Acesso dos bancos angolanos a divisas desceu para 51 ME por dia em julho
Fonte: Lusa
Redução de 27% em relação ao mês anterior, anunciou o Banco Nacional de Angola.
Os bancos angolanos contaram com menos 27% de divisas em julho, face ao mês anterior, segundo dados do Banco Nacional de Angola (BNA) que confirmam as dificuldades que mantêm no acesso a dólares no país.
Em todo o mês de junho, segundo o BNA, os bancos angolanos compraram 2.428 milhões de dólares (2.186 milhões de euros) de divisas, valor que diminuiu para 1.760 milhões de dólares (1.579 milhões de euros) em julho.
Entraram assim por dia nos bancos angolanos o equivalente a 51 milhões de euros em julho - entre compras ao BNA em leilões ou diretamente a clientes -, mas os problemas de acesso a divisas pelos utentes persistem, enquanto a taxa de câmbio no mercado paralelo voltou a aumentar nas últimas semanas.
Em causa está a crise da cotação internacional do barril de crude, que tem vindo a diminuir as receitas fiscais e a entrada de divisas em Angola, mas também, e por consequência, o acesso a moeda estrangeira.
As divisas (dólares) são necessárias para assegurar as compras de Angola ao estrangeiro, nomeadamente matéria-prima ou bens de alimentação, ou para financiar estudos ou tratamentos de saúde a cidadãos nacionais no estrangeiro.
Por outro lado, segundo informação do BNA, o kwanza angolano depreciou-se face ao dólar, durante o mês de julho, em 3,6%, tendo fechado aquele mês em 125,776 kwanzas por cada dólar, em termos de taxa de câmbio oficial.
"A procura [de divisas, na banca comercial] não diminuiu. O problema é que eu, pessoalmente, acredito que nem toda a procura de divisas é legítima. Portanto, quando nós pudermos ter uma procura legítima, de certeza que não vai haver falta de divisas", afirmou o governador do BNA, José Pedro de Morais Júnior.
Acrescentou que o banco central está a ultimar um novo "quadro operacional" de procedimentos nesta matéria.
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