Foi montada cabala para expulsar Lopo de Nascimento -- ( I )
Fonte: Ponto Final
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
18.01.2014
Tudo, parece continuar ainda sob o olhar das avaliações, que foram reintroduzidas em 2003. Um destes históricos, devidamente identificado afirma que:- " Eu bem dizia que os métodos de avaliação foram introduzidos no partido pelo camarada Bornito de Sousa e por Burity da Silva em 1990 (3º CONGRESSO DO MPLA), NA ALTURA EM QUE SE REALIZOU A ÚLTIMA REUNIÃO DO Comité Central que decidiu as reformas políticas.
O Camarada Burity era o director de quadros do partido. Eles introduziram este sistema de avaliação porque naquela altura interessava-lhe de facto retirar do comité central algumas personalidades. Foi precisamente naquele congresso onde saíram os camaradas Mendes de Carvalho, Pedalé e muitas outras figuras importantes. Estes saíram por causa do sistema de avaliação introduzidos por esses senhores. Isto trouxe muitas reacções durante a reunião e durante o congresso. Mas as pessoas acabaram por sair na mesma. Desde 1990 a 1998 não houve este processo de avaliação. Entretanto, interessava - lhes, disse a nossa fonte expulsar Marcolino Moco, Lopo de Nascimento e outros. Estes saíram sem avaliação. Fizeram sim uma campanha contra estas pessoas. Manuel Tchimdombe, que pertenceu a segurança do Bié, disse ao Folha 8, que Vieira Dias, Rangel, Kangamba, Paulino dos Santos ,Ernesto dos Santos, Gomes Maiatos " Foram alguns dos militantes contactados para fazer este trabalho " SUJO ". Alguém aparecia nas casa e deixava uma carta que dizia, mas coisas menos coisas: " Temos de fazer tudo para o camarada Lopo de Nascimento não ser reconduzido como secretário-geral, nem mesmo eleito, para a nova direcção.". Cumpriu - se o plano e a morte do ex- primeiro ministro e ex - secretario geral. Entretanto, foi no período em que a UNITA havia retomado a guerra. " Isto aconteceu numa altura em que o Presidente da Republica fazia abertura do congresso de 1998. E no seu discurso falava em neutralizar Jonas Savimbi" A avaliação feita pelo secretariado cessante repugnou todos aqueles militantes com história partidária relevante com quem falamos. Um deles chegou mesmo a afirmar que " é uma pena, o partido sacrificar sempre, a cada congresso quadros valiosos. Desta vez vimos um indivíduo com as qualidades do camarada José Leitão, ser avaliado negativamente. É uma vergonha ! Ele que tanto deu ao partido e ao camarada presidente. Mas o que ninguém contava foi com a reacção " do gajo". Porquê que o Leitão reagiu assim, uma vez que ele tinha boas relações com o chefe?! Se o Leitão reagiu assim, como é que nós vamos reagir? Mas foi graças, a carta dele que alguns (históricos) ainda ficaram como suplentes. Porque na ultima reunião do C.C. antes do congresso onde foi lida a carta dele, foi aí que fomos repescados, para não aumentar mais a confusão. Senão nem como suplentes ficavam" Continuando os militantes por nós ouvidos insistiram na dureza da carta de José Leitão. " Ele disse: Eu faço isto, aquilo, organizo muitas coisas, vão me avaliar assim, então deixa estar esta porcaria. Foi esta a reacção do Leitão. Porque ele dizia que não aceitava uma avaliação carregada de subjectivismo, tribalismo e regionalismo. E que a sua condição não tinha sido vista em pé de igualdade com os demais.ASSIM SENDO ENTÃO PERGUNTAMOS: – HOUVE INOVAÇÕES OU RETROCESSO NO 5º- CONGRESSO DO MPLA COM A APROVAÇÃO DA CORRENTE DE OPINIÃO TAL COMO ELA FOI CONCEBIDA. E NO 6 O QUE HOUVE? E NO 7 O QUE HAVERÁ ? RETROCESSO SE NÃO SE TRAVAR OS OPORTUNISTAS, OS PROMOTORES DO CAPITALISMO ARTICULADO EM ANGOLA, OU NEOCOLONIALISMO. As correntes de opinião são permitidas no seio do MPLA mais não são permitidas que se organizam correntes de opiniões no seio da organização…!» A minha incompreensão persiste, talvez seja pela fraca formação politica do leitor, mais penso haver alguma contradição do conceito aprovado, segundo a redacção lida. Por isso Sugerimos uma análise rigorosa da redacção para não cairmos no descrédito político… Colocamos então as seguintes perguntas para ajudar a análise pretendida – 1) - Onde é que estas correntes de opiniões podem organizarem-se, para analisar, discutir e amadurecer os pontos de vista diferentes dos seus membros, colocado na ordem de trabalho dos seus encontros ordinários para buscar consenso e convergência do que é e será a linha de pensamento da referida corrente de opinião, para as diversas questões da vida do partido e do desenvolvimento sócio económico do pais a ser apresentada nas reuniões próprias para Tomadas de decisão, onde de principio outras correntes de opinião terão que apresentar o seu ponto de vista, para serem avaliadas, discutidas e em conjunto chegarem a um consenso da ideal proposta que mais satisfaz os interesses em causa defendidos pelo partido? 2)- Não será fomentar a cisão da organização, se administrativamente se limitar a proibir o desenvolvimento de qualquer corrente de opinião no seio da organização partidária desde que não deforma a linha ideológica. 3)- Como podemos classificar as decisões da direcção do partido, não constitui por si só uma corrente de opinião organizada no seio da organização partidária, uma vez que a ideia não teve o rescaldo da maioria dos seus militantes ,que por sinal podem ter uma opinião diferente sobre a questão em analise? 4)- Não constituirá por si só esta decisão uma anti tese dos princípios da democracia interna partidária pelo partido defendido ? 5) -Que partido moderno e democrático o MPLA pretende ser com as correntes de opinião dirigidas e controladas pelos órgãos de direcção intermédia e do topo? 6)- Quem são os militantes do partido que temem o desenvolvimento da corrente de opinião no seio do partido e porque ? Com base a que tese da teoria dos partidos de massas que tem como missão defender um desenvolvimento sustentado para os seus países, que conceberam e orientam o desenvolvimento da corrente de opinião nos modos pelo 5º- congresso aprovado ? 7)- Não terá sido um grande deficit de conhecimento deste conceito da maioria dos congressistas ou é pelo facto de a proposta ter vindo pela direcção do partido como uma corrente de opinião organizada, o que não permitiu que outras correntes se pudessem pronunciar contra .Porque os apanhou despercebido e sem argumentos pré concebido para argumentar as suas posições? Aqui consiste o segredo do desenvolvimento da diferença de ideias propondo métodos e estratégias diversas para um tipo de questão da ordem do dia. Por isso todas correntes devem estar em mesmo pé de igualdade de circunstancias, sem que haja de principio vantagem para uma delas. Só desta maneira a diferença de pensamento pode ajudar a desenvolver as soluções adequadas e a implementação e prioridades de projectos nos momentos e fases próprias admitindo umas milésimas de incumprimento, pelo contrario estamos a contribuir para o aumento do subdesenvolvimento do nosso próprio partido e pais Todas estas questões endereçamos ao comité central do Partido MPLA, caberá a ele definir a estratégia e táctica para reestruturação e reorganização do partido para os novos desafios que se aproximam. Logo partindo do pressuposto de que (… a luta interna no seio do partido dá ao partido força e vitalidade, a prova mais grande da debilidade de um partido é o amorfismo, e a ausência de democracia interna. - O partido se fortalece depurando-se …) Lassalle em carta a Marx 1852. Por acaso não é este uma semelhança da situação do nosso Partido ? Portanto daqui podemos apreender e sub tende-se que a luta interna no seio do partido a que acima se refere é equivalente a lutas de ideias de diferentes correntes de opinião no seio do próprio partido. Daqui podemos concluir qual é a importância que as correntes de opiniões tem dentro de qualquer partido, e no MPLA não vai fugir a regra. Porque razão é que alguns grupos (isto é sempre uma minoria) querem ter a liderança das questões mais importante do partido e da nação, se os nossos objectivos são comuns assim com os nossos interesses? É aqui onde reside o problema. Numa determinada fase de luta fruto de alguns condicionalismos alguns militantes se demarcam dos objectivos da maioria e se estes tiverem a chave das decisões da vida orgânica do partido constitui um grande obstáculo para a realização dos objectivos e programas do partido inicialmente aprovados. Acaso não será esta situação um estereotipo da situação no nosso Partido e Nação? Só sentados todos nós, a volta de uma reunião magna de quadros podemos chegar a conclusão do acima exposto. Respeitando a opinião dos militantes que dentro do partido temem que se desenvolva a corrente de opinião no seio da organização, somos de opinião que a direcção do partido elabore uma estratégia que permita o debate amplo, aberto e transparente da base ao topo sobre esta temática. Porque somos de opinião de que não haverá reorganização do partido que satisfaça as necessidades actuais do partido, se as correntes de opinião forem proibidas de se desenvolverem tal como os teóricos dos partidos de massa lhe conceberam. Pela importância que se da a deformação do conceito vamos parafrasear o Lassalle 1m 1852, ele dizia: Os que debaixo do absolutismo querem uma organização ampla partidária de (Massas ) isto de trabalhadores operários ,e de outras profissões liberais, com eleições, informes, sufrágio universal etc,etc- São uns utopista incuráveis…» Se começarmos por constituir uma organização ampla partidária (de trabalhadores) com pretexto de que esta organização ampla partidária é mais acessível as “ MASSAS” (Na realidade é aos oportunistas e carreristas a quem esta será mais acessível) e mais dificuldades criará aos verdadeiros revolucionários que se prezem pela defesa dos direitos cívicos e elementares das massas populares. Esta organização partidária não alcançara, na sua plenitude os objectivos fundamentais planificados, e não permitira ao partido libertar-se dos métodos arcaicos e primitivos de organização partidária…». Acaso não é esta mais uma situação estereotipo do nosso glorioso MPLA, actualmente? É importante que saibamos que a ingenuidade politica de qualquer militante de qualquer organização de massa é suficiente para fazer dele uma pessoa demagoga. Logo, quando um militante desta organização não importa o escalão em que milita, nem o cargo que ocupa, tem manifestações demagogas é um perigo para o reforço da organização, porque eles são os inimigos das massas (Multidões) mais iletrados….» Fim de citação De igual modo, pensamos que constitui perigo para o processo de reorganização que o partido está a levar em curso, todos os militantes que tenham medo que as correntes de opiniões no seio do partido se desenvolvem de forma organizada e em pé de igualdade e circunstâncias. A estes militantes cabem a estratégia e táctica de continuidade da zona fechada a critica que constitui uma grande handicap para o amplo processo de democratização interna que se necessita na organização, na opinião de muitos militantes do partido. Ao comité Central eleito fica aqui o nosso voto de confiança e reconhecimento da difícil tarefa que sobre a vossa responsabilidade recai. |