África: França toma iniciativa militar contrastando com apatia britânica
A França está a tomar a iniciativa de intervir em conflitos no estrangeiro, particularmente em África, relegando a Grã-Bretanha para segundo plano.
À medida que as tropas francesas vão sendo destacadas para lutar ao lado das suas congéneres africanas para tentar conter a violência religiosa na República Centro-Africana, analistas militares afirmam que uma nova realidade está a despontar na Europa.
A França está a tomar a iniciativa de intervir em conflitos no estrangeiro, particularmente em África, relegando a Grã-Bretanha para segundo plano.
A França enviou mil e 600 soldados para a República Centro-Africana para tentar conter a violência entre cristãos e muçulmanos. Esta decisão verificou-se poucos meses depois de Paris ter decidido destacar 4 mil homens para o Mali onde os rebeldes islamitas ocuparam grande parte do norte do país.
Esta vontade da França em intervir em África serve os seus próprios interesses tal como nos referiu David Cadier da London School of Economics : “ Não queremos um Afeganistão em África. Se não há governo, não há garantias de segurança e nada impediria os grupos terroristas de criarem bases e campos de treino na África Central e no norte de África, por outras palavras à porta da Europa e da França em particular.”
Esta atitude cada vez mais interventiva da França contrasta com a da Grã-Bretanha. No passado mês de Agosto, Londres chocou os seus aliados quando o parlamento votou contra quaisquer actividades militares contra a Síria depois do governo do presidente Bashar al Assad ter usado armas químicas.
Durante um discurso no mês passado o chefe das forças armadas britânicas, o general Nicolas Houghton afirmou que o seu país estava a mostrar cepticismo no que se refere a projectar a sua força através do Mundo: “ Observei recentemente com admiração a relativa capacidade das forças francesas em operarem em condições de gestão de riscos. Devemos ter o cuidado como sociedade e como militares profissionais de não perdermos o nosso instinto de coragem visto que é ele que nos coloca numa classe à parte.”
A Grã-Bretanha foi a principal aliada dos Estados Unidos na invasão do Iraque em 2003, uma guerra que se tornou profundamente impopular entre os britânicos.
No final deste ano as forças britânicas vão completar a retirada das suas forças do Afeganistão depois de 13 anos de combates e cerca de 450 baixas. Sondagens à opinião pública revelam que os britânicos permanecem cépticos acerca daquilo que foi alcançado. Por seu lado os comandantes militares advertem que os talibãs vão rapidamente preencher o vácuo deixado pelas forças da Nato.
Esses conflitos deixaram os britânicos cansados de intervenções militares externas, tal como salienta David Cadier: “O que está a verificar-se é uma relutância cada vez maior em aceitar riscos e baixas. Entretanto a França está frustrada com a ausência de apoio estratégico por parte dos outros europeus.”
Num discurso em Setembro passado, o ministro francês dos negócios estrangeiros Laurent Fabius, disse que a França se adaptaria aos desafios estratégicos:“ Neste Mundo, a França manterá um papel global. Desde que consigamos recuperar a nossa competitividade económica permaneceremos uma potência influente”.
Contudo, um mês depois da intervenção militar francesa na República Centro-Africana, as sondagens demonstram que o apoio entre o público francês a esse respeito baixou de 51 para 41% em apenas um mês.
A França está a tomar a iniciativa de intervir em conflitos no estrangeiro, particularmente em África, relegando a Grã-Bretanha para segundo plano.
A França enviou mil e 600 soldados para a República Centro-Africana para tentar conter a violência entre cristãos e muçulmanos. Esta decisão verificou-se poucos meses depois de Paris ter decidido destacar 4 mil homens para o Mali onde os rebeldes islamitas ocuparam grande parte do norte do país.
Esta vontade da França em intervir em África serve os seus próprios interesses tal como nos referiu David Cadier da London School of Economics : “ Não queremos um Afeganistão em África. Se não há governo, não há garantias de segurança e nada impediria os grupos terroristas de criarem bases e campos de treino na África Central e no norte de África, por outras palavras à porta da Europa e da França em particular.”
Esta atitude cada vez mais interventiva da França contrasta com a da Grã-Bretanha. No passado mês de Agosto, Londres chocou os seus aliados quando o parlamento votou contra quaisquer actividades militares contra a Síria depois do governo do presidente Bashar al Assad ter usado armas químicas.
Durante um discurso no mês passado o chefe das forças armadas britânicas, o general Nicolas Houghton afirmou que o seu país estava a mostrar cepticismo no que se refere a projectar a sua força através do Mundo: “ Observei recentemente com admiração a relativa capacidade das forças francesas em operarem em condições de gestão de riscos. Devemos ter o cuidado como sociedade e como militares profissionais de não perdermos o nosso instinto de coragem visto que é ele que nos coloca numa classe à parte.”
A Grã-Bretanha foi a principal aliada dos Estados Unidos na invasão do Iraque em 2003, uma guerra que se tornou profundamente impopular entre os britânicos.
No final deste ano as forças britânicas vão completar a retirada das suas forças do Afeganistão depois de 13 anos de combates e cerca de 450 baixas. Sondagens à opinião pública revelam que os britânicos permanecem cépticos acerca daquilo que foi alcançado. Por seu lado os comandantes militares advertem que os talibãs vão rapidamente preencher o vácuo deixado pelas forças da Nato.
Esses conflitos deixaram os britânicos cansados de intervenções militares externas, tal como salienta David Cadier: “O que está a verificar-se é uma relutância cada vez maior em aceitar riscos e baixas. Entretanto a França está frustrada com a ausência de apoio estratégico por parte dos outros europeus.”
Num discurso em Setembro passado, o ministro francês dos negócios estrangeiros Laurent Fabius, disse que a França se adaptaria aos desafios estratégicos:“ Neste Mundo, a França manterá um papel global. Desde que consigamos recuperar a nossa competitividade económica permaneceremos uma potência influente”.
Contudo, um mês depois da intervenção militar francesa na República Centro-Africana, as sondagens demonstram que o apoio entre o público francês a esse respeito baixou de 51 para 41% em apenas um mês.