terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

LUANDA: Burla do BESA: Direito de Resposta da FBL

BURLA DO BESA: DIREITO DE RESPOSTA DA FBL


O artigo publicado no Maka Angola intitulado “A burla de meio bilião de dólares do Espírito Santo em Angola” tem gerado múltiplas reacções.
A última chegou-nos da sociedade de advogados FBL, liderada por Fernando Faria de Bastos.
Apesar das múltiplas tentativas de contacto para que nos enviassem a resposta em formato devidamente editável neste portal, não obtivemos resposta, pelo que nos vemos forçados a publicá-la em formato de imagem:

LUANDA: Burla BESA - Refutação da Resposta da FBL

BURLA DO BESA: REFUTAÇÃO DA RESPOSTA DA FBL


resposta da FBL ao artigo A burla de meio bilião de dólares do Espírito Santo em Angola” foi por nós recebida com toda atenção (e publicada, conforme legislação sobre direito de resposta), merecendo-nos os comentários que se seguem.
Esta sociedade de advogados confirma que participou no negócio abordado no dito artigo, mas alega que apenas o fez como prestadora de serviços a clientes, afirmando não ter conhecimento de qualquer plano para defraudar o BESA.
Ainda de acordo com a resposta ao nosso artigo, a sociedade não terá sido devidamente contactada pelo jornalista Rafael Marques com questões relativas ao negócio.
Em relação aos contactos com a sociedade de advogados, Rafael Marques enviou um questionário ao administrador da sociedade, através do seu WhatsApp, mas não obteve resposta. Falou telefonicamente com a secretária da FBL, bem como com a sócia-fundadora, Paulette Lopes, a quem encaminhou novamente, por sugestão desta, o questionário através do seu endereço de email, para que o fizesse chegar a Fernando Faria de Bastos, mas de novo não obteve qualquer resposta. Da parte da FBL, não houve sequer o cuidado de confirmar recepção do e-mail.
A questão mais grave, porém, é que a sociedade afirma que apenas prestou serviços a clientes, entre os quais a constituição das sociedades beneficiárias dos empréstimos fraudulentos do BESA.
O facto de a sociedade estar a prestar um serviço não a exime de qualquer responsabilidade. Desde, pelo menos, a Lei n.º 12/10 de 9 de Julho, antiga Lei de Combate ao Branqueamento de Capitais, os advogados estão sujeitos a uma série de regras de due diligence e de prudência quando efectuam serviços para os seus clientes. Essas normas obrigam a especiais cuidados quando se constituem sociedades de fachada, quando se lida com pessoas politicamente expostas ou se intervém em operações de elevado valor.
Ora, no caso vertente, a sociedade de advogados não se limitou a constituir sociedades de fachada por mando dos seus clientes; os advogados da sociedade ficaram sócios e gerentes das sociedades e agiram em nome delas, tendo obtido os empréstimos referidos. Os pedidos de financiamento das cinco empresas, cujas garantias estão sobrevalorizadas e são manifestamente inferiores aos valores mutuados, estão assinados pelo administrador único da FBL, o advogado José Fernando Faria de Bastos.
Portanto, não temos um mero serviço de preparação da constituição de uma sociedade, mas uma actividade continuada e estruturada de decisão dos advogados referidos em várias sociedades. Se são pedidos empréstimos, sabe-se para o que servem, quais os fundamentos e necessidades, e quais os movimentos financeiros subjacentes e subsequentes. E, se não se sabe, devia saber-se.
Os deveres deontológicos dos advogados ligados às exigências legais relativas ao branqueamento de capitais nunca – sublinha-se, nunca – lhes permitem dizer que constituem uma sociedade e obtêm milhões de um banco, desenvolvendo toda a actividade por conta de um cliente, desconhecendo os seus desideratos. A lei não permite tais afirmações e comportamentos.
Não há defesa possível para os advogados da FBL, que, na nossa opinião, serão co-autores, em conluio com os seus clientes, dos crimes de burla e branqueamento de capitais.

LUANDA: Imprensa Novamente Amordaçada

IMPRENSA AMORDAÇADA, DE NOVO


João Lourenço voltou a colocar a mordaça na imprensa angolana.
As últimas notícias relevantes em Angola sobre criminalidade denunciavam que o filho de José Eduardo dos Santos, através de um esquema rocambolesco, se tinha apoderado de meio bilião de dólares no estertor do mandato do pai, e que a filha-princesa Isabel se tinha apropriado de outro meio bilião de dólares pertencentes à Sonangol, provenientes dos lucros da portuguesa Galp. A imprensa também reportou que a nova embaixadora dos Estados Unidos em Angola, Nina Maria Fite, informou o presidente da República de que os dólares voltariam a fluir no país, desde que a luta contra a corrupção e a transparência se tornassem uma realidade.
Seria de esperar, portanto, que o Ministério Público e as autoridades responsáveis pela investigação criminal concentrassem os seus meios e esforços para desvendar os possíveis desvios dos filhos do antigo presidente, para combater a corrupção e para garantir a transparência nos negócios públicos.
Mas eis que tudo volta ao “normal”. Seguindo as pisadas do regime de José Eduardo, as grandes notícias judiciais são os processos contra Rafael Marques e Graça Campos.
No primeiro caso, está em causa o processo por injúrias que o antigo procurador-geral da República, general João Maria de Sousa, interpôs contra Rafael Marques. A queixa do general já foi amplamente divulgada e nunca deveria ter chegado a julgamento. Agora, o juiz da 6.ª secção de crimes comuns do Tribunal Provincial de Luanda marcou a audiência de julgamento para dia 5 de Março, às 9h00.
Estamos, obviamente, perante as tradicionais tácticas de intimidação e de violação da liberdade de expressão e do espírito crítico. Não se duvide de que é mais um atentado à liberdade de imprensa. O governo angolano está novamente a condicionar as vozes lúcidas e críticas no espaço público, agora que perdeu a onda de apoio popular conquistada por escassos meses após a tomada de posse.
Esta ideia é reforçada pelo novo processo-crime, agora conhecido, contra o jornalista Graça Campos. Desta vez, é o antigo ministro da Justiça, Rui Mangueira, quem, pela mão do procurador Manuel Eduardo Muenho Fungo, vem acusar Graça Campos e Severino Carlos do crime de injúrias.
A suposta injúria resulta de um artigo escrito em Setembro de 2017, intitulado “Ministro da Justiça cessante com 28 processos judiciais ‘nas costas’”. Neste artigo, os jornalistas informavam que Rui Mangueira não seria reconduzido como ministro da Justiça (ao contrário do que depois aconteceu) e que era alvo de vários processos judiciais. Afirmava-se que “nesses processos judiciais [Rui Mangueira] é acusado de inobservância de procedimentos legais e tomada de posições unilaterais que em regra conformam atropelos à legislação em vigor, principalmente em casos demissões e suspensões, vezes sem conta, sem qualquer processo disciplinar. É acusado de demitir, suspender e exonerar com base em ‘conversas de pé de orelha’”.
Mais uma vez, jornalistas no exercício das suas funções de informação e crítica são indiciados por crimes.
Num caso e no outro, onde estão os crimes? Em lugar nenhum. Foram simplesmente prestadas informações sobre factos concretos indisputáveis e emitidas opiniões sobre uma pessoa que desempenha cargos públicos.
A liberdade de expressão e de imprensa está claramente protegida pela Constituição, e o Ministério Público deveria ser o primeiro a defender a ordem constitucional e a liberdade, arquivando estas queixas descabidas. Contudo, invariavelmente, a Procuradoria opta por acusar os jornalistas.
Não se duvida de que Rafael Marques e Graça Campos são espíritos críticos e livres, que exercem – de forma profissional e à custa de muitos sacrifícios pessoais – as suas funções jornalísticas.
Por isso, facilmente se percebe que estes processos judiciais por injúrias atropelam por completo a garantia constitucional da liberdade de expressão. São meras armas de arremesso para calar os jornalistas e a imprensa livre em Angola.
Sejamos claros: a imprensa livre está mais uma vez a ser amordaçada. Em menos de quatro meses, João Lourenço soltou os seus esbirros judiciais.
E o combate à corrupção? Irá o senhor presidente continuar a proteger os corruptos enquanto se perseguem os jornalistas?

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

LUANDA: Fomos Enganados: Reacções ás Nomeações do Presidente da República

Fomos enganados: Reacções às nomeações do Presidente da República

Luanda - As nomeações feitas pelo Presidente da República, já mereceram reacção de vários sectores da sociedade angolana. Graça Campos, jornalista, questiona se  “é com essa gente que João Lourenço vai reformar o país? Eu por mim desisto da esperança”.

Fonte: Facebook
Reedição: Planalto de Malanje Rio Capopa - Blog Cidadania
13/02/2018
Popularidade de JLO reduz significativamente
 
“Olho para estas e outras nomeações e concluo, tristemente, que fomos todos enganados. Não há país que vá para a frente com gente que, nos últimos 30 anos, mais não fez do que puxa-lo pará trás. Parabéns, Presidente João Lourenço, por haver enganado tantos milhões de angolanos”, concluiu.
 
Ismael Mateus, também jornalista, considera que a lógica de usar cargos públicos para acomodar gente ou de dar trabalho a quem já deveria estar na reforma nunca trouxe ganhos.
 
“Foi por causa de estas e outras que lixamos o País.    As mesmas decisões, os mesmos erros e as mesmas pessoas. Definitivamente, parece que era mesmo só sonho”, finaliza.
 
João Lourenço, nomeou, segunda-feira, em despacho, Mara da Silva Baptista Domingos Quiosa para o cargo de governadora da província do Bengo.
 
No mesmo despacho, o Chefe de Estado nomeou as   seguintes entidades :
 
Albina Assis Pereira Africano, para o cargo de Consultora do Presidente da República;
 
Ana Maria de Oliveira, para o cargo de Consultora do Presidente da República;
    
Assunção Afonso de Sousa dos Anjos, para o cargo de Consultor do Presidente da República;
 
João Baptista Chindandi, para o cargo de Consultor do Presidente da República;
 
José Maria Botelho de Vasconcelos, para o cargo de Consultor do Presidente da República;
 
Paulo Fernando Matos, para o cargo de Consultor do Presidente da República;
 
Paulo Tjipilica, para o cargo de Consultor do Presidente da República e Santana André Pitra, também para o cargo de Consultor do Presidente da República.
 
Por outro lado, nomeou também , por decreto, Ismael Abraão Gaspar Martins para o cargo de Administrador Não Executivo do Fundo Soberano de Angola.
 
Noutro decreto, o Presidente da República nomeou Lourenço Manuel Gomes Neto para o cargo de Administrador Não Executivo da TAAG-EP.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

LUANDA: MPLA Connectiom (II)

MPLA CONNECTION (II)
Fonte: Planalto de Malanje Rio Capopa - Blog Cidadania
13/02/2018
JOÃO LOURENÇO NÃO É NEM NUNCA FOI O HERDEIRO NATURAL PARA PRESIDIR O MPLA
Resultado de imagem para jes e joão lourençoA inadequada eloquência verbal encontrada nos discursos musculados do vice-presidente do MPLA, são a prova comprovada de que o governante é parcialista e não compreendeu o cansaço que a imponência dos seus exaustivos discursos sem criatividade causa aos que o escutam. Por outro lado, denota-se nos discursos uma elevada doze de incredulidade que de certo modo inviabilizam o prometido combate a corrupção e a igualdade de oportunidades e na aplicação da justiça igual para todos, debalde.
 Essa questão obstaculiza a salutar convivência entre a elite governante e os governados expostos a todo tipo de sofrimento miserável e de pobreza descabida.
Governar o país não significa apenas exonerar inimigos e/ou adversários e de seguida nomear amigos próximos.
O que fará o PR auto-intitulado reformista para transformar a economia do país? Além de ter passado mais de 150 dias a defender o gangster corrupto Manuel Vicente, com quais instrumentos conta o PR para ajustar e fortalecer economicamente o país?
Pelos vistos, o presidente precisa urgente de um plano coeso para começar a executar as prometidas reformas económicas. Cabe a cada um dos presidentes o da república e do MPLA, o papel fundamental para retirar o país do estado de falência económica que se encontra. João Lourenço tem de aprender e rápido a governar para todos como prometeu fazer.
 Quanto ao presidente JES, cabe-lhe o papel fundamental de modernizar o MPLA, retira-lo da fossilização nauseabunda onde se encontra acostado. José Eduardo dos Santos é neste momento a pessoa certa para permanecer a frente do MPLA para afasta-lo do estigma de partido elitista e voltar a dar-lhe o cunho de partido de massas do passado.
Foi de uma estrema gravidade o PR permitir que o novo PGR Pitagróz ameaça-se e/ou tenta-se amordaçar a Maria Luísa Abrantes.
Se o presidente da república quer tanto perseguir gatunos e corruptos, então que comece dentro da cidade alta, por exemplo poderá começar por perseguir o director do seu gabinete, passar pelo seu secretário económico, pelo secretario dos assuntos produtivos e desaguar no ministro da casa de segurança. Aí sim daria sinais de verticalidade e amadurecimento político.
Todos cometemos erros, todos falhamos, sobretudo aqueles que como eu, deram inicio a construção da república popular de Angola. Então por quê essa peregrina perseguição contra os filhos da Maria Luísa Perdigão Abrantes? O que esses filhos da nossa Angola fizeram que os outros filhos da elite não fizeram?
Porque não amnistia os prisioneiros políticos e de consciência injustamente atirados para as masmorras da ditadura. Como por exemplo o cristão “KALUPETECA” cidadão humilde e pobre.
 A forma violenta como foram desarreigados dos seus negócios, nem mesmo os seus direitos empresariais foram respeitados. Tem razão a dra. Milucha Abrantes, e fez muito bem abrir a boca no momento certo para defender os seus filhos.
 Caso essa mulher valente não partisse para luta em defesa dos filhos quem o faria? 
João Lourenço e o seu PGR não têm o direito de ameaçar a mãe dos filhos de JES, se quiserem começar uma caça as bruxas comecem dentro do palácio não aqui fora. Não lutamos para que se repita o que aconteceu no passado recente, vamos com humildade trabalhar por uma verdadeira paz social em harmonia.
Tanto ódio para quê?
 Todos erramos e roubáramos o que é de todo povo, incluindo o próprio PR e o PGR. Querem agora criar bodes expiatórios para justificar o recurso a uma ambicionada purga só para o PR e sua entourage alcançar popularidade mixuruca? 
Afinal querem mudar o país para pior e coloca-lo em desordem social? Que razão está por baixo dessa tão dedicada caça as bruxas? Ameaçar e/ou tentar calar a cidadã a Milucha, foi no mínimo um perigoso exercício de estupidez delirante e um doloroso tiro mo pé do PGR e de quem lhe deu ordens. Vamos trabalhar e melhorar a vida do nosso sofrido povo.
Por essa e por outras é que o MPLA se enfraquece a cada vez mais, por outro lado, os injustiçados estão incondicionalmente ao lado dessa mulher valente. O governo de João Lourenço é de facto a extensão do anterior em todas as suas vertentes.
Quem quiser ser presidente do MPLA tem de ir a votos, os “LOURENCISTAS” querem a presidência do MPLA, a solução é JL irem a votos.
Não existe unanimidade nos partidos políticos, o MPLA não é excepção a regra.  Não existe unidade de pensamento no interior da militância do MPLA e muito menos no corpo expedicionário da oligarquia impositora do regime segregacionista. Por assim dizer, João Lourenço não é nem poderia ser a única escolha para dirigir o partido.
Nunca fiz política por encomenda, tão pouco meu comportamento obedece a qualquer espécie de seguidismo político cego e irresponsável. Porém, a minha posição desta vez é claríssima, enquanto militante do MPLA, estou ao lado da corrente que segue o ex-presidente da república e actual presidente do partido José Eduardo dos santos.
A razão é que os seguidores de João Lourenço nunca encararam positivamente o debate político como o caminho a seguir. Sempre se comportaram como ratazanas oportunistas, nunca abriram a boca para manifestar qualquer opinião contra as arbitrariedades impostas pelo regime.
Todos quantos desejarem concorrer a presidência do partido poderão fazê-lo em liberdade e em sã consciência.
Não me oponho a predisposição do novo inquilino da cidade alta desejar liderar o MPLA.  Essa vontade é legitima, só não deve ser tão levianamente exigível. Nem deverá pensar que é o herdeiro natural do trono só por ter sido colocado por JES e Kopelipa na presidência da república.
Pensar que é o candidato de toda a militância seria o mesmo que insinuar que somos todos dementes. Em primeiro lugar é que no MPLA cada cabeça é uma sentença, segundo lugar, não existe nenhum deficit de quadros com capacidade de comandar capazmente o MPLA e leva-lo a bom porto.
Sempre se mantiveram caladinhos e obedientes a mercê da vontade do ditador, agora aparecem como pavões alvoraçados em arautos defensores da democratização do país.
Jamais fui preparado como expert para discutir pessoas ou cargos, a minha praticabilidade sempre se baseou em discutir ideias e em apoiar projectos estruturais, sobretudo, discutir modelos de governação viáveis, que respeitem a com clareza a administração coerente da coisa publica. Isso significa dizer que é preciso que o povo participe em liberdade nas discussões económicas do país
Portanto, para mim JES não é mais o principal entrave da governação que o precisa para sair da clausura fúnebre em que se encontra, Não há mais nenhuma necessidade de se combater o presidente do MPLA nem se lhe pode assacar responsabilidades idênticas as que no passado recente provocou tamanho sofrimento ao povo.
Os que acreditaram que João Lourenço seria a promessa de renovação do sistema político-económico encontram-se expectantes.
Certamente perceberam o engodo em que se meteram e entenderam que não haverá alteração melhorada nenhuma na condução do xadrez político económico e social. Aqueles que sonhavam com uma nova Angola estão decepcionados pois o chefe do executivo decidiu defender os corruptos, coisa que não foi escrutinada nas eleições de Agosto.
 Por exemplo, a Angola profunda não esta representada no governo do presidente lobitanga. Com João Lourenço o país encolheu e ficou mais pequeno. O governo ficou desconfigurado descabidamente, e está sem tecnocratas de reconhecida craveira, também não possui nenhuma representatividade política fora do celeiro da corrupção.
Até o MPLA ficou mais pequenino com a presidência de João Lourenço. a As escolhas para formação do governo são da inteira e exclusiva responsabilidade do presidente da república. Porém, acredito que seria bem-vinda tentar utilizar outras alternativas com quadros experimentados da nossa praça político-económica, deste modo ajudariam a retirar o país da enrascada em que MPLA o colocou.
Infelizmente em Angola a democracia não é a regra, mas, a excepção.
O estado de direito não funciona onde não se respeitam as liberdades de expressão, de ir e vir e de manifestação publica. Hoje a integridade e a inteligência do cidadão em Angolano tem sido constantemente estuprada violentamente pelo poder carrancudo emanado do autoritarismo do regime, que insiste em não se renovar.
Isso demonstra que filosofia autoritária e a cultura totalitária continua a cultivar a intolerância, a mentira eloquente continua activa e actuante na divulgação da publicidade falsa, com o firme propósito de enganar o maior número de pessoas distraídas.
Não sou e nem nunca fui LOURENCIANO e não faço questão nenhuma em sê-lo, do mesmo modo que nunca fui JESSEANISTA.
Sou apenas um humilde cristão que é também militante do MPLA há 43 anos, disso não abro mão. Esse sentimento lúgubre que define a bajulação como o caminho mais rápido de ascender a um lugar ao sol sem qualquer esforço, não é mais bem-vindo. Essa é a formula errada de se chegar ao pólio e por isso tem de ser definitivamente banida.
Quando JES foi automaticamente conduzido ao cargo de em Presidente da república e do partido ao tempo do MPLA/Partido do Trabalho, pertence a era de partido único. Seria uma tremenda imprudência continuar a alimentar levianamente a militância com deslavadas incongruências, não se pode perpetuar o erro nem continuar a conduzir erradamente o partido.
Camaradas, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.
Ninguém pode chegar a presidência do partido senão pela via eleitoral, e não vale mais a farsa de candidato único, o confucionismo elaborado tem de terminar no MPLA.



LUANDA: É Fácil e Lucrativo Elogiar Vivos e Desonrar Mortos

É FÁCIL E LUCRATIVO ELOGIAR VIVOS E DESONRAR MORTOS!


O jornalista e escritor Sousa Jamba foi entrevistado recentemente pelo “Jornal de Angola”. Disse (terá dito) aquilo que o JA queria que dissesse, sobretudo sobre Jonas Savimbi. Talvez tenha dito outras coisas importantes, mas os respeitáveis critérios editoriais são mesmo assim.

Por Orlando Castro
Sousa Jamba, a propósito do “fenómeno” Kalupeteka (ainda se lembram?) explicou há cerca de três anos que o caso faz parte de uma longa tradição na África de profetas com uma mensagem apocalíptica.
“Na África do Sul, no século XIX, havia a Nongqawuse que instruiu aos seguidores dela xhosa para venderem todo o seu gado. Na Zâmbia, nos anos 50, houve o fenómeno da Alice Lenshina, que fundou uma seita com princípios que não alinhavam com as estratégias das autoridades coloniais britânicas e mesmo com alguns líderes negros da Zâmbia. Na Nigéria, há várias seitas vindas da corrente dominante do Cristianismo. Em certos casos estas seitas chocaram com a policia. Há casos que os antropólogos chamam de sincretismo — fusão de várias crenças, incluindo religiões tradicionais”, explicou Sousa Jamba.
À pertinente pergunta sobre de que UNITA tinha mais saudades, se a dirigida pelo seu fundador Jonas Savimbi ou desta que chegou à grande cidade, com todos os seus “mais velhos”, e ficou por aqui, deixando o seu principal território étnico para trás, Sousa Jamba respondeu:
“Saudades não seria o termo. Continuo a tentar entender a complexidade do Dr. Savimbi, que é, sem dúvida, um dos personagens mais complexos que conheci. De 1977 a 1980, o Dr. Savimbi foi um líder altamente exemplar: corajoso, disciplinado, pronto a consultar os seus colegas, com uma visão que privilegiava a formação de militares e quadros de qualidade. Depois, surge o culto de personalidade, a eliminação física de figuras tidas como rivais ao chefe e outros males que quase cancela o que foi tão positivo nele. Aprecio muito a liderança das cidades – do Dr. Samakuva – que em 2003 soube conciliar as facções que existiam depois da morte do líder fundador. Em situações que ameaçavam a paz e o processo de reconciliação nacional, esta liderança sempre optou pelo consenso e moderação. O Dr. Isaías Samakuva deve ser reconhecido pelo papel tão positivo em manter a UNITA intacta.”
Para quem continua “a tentar entender a complexidade” de Jonas Savimbi, Sousa Jamba tem já conclusões muito assertivas. O que, aliás, não é difícil. Chamar à colação os defeitos (e Savimbi tinha muitos, ou não fosse um ser humano que nunca foi considerado “o escolhido de Deus”) de alguém que já morreu é muito fácil. Dizê-lo enquanto estava vivo era, de facto, mais complicado. Mas, reconheça-se, não é pecado embora possa ser moralmente condenável, ser forte perante os mortos e passivo com os vivos, sobretudo quando estes têm o Poder.
“O que se passou com o escritor Sousa Jamba cujo livro “Patriotas”, na versão inglesa, viu retirada duas páginas que retratavam a queima de pessoas vivas acusadas de bruxaria na Jamba?”, perguntou o entrevistador.
Sousa Jamba explica que “a versão em Inglês contém relatos que tocam nos aspectos negativos da UNITA, como a queima de pessoas acusadas de bruxaria. Em 1991, fui pressionado a não incluir na versão portuguesa esta questão (..)”. Que chatice. Quase apetece dizer que “quem não cede a pressões não é filho de boa gente”. Então quando se tem de escolher entre ser um herói morto ou um cobarde vivo, tudo fica mais simples. Para os cobardes, é claro.
“O Dr. Savimbi tinha um lado sem escrúpulos: no ajuste de contas, com ele a família e os próximos não eram poupados”, explicou Sousa Jamba. Digamos que era algo semelhante, embora em ínfima escala, a Agostinho Neto e aos massacres de 7 de Maio de 1977. É isto, não é Sousa Jamba?
Na opinião de Sousa Jamba, “a UNITA vai ter que falar com franqueza sobre as figuras que desapareceram em circunstâncias bastante nebulosas. O partido vai ter que lidar com candura com os erros crassos cometidos quando o Huambo estava sob o seu controlo. Há muitos jovens que ficaram traumatizados com o autoritarismo daquele momento. A UNITA precisa mesmo de uma Comissão da Verdade. Só assim poderemos apreciar o muito que certamente é louvável e positivo no partido, que, naturalmente, vai ter que se adaptar aos novos tempos”.
Pelos vistos, todos os partidos que fizeram a guerra têm necessidade de avançar com uma Comissão da Verdade. Ou será só a UNITA? Sousa Jamba só refere os da UNITA mas, certamente, não esquece todos os outros, bem mais graves.

Comissão da Verdade?

Aliás, falar dos “erros crassos” que Savimbi cometeu e esquecer outros, muitos outros, bem mais graves, parece ser uma boa forma da cair – como muitos outros ex-militantes e ex-militares da UNITA – nas boas graças do “escolhido de Deus”, versão II – João Lourenço.
Sousa Jamba não fala especificamente nisso, mas ele também sabe que tudo o que de mal se passou, passa ou passará em Angola é culpa da UNITA. Desde logo porque as balas das FALA matavam apenas civis e as das FAPLA/FAA só acertavam nos militares inimigos.
Tal como sabe que:
– As bombas lançadas pela Força Aérea do MPLA só atingiam alvos inimigos e nunca estruturas civis;
– A UNITA é que foi responsável pelos mais de 40.000 angolanos torturados e assassinados em todo o país depois dos acontecimentos de 27 de Maio de 1977, acusados de serem apoiantes de Nito Alves ou opositores ao regime;
– A UNITA foi também responsável pelo massacre de Luanda que visou o seu próprio aniquilamento e de cidadãos Ovimbundus e Bakongos, onde morreram 50 mil angolanos, entre os quais o vice-presidente da UNITA, Jeremias Kalandula Chitunda, o secretário-geral, Adolosi Paulo Mango Alicerces, o representante na CCPM, Elias Salupeto Pena, e o chefe dos Serviços Administrativos em Luanda, Eliseu Sapitango Chimbili.
– Na lista de principais terroristas e inimigos do Povo (sendo que o Povo é o MPLA e que o MPLA é o Povo) estão nomes como Alda Sachiango, Isaías Samakuva, Alcides Sakala, Jeremias Chitunda, Adolosi Paulo Mango Alicerces, Elias Salupeto Pena, Jonas Savimbi, António Dembo ou Arlindo Pena “Ben Ben”.
– O massacre do Pica-Pau em que, no dia 4 de Junho de 1975, perto de 300 crianças e jovens, na maioria órfãos, foram assassinados e os seus corpos mutilados no Comité de Paz da UNITA em Luanda… foram obra da UNITA.
– O massacre da Ponte do rio Kwanza, em que no dia 12 de Julho de 1975, 700 militantes da UNITA foram barbaramente assassinados, perto do Dondo, perante a passividade das forças militares portuguesas que garantiam a sua protecção, foi obra da UNITA.
– Entre 1978 e 1986, centenas de angolanos foram fuzilados publicamente, nas praças e estádios das cidades de Angola, uma prática iniciada no dia 3 de Dezembro de 1978 na Praça da Revolução no Lobito, com o fuzilamento de 5 patriotas e que teve o seu auge a 25 de Agosto de 1980, com o fuzilamento de 15 angolanos no Campo da Revolução em Luanda. Responsável? A UNITA.
– Foi a aviação da UNITA que, em Junho de 1994, bombardeou e destruiu Escola de Waku Kungo, tendo morto mais de 150 crianças e professores, que, entre Janeiro de 1993 e Novembro de 1994, bombardeou indiscriminadamente a cidade do Huambo, a Missão Evangélica do Kaluquembe e a Missão Católica do Kuvango, tendo morto mais de 3.000 civis.
Como é que vias Jonas Savimbi?, perguntou o entrevistador do JA.
Sousa Jamba responde: “Era um personagem cheio de contradições. Ele foi, em termos físicos, muito corajoso e capaz, mas havia o seu lado burguês. Uma vez, quando estive na Jamba, estava a ajudar numa tradução e ele apareceu, à madrugada, vestido de pijama de seda e óculos, com um calhamaço sobre logística em inglês na mão. Ele parecia ser um intelectual finíssimo numa biblioteca privada num chalé suíço. Ele escutava música clássica e reggae – sobretudo o Jimmy Cliff. Ele lia muito em Francês, Português e Inglês, e escrevia nas margens dos livros com caneta de feltro preta, como se estivesse a argumentar com os autores. Havia, na sua biblioteca, vários livros sobre Winston Churchill.”
Era, como comprova Sousa Jamba, um personagem cheio de contradições. Ouvir música clássica e reggae, ler livros escritos em português, francês e inglês e ter uma biblioteca com obras sobre Winston Churchill é a prova provada.
Conta Sousa Jamba que Savimbi “não perdoava aos que, aparentemente, o teriam traído”. Aparentemente? Estará a falar do general Geraldo Sachipengo Nunda, expoente máximo dos que saltaram a barricada e ajudaram a puxar o gatilho que levaria ao seu assassinato?
Esperemos pela próxima entrevista de Sousa Jamba, quem sabe se já como colega de Fernando Heitor…

ÁFRICA DO SUL: ANC Dá 48 Horas para o Presidente Zuma se Demitir

ANC DÁ 48 HORAS A ZUMA PARA SE DEMITIR


Resultado de imagem para jacob zumaÁFRICA DO SUL. O Congresso Nacional Africano (ANC) deu 48 horas ao Presidente da África do Sul, Jacob Zuma, para apresentar a sua demissão do cargo, segundo informações avançadas hoje pela televisão estatal sul-africana SABC.

Segundo a televisão, que cita elementos que participam na reunião do ANC, o presidente do partido, Cyril Ramaphosa, deslocou-se até à residência oficial do chefe de Estado para o informar que tem 48 horas para apresentar a sua demissão, evitando assim ser afastado do cargo.
O actual chefe de Estado, que enfrenta acusações de corrupção, pode recusar demitir-se mas, nesse caso, o ANC pode apresentar no Parlamento uma moção de censura.
O partido de Jacob Zuma, o Congresso Nacional Africano (ANC), está reunido em Pretória para, como afirmou o seu líder, Cyril Ramaphosa, “finalizar” a questão da saída antecipada do Presidente da África do Sul.
Os 107 membros do Conselho Nacional Executivo do ANC estão reunidos num hotel da capital da nação sul-africana para uma decisão sobre o futuro do Presidente da África do Sul.
O conselho tem o poder de “lembrar” Jacob Zuma sobre o ocorrido em 2008, quando o Presidente Thabo Mbeki, que sucedeu no cargo a Nelson Mandela, renunciou por falta de apoio do ANC no Parlamento.
Depois de ter ultrapassado sete moções anteriormente, o Presidente Zuma vai enfrentar em 22 deste mês uma nova moção de censura parlamentar, pedida por um partido da oposição.
Após deixar a presidência da formação no último congresso do ANC, em Dezembro, a favor de Ramaphosa – que não era o seu candidato preferido -, a pressão para que o chefe de Estado abandone o poder aumentou, especialmente nas últimas semanas.