quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

LUANDA: Subserviencia Mendigante de Portugal a Ditadura Angolana: Cumprimento a todas as Vontades de Sua Majestade o Rei Ditador José Eduardo do Santos

SUA MAJESTADE MANDA!


beija-mao

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, que – segundo as suas próprias palavras – “foi mandato pelo Presidente José Eduardo dos Santos”, afirmou hoje que o Governo português continua a preparar a visita do primeiro-ministro a Angola, prevista para esta Primavera, depois de Luanda ter adiado a deslocação da ministra da Justiça, que deveria começar hoje.

Por Norberto Hossi
“Os preparativos para a visita do primeiro-ministro, da parte portuguesa, continuam normalmente. Nós apresentámos várias datas possíveis para a visita se realizar e esperamos uma resposta das autoridades angolanas”, disse hoje aos jornalistas Augusto Santos Silva, no final de uma audição na Comissão Parlamentar de Assuntos Europeus.
O ministro português veio a despacho a Luanda, entre 10 e 12 de Fevereiro, para reforçar a cooperação bilateral e preparar uma visita de António Costa àquele país, ainda para esta Primavera. Entenda-se o significado político da expressão “reforçar a cooperação bilateral”: aumentar o índice de bajulação e subserviência em relação ao regime do MPLA.
Questionado hoje se há alguma reserva do Governo angolano sobre a eventual visita do primeiro-ministro português, Santos Silva respondeu: “Não me parece que haja aqui qualquer reserva, mas veremos”. Aliás, se houver, o problema resolve-se aumentando os decibéis da bajulação e, ainda, arranjando maneira de arquivar todos os processos judiciais que envolvam altos dignitários do regime.
O chefe da diplomacia português sublinhou depois que a cooperação entre Lisboa e Luanda “chegou a um patamar que pede e justifica uma visita ao mais alto nível”.
“No caso de Angola, dada a natureza executiva das questões em causa, parece que faz sentido haver uma visita do primeiro-ministro português. As autoridades angolanas concordam com esta avaliação e portanto sustentam que a próxima visita seja ao mais alto nível. Aliás, o meu colega dos Negócios Estrangeiros, Georges Chikoti, já anunciou isso em Portugal no ano passado”, disse Santos Silva.
Neste momento, os dois países procuram encontrar “as datas mais convenientes para as duas partes”, acrescentou o ministro português tentando tapar o sol com uma peneira de modo a que as datas ocultem o real motivo de todas estas questões: a acusação de corrupção activa ao vice-presidente de Angola, Manuel Vicente.
Sobre o adiamento, ainda sem nova data, da visita da ministra da Justiça portuguesa, Francisca Van Dúnem, o chefe da diplomacia portuguesa referiu que Portugal e Angola procurarão reagendar esta deslocação. Simples, não é? Era se nós fôssemos todos o que Augusto Santos Silva pensa que somos: matumbos.
Questionado sobre qual foi a explicação do Governo angolano, Augusto Santos Silva respondeu: “A justificação apresentada foi a necessidade de reponderar nova data”. Portugal vai também reponderar… a bem da nação, como dizia António de Oliveira Salazar.
Interrogado sobre se esta decisão do executivo de Luanda poderá estar ligada à acusação, na semana passada, do vice-Presidente angolano, Manuel Vicente, pelo Ministério Público português, no âmbito da “Operação Fizz”, relacionada com corrupção e branqueamento de capitais, o ministro sublinhou a separação entre poder executivo e judicial.
“Do ponto de vista das autoridades portuguesas, os planos são completamente diferentes”, disse. Pois é. Mas em Angola, sob a superior e divina orientação de sua majestade o rei José Eduardo dos Santos, não há separação entre o poder executivo e o judicial. Não há agora como nunca houve nos últimos 41 anos.

LUANDA: A Desonestidade do Procurador-Geral da República

A DESONESTIDADE DO PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA


«Paulo Blanco, advogado do vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, passaria informações sobre inquéritos que visavam o ex-presidente da Sonangol e estavam em segredo de justiça ao Procurador-Geral da República de Angola, João Maria de Sousa.»
Assim, começa uma notícia do jornal português Público de 18 de Fevereiro de 2017.
A informação baseia-se na leitura da Acusação proferida pelo Ministério Público português, que imputa a Manuel Vicente, vice-presidente de Angola, os crimes de corrupção activa, branqueamento de capitais e falsificação de documentos. No mesmo processo são também acusados: o advogado de Manuel Vicente, Paulo Blanco; o procurador da República português Orlando Figueira, e ainda o representante de Manuel Vicente em Lisboa, Armando Pires.
O advogado de Manuel Vicente, Paulo Blanco, além de outros crimes, é acusado de um crime de violação de segredo de justiça, por ter enviado dois e-mails e uma carta ao Procurador-Geral da República de Angola (PGR), o general João Maria de Sousa.
Esta violação de segredo de justiça reporta-se aos processos judiciais criminais que no passado existiam em Portugal contra Manuel Vicente, e nos quais Blanco era advogado. Estes processos foram arquivados, afirma agora o Ministério Público português, devido ao facto de Manuel Vicente ter corrompido o procurador português.
Num primeiro e-mail para o general João Maria de Sousa, Paulo Blanco refere que, em reunião com Orlando Figueira, então procurador no DCIAP [Departamento Central de Investigação e Acção Penal], lhe fora garantido por este que «os documentos comprovativos de rendimentos profissionais e/ou prémios de gestão de cidadãos angolanos visados no âmbito desse inquérito não ficariam acessíveis a qualquer consulta pública». Isto queria dizer que Manuel Vicente poderia juntar documentos comprovativos dos seus rendimentos, já que seguramente ninguém os consultaria. Nessa sequência, Vicente juntou os documentos que levaram ao arquivamento do processo existente.
Outro e-mail de Blanco para o PGR informava que não constavam do processo-crime determinados documentos referentes à Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários.
Além disso, existe uma carta de Blanco para o PGR de Angola em que o advogado luso menciona várias ocorrências no processo, que decorria, recorde-se, em segredo de justiça, entre as quais uma prevista inquirição a Rafael Marques enquanto testemunha, prometendo desde logo enviar cópia do depoimento de Marques.
Destes factos apresentados pelo Ministério Público português, e comprovando-se a sua verificação em julgamento, resulta uma singela conclusão: o PGR angolano intrometeu-se, através de meios ilegais, na justiça de outro país, e exerceu o papel de consultor jurídico de Manuel Vicente para uma questão do foro privado, sendo que, na altura, Vicente nem sequer era membro do governo.
A violação do segredo de justiça é um crime punido pelo artigo 371.º do Código Penal português, que no seu n.º 1 dispõe: «Quem, independentemente de ter tomado contacto com o processo, ilegitimamente der conhecimento, no todo ou em parte, do teor de acto de processo penal que se encontre coberto por segredo de justiça, ou a cujo decurso não for permitida a assistência do público em geral, é punido com pena de prisão até dois anos ou com pena de multa até 240 dias, salvo se outra pena for cominada para o caso pela lei de processo.»
A justiça portuguesa encontrou prova indiciária de que o advogado Paulo Branco tinha dado ilegitimamente conhecimento de parte de um processo em segredo de justiça em Portugal ao PGR angolano. Não quis ir mais longe, e não considerou ter encontrado prova de que o PGR de Angola, que obteve de forma ilegítima conhecimento do processo, tenha dado conhecimento a mais alguém. Mas, por exemplo, se o PGR deu conhecimento dos elementos que recebeu de Paulo Blanco a terceiros, como por exemplo outros advogados, membros do governo, membros da PGR angolana, o PR, ou quem quer que seja, então também terá cometido o mesmo crime. Em Portugal não há prova disso, mas possivelmente em Angola haverá. Em todo o caso, como os factos praticados pelo PGR teriam sido cometidos em Angola, a jurisdição portuguesa não teria capacidade para se pronunciar sobre a questão.
Portanto, mesmo se a actuação do general João Maria de Sousa acabe por não ser considerada como um crime, não é por isso que deixa de ser uma actuação desonesta do ponto de vista intelectual e funcional.
O general João Maria de Sousa, como jurista que é, agiu com má-fé intelectual, pois sabe perfeitamente que não pode ter conhecimento de processos em segredo de justiça, e objectivamente colocou em causa a qualidade de uma investigação a decorrer em Portugal. Como escreve o respeitado jurista Laborinho Lúcio, “ao violar o segredo de justiça, do ponto de vista estritamente jurídico, viola-se o bem jurídico que é a tutela da qualidade da investigação”.
A questão é grave: não se pode apenas punir o mensageiro, mas também aquele que beneficia da informação e com ela procura determinar a evolução do processo.
Note-se que o conhecimento que o PGR teve do processo permitiu-lhe, possivelmente, aconselhar Manuel Vicente. E neste aconselhamento encontra-se, justamente, a desonestidade funcional do PGR: servir como consultor jurídico de Manuel Vicente, na altura presidente do Conselho de Administração de uma empresa pública, numa tarefa estritamente privada.
Não vale a pena voltar a invocar a Constituição e as várias leis sobre a natureza exclusiva do cargo de procurador-geral da República. Este, na sua actuação, tem de se ater à defesa do interesse público, e não à defesa dos interesses dos seus amigos. Não pode, por conseguinte, manter actividades paralelas.
Este é, de resto, o mesmo PGR que levanta processos ridículos contra 17 pessoas por lerem livros, o mesmo PGR que faz chover processos sobre Rafael Marques. Este é o PGR que tentar prejudicar o funcionamento da justiça portuguesa.
Como cultor da justiça, devia, ao invés, deixar de perseguir os simples cidadãos e exigir rigor e comedimento aos poderosos.
Mas a que é que assistimos? Ao PGR angolano a perturbar um inquérito na sua congénere portuguesa, ao general João Maria de Sousa a servir como consultor jurídico privado de Manuel Vicente.
Um procurador-geral da República não pode de modo algum manter este tipo de práticas; é como encontrar um padre de cuecas num bordel. Retira qualquer respeito e consideração à justiça, que fica, precisamente, de cuecas, despida.
Como dizia o juiz inglês Lord Hewart, “a justiça não deve somente ser feita; também deve ser vista a ser feita.”
A dignidade da justiça de Angola exige a demissão imediata do do general João Maria de Sousa, o PGR. -#PGRFora

LUANDA: O Problema das Eleições de 2017: A Confiança

O PROBLEMA DAS ELEIÇÕES DE 2017: A CONfiança

 Fonte: Maka Angola/Rui Verde

Reedição: Planalto de Malanje Rio Capopa
23 de Fevereiro de 2017

O “indicado” João Lourenço já anunciou que vai obter uma “vitória retumbante” nas eleições de 2017.
Enquanto isso, o “vice-indicado” Bornito de Sousa dirige o ministério do governo que procede ao registo eleitoral para as mesmas eleições. E afirma que não há nenhuma incompatibilidade entre o facto de ser o responsável pelo registo eleitoral e, simultaneamente, candidato a vice-presidente da República, ironizando: “Não há nenhuma incompatibilidade legal ou constitucional para esta situação, e eu diria, se fôssemos então no rigor de colocar suspeições para uma situação desta, no limite então os senhores deputados, por exemplo, teriam de se demitir agora, porque estivemos a ver legislação eleitoral.” Na realidade, não se percebe bem a relação entre uma coisa e outra, i. e., entre o facto de os deputados aprovarem legislação eleitoral e o ministro coordenar o registo eleitoral. Mas, enfim, deliciemo-nos com a ironia do ministro. Sempre é melhor um ministro irónico do que um ministro “trombudo”.
Ainda no mesmo tema, um deputado jurista do MPLA, João Pinto, também veio a terreiro explicar que, em França, o ministro do Interior organiza as eleições e é candidato a deputado, e assim com esta descoberta secunda o “vice-indicado” e, na opinião de alguns bastidores, posiciona-se fortemente como futuro ministro da Casa Civil.
O ilustre deputado do MPLA encontrará muitos mais exemplos, além do francês, de sistemas em que o poder executivo organiza e administra as eleições, mas também verá, se fizer um estudo mais detalhado, que mesmo nesses países vão sendo criados mecanismos mais independentes de gestão eleitoral, havendo uma tendência global de redução do papel dos executivos nessa gestão.
Contudo, a questão de fundo não é esta.
Vamos recapitular algumas premissas básicas sobre eleições. As eleições são a pedra angular da democracia representativa. Embora não sejam suficientes para a consolidação da democracia, os processos eleitorais permanecem essenciais para garantir a legitimidade democrática.
Portanto, de um processo eleitoral adequado depende a existência ou não de uma democracia. E o mais importante num processo eleitoral é a confiança.
Na realidade, a confiança no processo eleitoral é o aspecto fundamental para a aceitação do resultado eleitoral como legítimo.
É importante que aqueles que perdem dêem o seu consentimento. Dito de outro modo: aqueles que participam e perdem umas eleições devem confiar no resultado, acreditar que foram derrotados por meios legítimos e inequívocos.
E este é o problema real do processo eleitoral em Angola: a confiança. Quem acredita que o processo não será manietado pelo governo? Que o registo eleitoral não está orientado para favorecer o governo? Que a campanha eleitoral não se consegue realizar em vários pontos do país devido a ameaças ou episódios concretos de violência? Que os resultados não podem ser adulterados?
A realidade é que os partidos da oposição e a sociedade civil não têm confiança na lisura do processo eleitoral. E é acima de tudo essa confiança que deve ser dada através dos mecanismos formais instituídos para o processo eleitoral.
Em França – para retomar o exemplo do deputado jurista do MPLA – não há desconfianças sobre o processo eleitoral. Quem perde um escrutínio acredita nos resultados. A história política francesa tem assistido a alternâncias de poder constantes por via eleitoral. Ainda nas últimas eleições presidenciais, o candidato incumbente (Nicolas Sarkozy) foi derrotado por François Hollande, que se tornou presidente da República. Não houve qualquer sombra de desconfiança sobre o procedimento eleitoral.
A situação francesa não tem qualquer paralelo com a angolana, infelizmente. Aqui, nunca houve alternância de poder, e os perdedores não acreditam nos resultados.
Logo, os mecanismos a implementar têm de ser pensados de forma a incutir uma confiança que não existe.
Acresce um ponto muito importante. Em França, o poder judicial é um poder independente, e é exercido como tal. Portanto, qualquer cidadão eleitor saberá que, em última análise, em caso de qualquer ocorrência grave poderá recorrer aos tribunais, e estes actuarão. O mesmo não acontece em Angola. À excepção de dois ou três casos, o comportamento judicial angolano tem sido vergonhoso na sua deferência e dependência face ao poder político.
Em resumo, não tem qualquer sentido – para nosso desconsolo – comparar França com Angola. As realidades, para o bem e para o mal, são diametralmente diferentes. Como os arautos do regime não se cansam de apregoar, Angola tem de ter soluções angolanas. E, no caso das eleições, essas soluções têm de transmitir confiança aos contendores e à sociedade.
E, por isso, pergunta-se: que sentimento de confiança é transmitido quando o candidato a vice-presidente é o responsável pelo registo eleitoral? Que sentimento de confiança é transmitido quando o registo eleitoral é realizado por um ministério e não por uma comissão independente, como parecia resultar do artigo 107.º da Constituição? A resposta é fácil: nenhum.
E este é o problema das eleições de 2017; não há qualquer confiança no seu processo e nos seus resultados, e o governo não está sequer preocupado com isso.

sábado, 18 de fevereiro de 2017

LUANDA: Coragem Todos Fingem Ter... Inclusive Eu

CORAGEM TODOS FINGEM TER... INCLUSIVE EU
Noves fora o pleonasmo, todos fingimos corajosamente ser corajosos.
Enquanto José Eduardo dos Santos finge que sai ficando, João Lourenço por sua vez finge que é de facto candidato do MPLA para chegar ao merecido pólio presidencial! Ah e o Bornito, é verdade, o honestamente correto Bornito de Sousa Diogo, que caramba de situação a do Bornito.
Fonte: Planalto de Malanje Rio capopa/Por Raul Diniz
18/02/2017
O candidato a vice-presidente, que JES impôs-nos numa eventual presidência, que não é a dele, é por demais caricata... para não lhe chamar por outros apelidos a contento.
Todo militante minimamente desperto sabe que Bornito de Sousa Diogo, representa um veemente perigo para o processo eleitoral em curso que, de acidente em acidente, circula em torno de um alarmante círculo vicioso.
Bornito não é um militante que goza de simpatias efervescentes nem dentro e muito menos fora do MPLA. De facto ele provoca uma imparável desagregação da militância, além de provocar desconfortos e uma enorme movimentação de desconfiança generalizada ao pleito em causa.
Que cidadão honesto em sua sã consciência acreditaria num resultado eleitoral, quando se tem a cabeça do registo eleitoral o ministro, que é igualmente o candidato a vice-presidente da república pelo partido que sustenta o regime, e, que, em simultâneo realiza as eleições?
Qual é a do Bornito de Sousa Diogo afinal? Quer por acaso passar um atestado de burrice a todos angolanos? Todos sabemos como funciona a mente mafiosa de JES, o tutor de Bornito de Sousa.
O que está a acontecer não passa de uma simples repetição daquilo que aconteceu em 2012, com a nomeação de Edeltrudes Costa, no cargo de ministro de estado chefe da casa civil do PR. Esse miserável santomense, não passa de um capacho ao serviço da casa de segurança da PR.
Edeltrudes Costa é de facto um reles fraudador de eleições, ele nunca teria sido nomeado para o cargo por competência, pois tinha acabado de formar-se no brasil e nenhuma prova de competência havia dado ao país nem ao MPLA. Esse energúmeno foi no passado, nomeado por gratidão dos serviços prestados na efetivação da fraude eleitoral de 2012.
O afortunado dessa vez é o Bornito de Sousa, recompensado com a imerecida vice-presidência da república, pela sua direta participação na elaboração e monitoração da fraude eleitoral.
 Na política angolana há um pouco de tudo. Temos um presidente da república que mais se parece com um chico esperto qualquer fingindo que é honesto.
JES até afirma ser o desejado do MPLA para adoração “in Corpus Santi”, imitação da adoração que se observa por Cristo Jesus. Porém ele é peremptoriamente um mentiroso deslavado, e que, apenas está comprometido com a fraude eleitoral em curso.
Por outro lado, assistimos um governo fingir que governa, e uma oposição descomprometida, que finge ser oposição, mas nunca se opõem a nada. A oposição angolana é deveras estranha, por estar irremediavelmente comprometida com a ditadura.
 Afinal somos bons fingidores. Fingimos que somos enganados pelo ditador... quando na verdade somos medrosos ao extremo. Ou não é verdade, que somos apenas meros espectadores desesperados, de um facto consumado?
É intrigante, mas, parecemos todos uns desalmados servos do feudo, ciosos em obter rapidamente lucros financeiros inundados de sangue inocente, derramado por desprotegidas crianças, jovens e velhos pobres e negros, assassinados pela arma portentosa da corrupção.
Fingimos até que o Bento Kangamba é um herói por jogar batota nos casinos do Principado do Mônaco! Ora vejam só isso camaradas. O nosso Bento Kangamba decidiu demonstrar o seu receio de ser em breve órfão.
Perdido e aflitíssimo com a saída do ditador, Kangamba afirmou de boca cheia, se o povo algum dia pedir contas ao ditador pelos seus excessos cometidos no seu conturbado reinado de 38 longos anos, esse gesto seria traduzido como uma tremenda ingratidão da parte deles.
Para aqueles que temem a mudança de políticas no país, pedir contas ao ditador facínora é ultrajante. Seria algum desconfortável constrangimento pedir contas dos roubos executados por JES e família? Os adeptos da roubalheira consideram que sim e não só, seria igualmente uma blasfêmia, e, das grandes. Pôde isso?
Aceitamos como estandarte o cognome de bajuladores, e por consequência adulteramos a explicita verdade. Fingimos acerca do estado real da opressão reinante. Vandalizamos o princípio altruístico de governar. Para os infelizes do MPLA ser membro do governo significa obtenção de riqueza rápida e fácil, governar a muito deixou de ser serviço voluntarioso.
Sabemos que o regime não é impoluto, porém, fingimos que somos governados com total transparência, digno de total confiança.
 Como corajosos fingidores de meia-tigela que somos, fingimos que vivemos no país das maravilhas, onde a opressão, perseguição, a tortura, assassinatos, nepotismo e a corrupção não fazem morada. Apesar de paradoxal fingimos que a repressão que existe é dolorosamente inexpressiva.
Temos absoluta certeza que o presidente da república, é um capcioso delinquente ladrão, despótico e corrupto.
No entanto aparentamos calma, e, fingimos que somos governados competentemente por um arauto defensor dos direitos civis e da cidadania bem-intencionado. E ainda aplaudimos todos os seus distorcidos discursos.
Sabemos que José Eduardo dos Santos é um velho despótico, astuto malfeitor, e, um infeliz, bem pior que o seu sobrinho Bento Kangamba dos Santos. Mas tratamo-lo como se fosse um Confúcio amado em Angola
JES não se coíbe em utilizar-se de maliciosas práticas de sedição, só para obter o poder pelo poder. Mas nós fingimos reconhecer nele o papel de arquiteto da paz, num país que vive sem paz há 41 anos.
Ventilam-se em amiúde falsas expectativas desenvolvimentistas para o país, sem que a veracidade dos factos sejam constatáveis.
Só que, enquanto fingimos, os filhos da Angola profunda, forjados na luta pela independência, são expostos compulsivamente à toda espécie extorsão e vandalizados ao extremo. Vivenciamos todo tipo de tortuosas ciladas ultrajantes, dignas de realizações petrificantes nos filmes de gangsteres hollywoodianos. Mesmo sem merecer, eles são expostos a todo tipos de sevícias.
Temos até líderes opositores que se dizem competentes e leais ao povo, mas, o povo desconfia, e não os reconhece como tal. Na verdade, as lideranças opositoras, se assim podemos chama-las, nunca deram provas de qualquer comprometimento relevante na luta pela alternância do poder em Angola.
Não existe nenhuma oposição em Angola, que se oponha fortemente contra a governação despótica que estamos com ela, há mais de 41 anos. Somos especialistas em vender mentiras transformadas em verdades ao mundo exterior, e tudo com o excelso aval das oposições.
Damos o dito pelo não dito sem quaisquer constrangimentos, e ainda temos inspiração para endossar inverdades lastimáveis ao mundo civilizado, e afirmamos mentirosamente que Angola, é o país das maravilhas.
Enfáticos fingimos que o país é governado com lisura moral, e existe uma condizente transparência normal idêntica a dos país civilizados, debalde.
 Fingimos que a corrupção é um mal menor facilmente ultrapassável, mas, não é. Fingimos que bajulação faz parte metiê governativo. Que descaramento. Fingimos que esses itens estão convencionalmente institucionalizados como prerrogativa viável de governação aceitável. Assim também não.
Fingimos viver radiantes de alegrias diante do mundo exterior, que admirados, e, de boca aberta, entoam louvores empíricos, por constatarem de perto, o milagre da recessão não ter constrangido os angolanos, e muito menos a oposição domesticada.
Vivemos abraçadinhos com a miséria e caminhamos lado a lado com a fome, e convivemos fidelizados com a santa morte de todos os dias. Porém, fingimos que somos imunes a todo tipo de enfermidades, e apesar de infelizes masoquistas que somos, cantarolamos canções de uma estrondosa alegria, qual arco-íris, qual colorido mundo gay.
Aladroamos aos setentrionais ventos enfadonhos com cantigas alegres falsas, para em soslaio choramos pelo vergonhoso o estado de miséria que vivemos. Somos exageradamente dóceis, mesmo estando diante de uma realidade obsoleta, difusa e deliberadamente deprimente.
 Porque razão não sei, mas fingimos viver uniformemente seguros num país em nada seguro, onde as liberdades de ir e vir e de expressão são uma respeitável miragem. Fingimos que vivemos num país onde os direitos humanos são deliberadamente respeitados, debalde.
Fingimos também que Angola está entre as nações com destino marcado rumo ao progresso junto das nações livres e democráticas. Mentira. Fingimos ser governados competentemente por um arauto defensor dos direitos civis e de cidadania! Puro engodo enganoso.
Sabemos que JES usurpou por largos anos a presidência da república, subverteu o poder judicial, reverteu a independência da assembleia nacional em proveito próprio.

A olhos nus reconhecemos a necessidade de se alterar urgentemente as cores da bandeira e a letra do hino nacional, que aliás, de nacional só têm mesmo o nome. Mas fingimos que está tudo como combinamos que seria!
Apesar de argumentos insustentáveis, algumas pessoas por medo, e outras por adoração ao líder da gatunagem, fingem não ser oportuno alterar as insígnias ditas nacionais, por representarem os motivos que levaram a fundar a república do MPLA.
A verdade é que JES não passa de um homem horripilante e maldito. JES é parte do subproduto ordinário, originário do fundamentalismo decrépito, que servem como pedra angular, que sustentam os regimes ditatoriais em avançado estado de decomposição.
 Jose Eduardo não é deus nenhum, nem aqui nem em parte alguma do planeta terra.
Ele é somente um verdugo envelhecido, que soube aproveitar-se sorrateiramente da ingenuidade do povo que um dia acreditou fervorosamente nele, e no MPLA, como seus libertadores, uma vez mais, debalde.
Os angolanos não podem continuar a fingir que o regime de JES tem um governo dialogante, e defensor de direitos de ir e vir e de expressão. Não há em Angola nenhum regime saudável e/ou equilibrado.
 O sistema de regime angolano faliu, descambou de podridão. Mas que palhaçada a nossa hein... sempre a fingir que somos corajosos.
 Ainda assim, caso João Lourenço estenda a mão, e venha dizer para o que vem, com toda certeza o apoiarei.
Sem nenhum constrangimento, vou apoia-lo buscando apoio consensuais, onde os cidadãos desavindos com o MPLA de JES se encontrem. Falarei com os mais velhos e os jovens descontentes sem exceção, pois apesar dos pesares, nós somos muito mais unidos que os do MPLA de JES.
Desta vez prometo não fingir que engulo sapos, pelo simples facto de nunca os ter engolido. Nada de fingimentos, porém estarei a léguas da vergonhosa fraude eleitoral já em marcha.
Isso significa que estrei muito distante do intriguista, bajulador, e golpista fraudador da verdade, o malanjino Bornito de Sousa Diogo.

 Vamos correr o país e o exterior a nossa custa, pois somos muitos, vamos explicar o momento novo, e a oportunidade de mudar de vida que se nos apresenta. Será um prazer pedir nas ruas o voto para o meu antigo camarada de armas João Lourenço, sem passar pelo MPLA enquanto este continuar como propriedade da família Dos Santos.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

LUANDA: Rei Manda Os Sipaios Portugueses Preparar Visita do Bajulador-Mor de Portugal, Antonio Costa

REI MANDATA OS SIPAIOS


silvinha

Paralelamente ao facto de, como fez a troika, a Europa ter decidido, e bem, acabar com os intermediários, o que a leva a debater com Isabel dos Santos a resolução dos problemas de Portugal, os ministros lusos vêm regularmente a despacho (“resolução de autoridade superior sobre pretensões ou negócios”) com sua majestade o rei José de Eduardo dos Santos.

Por Orlando Castro
Foi isso que o sipaio servil e bajulador ministro português dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, veio fazer a Angola. E, sem meias palavras, o perito dos peritos lusos disse: “O presidente José Eduardo dos Santos mandatou-nos a nós para acertarmos a data da visita do primeiro-ministro português a Luanda”.
Ora aí está. O ministro Santos Silva foi, finalmente, mandatado por quem manda (também) no seu país para tratar da agenda do bajulador-mor, o primeiro-ministro António Costa.
Embora estas vindas a despacho não sejam novidade, pelo contrário, é a primeira vez que um ministro português reconhece que foi mandatado pelo presidente de um outro país. O respeitinho (e a subserviência) é muito bonito e sua majestade o rei José Eduardo dos Santos gosta.
Recorde-se que Augusto Santos Silva gosta, ao mesmo tempo que aumenta os decibéis da sua bajulação a Eduardo dos Santos, de passar atestado de menoridade intelectual aos angolanos. É, sabemos, uma forma de agradar ao rei, mas se calhar deveria ao menos fingir que tem coluna vertebral. Além disso não deve esquecer-se que os angolanos (até mesmo os 20 milhões que são pobres) têm memória.
No passado dia 3, Augusto Santos Silva considerou que a decisão do Presidente José Eduardo dos Santos de não se recandidatar nas próximas eleições “é mais um sinal de que Angola (leia-se regime) segue os melhores padrões internacionais”.
Estar há 38 anos no poder sem nunca ter sido nominalmente eleito é também “mais um sinal de que Angola segue os melhores padrões internacionais”? Para Augusto Santos Silva é.
Dirigir um país rico que não soube gerar riquezas mas apenas ricos, estando no top dos mais corruptos do mundo é também “mais um sinal de que Angola segue os melhores padrões internacionais”? Para Augusto Santos Silva é.
Ser o país que, segundo a Organização Mundial de Saúde, tem a maior taxa de mortalidade infantil do mundo é também “mais um sinal de que Angola segue os melhores padrões internacionais”? Para Augusto Santos Silva é.
A Freedom House demonstra regular e recorrentemente preocupação pela a influência de Angola (leia-se e entenda-se influência do regime angolano) nos meios de comunicação social portugueses. É também “mais um sinal de que Angola segue os melhores padrões internacionais”? Para Augusto Santos Silva é.
A Freedom House diz também que Angola é considerado um “país não livre”, denunciando perseguições a jornalistas, activistas políticos e líderes religiosos angolanos. É também “mais um sinal de que Angola segue os melhores padrões internacionais”? Para Augusto Santos Silva é.
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O ministro Augusto Santos Silva, um dos mais emblemáticos perito dos peritos de toda a mixórdia política gerada nas mais putrefactas latinas de Portugal, afirmou também que “já era conhecida a vontade do Presidente de se afastar da vida política mais activa”, reiterando que “esse é mais um sinal de que Angola segue os melhores padrões internacionais”.
É de crer, fazendo fé na bajulação do ministro português, que o facto de 68% da população angolana ser afectada pela pobreza, “é mais um sinal de que Angola segue os melhores padrões internacionais”.
Também é de crer que quando apenas 38% da população angolana tem acesso a água potável e somente 44% dispõe de saneamento básico, isso “é mais um sinal de que Angola segue os melhores padrões internacionais”.
Também “é mais um sinal de que Angola segue os melhores padrões internacionais”, quando se sabe que apenas um quarto da população angolana tem acesso a serviços de saúde, que, na maior parte dos casos, são de fraca qualidade.
Também “é mais um sinal de que Angola segue os melhores padrões internacionais”, quando se constata que 12% dos hospitais, 11% dos centros de saúde e 85% dos postos de saúde existentes no país apresentam problemas ao nível das instalações, da falta de pessoal e de carência de medicamentos.
Também “é mais um sinal de que Angola segue os melhores padrões internacionais”, verificar-se que 45% das crianças angolanas sofrerem de má nutrição crónica, sendo que uma em cada quatro (25%) morre antes de atingir os cinco anos.
Também “é mais um sinal de que Angola segue os melhores padrões internacionais”, saber-se que, em Angola, a dependência sócio-económica a favores, privilégios e bens, ou seja, o cabritismo, é o método utilizado pelo MPLA para amordaçar os angolanos.
Também “é mais um sinal de que Angola segue os melhores padrões internacionais”, saber-se que, em Angola, o acesso à boa educação, aos condomínios, ao capital accionista dos bancos e das seguradoras, aos grandes negócios, às licitações dos blocos petrolíferos, está limitado a um grupo muito restrito de famílias ligadas ao regime no poder.
Augusto Santos Silva é o chefe de posto em Portugal e sipaio em Angola que sabe de tudo, que fala de tudo, que conhece tudo, que sabe mais do que todos os outros, quer fale como cidadão, quer opine enquanto ministro.
“Não tenho o mínimo de consideração nem de respeito intelectual pelo saloio que detém no Governo a pasta da Comunicação Social…; pelas baboseiras e falta de rigor que punha nas crónicas do ‘Público’, pela arrogância e pesporrência que exibia quando era ministro da Educação e logo a seguir da Cultura, sem ter feito nada, mesmo nada, nem pela educação nem pela cultura, porque o considero um dos ministros mais incompetentes do Governo de José Sócrates…”, escreveu – há já uns anos – o saudoso Emídio Rangel, referindo-se a Augusto Santos Silva.
Que Augusto Santos Silva nos passe um atestado de menoridade e assuma que, ao contrário do comum dos mortais, é catedrático em tudo, seja na comunicação social, na educação, na cultura, na economia, nas finanças, no desporto, na defesa, nas negociatas… é lá com ele.
Hoje como ontem, Santos Silva debita regularmente eruditas pérolas, fazendo lembrar o tempo em que tinha a pasta, entre outras, de dono da comunicação social portuguesa.
Talvez por saber disso, de vez em quando ele aparece – mesmo sendo ministro – para malhar em todos aqueles que têm a ousadia de pensar de forma diferente da dele e da dos seus amigos.
No seu período áureo, dizia Augusto Santos Silva, certamente respaldado na cartilha do até então também perito dos peritos, José Sócrates, que a oposição “sucumbia à demagogia”. Demagogia que, como todos sabem, é uma característica atávica de todos os portugueses de segunda, ou seja, de todos aqueles que não são deste PS… nem deste MPLA.
“A direita falha em critérios essenciais na resposta à actual crise, começando logo por falhar no requisito da iniciativa”, sustentava o maior (a seguir a José Sócrates) perito dos peritos portugueses, considerando que a oposição não assumia uma defesa do princípio da “equidade social”.
Será com certeza por isso que, em Portugal como em Angola, os poucos que têm milhões, mais milhões continuam a ter, e que os milhões que têm pouco ou nada… ainda têm menos, se é que isso é possível.
Embora hoje oculte essa faceta, quando se virava para a esquerda, Santos Silva também batia forte e feio. Em relação ao PCP gostava de atirar a matar, tal como fazia quanto ao Bloco de Esquerda. Eram todos da “esquerda extremista” que “propõe o regresso ao paradigma colectivista”.
“Estão cegos por preconceitos ideológicos que os impediram de perceber o quanto foi essencial estabilizar o sistema financeiro para responder à crise”, disse em tempos, entre outras sábias alusões, Augusto Santos Silva.
Ora aí está. Bons só mesmo os socialistas, sejam do PS ou do MPLA. Nem todos, mas sobretudo os que, por terem coluna vertebral amovível, veneram o líder… Todos os outros são uma escumalha que não merece sequer ser considerada como portuguesa… ou angolana.
Para finalizar, recordam-se que Augusto Santos Silva disse que que havia professores em Portugal (não socialistas, obviamente) que não sabiam distinguir entre Salazar e os democratas? Também há ministros que não sabem distinguir entre ditadores e democratas.

LUANDA: Joãozinho Tu Mandas Mas, Eu Decido...

Joãozinho TU MANDAS MAS, EU DECIDO...


dono

João Lourenço é o cabeça-de-lista do MPLA às eleições previstas para Agosto. Se o partido ganhar ele será o Presidente da República. No entanto, o Presidente do MPLA, até 2021, será José Eduardo dos Santos. Afinal quem mandará no reino?


Por Orlando Castro
Compete, em especial, ao Presidente do MPLA dirigir a execução da política e da estratégia geral do Partido; fazer observar o cumprimento das leis e dos princípios e das resoluções do Partido, dirigir as relações internacionais do Partido; propor, ao Bureau Político (do qual é presidente), os candidatos ao cargo de Presidente do Grupo Parlamentar do MPLA e propor a composição orgânica e nominal do Executivo; preparar e apresentar, ao Comité Central e aos eleitores, o programa e o manifesto eleitorais.
Ou seja, em caso da vitória já pré-estabelecida, quem vai ser (não o sendo formalmente) Presidente da República e Titular do Poder Executivo é José Eduardo dos Santos.
Vejamos, para além do óbvio, se for possível (se não for o óbvio também é interessante) o que sua majestade o rei, na qualidade de presidente do partido que domina o país desde 1975, durante o VII congresso do MPLA.
“Mostrar que este MPLA é o grande partido da família angolana. Ele está assim preparado para o combate político, para ganhar as próximas eleições e para continuar a governar a República de Angola, correspondendo aos anseios das populações”, disse sua majestade, acrescentando que “não devemos permitir que as nossas diferenças políticas sejam aproveitadas por forças externas para dividir e pôr em causa a paz duramente conquistada. Temos de ser capazes de prevenir eventuais acções subversivas, para manter a nossa soberania, a paz e a estabilidade, reforçar a nossa democracia e trabalhando no sentido de fazer prosperar a nação angolana”.
O “querido líder”, na sua versão de “escolhido de Deus”, disse ainda que “há que apoiar mais os empresários com provas dadas em eficácia, responsabilidade e mais comprometidos com o futuro do país. Portanto, bons patriotas. Apoiar também os empresários que sabem realizar licitamente os seus negócios no mercado interno e externo, para conquistarem riqueza e contribuíram para aumentar o emprego e fazer crescer a economia”. Foi pena não ter dado publicamente o exemplo mais paradigmático: Isabel dos Santos. Tê-lo-á dado com certeza, em privado, a João Lourenço.
Num discurso hilariante e digno de figurar emblematicamente nos maiores anedotários internacionais, José Eduardo dos Santos esclareceu, com reconhecido conhecimento de causa, que “não devemos confundir estes empresários com os supostos empresários que constituem ilicitamente as suas riquezas, recebendo comissões a troco de serviços que prestam ilegalmente a empresários estrangeiros desonestos, ou que façam essas fortunas à custa de bens desviados do Estado ou mesmo roubados”.
“Angola não precisa destes falsos empresários, que só contribuem para a sua dependência económica e política de círculos externos”, acrescentou o dono disto tudo, mostrando que sabe muito bem como é que o seu clã familiar e afins enriqueceram.
A eleição (esta palavra é só por si, no contexto do MPLA, uma anedota) de José Eduardo dos Santos para a presidência do MPLA mostrou que o único candidato continua a ter sob o chicote uma manada fiel de castrados, acéfalos e invertebrados sipaios, chamem-se eles João Lourenço ou Bornito de Sousa. Mas não é o único que controla todos esses escravos.
Diz sua majestade que o MPLA quer reforçar a democracia. Basta tomar o exemplo do próprio José Eduardo dos Santos para se ver o que é a democracia para o regime. O Presidente da República, no poder há 38 anos, nunca foi eleito nominalmente.
Ah! Ah! Ah! “Reforço da democracia”? Vá lá, pessoal. É mesmo para rir. Mesmo com a barriga vazia, com a família doente ou a morrer por falta de assistência médica, rir é um bom remédio. Mas não digam do que é que estão a rir. Se eles descobrem… os jacarés agradecem.
Antes, a 11 de Março, na abertura da 11.ª reunião ordinária do Comité Central do MPLA, convocada para preparar o congresso do partido, que serviu também para preparar as candidaturas às eleições gerais de 2017, José Eduardo dos Santos anunciou que pretendia deixar a vida política activa. Basta-lhe ser Presidente do MPLA… até 2021.
“Em 2012, em eleições gerais (não nominais, diga-se), fui eleito Presidente da República e empossado para cumprir um mandato que nos termos da Constituição da República termina em 2017. Assim, eu tomei a decisão de deixar a vida política activa em 2018″, anunciou José Eduardo dos Santos.
A decisão do Presidente José Eduardo dos Santos de abandonar a vida política activa em 2018 é daqueles acontecimentos da dimensão dos grandes criminosos mundiais. São importantes porque têm um grande significado e um efeito transformador na lavagem da sua conspurcada imagem. Além disso, em termos práticos, deixa de pagar o ónus de ser o executor mas mantém o poder de mandar executar.
Tudo leva a crer (mesmo que votando em força nos partidos da oposição), que de nada serve lamentar os efeitos óbvios dessa opção ditatorial. Tal como funciona parte importante dos nossos tribunais que, por ordem superior, determinam a sentença e só depois fazem o julgamento, nas eleições irá passar-se o mesmo. Determina-se o resultado e depois contam-se os votos de modo a tudo bater certo.

LUANDA: Serviço de Mortologia da República do MPLA

O SERVIÇO DE “MORTOLOGIA” DA “REIPÚBLICA” DO MPLA


subnutricao

O Serviço de “mortologia da reipública” de Angola acaba de fazer mais uma previsão do estado do tempo: a esperança média de vida na “reipública” subiu para os 61 anos.

Por Domingos Kambunji
Quer isto dizer que Zédu já deveria estar, há muito tempo, a fazer companhia ao Fidel Castro? Ou será que quem recebe tratamento médico em Barcelona consegue viver para além dos 61 anos? Os que recebem acompanhamento médico (ou não) nos serviços hospitalares do Sistema Nacional de Saúde da “reipublicana monarquia” de Angola desaparecem das estatísticas, como que por milagre?
Que credibilidade merecem as estatísticas manipuladas pelo governo da “reipública”? Ainda não há muito tempo o MPLA obrigou os órgãos oficiais de informação e propaganda a vomitar a notícia de que a malária estava em vias de extinção. Depois dessa aberração alguns milhares de angolanos morreram devido à malária. Mais recentemente a população foi informada, pelos mesmos chicos-espertos, de que a febre Amarela estava controlada. Infelizmente, não foi com grande admiração que soubemos que surgiram mais casos dessa doença. Poderíamos discutir os números camuflados de lepra, raiva, tuberculose, subnutrição… Não vale a pena porque, infelizmente as estatísticas oficiais, para além de manipuladas, são exageradamente boçais.
Não nos cansamos de relembrar uma notícia/reportagem, publicada há alguns anos no Jornal de Angola, sobre o Hospital (?) de Icolo e Bengo. Dizia o “journalista” que os serviços eram de elevada qualidade. A única contrariedade era a de que o Hospital (?) não tinha medicamentos para tratar os doentes. Os doentes, que não morriam, melhoravam graças ao carinho e à atenção dos enfermeiros.
(No século XXI os “jornalistas” do Jornal de Angola ainda acreditam na teoria da geração espontânea e nos poderes milagrosos do presidente da “reipública” para resolverem todos os males)
Estas são as estatísticas de um governo que, quando aconteceu o abaixamento drástico no preço do petróleo, dizia que o país não iria entrar em crise porque o Presidente Zédu, atempadamente, diversificou a economia. Depois, quando o sofisma começou a ser desmascarado, dizia que a exportação de diamantes iria compensar a perda nas receitas com a exportação do petróleo. Essa falácia caiu por terra. Então, o mesmo governo, que publica estas estatísticas, disse que iria diversificar a economia (que dizia inicialmente já estar diversificada) para combater a crise.
Agora a desculpa é a de que a falta de crescimento em Angola é provocada pela “crise internacional”, como se Angola fosse um país altamente industrializado e se encontrasse impossibilitado de exportar os seus produtos tecnológicos.
Que credibilidade tem um governo que está mais orientado para matar do que para educar e tratar? O Ministério da Guerra (erradamente designado da Defesa) recebe uma fatia muito maior do orçamento nacional do que os da Saúde e Educação, em tempo de “paz”. O Ministério da Guerra não necessita da solidariedade internacional para poder esbanjar dinheiro, satisfazendo a megalomania e a “kapercentagem” dos generais. O Ministério da Saúde, muitíssimo doente, necessita da solidariedade internacional para combater as epidemias. Quando as dádivas internacionais chegam, elas são vendidas nos mercados paralelos, enriquecendo assim os “generais” da Saúde.
Em Angola tudo se mede em ostentação do novo riquismo e em dinheiro. Usando esses padrões, se fosse verdade que o nível médio de vida subiu para 61 anos, quanto é que o MPLA deve, por danos morais e por impedimento de atingirem o nível médio de vida, aos familiares de Cassule, Camolingue, Ganga, Rufino António e tantos outros milhares de angolanos que morreram durante a guerra civil iniciada pelo MPLA?
Haja um mínimo de decência! Não brinquem com o respeito que os cidadãos angolanos merecem. Não tentem inventar mais falácias para encobrirem a vossa incompetência.
As culturas e as civilizações não melhoram as sociedades obedecendo aos patrulheiros pistoleiros e aos seus trinta-dinheiros.
A esperança media de vida subiu para 61 anos, onde? No Comité Central do MPLA?