2017? (%)
Na diminuta percentagem dos que acreditam que houve diversificação, deve estar Bornito de Sousa, que variou os seus investimentos e apostou nos vestidos de noiva. A história já foi contada, por isso resume-se aqui o essencial. Por ocasião do casamento da sua filha Naulila Diogo Graça, em 2015, foi noticiado que esta comprou um vestido de noiva, que terá custado vários milhares de dólares, à famosa estilista israelita Pnina Tornai. Na altura, essa compra deu show nos Estados Unidos e foi objecto de um programa na televisão, onde o apresentador Randy Fenoli deu brado ao anunciar que o vestido da jovem custara mais de 200 mil dólares. “Naulila gastou aqui mais do que qualquer outra noiva na história da Kleinfeld”, declarou Randy Fenoli, acrescentando, “saindo com um total de nove vestidos originais Pnina Tornai, uma saia surpresa, bordados personalizados e acessórios. Um total de mais de 200 mil dólares”.
Uma festa da diversificação transmitida pelas televisões internacionais. Diversificação igual, só mesmo a compra de relógios em Cannes pelo principezinho Danilo, neste ano.
Depois desta festa toda, foi anunciado que a filha do ministro se tornara uma exemplar diversificadora da economia, tendo aberto o atelier/loja de Pnina Tornai em Angola em Junho de 2015, no Bairro de Alvalade.
Assim, o vestido milionário da noiva ajudou a diversificar a economia. Espera-se que toda a elite angolana tenha ido a correr ao Solar de Alvalade, Luanda, comprar brilhantes e vestidos de noiva estupidamente caros de marca Pnina Tornai, aumentando a rubrica do PIB (Produto Interno Bruto) relativa ao comércio e serviços.
A questão que agora se coloca é se o investimento de 200 mil no vestido e a abertura da loja em Luanda já geraram lucros suficientes para que as novas leis fiscais anunciadas pelo inefável deputado João Pinto tenham obtido alguma receita fiscal, substituindo as do petróleo.
Se assim foi, devemos congratular o candidato a vice-presidente da República, pela presciência ousada de gastar milhares de dólares em vestidos de noiva. Será ele o autor de uma economia diversificada!
Ficamos a aguardar as novas revelações da máquina de propaganda do MPLA, no sentido de nos confirmar que efectivamente a compra milionária do vestido de noiva da filha do candidato Bornito foi uma das grandes apostas do Governo na diversificação da economia e que alcançou um sucesso invejável.

LISBOA: O Batom Da Ditadura (REVISITADO)

O BATOM DA DITADURA (REVISITADO)


Este foi o título de um histórico artigo de Rafael Marques que desencadeou a fúria do regime do MPLA, sentenciando-o a décadas de martírio, de perseguição política e de ostracismo.
Nesse artigo, Rafael Marques denunciou com vigor as arbitrariedades do regime que já nesse ano 2000 tentava a todo o custo disfarçar a crueza do comportamento de uma ditadura militar com cosméticas de respeitabilidade.
Mas já nessa altura o batom da ditadura começava a não chegar para encobrir o quotidiano criminoso e para branquear a imagem de um MPLA que tentava justificar tudo com a guerra civil contra a UNITA.
As denúncias de Rafael Marques trouxeram ao conhecimento do mundo o assalto à riqueza pública em Angola por uma desenfreada quadrilha de “sanguessugas do poder”, como ele lhes chamou, e vários crimes bárbaros que se iam cometendo a coberto da folhagem luxuriante da mata angolana, nessa terrível e desonesta década de 1980.
E a ditadura do MPLA precisa cada vez de mais batom para esconder a taxa elevadíssima de mortalidade infantil nos hospitais e para tentar disfarçar o sangue que corre entre os diamantes das Lundas.
As próximas eleições são agora a última camada de batom com que a ditadura se tenta disfarçar, confiante de que o oportunismo das comunidades internacionais cúmplices na pilhagem dos recursos angolanos olhe para o lado, ignorando a brutalidade de um regime que conseguiu, num dos mais ricos países do mundo, produzir a maior taxa de mortalidade infantil nas estatísticas da ONU.
Vai ser preciso mesmo muito “batom” para esconder a realidade do quotidiano angolano fora dos condomínios fechados onde a elite se refugia, confiante de que depois do simulacro de mudança destas eleições tudo continue na mesma e lhe seja permitido prosseguir a desenfreada “acumulação primitiva de capital” com que as ditaduras de Leste se justificavam para saquear os recursos naturais dos seus Estados.
O actual problema da ditadura (e as sondagens atestam-no) é que o batom já não chega e está cada vez mais caro.
Longe vão os dias em que o petrodólar de Cabinda comprava espaço televisivo em Portugal para se exibirem, em prime-time, estranhas entrevistas a José Eduardo dos Santos e a Manuel Vicente.
Nessa altura, o dinheiro saqueado aos angolanos comprava uma espécie de Rumo de propaganda que dava ao regime e às suas corrupções endémicas um tratamento cosmético, urdido por profissionais, que tornava tudo quase aceitável.
Entre documentários televisivos generosos e, sobretudo, caros, as vozes críticas do regime iam sendo silenciadas e os propagandistas iam ganhando espaço.
Apareceram os arautos do melhor-mundo-possível, como o “embaixador” Luvualu, mandado pelo mundo fora a tocar uma desafinada pandeireta, entoando cânticos à boa governação e rogando pragas terríveis aos traidores que tinham a temeridade de dizer que em Angola se estava a morrer mais e a comer bastante menos do que no resto do mundo.
Só que agora, sem divisas convertíveis para pagar aos mercadores de imagens, os retratos da realidade angolana passaram a ocupar o espaço que era o da propaganda e não conseguem esconder que este processo eleitoral se passa num dos países mais miseráveis do mundo, onde uma elite desalmada construiu esta espécie de farsa política para continuar entrincheirada nas torres dos seus privilégios.
Só há uma maneira de quebrar este ciclo de violência que dura há 43 anos – é recusar pôr mais batom na ditadura, não lhe dando a legitimidade deste simulacro de voto.
Angola não tem uma Constituição que suporte a democracia. Tem uma Constituição que, na versão actual (já tão longe do modelo original), não dá representatividade aos próprios eleitos e, com isso, insulta os eleitores. Porque não deixa que haja soluções eleitorais democráticas. A Constituição angolana, como tem sido interpretada, serviria bem a Coreia do Norte (onde também não há coligações), ou a Venezuela (onde não há oposições), ou o Zimbabwe (onde os presidentes são perpétuos), ou a Alemanha de Leste com a sua Stasi (que tanto inspirou a actual praxis governativa angolana). Mas não serve de todo para processos democráticos.
É uma Constituição alterada de modo a ser lida como “quem-ganha-leva-tudo”. E isso não é democrático. Não tolera representatividades para além dos vencedores. É uma Constituição de arrogantes, cheia das arrogâncias dos conquistadores. E isso não é decente.
Não contém garantias de que o poder escolhido possa ser fiscalizado por instituições legítimas. É, na verdade, uma Constituição de presidencialismo absoluto, sem mecanismos reais de recurso e de onde advém um Parlamento que de facto está ausente do processo real de decisão.
Não há representatividade democrática e plural possível na actual Constituição angolana.
De facto, assim, em Angola nunca haverá um presidente cessante. Haverá sempre presidentes eméritos, como haverá filhas e filhos de presidentes eméritos, generais eméritos e tudo o mais que a ausência de escolhas políticas impõe a uma nação sufocada por uma ditadura. Um perpétuo circular de legados de influências sem fim à vista, num constante e perigoso incesto político.
Nesta fase, estruturar o exercício pleno e colectivo da cidadania – depois das eleições – é a mais forte mensagem de consciência política que o povo angolano pode transmitir aos seus opressores, e a única via de penetrar nas contas offshore onde se esconde a “acumulação primitiva de capital” e tudo aquilo em que essa acumulação se traduziu, das mansões em Washington às mansões na Flórida ou aos apartamentos no Estoril e no Mónaco.