O escândalo do general Bento dos Santos “Kangamba” no Mónaco começa a ganhar novos contornos políticos. Preocupado com o caso, o presidente José Eduardo dos Santos convocou o general para que este lhe prestasse explicações sobre o sucedido.
O general Bento Kangamba passou quatro dias em Barcelona, Espanha, onde o presidente também se encontrava em visita privada, iniciada a 26 de Junho. Após a sua saída precipitada do principado de Mónaco, onde se encontrava com uma corte de 20 amigos, o general e dirigente do MPLA regressou a Portugal, onde recebeu a chamada do Chefe de Estado.
Bento Kangamba foi indicado como o destinatário dos cerca de três milhões de euros (US $4 milhões) apreendidos no sul de França. A acção policial francesa resultou na detenção de um total de oito indivíduos. Inicialmente, Maka Angola reportou a detenção de cinco cidadãos angolanos, portugueses e um cabo-verdiano, por suspeita de branqueamento de capitais, crime organizado e associação de malfeitores. Entre os detidos encontram-se Carlos Silva, funcionário de Bento Kangamba em Portugal, e José Francisco “Chico Kamanguista”, seu amigo. Este último disse à justiça francesa que, do montante apreendido, 100,000 euros eram seus.
Chico Kamanguista também é conhecido como sendo o principal sócio do filho do presidente, José Filomeno dos Santos “Zenú”, nos seus negócios imobiliários. Estão actualmente envolvidos na construção de edifícios e de um hotel na zona da Chicala, em Luanda.
Entre os documentos de Chico Kamanguista, a polícia francesa encontrou documentos pessoais de transacções de diamantes entre Angola, Suiça e Israel. Por lei, os diamantes angolanos devem ser vendidos, para o exterior do país, através da Sodiam. Essa empresa estatal é a central de compra e venda de diamantes de produção nacional, na qualidade de “Canal Único de Comercialização”, de acordo com o Decreto Executivo n° 156/06 do Ministério da Geologia e Minas.