Angola= Antena Aberta: "Presidente não tem colaboradores à altura"
Mais de 80% da população angolana vive pior do que no tempo colonial, disse um ouvinte no programa “Angola Fala Só” marcado por um acesso debate em redor da figura do presidente José Eduardo dos Santos.
Vários ouvintes disseram que o presidente não tem colaboradores à altura das suas responsabilidades, mas outros rejeitaram isso afirmando que a responsabilidade do que vai mal é sempre em última análise do presidente.
A figura do presidente foi com efeito um dos temas que mais discussão causou no programa de estilo “microfone aberto” em que os ouvintes foram convidados a falarem sobre os problemas nas suas províncias e cidades e também dos progressos registados ou falta deles na reconstrução do país.
Geralmente o programa Angola Fala Só conta com um convidado que responde a perguntas dos ouvintes sobre as questões que ele próprio conhece.
O programa de “microfone aberto” aos ouvintes foi também marcado por sugestões práticas para se colocar desmobilizados na polícia, para contactos com dirigentes e também para se apoiar Organizações Não Governamentais.
O debate sobre a figura do presidente pode ser exemplificado pela pergunta que o ouvinte Elias Faustino deixou: “Aqueles que criticam o MPLA e o presidente que me digam qual é o partido que podia ter reconstruído Angola em 10 anos?”
Um outro ouvinte, Mariano Wassuka, disse que o país “não tem rumo” e isso deve-se ao facto do “presidente não ter colaboradores à altura das suas tarefas”.
“Eles é que estão a estragar o nosso presidente,” disse Mariano Wassuka.
“Não hà ética e moral política e sem isso não se faz boa política,” acrescentou.
Mas o ouvinte Mbenguno Daniel disse que culpar “colaboradores” não é desculpa para a má actuação do governo
“O presidente é responsável e portanto culpado pelos seus colaboradores,” disse afirmando ainda que aqueles que rodeiam o presidente “têm medo” de o criticar porque “quem crítica é culpado”.
O presidente Eduardo dos Santos é eleito dirigente do MPLA sem oposição porque há medo de votar contra.
“Quem é que vota contra quando a votação é de mão no ar?” interrogou Mbenguno Daniel.
Manuel Aleixo Sobrinho foi o primeiro ouvinte a sugerir que desmobilizados das forças armadas sejam integrados na polícia afirmando que o recrutamento para a polícia é feito hoje sem se saber o passado dos recrutas.
“Como é que se sabe que um recruta da polícia não é um delinquente,” disse Manuel Sobrinho que disse que integrar desmobilizados nas forças armadas serviria para pôr fim a essa situação e ao mesmo tempo dar emprego aqueles que serviram nas forças armadas.
João Mulei, ele próprio veterano das forças armadas apoiou a sugestão afirmando que com militares as autoridades sabem sempre se têm ou não “um homem educado”.
O problema disse ele é que “ o partido no poder está virado contra nós” e isso estende-se mesmo aqueles que ainda estão nas forças armadas.
“Os militares não têm condições,” disse, acrescentando que os “generais não olham para o soldado” e o partido no poder “ não liga aos analfabetos”.
Foi o ouvinte Manuel Aleixo Sobrinho que se insurgiu contra “ a falta de seriedade” do governo em investigar o que está errado.
Recordou que as autoridades prometeram uma investigação ao desaparecimento há um ano dos activistas Alves Kamulingue e Isaías Cassule e nunca mais se ouviu falar das investigações.
Recordou também o desabamento há meses atrás do edifício da judiciária em Luanda em que foi prometido um inqúeiro “ e depois como sempre não há resultados”.
“ É preciso seriedade das pessoas que dirigem o país,” disse.
Para Manuel Aleixo embora “não esteja tudo mal” em Angola “80% da população vive pior do que no tempo colonial, vive em mais miséria do que no tempo colonial”.
Pedro Teca do Uíge sugeriu como meio para se combater o desemprego que o recrutamento governamental dê prioridade a pessoas das zonas onde existem vagas.
Pedro Teca disse que num recente concurso a mais de 80 vagas apenas “dois ou quatro” eram da região e isso “é inaceitável”.
Serafim Chicomo de Benguela criticou os custos de obras realizadas na sua zona, algumas levadas a cabo por empresas de familiares do presidente.
Serafim Chicomo mostrou grande entusiasmo pelo trabalho da organização “Mãos Livres” que defendeu em tribunal angolanos vítimas de injustiças e sugeriu que a organização criasse uma conta bancária onde os cidadãos pudessem contribuir com qualquer quantia para essas actividades.
Sugeriu ainda que a organização arranjasse meios para que pessoas através de Angola se possam voluntariar para ajudar a organização no seu trabalho.
Alberto Numa do Bié sugeriu que os diversos ministérios criassem meios para os cidadãos poderem transmitir os problemas que vivem e para fazerem sugestões
Alguns dos ouvintes referiram-se também ao aumento do crime. Mariano Wassuka disse que há zonas de Luanda onde não se circula a partir do cair da noite devido ao crime e falta de segurança e Alberto Numa do Bié exortou as autoridades a tomarem medidas para combater o crime que, segundo disse, tem vindo a aumentar na sua província.
“É preciso que se tomem medidas sérias contra o crime,” disse.
Vários ouvintes disseram que o presidente não tem colaboradores à altura das suas responsabilidades, mas outros rejeitaram isso afirmando que a responsabilidade do que vai mal é sempre em última análise do presidente.
A figura do presidente foi com efeito um dos temas que mais discussão causou no programa de estilo “microfone aberto” em que os ouvintes foram convidados a falarem sobre os problemas nas suas províncias e cidades e também dos progressos registados ou falta deles na reconstrução do país.
Geralmente o programa Angola Fala Só conta com um convidado que responde a perguntas dos ouvintes sobre as questões que ele próprio conhece.
O programa de “microfone aberto” aos ouvintes foi também marcado por sugestões práticas para se colocar desmobilizados na polícia, para contactos com dirigentes e também para se apoiar Organizações Não Governamentais.
O debate sobre a figura do presidente pode ser exemplificado pela pergunta que o ouvinte Elias Faustino deixou: “Aqueles que criticam o MPLA e o presidente que me digam qual é o partido que podia ter reconstruído Angola em 10 anos?”
Um outro ouvinte, Mariano Wassuka, disse que o país “não tem rumo” e isso deve-se ao facto do “presidente não ter colaboradores à altura das suas tarefas”.
“Eles é que estão a estragar o nosso presidente,” disse Mariano Wassuka.
“Não hà ética e moral política e sem isso não se faz boa política,” acrescentou.
Mas o ouvinte Mbenguno Daniel disse que culpar “colaboradores” não é desculpa para a má actuação do governo
“O presidente é responsável e portanto culpado pelos seus colaboradores,” disse afirmando ainda que aqueles que rodeiam o presidente “têm medo” de o criticar porque “quem crítica é culpado”.
O presidente Eduardo dos Santos é eleito dirigente do MPLA sem oposição porque há medo de votar contra.
“Quem é que vota contra quando a votação é de mão no ar?” interrogou Mbenguno Daniel.
Manuel Aleixo Sobrinho foi o primeiro ouvinte a sugerir que desmobilizados das forças armadas sejam integrados na polícia afirmando que o recrutamento para a polícia é feito hoje sem se saber o passado dos recrutas.
“Como é que se sabe que um recruta da polícia não é um delinquente,” disse Manuel Sobrinho que disse que integrar desmobilizados nas forças armadas serviria para pôr fim a essa situação e ao mesmo tempo dar emprego aqueles que serviram nas forças armadas.
João Mulei, ele próprio veterano das forças armadas apoiou a sugestão afirmando que com militares as autoridades sabem sempre se têm ou não “um homem educado”.
O problema disse ele é que “ o partido no poder está virado contra nós” e isso estende-se mesmo aqueles que ainda estão nas forças armadas.
“Os militares não têm condições,” disse, acrescentando que os “generais não olham para o soldado” e o partido no poder “ não liga aos analfabetos”.
Foi o ouvinte Manuel Aleixo Sobrinho que se insurgiu contra “ a falta de seriedade” do governo em investigar o que está errado.
Recordou que as autoridades prometeram uma investigação ao desaparecimento há um ano dos activistas Alves Kamulingue e Isaías Cassule e nunca mais se ouviu falar das investigações.
Recordou também o desabamento há meses atrás do edifício da judiciária em Luanda em que foi prometido um inqúeiro “ e depois como sempre não há resultados”.
“ É preciso seriedade das pessoas que dirigem o país,” disse.
Para Manuel Aleixo embora “não esteja tudo mal” em Angola “80% da população vive pior do que no tempo colonial, vive em mais miséria do que no tempo colonial”.
Pedro Teca do Uíge sugeriu como meio para se combater o desemprego que o recrutamento governamental dê prioridade a pessoas das zonas onde existem vagas.
Pedro Teca disse que num recente concurso a mais de 80 vagas apenas “dois ou quatro” eram da região e isso “é inaceitável”.
Serafim Chicomo de Benguela criticou os custos de obras realizadas na sua zona, algumas levadas a cabo por empresas de familiares do presidente.
Serafim Chicomo mostrou grande entusiasmo pelo trabalho da organização “Mãos Livres” que defendeu em tribunal angolanos vítimas de injustiças e sugeriu que a organização criasse uma conta bancária onde os cidadãos pudessem contribuir com qualquer quantia para essas actividades.
Sugeriu ainda que a organização arranjasse meios para que pessoas através de Angola se possam voluntariar para ajudar a organização no seu trabalho.
Alberto Numa do Bié sugeriu que os diversos ministérios criassem meios para os cidadãos poderem transmitir os problemas que vivem e para fazerem sugestões
Alguns dos ouvintes referiram-se também ao aumento do crime. Mariano Wassuka disse que há zonas de Luanda onde não se circula a partir do cair da noite devido ao crime e falta de segurança e Alberto Numa do Bié exortou as autoridades a tomarem medidas para combater o crime que, segundo disse, tem vindo a aumentar na sua província.
“É preciso que se tomem medidas sérias contra o crime,” disse.