CRÍTICOS DESPERTARAM
CONSCIÊNCIAS NO PAÍS DO MEDO
O tempo expôs a verdade e com isso deu razão a aqueles que
ousaram criticar o regime sem medo e sem cobertura de ninguém. Agora todos
percebem que a verdade esteve sempre muito longe dos autores e consumadores do
autoritarismo despótico do regime. O autismo politico-ideológico utilizado nos
43 anos de poder do MPLA, dificultou sempre o desenvolvimento da comunicação e
das relações entre governantes e governados. A formula altista de governar
apenas serve os interesses e objectivos das elites constituídas em poder
politico e económico-financeiro, para deste modo oprimir a maioria dos
cidadãos.
Fonte: Planalto de Malanje Rio Capopa
21/10/2017
Esse modo de governar selou o fim de José Eduardo dos Santos
e acólitos, e tornou-se no fardo insolúvel da precária impopularidade de que
JES e o MPLA hoje gozam. Por assim ser, desejo muita sorte ao meu camarada João
Lourenço nessa caminhada difícil, mas, não impossível de se realizar.
O importante hoje é retirar o exagerado protagonismo das
elites concentradas em torno do MPLA, e assim dar espaço a sociedade civil
organizada de participar activamente na administração do estado com finalidade
de esvaziar e/ou diminuir a concentração excessiva de poder num só partido, ou
numa única pessoa. Desse modo evitaremos a repetição de um partido e/ou de uma
só pessoa deter monopólio do poder como acontece até aqui.
OS CRÍTICOS DO REGIME NUNCA FORAM OS MAUS DA FITA, SEMPRE
TIVERAM RAZÃO E CONTINUAM A CUMPRIR O PAPEL DE AJUDAR A DESPERTAR CIDADÃOS
ADORMECIDOS NO SONO DO TEMPO.
Aos críticos
compete-lhes levar a informação detalhada do mal-estar publico, sobretudo
quando regime é opressor e está cercado de governantes cleptomaníacos e
egocêntricos, aí a verdade terá que fluir e explodir da garganta dos aflitos
críticos. Em Angola, todos entendem que a verdade se encerra na mentira
vergonhosa escondidas na admissibilidade das politicas publicas vergonhosamente
precárias concentradas nos sucessivos governos do MPLA.
Aos políticos
compete-lhes discordar ou concordar, mas quando se expressarem em discursos,
que o façam com clara leveza e verdade, para serem entendidos com perfeição
pelos que eventualmente os escutarem. Além do mais, é importante que o
presidente da republica entenda de uma vez por todas, que não são os longos
discursos eruditos claramente demagógicos que o credibilizam.
PRESIDENTE MIMOSO, SUPLICO-LHE QUE FALE MENOS E FAÇA MAIS
COMO PROMETEU!
Tenho percorrido caminhos e atravessado pontes difíceis para
ataviar os meus camaradas e amigos para no mínimo esperarmos que os primeiros
100 dias do governo do presidente João Lourenço demonstre ter força politica
para impor-se como reformador, segundo sua próprias palavras. Pessoalmente
penso que as pessoas ou as instituições movem-se ao serviço de umas e de outras
pessoas, grupos ou sociedades publicas colectivas.
Foi bastante significativo analisar friamente a situação do
país com os meus camaradas, igualmente foi ótimo conversar longas horas com o
meu amigo e companheiro Rafael Marques de Morais sobre as potencialidades que o
país pode oferecer, além de tudo avaliar a ação pertinente de todos actores
atolados no arco da governação.
Ocorreu-nos concordar que 100 dias é um tempo razoável para
o novo governo demonstrar a sua capacidade organizacional, o presidente da
república poderá dar igualmente a conhecer o seu pensamento politico e a sua
visão de país. Proceder assim, não significa fazer uma lobotomia em nós
próprios, e muito menos significa estar ao lado do regime, e/ou considerarmo-nos
como imprestáveis bajuladores infelizes. Bajular com certeza não é a nossa praia.
Além do mais, pessoas de bem, e temos dado tudo de melhor
que temos, em defesa do princípio basilar inspirado no republicanismo democrático,
sitiado algures na constituição, mas, nunca posto em prática.
É facto que ao longo de mais de 3 décadas temo-nos
confrontado com toda firmeza contra o maniqueísmo exacerbado de José Eduardo
dos Santos, o todo poderoso chefão da máfia angolana, e dono do latifúndio
criado a sua imagem e semelhança. É claro, que não que sucumbiremos a nenhuma espécie
de ilusão que nos leve a claudicar dos princípios que defendemos para servir de
qualquer maneira o poder anacrónico que combatemos.
Aliás, felizmente não
somos parte integrante do complô formado por João Melo, Malavoloneke, Rabelais
e companhia limitada. A nossa força não reside na busca de cargos, mas sim no
poder da nossa consciência livre e democratizada, não somos nem alvitramos ser
vendilhões do templo.
SEM SOMBRAS DE DÚVIDAS, POSSO AFIRMAR QUE A DEMOCRACIA É O
PODER DAS LIBERDADES.
Para mim democracia é o governo é governar em liberdade para
cidadãos livres, isso significa dizer, que democracia é o poder do povo sem o
ónus do populismo. Reconheço que é cedo para tecer criticas ao novo presidente
da republica. Espero sinceramente que a trama de enrodilhes da fraude eleitoral
passada tenham sido enterradas definitivamente.
Porém, o presidente da republica não pôde funcionar em doses
homeopáticas e nem deve permitir -se a pulverizar o espaço social com sonoras
divagações abstractas, expostas nos seus discursos aluadamente enviesados, que
de todo podem o descredibiliza-lo num estalar de dedos. Por outro lado,
acredito sim nas boas intenções de João Lourenço, mas, também acredito que de
boas intenções está o inferno cheio.
Angola como se sabe,
é o nosso amaldiçoado inferno, subentende-se assim, que todo cidadão
responsável deve participar no restauro e engrandecimento do país com a única
finalidade de transforma-lo no éden que todos desejamos. Faz-se necessário que
João Lourenço nos abençoe com a sensatez de perceber rapidamente que o cidadão
angolano é um ser inteligente e não um subproduto de marketing que serve apenas
para manobra politica.
Mesmo sem acreditar que João Lourenço seja o milagre que pedimos
aos céus, porém, quero eu e muitos cidadãos ajudar o parto da transição entre o
governo JES para o de João Lourenço. Não nego jamais a minha origem politica no
MPLA onde permaneço ainda, o que nego são os excessos inadmissíveis, protagonizados
pela atual direção do partido de onde aliás, o actual presidente é proveniente.
Com ou sem permissão do PR queremos e vamos participar da
mudança da consciência da cidadania, queremos ajudar sim, mas de fora para
dentro. Porém, fica difícil, pois não
observamos até aqui sinais claros de mudança desejada da parte do presidente da
republica, nem mesmo da parte da responsável pela formatação do novel governo,
que na verdade de novo nada tem.
O que observamos
nesse governo de criação expressa da primeira dama Any Dias, é a continuação
dos vícios antigos adquiridos pela força dos longos anos como ministros do
governo anómalo de JES. Reconhecemos no novo governo a presença de muita gente
inexperiente, sem história, sem passado nem presente politico, na verdade a
presença dessas pessoas no governo de JL não se traduz em novidade de vida para
o país e muito menos para o povo.
Essas pessoas, além
de serem filhas e filhos de gente privilegiada e possuírem formação superior, não
passam de ilustres desconhecidos sem nenhum background tangível de
conhecimentos fartos, que ajude a retirar o país do fosso em que foi colocado.
A presença injustificável de alguns mangas de alpaca bem
rodados (velhotes), que nada mais conseguem produzir no campo temporal do
combate pacifico das ideias, podem criar eventuais complicações
desestabilizadoras para o governo, e até mesmo podem vir a descredibilizar e/ou
anular os esforços do novo presidente da república para mudar o país.
É facto que existe um declarado pacto oligárquico para
saquear o erário público, esse pacto está em vigor e está exposto a uma regular
constância, com o fim de transformar o MPLA numa grande empresa com dinheiro
publico roubado. Essa realidade dos nossos tempos é de difícil contorno.
Além do mais, caso
não se neutralize a ganancia dos dirigentes e se devolva ao povo a liberdade de
expressão, de ir e vir e de manifestação em praça publica, tudo que conhecemos
hoje ruirá, e de todo inviabilizará definitivamente o sonho de consumo dos
angolanos, que é assistir ao vivo e a cores o nascimento da nova era
republicana inclusivista.
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