O Todo-Poderoso General Zé Maria, Jesus Cristo e Dos Santos
O chefe do Serviço de Inteligência e Segurança Militar (SISM), general António José Maria, também conhecido como Zé Maria, recentemente surpreendeu os oficiais generais a si subordinados quanto ao plano de protecção permanente dos seus filhos na Europa quando "acontecer alguma coisa" em Angola.
A comunicação teve lugar durante a celebração do aniversário de uma funcionária, na messe dos oficiais, na sede do SISM, que decorreu entre as 11h00 e as 16h00. Em conversa aparentemente cordial entre altos oficiais, o general Zé Maria perguntou ao director do Gabinete de Formação e Ensino do Serviço de Inteligência e de Segurança Militar, o vice-almirante José João Sebastião “Dimoxi”, quantos filhos tem. Este respondeu que tem nove filhos.
Então, o general Zé Maria, segundo alguns presentes, destratou o vice-almirante, apodando-o de incompetente, assim como aos outros oficiais generais. Porquê? De acordo com as fontes do Maka Angola, o general Zé Maria acusou os seus colegas generais e subordinados de serem incompetentes porque, pasme-se, não são ricos e não têm planos de segurança permanente para as suas famílias na Europa.
Como exemplo da sua própria competência, referiu que todos os seus filhos são milionários, tendo cada um deles uma residência na Europa, nomeadamente em Portugal. Nesse país, segundo a sua visão, os seus filhos poderão permanecer confortavelmente instalados na era pós-Dos Santos. O general Zé Maria acrescentou que os seus filhos “têm os quatro C’s”, “curso, conta, casa e carro”, à excepção do mais novo que só tem “três C’s”.
O general Zé Maria revelou ademais que o seu filho mais novo, Simba, de 12 anos de idade, tem apenas US $600 mil na sua conta e uma casa em seu nome, em Portugal. No seu longo e improvisado discurso, o chefe do SISM gabou-se da casa de Simba, tendo mesmo afirmado que é de longe maior e melhor do que as residências, em Angola, de cada um dos generais presentes. Aqueles seriam os oficiais que, apesar das altas patentes e do seu empenho profissional, não fazem parte dos círculos de enriquecimento ilícito do generalato. Uma espécie de generais da periferia.
Cabisbaixos, os generais ofendidos manifestaram-se apenas com expressões faciais de desagrado, enquanto os funcionários civis e militares de outros departamentos assistiam ao discurso de humilhação.
Todavia, quem mais se sentiu insultado com a atitude submissa dos vários generais foi o próprio general Zé Maria, de acordo com alguns dos presentes. Acusou-os, pois, de não gostarem dele e de lhe desejarem mal, ao invocarem, em surdina, que já passou a idade da reforma, fixa nos 65 anos, mas que ainda assim continua no activo.
O orador explicou que, apesar de já ter mais de 70 anos, os seus subordinados terão de o aturar ainda mais algum tempo. Justificou a sua permanência com o facto de ter sido o criador do SISM: somente por esta razão, está à vontade para fazer da instituição o que bem entender.
“Só saio [do cargo de chefe do SISM] quando o camarada presidente sair também”, anunciou. Mais adiante, o general e ex-seminarista disse aos seus subordinados que, neste mundo, apenas respeita duas pessoas: “Jesus Cristo e o camarada presidente José Eduardo dos Santos.”
De forma extraordinária, o general Zé Maria não se coibiu, de acordo com testemunhas, de sublinhar que todos os dias, quando acorda, faz um novo inimigo, e que se sente muito bem com esta rotina.
Indignados, os oficiais em causa remeteram uma queixa, alegadamente sem a assinarem, à Casa de Segurança do Presidente da República. Por via informal, tomaram conhecimento de que o gabinete de José Eduardo dos Santos está a par do comportamento anormal do general e da forma como este banaliza a instituição e humilha os outros oficiais generais. Alega, no entanto, que, “por uma questão de humanidade”, nada pode fazer, porque não sabe onde colocar o “velho”.
Indignados, os oficiais em causa remeteram uma queixa, alegadamente sem a assinarem, à Casa de Segurança do Presidente da República. Por via informal, tomaram conhecimento de que o gabinete de José Eduardo dos Santos está a par do comportamento anormal do general e da forma como este banaliza a instituição e humilha os outros oficiais generais. Alega, no entanto, que, “por uma questão de humanidade”, nada pode fazer, porque não sabe onde colocar o “velho”.
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