MUDANÇA EM
ANGOLA INDEPENDE DA VONTADE DO MPLA
Os analistas
de terceiro grau multiplicam-se em criar cenários desencontrados da realidade
actual, e, por isso improváveis de acontecer por estarem fora do contesto real
objectivo dos critérios analiticamente viáveis. Os políticos da oposição não entenderam
que qualquer mudança no país, depende muito da forma como como as forças
politicas se comportam no tabuleiro do xadrez politico nacional.
Pode até
parecer intrigante para os nossos jovens de hoje entender essa minha afirmação,
porem, não será difícil entender, que a desgovernação do país trouxe uma
instabilidade cada vez mais crescente essa situação depreciou a vontade de
liberdade do povo isso sem esquecer que em 42 anos os sucessivos governos do
MPLA não criaram riqueza que tranquilize o futuro das gerações presentes e
vindouras.
Temos que
ter a coragem de considerar seriamente em convocar uma assembleia nacional
constituinte para discutir-se em praça aberta um novo modelo constitucional
abrangente, o país necessita de uma discussão livre em torno de problemas que
afligem os angolanos. Até mesmo porque se faz necessário discutir e aprovar uma
reforma tributaria sustentável, que crie e distribua melhor a riqueza. Não
estou de modo algum preocupado com as falaciosas bajulações dos analistas outsiders, que se
multiplicam análises graxistas em torno do candidato do MPLA meu partido. Até
porque essa gentalha oportunista, desconhece os gemidos provocados pelos
excessos gravosos aplicados contra o povo em forma de tortura pelo regime
autoritário angolano a mais de 42 anos.
Existe de facto
uma urgente necessidade de refundarmos o partido, e leva-lo a adoptar outro modo
de eleger democraticamente os corpos gerentes do partido. Também o estilo
demagogo de eleger o presidente do partido terá que obedecer a outros critérios
mais modernos, sem esquecer de alterar a qualidade politica dos membros da
direcção envolvidos na administração do partido. A validade do actual modelo a
muito se esgotou a muito.
A militância não pode afastar do seu horizonte
o gesto altruístico de João Lourenço por ter aceite candidatar-se como cabeça
de lista, sobretudo por estarmos num momento arriscado de falência socio
político-económico e financeiro. Porém, caso o MPLA perca as eleições de Agosto
de 2017, isso não deverá de modo algum ser da responsabilidade única do João
Lourenço. A responsabilidade deverá ser assacada a todos nós militantes do
MPLA, que nos deixamos enganar pelo actual presidente do partido, o único e
verdadeiro responsável do nosso infortúnio.
Apesar de JL
ter aceite o convite de JES para ser o cabeça de lista do partido, isso não
significa que o eventual resultado eleitoral positivo ou negativo deva ser-lhe
caucionado. Nós militantes não podemos ignorar as malfeitorias incrementada pela
actual na administração do MPLA. O presidente JES trata o MPLA, como se o
partido fosse propriedade particular sua. JES transformou o MPLA numa religião
apelativa-mente maligna, encriptada de ritos feiticista, magia negra, e credos
satânicos a mistura. Além do mais, JES impregnou um exagerado condão de
endeusamento da sua pessoa, através do mediático culto de personalidade por si
evocado. O actual modelo de partido que se transformou o nosso MPLA já não se
coaduna com a nossa realidade politica.
Assim sendo, podemos dizer quer não será
nenhum fim do mundo caso nos deparássemos com a realidade de nos tornarmos
oposição amanhã. Apenas teríamos de readaptar urgentemente o partido a nova
realidade, porem, desta vez com o grande beneficio de não termos JES para nos
atrapalhar, na escolha do caminho que teremos que trilhar a sós. Por outro
lado, existem razões objectivas de elegermos João Lourenço como líder, e de
seguida teremos que abandonar as praticas totalitaristas herdadas do consolado
de 38 anos da liderança de JES. Como militante há mais de 42 anos posso afirmar
que o MPLA tem um presente enegrecido, e um futuro bastante nebuloso. Na
verdade, caso a fraude se concretize como se espera, com toda certeza não
existirá no futuro qualquer garantia que nos assegure uma transferência de
poder tranquila, entre JES e JL.
Até porque
tenho plena certeza que nas mais de quatro décadas do pós-independência, o povo
nunca foi dado nem achado, como pode haver mudança sem a participação directa
do principal actor desse eventual processo de mudança prometido pelo MPLA?
Qualquer que
seja a mudança de rumo desejada, essa mudança de rumo independe do desejo e/ou
da vontade do MPLA. É completamente indefensável a ideia subjectiva e
inaceitável que o MPLA seja de facto o principal vector decisório da tão
esperada e mui desejada mudança.
Não se deve
ignorar o modo terrorista como JES e seus capangas maltratam o soberano
(leia-se Povo), nem como administram as instituições do estado. O terrorismo
ataca sempre os sectores mais vulneráveis da sociedade golpeando-a
traiçoeiramente. Assim age igualmente o nosso presidente, cujo modus operandi é
o de aplicar golpes mortais no seio dos mais fracos que somam 98,5% da
totalidade da população de explorados. Também seria um erro crasso acreditar
que o MPLA represente a estabilidade político-social em Angola, isso é
inverídico.
Além do mais, que espécie de mudança poderia o
MPLA operar em beneficio do povo? Aliás,
o que poderia realizar de concreto o MPLA em 5 anos, se nada conseguiu realizar
nos 42 anos de oportunidade que lhe foi concedido pelo soberano? Além de roubar
as riquezas de todos, o MPLA incrementou a corrupção em larga escala e a
internacionalizou-a além-fronteiras. Camaradas o povo não deseja nunca mais ser
soberano no acto de eleger e depois ser submetido a escravidão pelos donos de
Angola.
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