sábado, 25 de janeiro de 2014

LUANDA: Lopo do Nascimento - á saída o discurso para toda vida politica

Lopo do Nascimento – à saída o discurso para toda a vida política

Fonte Marcolino Moco
Divulgação: Planalto De Malanje Rio capôpa
Lopo do Nascimento – à saída o discurso para toda a vida política
A intervenção de Lopo do Nascimento, despedindo-se formalmente de uma, há muito anunciada saída da vida política, que como era de esperar, teve partes escamoteadas na comunicação oficial, seja qual for a face da realidade em que for apreciada, é um marco histórico, no processo político angolano no sentido positivo.
Eu que como amigo pessoal já o censurei pelo seu recuo de uma missão histórica de transformar, dentro do MPLA, as ideias do “novo pan-africanismo” que sustentou no discurso final, senti-me aliviado, no ponto em que as coisas chegaram, e que tenho documentado com propostas concretas “para sairmos disso”, por considerar que o Homem deixou uma mensagem de relevo para a juventude.
Não importam as razões concretas que o terão levado a sair agora, os jovens (por vezes penso que os mais velhos já estão demasiado contaminados por “tribalismos” e “racismos” sempre disfarçados na verborreia do politicamente correcto) dentro do MPLA, na oposição e na sociedade civil, deviam aproveitar este mote para começar a discutir uma saída pacífica duma situação que e já se vais tornando insustentável.
Lopo do Nascimento, Pepetela, eu próprio e tantos outros que das gerações mais velhas, (“comprometidos” com o nosso passado de actores do sistema de partido-único que terminou em 1992, agora reciclado no “eduardismo” do pós 2002) temos esgrimido um discurso sobre os problemas actuais, seremos sempre apodados junto dos mais jovens, pelos mais renitentes dos nossos coetâneos, de não termos o direito à palavra sobre o desejo de mudanças na actualidade. Por vezes penso que é isso cansa Lopo de Nascimento, Pepetela e outros mais velhos que gostariam também de falar sobre o “escandaloso” do presente e são abafados pela força da desgraça dos nossos próprios recursos naturais, que tudo compram, dentro e fora do país.
Lopo do Nascimento, líder da ala do MPLA (de que era o prestigiado Secretário Geral) que foi cobardemente afastada da direccção, no Congresso de Dezembro de 1998, foi sempre a figura tutelar da criação de um novo MPLA, adaptado aos tempos posteriores à queda do Muro de Berlim.
Deve-se dizer agora, com toda a clareza, que foi a partir dessa altura que se construiu o “MPLA” que temos hoje, que após o que chamam “derrota militar da UNITA”, constrói sofregamente um Estado-Etnia política, que entrega todo o poder ao seu líder, para da sua mesa recolher “as migalhas suculentas”. Todo o interesse perdido em contribuir para a construção de Estado-Nação que respeite as diferenças e a diversidade, sem comprar consciências.
Notei com muito apreço as três figuras simbólicas que Lopo homenageou no seu discurso de despedida: Lúcio Lara, Mendes de Carvalho e Nfulupinga Lando Victor. É esta Angola que teremos de construir: a Angola pacífica mas contraditória de todas as raças, de todas as etnias e de todas as regiões, cada um com o seu sotaque, algumas “manias” e diferentes cosmovisões.
Se Lopo, ao longo da sua extraordinária vida política, não conseguiu encher o copo (quem sozinho o conseguiria?), deitou ontem uma gota de volume significativo num copo chamado futuro pacífico de Angola.
Marcolino Moc
o

GENEBRA: Síria: Governo e oposição disponíveis para um primeiro frente-a-frente neste sábado em Montreaux Suíça

Síria: Governo e oposição dispostos a um primeiro frente-a-frente neste sábado


Fonte: Voanews
Divulgação: Planalto De Malanje Rio capôpa

TAMANHO DAS LETRAS
 
O Governo sírio e a oposição vão encontrar-se pela primeira vez frente a frente no sábado de manhã, anunciou o mediador da ONU e da Liga Árabe nas negociações de paz que decorrem em Genebra, na Suíça, Lakhdar Brahimi.

O encontro acontecerá às nove da manhã e a conversa será centrada na declaração de Genebra de 2012 que perspectiva a criação de um governo interino na Síria, país em guerra civil há três anos.

Os enviados de ambas as partes já estiveram na mesma sala, durante a abertura da conferência em Montreaux, em que falou o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.

Mas as negociações têm decorrido com mediadores a “viajar” entre uma sala e outra, para levarem os recados de uma das partes à outra. “Agora concordaram reunir-se amanhã [sábado] na mesma sala”, disse Brahimi numa conferência de imprensa nesta sexta-feira. E adiantou: “As discussões que tive com as duas partes foram encorajadoras.”

SOFALA: Delegado da Renamo desaparecido foi encontrado morto no centro de Moçambique

Delegado da Renamo desaparecido foi encontrado morto no centro de Moçambique


TAMANHO DAS LETRAS
 
O corpo do delegado da Renamo desaparecido há duas semanas no distrito de Nhamatanda, Sofala, centro de Moçambique, foi hoje encontrado sem vida numa mata, disse à Lusa fonte familiar.

O cadáver foi encontrado por caçadores na região de Muda-Serração (Manica, centro), a cerca de 40 quilómetros de Nhamatanda, e depois reconhecido, através da roupa, por familiares de Albano Chimue, visto pela última vez a 7 de Janeiro quando foi levado por dois homens, que se juntaram a outros oito que o esperavam numa viatura.

"O corpo já estava em decomposição, fui recolher ossos" disse Elias Chimue, filho e deputado Renamo, que alia a morte a "atrocidades" políticas.

CUANGO: Policia mata por 500 Kwanzas, cerca de cinco dólares norte americano no município no Cuango, Província angolana da Lunda Norte.

Polícia Mata por 500 Kwanzas no Cuango
Fonte:  Maka Angola 
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
 25 de Janeiro, 2014
Um agente da Polícia Nacional matou ontem, no município do Cuango, província da Lunda-Norte, o motociclista Carlos Xavier, de 19 anos.

Henriques Tomás, pai da vítima, disse ao Maka Angola que o agente não identificado atingiu o seu filho no abdómen, por volta das 17h00, tendo causado a exposição de parte dos intestinos.

“O meu filho parou no controlo, que é uma corda atravessada na estrada, por ordem do polícia. Atrás dele vinha outro moto-taxista, e o agente mandou-o parar também e exigiu o pagamento para passarem o controlo”, explicou o pai. O segundo moto-taxista, não identificado, recusou-se a pagar os 500 kwanzas (US$ 5) que lhe foram exigidos─ aquilo a que os jovens locais chamam de “taxa de extorsão” ─ e protestou verbalmente contra o comportamento policial.

“O polícia começou a espancá-lo, e o jovem decidiu defender-se. Então, o polícia foi buscar a arma na tenda e, enquanto isso, o jovem fugiu”, disse Henrique Tomás.

Testemunhas locais corroboraram que o agente, irritado com a fuga do segundo motociclista, transferiu a sua fúria para Carlos Xavier, que aguardava “pacientemente” por uma decisão sua.

“O polícia acusou o Carlos de ter facilitado a fuga do outro moto-taxista e deu-lhe uma bofetada. O jovem refilou”, explicou Fernando Muaco, activista local que acompanhou o caso. “Sem mais nem menos, o polícia acusou o Carlos de ser igual aos outros [motociclistas, na argumentação sobre os seus direitos ] e disparou contra ele.”

Segundo Fernando Muaco, os residentes da aldeia de Cambala acorreram ao local para prestar assistência e protestar contra a violência policial. Ainda de acordo com este interlocutor, os agentes reagiram com um forte tiroteio para defenderem o colega e dispersarem a comunidade, mas não causaram mais vítimas.

A odisseia para se conseguir prestar os primeiros socorros a Carlos Xavier demonstra o estado degradante da lei e da ordem, bem como da saúde, nesta região rica em diamantes.

“Fomos ao Comando Municipal da Polícia Nacional no Cuango denunciar a ocorrência e solicitar assistência para os primeiros socorros, mas o oficial de dia disse que só avaliariam a situação no dia seguinte”, revelou o pai da vítima.

“Fomos ao hospital do Cuango e disseram-nos que não tinham condições para prestar assistência médica ao Carlos e não podiam aceitá-lo.
Fomos ao delegado municipal da saúde no Cuango pedir autorização para transportar o doente numa ambulância para Cafunfo, mas ele disse-nos que as estradas não estão boas e que não dá para usar a ambulância”, lamentou Henriques Tomás.

Como alternativa, a família teve de alugar uma carrinha, por US$ 100, para transportar o ferido num trajecto de 50 quilómetros, entre a vila sede do Cuango e o sector de Cafunfo.

No Hospital Central de Cafunfo, o médico chinês de serviço começou por exigir à família que assinasse um termo de responsabilidade, isentando-o da eventual morte do ferido.

De seguida, teve de deslocar-se à sua residência para recolher alguns equipamentos necessários à realização de uma intervenção cirúrgica para remover a bala alojada no abdómen de Carlos Xavier.

Em todo esse processo, no Hospital de Cafunfo, a vítima não recebeu qualquer tipo de assistência até entrar para o bloco operatório, às 23h00. Faleceu às 23h57.

“Aqui, nessa região das Lundas, as autoridades são malignas. Os dirigentes são desumanos, não têm coração. Não sei mais o que dizer”, concluiu o pai.

Garimpeiro Congolês Alvejado
Entretanto, na manhã do mesmo dia, um agente do Posto Policial do Lucola, no município vizinho de Xá-Muteba, alvejou nas costas o garimpeiro Tonton Lidalala, de 32 anos, quando este tentou escapar.

Fernando Muaco, que acompanhou o internamento do cidadão do Congo Democrático no Hospital Central de Cafunfo, referiu que a vítima se encontrava a garimpar na área de Lucola, junto ao Rio Lui.