sexta-feira, 18 de abril de 2014

MAPUTO: Exclusão de Dhlakama das eleições pode ser fatal para a democracia moçambicana

Exclusão de Dhlakama das eleições pode ser fatal para a democracia moçambicana

"Forçar uma exclusão para o líder da Renamo não se recensear é um erro", diz analista.
TAMANHO DAS LETRAS 
Fonte: VOA/Miguel Ramos
Divulgação: Planalto De Malanje Rio capôpa
Em Moçambique, a opinião pública é unânime em afirmar que uma eventual exclusão do líder da Renamo Afonso Dhlakama das eleições presidenciais de Outubro seria fatal para a democracia e iria atiçar o conflito político-militar que dura há mais de um ano.

Falta pouco mais de uma semana para terminar o recenseamento eleitoral, e o líder da Renamo ainda não se recenseou, o que constitui motivo de preocupação para muitas pessoas.

Nas hostes da Renamo, Afonso Dhlakama é o candidato "natural" do partido às presidenciais e, entre os requisitos exigidos na altura da apresentação da sua candidatura ao Conselho Constitucionnal, o concorrente deve entregar um documento que ateste estar recenseado.

Neste momento, Dhlakama está em parte incerta, e para o jornalista Machado da Graça, "não parece que as condições para a tal parte se tornar certa estejam a melhorar, pelo que se torna necessário um cessar-fogo que lhe permita sair em segurança do seu esconderijo para se recensear".

Mário Sithoi, militante da Renamo, diz que a presente situação é óptima para a Frelimo, visto que assim pode fazer a sua propaganda contra  Afonso Dhlakama dizendo que ele está contra o processo eleitoral.

Para o jurista Inácio Mungoi, forçar uma exclusão para o líder da Renamo não se recensear é um erro e essa atitude pode ser fatal para a democracia porque, por um lado, iria atiçar o conflito político-militar e, por outro, iria ter graves implicações num parlamento, eventualmente dominado pela Frelimo e pelo MDM, já que alguns membros da Renamo poderão não concorrer às legislativas, em solidariedade com o seu líder.

Para que isso não aconteça, o sociólogo João Colação diz ser fundamental que o Presidente da República Armando Guebuza e o líder da Renamo se entendam.

Por seu turno, o também académico Calton Cadeado diz que tudo deve ser feito para evitar o escalar do conflito em Moçambique, de modo a que as eleições se realizem em ambiente de paz.

Por seu lado, o bispo anglicano, Dom Dinis Sengulane, um dos observadores do diálogo entre o Governo e a Renamo, considera que eleições em clima de paz até podem constituir um momento de festa.

Refira-se que o recenseamento eleitoral termina no próximo dia 29 e, até ao momento, nada indica que o mesmo possa ser prorrogado.

LUANDA: CASA-CE anuncia estratégia para chegar ao poder em 2017

Casa-CE anuncia estratégia para chegar ao poder em 2017

Abel Chivukuvuku "ataca" interior do país e acredita que MPLA vai perder devido à crise que se aprofunda no país.
Abel Chivukuvuku
Abel Chivukuvuku                                                                                                                         TAMANHO DAS LETRAS
 
Fonte: VOA/Manuel José
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
O presidente da Casa-CE Abel Chivukuvuku vai iniciar um intenso programa de trabalho nas províncias de Angola como parte de uma estratégia para vecner as eleições de 2017, disse o vice-presidente do partido Lindo Tito.

Ao falar em exclusivo para a Voz da América, à margem de uma conferência de imprensa, Tito adiantou que a própria situação social “caótica” que vivem os angolanos fruto da “ma governação do MPLA” vai ajudar na ascensão da CASA-CE ao poder em 2017. 
Lindo Bernardo TitoLindo Bernardo Tito

"A situação social está cada vez mais difícil,” disse Tito.

“Os angolanos estão a entrar numa fase de saturação completa e tarde ou cedo as consequências da má governação e da não realização da vontade do povo irão manifestar-se de forma muito dramática," acrescentou.


Tito falou igualmente sobre a reconciliação nacional que para a Casa-CE nunca existiu.

"Não existe diálogo, nós temos uma reconciliação nacional do vencedor da guerra e este vencedor impõe a sua vontade e a sua forma de reconciliação que acaba por ser apenas uma acomodação de alguns interesses político-partidários", disse.

O vice presidente da Casa-CE  disse que o seu partido tenciona também exigir junto do presidente da  Assembleia Nacional que “os debates parlamentares sejam transmitidos em directo nos órgãos de comunicação social"

A CASA-CE prometeu também arrancar com accao de formação junto dos seus militantes já a partir do próximo mês.

LUBANGO: Páscoa deve ser usada para fortalecer a reconciliação em Angola

"Páscoa deve ser usada para fortalecer a reconciliação" - Líder evangélico no Lubango

Vigário católico lamenta afrouxamento da fé.
Fonte: VOA
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
18.04.2014
Reverendo Dinis Eurico
Reverendo Dinis Eurico
A Páscoa deve ser usada para fortalecer a reconciliação entre os homens em Angola, disse  o presidente da Igreja Evangélica Sinodal de Angola (IESA), Reverendo Dinis Marcolino Eurico.

Dinis Marcolino Eurico não tem dúvidas: "a Páscoa é o centro do Cristianismo e neste período a igreja apela à reconciliação entre os homens".

“Tal como Deus se reconciliou com o mundo na cruz em Jesus Cristo, o homem também precisa reconciliar-se com o seu próximo”, continuou aquele líder eclesiástico que acrescentou: "No nosso país também este assunto da reconciliação precisa ser levado em conta e com seriedade, começando pelo espírito em nós mesmo e depois então propagar-se para a nossa casa para o nosso bairro para o nosso vizinho”.

Por seu lado, o vigário da Sé Catedral, padre Jonas Pacheco Simão, entende que a Páscoa é um marco importante para os cristãos e lamenta o afrouxamento da fé na ressurreição de Cristo em prol de uma sociedade consumista.

“Eu creio que devido à sociedade de consumo, de competitividade em que vivemos há uma certa forma de afrouxamento por parte de certos crentes que dizem-se cristãos, mas de facto naquilo que é essencial na fé, como é a fé na ressurreição, não têm prática da semana santa, daí que alguns cristãos infelizmente aproveitam a semana para ir passar alguns dias na praia”, disse.

Na Huíla, preces e orações nos cultos para os evangélicos e nas missas para os católicos preenchem as manhãs, tardes e noites dos templos nesta semana santa.