sábado, 23 de novembro de 2013

LUANDA: Angola em estado de sitio: Policia invade sede da UNITA á tiros

Angola em Estado de sitio: Polícia invade sede da UNITA á tiros

    Luanda – O país acordou em Estado de sitio, este sábado, depois de a Policia através do seu porta-voz Aristofanes dos Santos ter ameaçado impedir qualquer manifestação em respeito a memória de Isaias Cassule e Alves Kamulingues, dois activistas executados pelas autoridades e lançados aos jacarés.
Fonte: Club-k.net
Divulgação: Planalto De Malanje Rio capôpa
Logo nas primeiras horas do dia, a policia invadiu a sede da CASA-CE, em Luanda, tendo prendido um grupo de militantes que preparam cartazes exigindo justiça pelo que aconteceu com os dois ativistas mortos. O Deputado desta formação, Leonel Gomes foi detido junto com outros jovens.

O Líder da CASA-CE, Abel Chivukuvku ao ir procurar os seus companheiros pelas cadeias de Luanda, acabou também por ser detido  e solto uma hora depois.

Ainda em Luanda, o Secrétario para Mobilização da UNITA, Francisco Falua, foi brutamente espancado por volta das 10 horas nas imediações da unidade operativa. Em reação, o activista Victor Hugo Plineo Ngongo apelou que “Seria bom que a polícia comportasse-se bem, porque a paciência tem limites”.
Verifica-se também  helicópteros da Polícia e da Força Aérea no ar; tanques das FAA e da PIR no solo. “O Governo parece que tem saudades da guerra”, diz uma testemunha.

Em Cabinda,  mesmo sem antes da convocada manifestação se realizar, o Secretariado provincial da UNITA  foi invadido por efectivos das FAA e Policia.  A margem da operação foi  preso o Secretario da UNITA para a Comunicação e Marketing naquela província do Norte de Angola

Em Menongue as forças policiais invariam também  a sede da UNITA, e  espancaram membros desse partido. Na ocasião os policiais atiraram granadas de fumo lacrimogéneo. A informação foi prestada pelo Secretario Provincial Ernesto Kambinda.

Na província do Bengo foi detido esta manha, o Secretário Provincial da JURA naquela província,  João Moisés Bessa  por um forte aparato da polícia destacado no desvio da Barra do Dande.  A sede deste partido em Caxito foi cercada pela policia  desde a madrugada do dia 23 impedindo  todos os populares que circulam naquele perimentro.

Na província do Bie, apesar  dos impedimentos o povo, começou a sair as ruas depois das 9h da manha fazendo-se presente na manifestação programada.  Antes  o Comamdante Provincial Adjunto da Policia Nacional, Sr. Menhucho reuniu-se com Secretário Provincial da UNITA, Lito Kandambu solicitando para  que nao saíssem  as ruas para cumprimento das ordens do Governo e Ministerio do Interior.   Momentos depois alguns populares juntaram-se  defronte do Secretariado do Comité Provincial do maior partido da oposição, onde foi lido um manifesto.

Clima de instabilidade que se segue no país foi antecedido por uma campanha movida pela TPA, com reportagens em que se fazia recordar a guerra que terminou a 10 anos atrás. O trabalho da  Televisão estatal, segundo, observações foi no sentido   dar a entender ao povo de que a manifestação em respeito a memoria de Alves Kamulingue e Isaias Cassule, eram sinónimos de guerra.


LUANDA: Anúncio da detenção de Abel Chivukuvuku foi confusão interna diz partido

Anúncio da detenção de Abel Chivukuvuku foi «confusão interna», diz partido

Anúncio da detenção de Abel Chivukuvuku foi «confusão interna», diz partido
23 de Novembro de 2013

O líder parlamentar da coligação eleitoral Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE) disse hoje à agência Lusa que a divulgação da detenção do líder do partido Abel Chivukuvuku se deveu a uma «confusão interna».
O blogue do partido reportou a detenção de Abel Chivukuvuku na madrugada de hoje, mas André Mendes Carvalho, contactado pela Lusa, precisou que quem se encontra ainda detido são cerca de 30 militantes.
«A divulgação da detenção do presidente Abel Chivukuvuku deveu-se a uma confusão. Ele esteve, com outros companheiros, a ver em várias esquadras a situação dos militantes que foram detidos durante a madrugada», disse André Mendes de Carvalho.
LUSA

LUANDA: Regime do MPLA prende Abel Chivukuvuku

Regime do MPLA prende Abel Chivukuvuku

 Abel Chivukuvuku foi detido ao princípio da madrugada deste sábado, na Esquadra que funciona no antigo comando provincial da polícia.
Fonte: CASA
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
O dirigente dirigiu-se para o local para saber dos seus companheiros, detidos pouco antes. Não foram avançados pormenores, sobre o que teria ocorrido que justificasse esta detenção do dirigente máximo da mais jovem formação política representada no parlamento.

Com Alberto Mwanza e demais integrantes de equipa que trabalhavam nas imediações dos Coqueiros viriam a ser transferidos para a IV Esquadra pouco depois de uma hora da detenção ter acontecido.

Uma fonte da CASA-CE que falou na condição de anonimato estimou em duzentos o número de pessoas que foram recolhidos pela policia e UGP, nos distintos pontos da cidade.

Na mesma madrugada em que a polícia se acercou da sede do Secretariado da coligação, sito na Marien Ngoabi arrastando consigo todos os presentes no local.

No Sambizanga, o chefe da polícia de serviço recusou-se dialogar com os responsáveis da organização. Os panfletos foram confiscados e há relatos segundo os quais é a própria polícia que se encarregou ela mesma, de arrancar os posters que já haviam sido colados pela cidade.

Na IX Esquadra do Sambizanga encontram-se 15 pessoas segundo os últimos recebidos. São jovens, quadros, dirigentes entre eles mulheres. Confira connosco alguns dos nomes já confirmados: Madalena Manuel, Gizelda Manuel, Engrácia Manuel e Suzana da Conceição.

LISBOA: Regime angolano proíbe manifestação da UNITA

Regime Angolano proíbe manifestações da UNITA 

Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
O Ministério angolano do Interior entende que estas manifestações podem constituir um fator de conflito. A UNITA assegura que a sua manifestação se mantém como previsto.
O governo angolano proibiu as manifestações da UNITA e do MPLA marcadas para sábado por causa do risco de perturbação da «ordem e segurança públicas».
Em comunicado, o Ministério angolano do Interior alega que estas «manifestações de caráter político» podem «constituir fatores de conflitualidade perturbadores da ordem, segurança e tranquilidade pública e até mesmo segurança interna».
Reagindo a esta probição, o porta-voz da UNITA classificou com «excessiva» esta medida do Ministério angolano do Interior e garante que vai «sair» à rua «como programado».
Em declarações à agência Lusa, Alcides Sakala assegurou que o protesto «contra a repressão», anunciado a 15 de novembro, vai ser pacífico e de acordo com o que está previsto na lei.
Este responsável da UNITA adianta ainda que esta proibição trata-se de uma «exibição de força» e que, desta forma, «ironicamente, a declaração do Ministério do Interior chama mais à atenção para os motivos porque vamos sair à rua».

LUANDA: Táticas que o MPLA utiliza para diminuir o impacto da manifestação convocada pela UNITA

Táticas que o MPLA está a usar para diminuir o impacto da manifestação convocada pela UNITA para o dia 23/11/2013

Fonte: facebook
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
2.Usa a imprensa falada e escrita para fazer CONTRAINFORMAÇÃO: para isso utiliza padres, setores da sociedade civil, e (supostos) cidadãos para, na RNA ou na TPA criticarem os promotores desta manifestação pacifica, descartarem-se da manifestação e incentivar a população a não aderir.

3. Estão a usar ridiculamente a JMPLA por (supostamente) esta organização juvenil vinculada ao MPLA ter sido fundada no dia 23 de novembro. Algum iluminado teve então a ideia de reinventar a roda e decidiu organizar uma marcha comemorativa(na realidade manifestação, que ao que tudo indica, já não terá lugar amanhã).

4. Estão a organizar maratonas para desviar muita juventude e assim não tomarem parte da manifestação.

5.O uso da intimidação, calunias e ameaças contra muitos daqueles que se identificaram a favor da manifestação. Estas ameaças acontecem até mesmo via Facebook.

6. O uso de documentos falsos, supostamente assinado pelos promotores da manifestação, em que apelam ao caos e a violência. Mais uma tática de intimidação psicológica.
ALGUÉM AJUDA A COMPLETAR A LISTA?

Obs: todas estas táticas terão certamente algum impacto (grande ou pequeno) na aderência da manifestação, o que em si só já constitui um flagrante atropelo às liberdades democráticas. Portanto, mesmo se aparecerem só 100 pessoas, já será uma grande vitória para Democracia.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

LUANDA: Presidente da UNITA confirma manifestação para este sábado

Presidente da UNITA confirma manifestações para este sábado

Isaías Samakuva, líder da UNITA Isaías Samakuva, líder da UNITAFonte: Manuel José VOADivulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa22/11/2013
TAMANHO DAS LETRAS 

Em conferência no final da tarde de hoje em Luanda, o presidente da UNITA reiterou a decisão do seu partido em realizar a manifestação de amanhã em Luanda no mesmo local que a Polícia atribuiu à Juventude do MPLA para uma manifestação.
Isaías Samakuva considerou que o documento citado pelo Ministro do Interior em que a presidência da UNITA incentivava os manifestantes a marchar sobre o palácio da Presidência da República é falso.

Samakuva disse também que o seu partido irá protestar nas 17 províncias, inclusive aquelas em que a polícia não autorizou as manifestações da UNITA.

Aquele partido da oposição marcou as manifestações em protesto contra o que chama de barbaridades do regime e na sequência do caso Cassule e Kamulingue.

SÃO PAULO: Fama, sexo e poder

Fama, sexo e poder

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Fama, sexo e poderComo funcionava a quadrilha que enviava mulheres como ex-misses e dançarinas de tevê para poderosos de Angola num esquema milionário de exploração sexual.
Um grupo de brasileiras chega a Angola para ser apresentado a Bento dos Santos Kangamba, 48 anos, um poderoso general do país. Analisadas de cima a baixo, as moças são logo dispensadas e mandadas de volta ao Brasil. “São muito pequenas”, diz o angolano, um apreciador de mulheres com medidas mais generosas. A cena insólita faz parte do inquérito que aponta Kangamba como líder de uma quadrilha de tráfico para prostituição desmantelada no final de outubro pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. O general não só financiava como era o principal cliente do esquema, que funcionava há sete anos. As jovens que partiam daqui para Angola, África do Sul e Portugal ganhavam US$ 10 mil para passar alguns dias com seus clientes, mas outras chegavam a receber US$ 100 mil, caso fossem escolhidas pelo líder. Além de gostar das mais exuberantes, Kangamba almejava as famosas, como mulheres-fruta, assistentes de palco e ex-misses. Em seus pedidos, dizia, por exemplo, que queria “aquela da tevê”, citando inclusive os programas em que elas apareciam.
No Brasil, o cabeça da quadrilha era Wellington Edward Santos de Souza, o Latyno, ex-pagodeiro do grupo paulistano Desejos. Ele está em prisão preventiva desde o dia 24 de outubro, denunciado por crimes como formação de quadrilha, favorecimento da prostituição e tráfico internacional de pessoas. Na casa de Latyno, foram encontrados vários passaportes de mulheres. Outras quatro pessoas também foram capturadas. Entre elas está Luciana Teixeira de Melo, denunciada por manter um estabelecimento de exploração sexual. Rosemary Aparecida Merlin, Eron Franscico Vianna e Jackson de Souza de Lima completam o braço brasileiro da bandidagem. Somadas, as penas máximas podem chegar a 31 anos de prisão. Agora, o próximo passo da Justiça brasileira é conseguir prender os dois angolanos envolvidos no crime, Kangamba e Fernando Vasco Inácio Republicano, também chamado de Nino, cuja função era reservar hotéis e passagens. Mas não há um tratado de cooperação na área criminal entre Brasil e Angola, o que seria um facilitador. Por isso, será preciso recorrer a outros meios legais para tentar capturar a dupla, que já faz parte da lista de procurados da Interpol (Organização Internacional da Polícia Criminal). Empresário influente em Angola, Kangamba é casado com a sobrinha do presidente do país, José Eduardo dos Santos, no poder há mais de três décadas.
A quadrilha costumava aliciar as mulheres em casas noturnas e em estabelecimentos de exploração sexual na cidade de São Paulo. Por dinheiro, algumas garotas chegavam a procurar os traficantes para pedir a oportunidade de participar das viagens. Outras até indicavam amigas interessadas. No país de destino, as jovens ficavam em hotéis – há denúncias de que algumas eram mantidas em cárcere privado nesses locais. Kangamba elegia suas prediletas, que chegaram a viajar mais de uma vez para encontrá-lo. Em outras circunstâncias, o general estava em outro país com um grupo de angolanos e lá recebia suas vítimas, que ficavam à mercê do grupo em verdadeiras orgias. Algumas vezes, eram obrigadas a fazer sexo sem preservativo. Depois, recebiam um coquetel de drogas anti-Aids, que, segundo a Polícia Federal, seria inócuo.
QUADRILHA
Wellington Edward Santos de Souza (acima) era o cabeça do núcleo
brasileiro que traficava mulheres para exploração sexual.
Em Angola, o líder era Bento dos Santos Kangamba (abaixo)
Para alimentar o esquema, os bandidos brasileiros costumavam enviar para o exterior uma média de sete mulheres por mês. Para despistar, Latyno embarcava em datas e locais diferentes dos das moças. A cada 30 dias, o esquema movimentava cerca de US$ 500 mil. Estima-se que o total de sete anos de ações criminosas chegue a US$ 45 milhões. O pagamento era feito de maneiras diferentes, mas sempre em dinheiro vivo. Se as mulheres recebiam no exterior, na viagem de volta traziam os dólares na mala ou na roupa. O mesmo fazia Latyno, que embarcava com quantias altas. Em uma das interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal, uma mulher cobra do ex-pagodeiro a transferência do pagamento por seus serviços – mas nenhuma transação bancária desse tipo foi confirmada nas investigações. Latyno ainda recebia um percentual por cada programa. Se o pagamento era de US$ 10 mil, recebia US$ 1,5 mil. Outros US$ 4,5 mil eram usados para o pagamento de hospedagens e passagens e o restante ia para a mulher. Já nos casos em que a vítima recebia US$ 100 mil, ele cobrava 10% do valor. Um negócio milionário, encerrado com a operação Garina, que significa menina na gíria de Angola.
Camila Brandalise
Revista ISTOE Brasil