sexta-feira, 4 de setembro de 2015

LISBOA: Pancadaria e Prisões, não Parem com isso pede Barcelou de Carvalho Bonga as autoridades ditatoriais angolana.

"Pancadaria e prisões, não. Parem com isso!"

Conhecido cantor angolano tem novo álbum em preparação.
Fonte: Voz da América
Bonga, músico angolano
Bonga, músico angolano

Fonte: Redacção VOA
 Bonga: "Pancadaria e prisões, não. Parem com isso!"

"Há um nervosismo no poder que se acentua de dia para dia", disse o cantor Bonga no programa Angola Fala Só.
Bonga respondia a uma questão sobre a situação política no país que foi uma das muitas levantadas por ouvintes de todos os cantos de Angola.
O entrevistado foi peremptório em condenar a recente prisão de vários jovens acusados de conspirarem para derrubar o Governo.
“Não podemos responder a reuniões com pancadarias e prisões”, disse.
“Parem com isso!”, acrescentou o cantor, afirmando que deve haver  respeito por todos.
Para Bonga, todos os presos nesse caso devem ser imediatamente soltos porque  “o diálogo e as divergências sempre existiram”.
“Ninguém tem verdades absolutas”, disse o cantor a certo passo do programa.
Bonga confirmou ter recebido, no passado, propostas “não oficiais” para ter uma função no Governo.
“Foram propostas às escondidas”, disse, sem que nada fosse revelado oficialmente.
Na conversa de uma hora com os ouvintes da VOA, Bonga confirmou também ter sido recebido pelo Chefe de Estado angolano José Eduardo dos Santos, mas, como acontece com a conversa entre dois angolanos, discutiram “coisas de menor importância e outras mais importantes”.
Interrogado sobre o que tinha levado ao presidente, Bonga respondeu que “foram discos”, assim como quando se encontra com qualquer dirigente.
Bonga reiterou considerar Jonas Savimbi como “um grande homem”.
“Foi um grande homem tal como Samora Machel, tal como Agostinho Neto” e muitos outros dirigentes de “coragem”.
Para o cantor a sua preocupação é manter sempre uma distância do poder
A conhecida voz angolana disse a um ouvinte que mantém a sua “jovialidade” e modo jovem de olhar o mundo pela estrita disciplina física e psicológica que segue, afirmando que isso se deve ao seu passado de atleta quando jovem.
Quanto à música angolana, Bonga considerou o seu nível actual de bom, tanto dentro como fora do país.
“A música angola está de boa saúde, embora as nossas tradições não sejam respeitadas como se devia”, revelou Bonga para quem, no período pós independência, houve um retrocesso na música angolana .
“A música ficou empobrecida por causa dos chavões revolucionários”, disse, reconhecendo que isso, no entanto, não foi um fenómeno apenas angolano.
A música, para o cantor, é sempre usada com a política, por isso, ele defende que os músicos mantenham a sua independência.
“Isso é triste mas nós sabemos quem são os ajudados pelas autoridades “, afirmou.
Bonga revelou estar a preparar um novo álbum, que ainda se encontra na fase inicial e, portanto, sem data para lançamento
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LUANDA: Acesso dos Bancos angolanos a divisas desceu para 51 ME por dia em Julho

Acesso dos bancos angolanos a divisas desceu para 51 ME por dia em julho 

Fonte: Lusa

 

Redução de 27% em relação ao mês anterior, anunciou o Banco Nacional de Angola.
Acesso dos bancos angolanos a divisas desceu para 51 ME por dia em julho
Os bancos angolanos contaram com menos 27% de divisas em julho, face ao mês anterior, segundo dados do Banco Nacional de Angola (BNA) que confirmam as dificuldades que mantêm no acesso a dólares no país.
Em todo o mês de junho, segundo o BNA, os bancos angolanos compraram 2.428 milhões de dólares (2.186 milhões de euros) de divisas, valor que diminuiu para 1.760 milhões de dólares (1.579 milhões de euros) em julho.
Entraram assim por dia nos bancos angolanos o equivalente a 51 milhões de euros em julho - entre compras ao BNA em leilões ou diretamente a clientes -, mas os problemas de acesso a divisas pelos utentes persistem, enquanto a taxa de câmbio no mercado paralelo voltou a aumentar nas últimas semanas.
Em causa está a crise da cotação internacional do barril de crude, que tem vindo a diminuir as receitas fiscais e a entrada de divisas em Angola, mas também, e por consequência, o acesso a moeda estrangeira.
As divisas (dólares) são necessárias para assegurar as compras de Angola ao estrangeiro, nomeadamente matéria-prima ou bens de alimentação, ou para financiar estudos ou tratamentos de saúde a cidadãos nacionais no estrangeiro.
Por outro lado, segundo informação do BNA, o kwanza angolano depreciou-se face ao dólar, durante o mês de julho, em 3,6%, tendo fechado aquele mês em 125,776 kwanzas por cada dólar, em termos de taxa de câmbio oficial.
"A procura [de divisas, na banca comercial] não diminuiu. O problema é que eu, pessoalmente, acredito que nem toda a procura de divisas é legítima. Portanto, quando nós pudermos ter uma procura legítima, de certeza que não vai haver falta de divisas", afirmou o governador do BNA, José Pedro de Morais Júnior.
Acrescentou que o banco central está a ultimar um novo "quadro operacional" de procedimentos nesta matéria.

LUANDA: Nome de Nito Alves: O Novo Alvo da Acusação Politica de Golpe de eEstado

Nome de Nito Alves: O Novo Alvo da Acusação Política de Golpe de Estado

Fonte: Maka Angola4 de Setembro de 2015
Desde os seus 15 anos, Nito Alves tem sido alvo de perseguição política.
Fernando Baptista foi hoje ouvido de manhã pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC) sobre o ensino primário do seu filho, o preso político Manuel Baptista Chivonde Nito Alves, de 19 anos, bem como sobre o seu apelido.
“Fui interrogado pelo especialista Pedro João, na presença do superintendente Fernando Recheado. Queriam saber a origem do nome de Nito Alves, onde ele estudou deste a pré-classe até terminar o ensino primário”, disse o pai ao Maka Angola.
Segundo Fernando Baptista, o interrogatório teve a duração de uma hora e “baseou-se apenas na questão do nome e onde o miúdo fez o ensino primário”.
“O especialista João Pedro perguntou-me também se somos da família do comandante Nito Alves e respondi que não”, disse o pai.
O lendário comandante Alves Bernardo Baptista “Nito Alves”, foi fuzilado em Junho de 1977, após o massacre de milhares de cidadãos, pelas forças leais ao então presidente Agostinho Neto. Fora acusado politicamente de ter liderado uma tentativa de golpe de Estado, a 27 de Maio do mesmo ano, e não teve direito a julgamento. O actual presidente José Eduardo dos Santos, que liderou a comissão de inquérito sobre a tragédia, nunca apresentou provas de ter havido tentativa de golpe de Estado e entregou o seu relatório, que foi dado como “inconclusivo”.
Nito Alves, de 19 anos, encontra-se detido desde o dia 20 de Junho, sob acusação política de ter estado envolvido na preparação de um golpe de Estado contra o presidente José Eduardo dos Santos. Na realidade, o jovem encontrava-se num grupo de estudo, no momento da sua detenção em suposto flagrante, no qual se discutiam ideias sobre estratégias de não-violência, sobretudo no exercício do direito à manifestação, consagrado na Constituição.
Trata-se do processo que levou à detenção, no mesmo dia, dos activistas Afonso Matias “Mbanza Hamza”, Albano Bingobingo, Arante Kivuvu, Benedito Jeremias, Fernando Tomás “Nicola Radical”, Hitler Jessia Chiconda “Itler Samussuku”, Inocêncio Brito “Drux”, José Hata “Cheik Hata”, Luaty Beirão, Nelson Dibango, Nuno Álvaro Dala, Osvaldo Caholo e Sedrick de Carvalho. No dia seguinte, a 21 de Junho, as autoridades detiveram Domingos da Cruz, no posto fronteiriço de Santa Clara, quando se deslocava à Namíbia para tratamento médico. A 24 de Junho, o tenente Osvaldo Caholo foi detido na sua residência, e envolvido no mesmo processo.

Desde  os seus 15 anos, Nito Alves tem sido alvo de cerrada perseguição política pela forma destemida como tem afrontado o regime do presidente José Eduardo dos Santos.
A 12 de Setembro de 2013, 15 operativos da Polícia Nacional e da segurança de Estado raptaram Nito Alves, então com 17 anos, e levaram-no para uma unidade policial desactivada, onde o ameaçaram de morte. A ocorrência deu-se na altura em que tentava levantar 20 camisolas que tinha mandado imprimir com o slogan  “Zé-Dú/Fora/Nojento Ditador”.
Nito Alves passou dois meses na cadeia e o Ministério Público mudou os termos da acusação contra si por quatro vezes, todas relacionadas com o presidente. Acabou por ser julgado pelo crime de injúrias contra titular de órgão de soberania e foi absolvido em Julho de 2014.
Durante esse período, Nito Alves tem sido alvo de  breves detenções arbitrárias e actos de tortura às mãos de agentes policiais.