quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

LUANDA: Branqueamento de diamantes angolanos via Dubai enriqueceu elites e pagou derrota da UNITA



“Branqueamento” de diamantes angolanos via Dubai enriqueceu elites e “pagou” derrota da UNITA"

Fonte: Lusomonitor
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
“Branqueamento” de diamantes angolanos via Dubai enriqueceu elites e “pagou” derrota da UNITA"
O Dubai funcionou nos anos 1990 como um centro de “branqueamento” da origem dos diamantes angolanos, que pagaram o esforço de guerra que derrotou a UNITA, segundo investigação publicada dos jornalistas Khadija Sharife e John Grobler afirmam que no processo colaboraram o presidente e membros da elite angolana, que lucraram muitos milhões de dólares, tal como os negociantes de armas.
A investigação de Sharife e Grobler baseia-se em grande parte em dados recolhidos pelas autoridades europeias e norte-americanas, e algumas denúncias junto destas. O foco foi a comercializadora de diamantes Omega Diamonds, baseada na Bélgica, multada em quase 200 milhões pela União Europeia em 2013.
Cerca de 3,5 mil milhões de dólares de lucros do comércio de diamantes “simplesmente desapareceram” entre 2001 e 2008, segundo os investigadores belgas. Os jornalistas afirmam que as autoridades do Dubai “deliberadamente fecharam os olhos a práticas empresariais de evasão fiscal e sub-facturação – preferindo o termo optimização fiscal”. Mais ainda, a liderança do Dubai Multi-Commodities Center “parece ter ativamente bloqueado” o trabalho judicial.
Os lucros resultavam de um esquema simples, mas eficaz: a Omega comprava diamantes por “pouco ou nenhum dinheiro” em Angola e outros países africanos. Enviava-os para o Dubai, onde o sigilo legal e financeiro é garantido. Aqui eram misturados com pedras de outra origem e certificados como sendo de “origem mista”, segundo as regras do processo de Kimberley, que visava impedir diamantes de países em conflito de entrar no mercado.
Entrando no “sistema”, o seu valor multiplicava-se. O destino final das pedras era Antuérpia, onde eram vendidas. “O dinheiro arrecadado com estas vendas financiaria as contas bancárias pessoais da Omega e de muitas personagens corruptas que usavam no seu esquema tri-continental”, refere o artigo no World Policy Journal.
A “colaboração” ativa da elite angolana
A ascensão do Dubai ao grupo das capitais dos diamantes está diretamente relacionado com a guerra civil angolana. Segundo a investigação, em 1992, quando grande parte do país estava sob controlo da UNITA, o presidente José Eduardo dos Santos lançou um esforço de rearmamento.
Recorreu aos serviços dos mercenários sul-africanos da Executive Outcomes e também a armamento pesado – helicópteros de ataque e tecnologia de localização. Para isso, ligou-se a negociantes de armas e diamantes russo-israelitas, como Sylvain Goldberg, Pierre Falcone, Arkadi Gaydamak e Lev Leviev.
Para um país pobre como Angola na década de 1990, pagamentos de centenas de milhões de dólares em divisas seriam difíceis de fazer . Com o dinheiro dos diamantes, tudo era mais fácil.
Quando as forças do MPLA expulsam a UNITA da Lunda Norte e seus extensos campos diamantíferos, o presidente decreta que apenas a ASCORP, subsidiária da Omega em Angola, podia comprar e exportar diamantes. Aos baixos preços de compra pela Omega, o regime de Luanda “promoveu ativamente um sistema que roubaria ao próprio país de milhares de milhões dólares de receitas”, a favor da intermediária, referem.
As exportações diamantíferas de Angola ascendiam a 100 milhões de dólares por mês, entre 2001 e 2008. David Renous, antigo negociador de diamantes da Omega no Congo, afirmou às autoridades europeias e norte-americanas que as pedras estavam sub-avaliadas e que não eram declaradas nem em Angola nem na República Democrática do Congo, outra origem preferencial.
Segundo Renous, o esquema tinha a “cooperação de membros chave da elite angolana”, incluindo o presidente José Eduardo dos Santos. Servia ainda para compensar pelo menos um dos negociantes de armas, Gaydamak, pelo rearmamento das forças do MPLA entre 1992 e 1998, em violação de sanções da ONU, refere o relatório.
Gaydamak remeteu-se à posição de “parceiro silencioso no monopólio da Omega com o governo angolano”. Renous afirma que o sistema permitia ao negociante de armas, através do comércio de diamantes, “lavar” fora de Angola os seus lucros do tráfico de armas, enquanto gerava receitas substanciais para as suas subsidiárias.
Ironicamente, o processo de Kimberley foi criado para impedir que movimentos como a UNITA financiassem as suas atividades militares através dos diamantes. Mas foram estas pedras, e nalguns casos os mesmos mercenários e negociantes de armas, que contornaram o sistema para armar o MPLA e derrotar o movimento oposicionista.
Segundo o trabalho no World Policy Journal, a “ascensão meteórica” de Isabel dos Santos, filha do presidente angolano e recentemente considerada a primeira bilionária africana, está ligada a este sistema. Em particular, a uma empresa sua, TAIS, criada em 1997 na Suíça para comercializar diamantes.
Desde 2011, a Omega e o regime angolano, incluindo o presidente, militares e elite empresarial, contornaram potenciais obstáculos operando a partir de outros paraísos fiscais. Em Genebra conseguiram continuar operações comprando outras empresas como a De Grisogono, fundada pelo rei dos diamantes negros, Fawaz Gruosi
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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

CAROLINA DO SUL/EUA: Professora americana que vivia modestamente deixa para caridade 6,2 milhões de dólares

Professora americana que vivia de forma modesta deixa 6,2 milhões para caridade

Uma professora americana reformada, que vivia modestamente, deixou uma fortuna de aproximadamente de 6,2 milhões de euros para uma instituição de caridade de Greenville, na Carolina do Sul, EUA.

Margaret Southern morreu em 2012, aos 94 anos, em Greenville, na Carolina do Sul. Já estava reformada da profissão de professora, trabalhava com crianças com necessidades especiais e nenhum dos conterrâneos suspeitava que ela tivesse uma fortuna guardada.

Por isso, avança o Huffington Post, quando a comunidade tomou conhecimento de que Margaret deixara 8,4 milhões de dólares para uma instituição de caridade local, a surpresa foi generalizada. Quem convivia com a professora, que guiava um carro antigo e morava num casa humilde, lembra-se de que a única extravagância a que se permitia era a de levar alguns amigos a jantar fora, de vez em quando.

JOANESBURGO: Graça Machel herda maior parte da fortuna de Mandela

Graça Machel herda maior parte da fortuna de Mandela

Da esquerda: Mandla Mandela, neto de Nelson Mandela, Graça Machel, viúva Mandela, e o Presidente Jacob Zuma
Da esquerda: Mandla Mandela, neto de Nelson Mandela, Graça Machel, viúva Mandela, e o Presidente Jacob Zuma

TAMANHO DAS LETRAS
 
A viúva de Mandela, Graça Machel, vai ter direito a metade do património do herói da luta contra o apartheid, avaliado em quatro milhões de dólares. Segundo o juiz Dikgang Moseneke, um dos três executores testamentários do ex-presidente sul-africano, o património foi destinado à viúva Graça Machel, membros da família, algumas escolas e o Congresso Nacional Africano (ANC), partido no poder.

Moseneke revelou que Mandela estava casado com sua terceira e última esposa, Graça Machel, em comunhão de bens adquiridos pelo casamento. Graça Machel tem, portanto, direito a 50% da herança, e dispõe legalmente de um período de 90 dias para decidir se exerce esse direito, embora, segundo a imprensa, ela tenha dito que vai renunciar a esse património.

Além disso, todos os filhos e netos das três mulheres de Mandela beneficiarão de uma parte do património do antigo líder.

Os familiares mais próximos a Nelson Mandela também foram informados do conteúdo do testamento, minutos antes de o documento se tornar público. O juiz Mosoneke reiterou que nenhum membro do clã fez objecções ao testamento, que foi publicado para dar ao processo "total transparência".


Mandela morreu aos 95 anos

  • Nelson Mandela e Winnie (na altura sua mulher), cumprimentam os seus admiradores à saída da prisão de Victor Verster a 11 Fevereiro de 1990.

LUANDA: Angola: Retirada de Lopo do Nascimento garante retorno - Por Raul Diniz

ANGOLA: RETIRADA DE LOPO DO NASCIMENTO GARANTE RETORNO!

A saída de Lopo do Nascimento da politica ativa atípica enquanto membro do MPLA/JES não o  anula de continuar a exercitar-se publica e politicamente enquanto cidadão e nacionalista convicto, trata-se na verdade de uma saída com sabor a reentrada automática na sena politica com uma amplitude diferenciadamente exuberante e ao mesmo tempo cuidada e contemplativa.
HUMILDADE A ELEGÂNCIA E INTELIGENCIA NA HORA DO ADEUS
Pode-se considerar sem medo de errar, que essa anunciada retirada do mais ilustre filho do Gulungo Alto não é nada mais nem nada menos do que uma saída paradigmática e muito bem estruturada e ensaiada ao extremo, pela elegância e o modo e o lugar escolhido para anunciar a sua saída extemporânea do exercito alienado do mal comandado pelo velhote sinistro, que teimosamente insiste em transformar o nosso país numa mata atlântica, cheia de pobres criaturas humanamente desnutridas sem saúde sem educação nem emprego.
 Lopo Do Nascimento foi inteligentíssimo ao anunciar com extrema elegância a sua saída, esse gesto nobre é próprio de alguém que possui uma mente aberta, que percebeu atempadamente, que o Eduardismo atingiu o seu maior estado de decomposição interna que beira assustadora desintegração de toda estrutura do partido que todo nacionalista ajudou de uma ou de outra maneira a mantê-lo de pé nesses anos todos!
Lopo está oficiosamente notificado pela própria historia do seu passado nacionalista, e presente da sua atividade politica, e, pela sua grandeza não poder afastar-se de todas as responsabilidades politicas, sobretudo aquelas que são inerentes à democratização real do país que ajudou a diretamente criar.
O TÃO SONHADO NASCIMENTO DA NAÇÃO ANGOLANA NÃO PODE PARAR, ELE TEM DE CONTINUAR.
O país precisa da experiência de pessoas como Lopo do nascimento, que apesar de ter falhado e errado infelizmente como todos nós militantes do MPLA erramos no concernente a execução da linha programática que o MPLA  criou para que o país absorvesse a mais de trinta e oito anos. Lopo do Nascimento tem agora a oportunidade de ajudar na criação em Angola de uma nação forte e verdadeiramente solidaria que no seu discurso admitiu não existir ainda na nossa terra mártir até aos dias de hoje.
Assim sendo, todo seu contencioso com o MPLA/JES deve ser colocado de parte, e a partir de agora enveredar por outros caminhos politicamente mais cordatos e coerentes , e assim colocar todo seu potencial de conhecimento adquirido para ajudar a aproximar o país desajustado do sonho de todos  quantos sonharam e derramaram o seu sangue por esse país adornado de extrema malvadez exercitada por um só homem estranho, cheio de petulância, altivez e arrogância, que isoladamente suprimiu todas as liberdades do povo, e paralisou o nascimento da tão sonhada nação angolense.
LOPO DO NASCIMENTO APENAS AFASTOU-SE APENAS DO SERVILISMO VOLUNTARIOSO
O camarada Lopo do Nascimento apenas afastou-se da militância litigante politico partidarista, e desistiu e bem de servir de verbo de encher e/ou de tapa furos do partido comandado por JES.  Na verdade Lopo do Nascimento inovou na forma de fazer e na forma de sair airosamente de conflitantes situações irritantes e mesmo dolorosas existentes no nosso universo da partidocracia flutuante imposta pelo nosso adoentado MPLA/JES que estamos com ele. A forma airosa de como Lopo anunciou a sua saída da politica ativa, deixou um rasto inexorável com sabor sarcástico de um até breve ameaçador, que por si só prova que não foi uma retirada definitiva.
Em momento algum Lopo do Nascimento disse no seu discurso que jamais abraçaria outros projetos politicamente mais audaciosos e muito mais aliciantes e credíveis, e, muito menos afirmou que desistiria cobardemente  de apoiar outras vertentes e outros caminhos politicamente mais convincentes para projetar a nossa angolanidade a outros mais altos patamares. Na verdade, o MPLA/JES nada mais tem para oferecer a pessoas com a dimensão de Lopo do nascimento que atingiram todos os estádios e status possivelmente alcançáveis na superestrutura do partido.
Pessoas com o QI de inteligência tão elevados como o nosso Lopo do Nascimento, o mais velho Mendes de Carvalho, Artur pestana “Pepetela”, Vicente Pinto de Andrade e Marcolino Moco só para citar alguns, não foram talhados para serem usados como tampão para esconder as sucessivas falcatruas sócias politicas e culturais, sem que se espere deles retaliações como as que ouvimos no discurso de despedida do grande Lopo do Nascimento.
 SILENCIO ENSURDECEDOR DE LOPO DO NASCIMENTO FOI QUEBRADO-A VOZ DE MAIOR AUDIÊNCIA POPULAR MOSTRA QUE LOPO É AINDA A MAIOR RESERVA MORAL DO NOSSO FRAGILIZADO MPLA
Torna-se quase impossível que políticos do quilate dos que acima foram citados ser-lhes colocado focinheiras para calá-los até sufoca-los, é preciso destituir com urgência o executor-autor e responsável do nosso “M”, hoje transformado numa incontornável associação desastrosa de criminosos gangsteres, pois todos sabem que essa organização é capitaneada pelo bandido mor Eduardo dos Santos e esta secundado pelo sinistro general Security Kopelipa dentre outros muitos generais nascidos na assassinada segurança de estado.
Essas interpostas pessoas, atiraram o país para a derrocada total. O presidente vitalício do MPLA/JES e da republica, autor e criador exclusivo do culto de personalidade institucionalizado na nossa terra, não pode mais continuar como valido. A continuidade no poder de JES pode originar um colapso estrutural e pode mesmo colocar definitivamente o partido sob-risco de criar eventualmente uma forte contestação violenta incontornável  e dolorosos no interior do MPLA.
Acredito e sei que o mais velho Lopo do Nascimento é uma referencia politica para mim e para muitos que se calaram até hoje, apesar de me sentir tentado muitas vezes em critica-lo abertamente pelo seu prolongado silencio, sempre acreditei que algo viria a acontecer em torno desse monstro da politica nacional e internacional, que viesse a servir de lição para todos nós aprendizes de politica.
Por outro lado sempre entendi  que estava em risco a credibilidade de um dos poucos expoentes máximos de maior audiência popular da oposição interna no nosso  MPLA, se não mesmo uma das vozes mais autorizada e respeitada do nosso universo politico partidário e a maior reserva moral do nosso MPLA.
 Sempre sonhei que Lopo do Nascimento pode-se eventualmente vir a digladiar-se contra o expoente máximo da nossa desgraça nacional que se encontra a tempo de mais no poder, sem nada poder fazer para melhorar o estado calamitoso declinante de pobreza extrema do nosso povo. O ditador inescrupuloso Eduardo dos Santos tem de facto de se retirar e dar vez a outras mentes mais brilhantes e abertas para que estes reorganizem o país que se encontra totalmente perdido ao arredio desesperante do subdesenvolvimento politico-democrático e completamente perdido e afastado do desenvolvimentismo econômico social e financeiro.

Raul Diniz

LUANDA: Director da rádio despertar na cadeia

Director Adjunto da Rádio Despertar na Cadeia
Fonte: Maka Angola 
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
 03 de Fevereiro, 2014
O director-geral adjunto da Rádio Despertar, Queirós Anastácio Chilúvia, de 38 anos, vai continuar detido após adiamento, hoje, do seu julgamento sumário no município de Cacuaco em Luanda.

Segundo o advogado de defesa, Africano Cangombe, nem a polícia nem o tribunal o autorizaram a falar com o seu cliente, Queirós Anastácio Chilúvia, para tomar conhecimento do caso e preparar a sua defesa.

“Não houve julgamento porque a procuradora achou pouco fundamentada a acusação contra o meu cliente e devolve o processo à DNIC para investigar. Aqui prende-se primeiro, depois investiga-se”, disse Africano Cangombe.

Segundo o advogado, a polícia acusou o director-adjunto da Rádio Despertar de ter cometido o crime de calúnia e difamação, bem como a prestação de falsas declarações contra um órgão público: a polícia.

Efectivos da Polícia Nacional detiveram ontem Queirós Chilúvia quando este, ao passar defronte do Comando Municipal da Polícia Nacional, em Cacuaco, ouviu gritos de detidos a pedir socorro e decidiu reportar sobre o assunto.

Queirós Chilúvia ligou ao Maka Angola às 15h13, para informar sobre a ocorrência e, a seguir, fez uma breve reportagem em directo para a Rádio Despertar. Segundo vários testemunhos, o jornalista entrou no Comando Municipal para obter uma reacção por das autoridades policiais, e estas detiveram-no imediatamente.

Brígido Hama, o técnico de som que colocou a reportagem no ar, explicou ao Maka Angola que Queirós Chilúvia “informou ter notado um alvoroço entre detidos e estava a ver um deles a deitar sangue fora da cela. Foi o que disse de relevante”.

O advogado Africano Cangombe lamentou ainda o facto de o seu cliente ter sido encaminhado com algemas e a pé, “num percurso de cerca de 500 metros, para o exporem à humilhação pública”.

Queirós Chilúvia foi levado ao tribunal por volta das 11h00 e foi reconduzido novamente à cela da unidade policial do Belo Monte, em Cacuaco, por volta das 16h30.

A Rádio Despertar, que emite apenas em FM, tem-se destacado, nos arredores de Luanda (onde é possível sintonizar a sua frequência), como a estação de maior audiência.

A rádio foi lançada em 2006, como parte dos acordos de paz entre o governo e a UNITA, que garantiu a transformação da antiga rádio da UNITA, a VORGAN, em rádio comercial, com emissões em FM apenas e para Luanda.

Durante vários anos, a Rádio Ecclésia liderava a alternativa à propaganda oficial, nas ondas hertzianas. Nos anos mais recentes, a censura arbitrária, o afastamento compulsivo de jornalistas críticos do regime e o encerramento de programas dissidentes na Emissora Católica de Angola, então considerada como a Rádio de Confiança, levaram milhares de ouvintes a sintonizar preferencialmente a Rádio Despertar.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

JOANESBURGO: Testamento de Nelson Mandela será conhecido esta segunda feira

Testamento de Nelson Mandela conhecido esta segunda-feira

Fonte: TSF
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa

O testamento do antigo presidente da África do Sul Nelson Mandela, que morreu em dezembro de 2013, vai ser conhecido esta segunda-feira, anunciou hoje o vice-presidente do Tribunal Constitucional.

«Os executantes do testamento do falecido Nelson Rolhlahla Mandela convidam-vos para um conferência de imprensa sobre o conteúdo das últimas vontades e do seu testamento e sobre a gestão da sua sucessão», disse o responsável num comunicado enviado à comunicação social.
O anúncio será feito a meio do dia pela Fundação Mandela, em Joanesburgo.
«Não sei se será lido todo o documento», disse, no entanto, a porta-voz da Fundação Mandela, Danielle Melvile, à agência noticiosa francesa AFP.
Primeiro Presidente negro da África do Sul após passar 27 anos preso, Nelson Mandela morreu a 05 de dezembro de 2013 com 95 anos de idade.

LISBOA: A corrupção precisa de um museu

A corrupção precisa de um museu


Fonte: Diário econômico
Divulgação: Planalto De Malanje Rio capôpa

03/02/14  
Bruno Faria Lopes
Bruno Faria Lopes 
Há uma proposta recente para um “Museu da Corrupção Política” no estado de Nova Iorque. O conceito está a germinar. Em Portugal, o museu seria um sucesso.

Hoje é o dia da publicação do primeiro relatório de Bruxelas sobre corrupção nos países da União Europeia, provavelmente com mais um lugar pouco honroso para Portugal. Hoje é também a véspera do leilão dos quadros de Miró, herança da mega fraude do BPN. Hoje é, por isso, um bom dia para lançar uma ideia: o Museu Nacional da Corrupção e da Fraude (MNCF). Não falta potencial - de acervo, de utilidade cívica e mesmo de negócio - ao MNCF. Atente-se em primeiro lugar às possibilidades de montar uma boa colecção. Em teoria haveria muitíssimo material elegível, mas como as sentenças em casos de corrupção em Portugal são escassas, na práctica a tarefa seria menos fácil do que o previsto. Ainda assim há margem para uma colecção que não envergonha (ou que envergonha, dependendo da perspectiva).

Na sala dedicada à fraude financeira, por exemplo, Portugal tem Alves dos Reis, "o maior burlão da história portuguesa até ao surgimento do caso BPN", considera injustamente a Wikipedia. Alves dos Reis é um Mourinho da falsificação de notas, que enganou meio mundo e quase afundou o escudo, com um currículo que deixa a milhas qualquer figura do BPN. A fazer-lhe companhia estaria a história do BNU nos anos 30 (um colapso abafado por Salazar), a Dona Branca nos anos 80 e, claro, o grande caso BPN (se a sentença for de condenação). Um dos Miró leiloados amanhã poderia integrar o acervo, já que os 74 Mercedes clássicos que o banco tinha foram todos vendidos. (Caso se comprove a acusação do Ministério Público de fraude no BPP, o livro em que o seu ex-presidente conta como ganhar na bolsa, apresentado em vésperas do banco ir ao charco, seria uma peça incontornável.)

O curador competente organizaria o acervo por temas e datas. O museu teria uma sala dedicada à corrupção na política e na esfera pública (Estado, autarquias e regiões), outra mais pequena sobre desporto (pequena porque a conversa é muita, mas as condenações são poucas) e outra com os maiores casos internacionais, de Ponzi a Maddoff. Haveria uma ala especial com as melhores histórias de pequena corrupção e de fraude perpetrada por muitos e ilustres desconhecidos por esse país fora - e outra sobre os investigadores que apanham corruptos e burlões. As histórias são quase sempre boas, com generosas doses de ambição e de rocambolesco, e seriam expostas com recurso a objectos emblemáticos dos criminosos, documentos da época, infografias interactivas dos esquemas e por aí adiante.

Uma vez que o MNCF se dedicaria a relembrar casos na esfera pública, o projecto dificilmente seria elegível para apoio do Estado. Mas os privados interessados não dariam por mal empregue o investimento. Contam-me que em Washington, por exemplo, a fila para o museu do crime dá a volta ao quarteirão. E qual não foi a minha surpresa quando, numa busca pela internet, deparei com uma proposta recente para um "Museu da Corrupção Política" em Albany, no estado de Nova Iorque. O conceito está a germinar. Em Portugal, o MNCF seria seguramente um bom negócio (imagine-se o potencial da loja).

O Museu Nacional da Corrupção e da Fraude não seria só divertido de visitar. Poderia ser espaço para eventos não-governamentais sobre corrupção ou exposições temporárias ("Cartoons sobre corrupção política, do séc. XIX aos nossos dias"), deveria integrar o circuito de visitas de estudo nas escolas (porque ensina história) e seria um bom chamariz para media internacionais e turistas, tratando um grave problema (embora não um exclusivo do nosso país, o 33º pior em 177, segundo a Transparency International) com sentido de humor auto-depreciativo. Esta é a ideia em bruto. Caros investidores: de que estão à espera?