Mandela: O prisioneiro que derrubou o apartheid
Antigo presidente sul-africano tomou unilateralmente a decisão que conduziu o ANC a negociar o fim da política de segregação racial com o regime do apartheid.
O regime sul-africano do apartheid terminou de uma forma surpreendente: não com o tipo de violencia que distinguiu o sistema opressivo, mas através de compromisso e negociação.
Dois proeminentes sul-africanos que estiveram a frente das discussões – e em lados opostos – dizem que foi a acção corajosa de um homem – Nelson Mandela – que tornou possível.
Tudo começou com conversas informais secretas na década de 1980 entre Nelson Mandela, na altura prisioneiro na Robben Island – e membros dos serviços secretos da Africa do Sul.
Mandela mais tarde escreveu que tomou uma decisão unilateral ao relacionar-se com o governo do apartheid que passou a maior parte de sua vida a lutar contra. Esta terá sido uma das mais astutas decisões políticas de sua vida que fez com que fosse galardoado com o Prémio Nobel da Paz em 1993, e mais tarde, eleito como o primeiro presidente negro do país.
Dave Steward, director executivo da Fundação Frederik De Klerk, disse que a decisão de Mandela não foi bem vista pela maioria dos seus colegas do Congresso Nacional Africano, mas a mais certa de todas. Além de pôr fim ao sistema racista, a decisão mostrou também que o ANC era uma força política madura com a qual se podia relacionar com seriedade.
Steward era na altura chefe de gabinete de De Klerk, o presidente sul-africano que viria a participar nas conversações de paz e com quem Mandela partilhou o prémio Nobel.
“Penso que o papel desempenhado por Mandela naquela conjuntura foi extremamente importante. Sentado na Prisão de Pollsmoor, ele chegou a conclusão, por si só e as vezes contra o conselho e vontade dos seus colegas, que não iria haver uma saída armada ou militar ao conflito na Africa do Sul, e que tinha que haver uma solução negociada. Penso que foi muita coragem da parte de Mandela em tomar uma tal decisão. Os resultados, penso, falam por si. Ele esteve, julgo eu, um passo a frente do resto do ANC ao perceber e aceitar de que só poderia haver uma solução negociada.”
O activista anti-apartheid Jay Naidoo disse que apenas Mandela tinha credenciais proceder uma tão impopular mudança no ANC. Naidoo era na altura presidente da maior coligação de sindicatos dos comerciantes.
“O regime do apartheid não conseguia nos derrotar e nós igualmente não conseguíamos a ele. Estivemos em bloqueio. A alternativa foi uma política de terra-queimada. Por isso nesse contexto, os lideres levantaram-se de ambos lados do conflito para dizer, ‘como podemos lançar as bases de uma solução pacífica?’ E não houve melhor pessoa para liderar o nosso lado do que Nelson Mandela, alguém que passou 27 anos em prisão por nossa liberdade.”
Jay Naidoo acrescentou que enquanto a participação de Mandela era importante, o movimento foi ajudado por muitos negociadores vedetas vindos do movimento da união dos comerciantes. Entre eles se incluía o sucessor de Mandela, Thabo Mbeki, e o vice-presidente do ANC, Cyril Ramaphosa.
Dave Steward que dirigiu o gabinete do presidente De Klerk disse que uma vez que as negociações tiveram o inicio, Nelson Mandela começou a apertar – uma táctica que podia até ter falhado se tivesse um adversário diferente pela frente. Steward considerou de brutal, alguns ataques de Mandela contra De Klerk, e afirma que se tivesse sido Peter Botha o líder na altura do Partido Nacional, as negociações poderiam ter acabado. Para ele, De Klerk teve mais uma visão de longo prazo e manteve as negociações, embora com as acusações do adversário.
Ambos os entrevistados apontam um outro factor que as vezes dominou as discussões em torno de Mandela: o seu imenso carisma e humildade. Foi uma rara combinação que permitiu a esse excepcional homem que foi Mandela dar um ousado passo que mudou o mundo a sua volta.
Dois proeminentes sul-africanos que estiveram a frente das discussões – e em lados opostos – dizem que foi a acção corajosa de um homem – Nelson Mandela – que tornou possível.
Tudo começou com conversas informais secretas na década de 1980 entre Nelson Mandela, na altura prisioneiro na Robben Island – e membros dos serviços secretos da Africa do Sul.
Mandela mais tarde escreveu que tomou uma decisão unilateral ao relacionar-se com o governo do apartheid que passou a maior parte de sua vida a lutar contra. Esta terá sido uma das mais astutas decisões políticas de sua vida que fez com que fosse galardoado com o Prémio Nobel da Paz em 1993, e mais tarde, eleito como o primeiro presidente negro do país.
Dave Steward, director executivo da Fundação Frederik De Klerk, disse que a decisão de Mandela não foi bem vista pela maioria dos seus colegas do Congresso Nacional Africano, mas a mais certa de todas. Além de pôr fim ao sistema racista, a decisão mostrou também que o ANC era uma força política madura com a qual se podia relacionar com seriedade.
Steward era na altura chefe de gabinete de De Klerk, o presidente sul-africano que viria a participar nas conversações de paz e com quem Mandela partilhou o prémio Nobel.
“Penso que o papel desempenhado por Mandela naquela conjuntura foi extremamente importante. Sentado na Prisão de Pollsmoor, ele chegou a conclusão, por si só e as vezes contra o conselho e vontade dos seus colegas, que não iria haver uma saída armada ou militar ao conflito na Africa do Sul, e que tinha que haver uma solução negociada. Penso que foi muita coragem da parte de Mandela em tomar uma tal decisão. Os resultados, penso, falam por si. Ele esteve, julgo eu, um passo a frente do resto do ANC ao perceber e aceitar de que só poderia haver uma solução negociada.”
O activista anti-apartheid Jay Naidoo disse que apenas Mandela tinha credenciais proceder uma tão impopular mudança no ANC. Naidoo era na altura presidente da maior coligação de sindicatos dos comerciantes.
“O regime do apartheid não conseguia nos derrotar e nós igualmente não conseguíamos a ele. Estivemos em bloqueio. A alternativa foi uma política de terra-queimada. Por isso nesse contexto, os lideres levantaram-se de ambos lados do conflito para dizer, ‘como podemos lançar as bases de uma solução pacífica?’ E não houve melhor pessoa para liderar o nosso lado do que Nelson Mandela, alguém que passou 27 anos em prisão por nossa liberdade.”
Jay Naidoo acrescentou que enquanto a participação de Mandela era importante, o movimento foi ajudado por muitos negociadores vedetas vindos do movimento da união dos comerciantes. Entre eles se incluía o sucessor de Mandela, Thabo Mbeki, e o vice-presidente do ANC, Cyril Ramaphosa.
Dave Steward que dirigiu o gabinete do presidente De Klerk disse que uma vez que as negociações tiveram o inicio, Nelson Mandela começou a apertar – uma táctica que podia até ter falhado se tivesse um adversário diferente pela frente. Steward considerou de brutal, alguns ataques de Mandela contra De Klerk, e afirma que se tivesse sido Peter Botha o líder na altura do Partido Nacional, as negociações poderiam ter acabado. Para ele, De Klerk teve mais uma visão de longo prazo e manteve as negociações, embora com as acusações do adversário.
Ambos os entrevistados apontam um outro factor que as vezes dominou as discussões em torno de Mandela: o seu imenso carisma e humildade. Foi uma rara combinação que permitiu a esse excepcional homem que foi Mandela dar um ousado passo que mudou o mundo a sua volta.