quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

LISBOA: Juiz do Caso dos Revús Rejeita Notificar Membros do MPLA


Juiz do caso revús rejeita notificar membros do MPLA

Lisboa - O deputado do MPLA Jose Aníbal Rocha e o ex- governador de Luanda, Jose Maria Ferraz dos Santos, são os únicos nomes integrados no fictício governo de Salvação Nacional (GSN) que o juiz Januário José Domingos não notificou para responderem como declarantes no processo dos presos políticos. Outro ausente da convocatória de Januário Domingos é o pastor José Jolino Kalupeteka, o Presidente da República do GSN.
 Fonte: Club-k.net
10/02/2016
Januário Domingos  notificou apenas elementos  críticos ao regime 
Os restantes como ex-Primeiro Ministro Marcolino Moco, Rafael Marques de Morais, Justino Pinto de Andrade, Reginaldo Silva e etc, foram convocados através de edital no Jornal de Angola e pela TPA, para comparecerem este semana na 14 seção da sala dos crimes comuns do Tribunal Provincial de Luanda (TPL).


A lista do GSN é no entender da acusação a prova de que os 15 + 2 pretendiam dar um Golpe de Estado ao Presidente José Eduardo dos Santos e substituir os órgãos do poder instituídos.

A não notificação dos dois membros activos do MPLA, para a descoberta da verdade material, está a dar azo a especulação de que o juiz Januário José Domingos agiu de forma parcial de modo a evitar a exposição dos nomes dos dirigentes do regime citados na lista do GNS, elaborado pelo jurista Albano Pedro, nas redes sociais.

LUANDA: Processo dos Revús é Uma Autentica Carnavalização da Justiça, Afirmou o Antigo Primeiro Ministro Marcolino Moco


Processo dos “Revús” é “carnavalização da Justiça”

  •  -10/02/2016

Processo dos “Revus” é “carnavalização da Justiça”


Rafael Marques, Ngola Kabango, Justino Pinto de Andrade e Marcolino Moco: com testemunhos de notáveis angolanos, a Justiça parece apostada em dar ainda mais relevo ao processo dos 17 jovens acusados de rebelião. Contudo, Moco diz que não foi notificado e recusa participar no que qualifica de “carnavalização da Justiça”.
Por Paulo Guilherme | AM
O julgamento dos “Revus”, suspenso desde 27 de janeiro, deverá retomar hoje em Luanda. Na última sessão, os mais de 50 declarantes convocados não compareceram, afirmando não ter sido notificados. O julgamento tinha já sido suspenso a 12 de janeiro, por falta de comparência das testemunhas, tendo o tribunal de Luanda procedido a nova notificação.
O tribunal anunciou entretanto que pretende o antigo primeiro-ministro Marcolino Moco como declarante, por este integrar uma lista de um suposto governo de salvação nacional. Entre os 40 declarantes estão ainda Ngola Kabango e Justino Pinto de Andrade, antigo primeiro-ministro, bem como o jornalista e ativista Rafael Marques.
Para Moco, a convocatória é “abusiva e manipulada”, para “se arrastar o sofrimento de pessoas que foram detidas ilegalmente, tiveram uma série de dias em prisão preventiva com ilegalidades sucessivas e encontram-se agora em prisão domiciliária atípica, como muitas coisas atípicas que têm acontecido no nosso país, alguns anos para cá”. Sugere que os outros notificados também se recusem a ser parte de um processo que “pouco tem de judicial mas mais de injustamente político”.
“Não estou disposto a participar na `carnavalização da justiça´ que temos vivido, sobre tudo quando está em jogo o sofrimento de pessoas, em tempo de paz e democracia para as quais tenho contribuído”, afirma em texto publicado no seu site.
Os 17 ativistas estão acusados, em coautoria, de atos preparatórios para uma rebelião e um atentado contra o Presidente angolano, entre outros crimes menores, incorrendo numa pena de três anos de cadeia. Quinze dos acusados passaram a prisão domiciliária em dezembro.
Numa lista do suposto governo de salvação nacional, que circulou no Facebook, Marcolino Moco surge como presidente do Tribunal Supremo de Angola. O jurista angolano Albano Pedro já admitiu publicamente a autoria da lista. A pretensão de ouvir apenas o autor da lista foi recusada pelo tribunal.
Marcolino Moco afirma que soube por um jornalista do jornal O País que o seu nome consta de um edital publicado no Jornal de Angola de que deveria apresentar-se hoje no Tribunal de Luanda. Além de, afirma, não estar hoje em Luanda e, não aceitaria este modo de notificação sem serem esgotados “os meios apropriados”, o que não foi feito na sua residência ou escritório.

LUANDA: Desabafo de Alguém farto do MPLA no Poder, Mas também não Confia na UNITA para Governar Angola

Desabafo de alguém farto de ver o MPLA no poder , mas também não confia na UNITA para governar Angola
Fonte: angola-connection.net/Sónia Robalo
6 Fevereiro 2016
      
Li por aqui, o desabafo de alguém, que dizia que estava farto do MPLA no poder mas que também não confiava na UNITA para governar Angola.

Compreendo de verdade este estado de espírito, este desânimo.
Este é o estado a que chegámos. E depois existe o caminho que todos fizemos para chegar até aqui.
Numa primeira abordagem parece que é a mesma coisa. Mas não é bem assim

Há uma questão recorrente, que não altera o estado em que estamos, mas é imperativo que entendamos e esclarecêramos o silencioso trajecto que fizemos até chegarmos a este ponto.

Chegámos a uma bifurcação do nosso futuro próximo. Temos dois caminhos. Ou temos a coragem de mudar, ou continuamos como estamos...correndo grandes riscos de piorarmos

Esta decisão é de inteira e exclusiva responsabilidade de cada um de nós...de forma individual antes de ser colectiva.

A expiação das faltas e as dores do passado não são o suficiente para nos aliviar das dores presentes. A relevância de tal exercício é dúbio e questionável, tendo em conta que estamos como estamos.
Há sempre a tendência de sobrevalorizar o passado quando o presente tem pouco ou nada para oferecer e o futuro se assume sisudo no horizonte.

Consigo entender que seja feito um exercício de passa culpas, mas questiono-me o seguinte?
- De quem é a responsabilidade do que se está a passar neste momento em Angola?

Falo nos dias de hoje. O que se está a passar hoje. Sim, porque o que aconteceu lá atrás não pode ser responsável eternamente pela incompetência no presente.

Quando leio algo como "Hoje estamos melhor do que no tempo da guerra..." fico realmente preocupada com o futuro.

Não acho que se deva estar constantemente a falar do passado, porque temos que viver no presente. Muito do argumentário construído em torno de Angola tem por base uma visão direccionada para o pretérito em busca de responsáveis pelo presente

Angola precisa de um olhar no agora para que os problemas no futuro sejam minimizados. Precisa de utilizar esse tão sobrevalorizado pretérito para retirar as lições daquilo que não se poderá repetir. Isto sim, será fazer bom uso do passado.

Apesar de todos estarmos conscientes de todas as dificuldades e das ameaçadoras "muralhas" que cercam o nosso país, apesar de tudo, vive-se a esperança. Uma esperança que só a mudança poderá nos proporcionar.
Podemos não ter a certeza de algo...mas entre a dúvida e a certeza devemos escolher o que?
A dúvida pode-nos surpreender.

Mais do que carpir mágoas, o tempo é de se tratar do presente e alavancar o futuro. Chegou a hora que o presente e o futuro assumam os devidos lugares nas nossas prioridades. Vamos viver para sempre no passado, ou vamos ter coragem de resolvermos o presente para acreditarmos no futuro?

Quando a repetição excessiva de algo, insiste no mesmo tipo de abordagem e essa mesma abordagem é dilacerante para a maioria, a MUDANÇA, é o único caminho a seguir... mesmo que se tenham dúvidas. É que podemos não saber o que queremos, mas temos a obrigação de ter a certeza do que não queremos.