Polícia Detém 13 Manifestantes em Luanda
por Maka Angola - 19 de Setembro, 2013
A Polícia Nacional deteve, esta tarde, nas imediações do Largo da Independência, em Luanda, 12 jovens manifestantes e um membro de um partido político.
Um grupo informal de jovens, auto-denominado Movimento Revolucionário, havia convocado para hoje, 19 de Setembro, uma manifestação anti-governamental.
Com um aparato de cerca de 2,000 homens, apoiados pela polícia montada, brigada canina e centenas de agentes dos serviços de segurança, as autoridades governamentais abortaram a manifestação.
Às 12h30, efectivos da Polícia Nacional detiveram o secretário nacional do Bloco Democrático e vice-presidente do Sindicato Nacional dos Professores, Manuel de Victória Pereira, nas imediações do Largo da Independência. O político e sindicalista distribuía panfletos do seu partido quando o detiveram.
Em comunicado de imprensa, o Bloco Democrático repudiou a detenção do seu dirigente como um acto “ignóbil” que “confirma o carácter ditatorial do actual Executivo”. No momento de publicação deste texto, cerca de cinco horas depois de detenção, a Polícia Nacional mantinha Manuel de Vitória Pereira em parte incerta.
Coque Mukuta, jornalista da Voz da América, foi retido por agentes policiais durante cerca de 30 minutos, quando tentava apurar o nome de um manifestante detido junto ao cemitério da SantAna.
“Quando o oficial comandante leu o meu passe, disse-me que tinha de ficar ali com eles porque eu estava a interferir com o trabalho deles. Depois de ele ter feito uns telefonemas, ele ficou irritado, ofendeu a minha mãe, bateu-me, com o meu cartão no peito e mandou-me embora”, explicou Coque Mukuta ao Maka Angola.
Antes da hora marcada para a manifestação, 15h00, efectivos da Polícia Nacional detiveram Adolfo António, Adolfo Campos, Amândio Canhanga, Belenguete Kawelele, Carlos Felipe Mavuzanga “Sufixo”, “Dimas Roussef”, Quintuango Mabiala, Pedrowski Teca, Fernando José da Silva, Emiliano e Roberto Gamba “Pastor”, todos conotados com o Movimento Revolucionário.
“O Quintuango Mabiala e o Roberto Gamba estão a ser espancados, neste momento, na 9ª Esquadra da Polícia Nacional, no Sambizanga”, disse ao Maka Angola o manifestante Alex Chabalala.
Luís Francisco, que escapou com mais 20 colegas, às detenções e espancamentos da polícia, confirmou ao Maka Angola o desmaio de um manifestante. “Deixamos um colega nosso estendido no chão, desmaiado. Os polícias pisavam-lhe na cabeça e no abdómen, com botas. Batiam-no com toda brutalidade. Estamos a tentar confirmar o nome dele e se o levaram para o hospital ou cadeia”, disse Luís Francisco.
Ontem, 18 de Setembro, o porta-voz do Comando-Geral da Polícia Nacional anunciou à Televisão Pública de Angola (TPA) o estado de preparação das forças policiais para impedir a manifestação.
O comissário Aristófanes dos Santos afirmou: “Vamos repelir – repito – repelir veementemente todos os atos contrários à ordem e segurança pública e vamos usar da força se necessário for”.
Para além do forte dispositivo policial no Largo da Independência e arredores, onde deveria ter ocorrido a manifestação, vários membros do Movimento Revolucionário tiveram as suas residências cercadas às primeiras horas da manhã.
Raúl Mandela contou que teve de abandonar a sua casa, em Viana, de madrugada. “A minha família telefonou-me depois a informar que havia três patrulheiros a cercar a casa para impedir a minha saída”.
Emiliano Catumbela, detido na tentativa de manifestação em Maio passado, reportou a presença de agentes policiais e dos serviços de segurança, à paisana, junto ao seu local de trabalho para impedirem que se juntasse à manifestação.
No entanto, o manifestante André Francisco “Sovi”, de 32 anos, registou um grande acto de solidariedade popular. Com agentes policiais e de segurança no seu encalço, procurou refúgio numa escola junto ao largo. “Um professor perguntou-me o que se passava. Não menti. Expliquei-lhe directamente a minha condição de manifestante e ele escondeu-me. Um pouco mais tarde, colocou-me no porta-bagagem da sua viatura e deu-me boleia até uma zona segura”.
Os jovens convocaram a manifestação para protestar, de forma pacífica, contra as injustiças sociais. Entretanto, um panfleto posto a circular de forma anónima, em alguns bairros de Luanda, apelava a uma manifestação armada. A Polícia Nacional e os órgãos de informação estatais têm estado a usar este panfleto para acusar os jovens de quererem provocar a guerra no país.
“Esses bandidos que fizeram esse panfleto falso, para manchar o pacifismo do Movimento Revolucionário, colocaram o meu número de telefone e de outros activistas para nos acusarem. Isso é obra do próprio governo”, denunciou Alex Chabalala.
Um grupo informal de jovens, auto-denominado Movimento Revolucionário, havia convocado para hoje, 19 de Setembro, uma manifestação anti-governamental.
Com um aparato de cerca de 2,000 homens, apoiados pela polícia montada, brigada canina e centenas de agentes dos serviços de segurança, as autoridades governamentais abortaram a manifestação.
Às 12h30, efectivos da Polícia Nacional detiveram o secretário nacional do Bloco Democrático e vice-presidente do Sindicato Nacional dos Professores, Manuel de Victória Pereira, nas imediações do Largo da Independência. O político e sindicalista distribuía panfletos do seu partido quando o detiveram.
Em comunicado de imprensa, o Bloco Democrático repudiou a detenção do seu dirigente como um acto “ignóbil” que “confirma o carácter ditatorial do actual Executivo”. No momento de publicação deste texto, cerca de cinco horas depois de detenção, a Polícia Nacional mantinha Manuel de Vitória Pereira em parte incerta.
Coque Mukuta, jornalista da Voz da América, foi retido por agentes policiais durante cerca de 30 minutos, quando tentava apurar o nome de um manifestante detido junto ao cemitério da SantAna.
“Quando o oficial comandante leu o meu passe, disse-me que tinha de ficar ali com eles porque eu estava a interferir com o trabalho deles. Depois de ele ter feito uns telefonemas, ele ficou irritado, ofendeu a minha mãe, bateu-me, com o meu cartão no peito e mandou-me embora”, explicou Coque Mukuta ao Maka Angola.
Antes da hora marcada para a manifestação, 15h00, efectivos da Polícia Nacional detiveram Adolfo António, Adolfo Campos, Amândio Canhanga, Belenguete Kawelele, Carlos Felipe Mavuzanga “Sufixo”, “Dimas Roussef”, Quintuango Mabiala, Pedrowski Teca, Fernando José da Silva, Emiliano e Roberto Gamba “Pastor”, todos conotados com o Movimento Revolucionário.
“O Quintuango Mabiala e o Roberto Gamba estão a ser espancados, neste momento, na 9ª Esquadra da Polícia Nacional, no Sambizanga”, disse ao Maka Angola o manifestante Alex Chabalala.
Luís Francisco, que escapou com mais 20 colegas, às detenções e espancamentos da polícia, confirmou ao Maka Angola o desmaio de um manifestante. “Deixamos um colega nosso estendido no chão, desmaiado. Os polícias pisavam-lhe na cabeça e no abdómen, com botas. Batiam-no com toda brutalidade. Estamos a tentar confirmar o nome dele e se o levaram para o hospital ou cadeia”, disse Luís Francisco.
Ontem, 18 de Setembro, o porta-voz do Comando-Geral da Polícia Nacional anunciou à Televisão Pública de Angola (TPA) o estado de preparação das forças policiais para impedir a manifestação.
O comissário Aristófanes dos Santos afirmou: “Vamos repelir – repito – repelir veementemente todos os atos contrários à ordem e segurança pública e vamos usar da força se necessário for”.
Para além do forte dispositivo policial no Largo da Independência e arredores, onde deveria ter ocorrido a manifestação, vários membros do Movimento Revolucionário tiveram as suas residências cercadas às primeiras horas da manhã.
Raúl Mandela contou que teve de abandonar a sua casa, em Viana, de madrugada. “A minha família telefonou-me depois a informar que havia três patrulheiros a cercar a casa para impedir a minha saída”.
Emiliano Catumbela, detido na tentativa de manifestação em Maio passado, reportou a presença de agentes policiais e dos serviços de segurança, à paisana, junto ao seu local de trabalho para impedirem que se juntasse à manifestação.
No entanto, o manifestante André Francisco “Sovi”, de 32 anos, registou um grande acto de solidariedade popular. Com agentes policiais e de segurança no seu encalço, procurou refúgio numa escola junto ao largo. “Um professor perguntou-me o que se passava. Não menti. Expliquei-lhe directamente a minha condição de manifestante e ele escondeu-me. Um pouco mais tarde, colocou-me no porta-bagagem da sua viatura e deu-me boleia até uma zona segura”.
Os jovens convocaram a manifestação para protestar, de forma pacífica, contra as injustiças sociais. Entretanto, um panfleto posto a circular de forma anónima, em alguns bairros de Luanda, apelava a uma manifestação armada. A Polícia Nacional e os órgãos de informação estatais têm estado a usar este panfleto para acusar os jovens de quererem provocar a guerra no país.
“Esses bandidos que fizeram esse panfleto falso, para manchar o pacifismo do Movimento Revolucionário, colocaram o meu número de telefone e de outros activistas para nos acusarem. Isso é obra do próprio governo”, denunciou Alex Chabalala.