domingo, 19 de março de 2017

LUANDA: MPLA Não tem Força para Impor a Continuação do seu Regime Rococó

MPLA NÃO TEM FORÇA PARA IMPOR A  CONTINUAÇÃO DO REGIME ROCOCÓ
Na contramão do que disse o meu camarada Artur Pestana dos Santos “Pepetela” no Funchal-Madeira/Portugal, onde afirmou não haver choradeira pré-orfandade, nas hostes do MPLA... a verdade é que essa choradeira, apesar de abafada existe, e não está só, ela vem acompanhada do medo pós-eleitoral.
Fonte: Planalto de Malanje Rio Capopa/Raul Diniz
19/03/2017
É verdade sim que, o medo do parto de mudança, aterroriza toda quadrilha do MPLA, e, está à vista de todos quantos queiram olhar com olhos de ver.
Por outro lado, tenho como verdadeiras as palavras escritas pelo jornalista do folha8, Orlando de Castro, que de uma maneira jocoso, enxertada de estilo quase lúdico onde afirma, que o MPLA recorre de 4 em 4 anos, ao mercado da UNITA, para ali comprar as bestas existentes para transformá-las em bestiais serviçais, com o único de transfigurar e denegrir a imagem da UNITA em tempo eleitoral. Essa gerigonça está ultrapassada, e já não colhe mais. O país tem que mudar e, vai sim mudar de vida. O angolano já não se compadece com o medo sentido por aqueles que o humilham a mais de 41 anos.
Desta vez os que temem a mudança em Angola estão sozinhos a sua sorte, vão ter que encarar essa situação sem o povo roubado seu habitual chapéu de chuva e sol, que após eleições são transformados em saco de pancada. O cidadão também não teme mais a fúria impetrada pela gang criminosa, que governa autoritariamente o país há 41 longos anos.
Pôde-se afirmar sem medo de errar que não é a UNITA que os angolanos temem, nem foi a UNITA que roubou e desviou a toda riqueza do país para paraísos fiscais no exterior. Enfim, estamos assaz cansados da mesmice choradeira dos órfãos amedrontados com a saída do seu patrono criador do império do mal em Angola, José Eduardo dos Santos. Isso significa dizer, que ninguém teme qualquer mudança aguardada em Angola, além da elite do MPLA e da nata do regime enriquecida ilegalmente. Angola é um país que a muito anda a uma só velocidade, essa situação a muito constrange impacientemente toda sociedade civil ativa. Presume-se que, pelo andar da carruagem, tudo vai continuar na mesmice caso o servil e fiel escudeiro de JES, João Lourenço, domiciliado na vice-presidência do MPLA, venha ser fraudulentamente elegido para a presidência da república.
Angola e os angolanos não têm necessidade tão pouco necessitam de um idiota mentalmente debilitado na presidência da república.
Os angolanos merecem ter afrente dos destinos do país, alguém que faça a diferença. Não precisamos de um macaco de repetição, candidato a aluno de ditador, feito ditador mirim. Face a imponente inabilidade do candidato do MPLA em dialogar com as demais franjas afetas ao partido, e, opostas ao pensamento destorcido de José Eduardo dos Santos, resta a esses milhares e milhares de membros seguir em frente, pois angola não se esgota no pensamento medíocre do JES, o Confúcio II depois de Agostinho Neto, e muito menos no inadequado modo de agir do seu aluno João Lourenço, pequeno aprendiz de feiticeiro.
 Os sucessivos discursos de JL em nada coincidem com a realidade objetiva angolana, o país vivencia há mais de 41 anos uma gestão danosa dos recursos financeiros criminosamente roubados.
 Essa situação demonstra que o candidato do MPLA não tem as suas baterias eleitorais afinadas na visão alimentada por uma grande fatia da sociedade angolana de mais de 97% da população. Ele não consegue perceber que o povo tem muita fome de liberdade. Por outro lado, esconder e/ou dissimular verdades não é a melhor saída para qualquer candidato de um regime que nada mais tem para dar aos angolanos. Em política não se pôde fingir, nem brincar de esconde-esconde, isso é o mesmo que dar cartas boas aos adversários sedentos de vontade de pôr a limpo aquilo que todos sabemos. A continuar tudo como está, o MPLA pôde encomendar já o caixão para ser sepultado juntamente com o seu presidente vitalício.

 A oposição com toda certeza vai atacar atempadamente os problemas indefensáveis mais candentes com caráter acusatório para inibir o MPLA amedrontado que está com o espectro da mudança inevitável que acontecerá em 2017.

LUANDA: Bestas na UNITA, Bestiais no MPLA

BESTAS NA UNITA, 
BESTIAIS NO MPLA


jl-unita

O Jornal de Angola, na sua qualidade de órgão oficial do MPLA, pode berrar, saltar e comer as pontas às bissapas. Tem esse direito. Existe exactamente para isso. Tal como existem mercenários e sipaios na UNITA que preferem ser escravos de barriga cheia do que livres com ela vazia…

Por Orlando Castro
Ovolume dos guinchos do Jornal de Angola (tal como da TPA, RNA, Angop, etc.) não incomodam. O que nos irrita é o silêncio criminoso e as traições de pessoas que pensávamos ser de bem, sobretudo dos organismos internacionais que deveriam, dizemos bem – deveriam, evitar que isto se passasse nos órgãos de comunicação em geral, e nos públicos em particular.
Há tempos, Agosto de 2008, o Jornal de Angola guinchou com todos os decibéis disponíveis, dizendo que “Fernando Heitor, com tiques savimbistas de triste memória, com esgares de Jack o Estripador, também falou de milhões de dólares desaparecidos no pântano da corrupção. Heitor e a UNITA devem saber para onde foram os biliões de dólares dos diamantes de sangue”.
Mesmo sem ter frequentado as aulas de educação patriótica (ainda está a tempo), o ex-deputado da UNITA resolveu agora saltar a barricada e passar-se para o lado do MPLA. Por agora não está em questão saber o montante da compra mas, apenas, esperar o que vai dizer o Jornal de Angola sobre esta comprada conversão.
Não há dúvida que o MPLA está com a corda no pescoço. Está a ver que do outro lado da bissapa está o caçador pronto a acabar com tantos guinchos. Estão os angolanos prontos para apostar na mudança e, finalmente, mandar para as latrinas onde foram gerados todos aqueles que vegetam à sombra do dinheiro roubado ao Povo.
Ainda segundo o Jornal de Angola, “Fernando Heitor, no seu discurso, ainda escorria umas gotas de raiva pelos cantos da boca. Um rapaz desempoeirado apareceu com a camisola do MPLA, disse que “o dinheiro é nosso” e despiu a camisola. Ficou nu da UNITA para cima. O dinheiro dos diamantes de sangue voa baixinho, como o galo negro”.
Pois é. Mas, agora, certamente o comportamento de Fernando Heitor será purificado e o ex-deputado (como outros ex-altos dirigentes da UNITA) passará de besta a bestial. É claro que Fernando Heitor não está preocupado. Os valores são outros e, como esperado, vai dizer cobras e lagartos de Jonas Savimbi e acrescentar que nunca ouviu falar dos princípios do Muangai.
O desespero do MPLA é, na verdade, cada vez maior. Já não sabem o que fazer. Tentam tudo. Ofereceram carros, motas, bicicletas, comida, bebida e dinheiro mas, pelos vistos, os angolanos estão mesmo dispostos à mudança. Compram deputados da oposição interna, jornalistas, políticos e magistrados portugueses. Mas temem que o princípio do fim esteja aí ao dobrar da esquina.
O MPLA tenta tudo. O presidente da República (nunca nominalmente eleito e no poder há 38 anos) chamou todos os seus generais para a frente de combate, comprou tudo o que podia (observadores, políticos internos e externos, jornalistas e outros similares) mas parece que não é suficiente.
O MPLA teme (e vamos lá ver qual será a última jogada – que tal uma razão qualquer para adiar as eleições?) a derrota e já concluiu que nem a sua “Força Aérea” consegue impedir o voo, cada vez mais alto da contestação dos escravos.

O caso Fernando Heitor

A13 de Março de 1966, um grupo de nacionalistas liderado por Jonas Malheiro Savimbi, começou a escrever uma importante parte da história de Angola. Militantes como Fernando Heitor continuam a enterrar o espírito que deu corpo ao que se decidiu no Muangai.
Jonas Savimbi disse-nos, em 1975, no Huambo: “a UNITA, tal como Angola, não se define – sente-se”. Mas para sentir é preciso ser muito mais que um mercenário, que um sipaio, não é Fernando Heitor?
Foi no Muangai, Província do Moxico. Daí saíram pilares como a luta pela liberdade e independência total da Pátria; Democracia assegurada pelo voto do povo através dos partidos; Soberania expressa e impregnada na vontade do povo de ter amigos e aliados primando sempre os interesses dos angolanos.
Resultaram também a defesa da igualdade de todos os angolanos na Pátria do seu nascimento; a busca de soluções económicas, priorização do campo para beneficiar a cidade; a liberdade, a democracia, a justiça social, a solidariedade e a ética na condução da política.
Será que Fernando Heitor sabe quem disse: ”Eu assumo esta responsabilidade e quando chegar a hora da morte, não sou eu que vou dizer não sabia, estou preparado”?
A UNITA mostrou até agora, é verdade, que sabe o que é a democracia e adoptou-a definitivamente. E é exactamente por isso que permitiu que no seu seio se gerasse gentalha como Fernando Heitor, Geraldo Sachipengo Nunda ou “Black Power”. Mas também é verdade que gerou Gente como Alda Sachiango, Isaías Samakuva, Alcides Sakala, Paulo Lukamba Gato, Samuel Chiwale, Jeremias Chitunda, Adolosi Paulo Mango Alicerces, Elias Salupeto Pena, Jonas Savimbi, António Dembo ou Arlindo Pena “Ben Ben”.
Isaías Samakuva mostrou ao mundo que as democracias ocidentais estão a sustentar um regime corrupto e um partido que quer perpetuar-se no poder. E de que lhe valeu isso? De nada. Esse regime corrupto continua, entre outros crimes, a comprar no mercado da UNITA.
Depois da última hecatombe eleitoral, provocada também pela ingenuidade da UNITA acreditar que Angola caminha para a democracia, Samakuva alterou os jogadores, a forma de jogar e prometeu, continua a prometer, melhores resultados.
O líder da UNITA conseguiu juntar alguns bons jogadores mas esqueceu-se que não bastam bons jogadores para fazer uma boa equipa. Esqueceu-se que, como dizia Savimbi, os inimigos mais perigosos são os que julgamos amigos mas que nos apunhalam pelas costas. Estaria o Mais Velho já a antever o que Fernando Heitor faria um dia?
Muitos desses craques (Fernando Heitor é apenas o mais recente exemplo) não conseguem olhar para além do umbigo, do próprio umbigo. Habituaram-se de tal maneira à lagosta que esqueceram a mandioca, que esqueceram que Savimbi também ensinava que era preferível ser livre de barriga vazia do que escravo com ela cheia.

sábado, 18 de março de 2017

LISBOA: Advogado da Elite Angolana Está Proibido de Falar com Clientes

Advogado da elite angolana proibido de falar com clientes

Fonte: Expresso
Reedição: Planalto de Malanje Rio Capopa
Advogado da elite angolana proibido de falar com clientes
Paulo Blanco representa o PGR angolano e os generais “Kopelipa” e “Dino”. É arguido no processo de corrupção
O Ministério Público acusou o advogado Paulo Blanco de servir de intermediário entre Manuel Vicente e o procurador português, Orlando Figueira, alegadamente corrompido para arquivar à pressa duas investigações ao vice-presidente de Angola. A acusação é inédita e já teve uma consequência insólita antes do início do julgamento: o juiz de instrução proibiu o advogado de ter qualquer contacto com os clientes angolanos que defendeu nas várias investigações em Portugal e que não são arguidos neste processo.
Paulo Blanco está assim proibido de falar com o procurador-geral de Angola, João Maria de Sousa, e com os generais Helder Vieira Dias “Kopelipa” e Leopoldino “Dino” Fragoso do Nascimento, que já foram ou alvo de investigações em Portugal por branqueamento de capitais. Contactado pelo Expresso, Paulo Blanco não aceitou responder a perguntas e enviou uma declaração por escrito: “Agi sempre como advogado e segundo as regras da deontologia profissional, o que em sede própria será demonstrado, pelo que o processo em curso é um inconveniente inesperado na carreira profissional que abracei em 1989, há 28 anos, mas nenhuma carreira existe sem eles. Estou mais preocupado com o meu carácter, em escrever apenas palavras e frases que não podem magoar ninguém, do que com a minha reputação, pelo que, por ora, não farei qualquer outro comentário.”
As medidas de coação preveem ainda que Paulo Blanco não possa contactar, além de Orlando Figueira, quaisquer “outros magistrados que estejam ou tenham estado em funções no DCIAP” e ainda “funcionários do DCIAP” e do Banco Privado Atlântico. “O dr. Paulo Blanco não vai poder andar na rua com medo de tropeçar em alguém com quem está proibido de falar”, ironiza um jurista que não quer ser identificado. “Essa decisão tem cobertura legal”, explica Rogério Alves, advogado e antigo bastonário. “Não há nada na lei que diga que um arguido só pode ser proibido de contactar outros arguidos, mas toda a gente percebe que proibir um advogado de contactar os próprios clientes seja extremamente lesivo”, continua. “Por isso é que esse tipo de medidas de coação tem de ser aplicada com muita parcimónia.” Tanta que vários advogados e magistrados contactados pelo Expresso não conseguiram recordar um único caso em que um advogado tenha sido proibido de contactar os próprios clientes.

SÓCIOS PRÓXIMOS DEMAIS

Paulo Blanco defendia os vários dirigentes angolanos suspeitos de branqueamento de capitais e foi advogado do Estado angolano. Conseguiu, como lembra na mesma declaração por escrito que enviou ao Expresso, que as suspeitas contra “Kopelipa” e “Dino” fossem arquivadas. No caso de Manuel Vicente — que era visado em dois processos por branqueamento de capitais — o Ministério Público diz que houve corrupção.
De acordo com a acusação, o procurador Orlando Figueira, um magistrado veterano do Departamento Central de Investigação e Ação Penal, arquivou os processos contra Manuel Vicente, então presidente da petrolífera Sonangol e atual vice-presidente de Angola, a troco de um pagamento de 763 mil euros. O dinheiro foi pago pela Primagest, uma empresa angolana alegadamente controlada por Manuel Vicente. Os processos foram arquivados quatro dias depois de os depósitos terem sido feitos numa conta do Banco Privado Atlântico.
Quando foi interrogado, Orlando Figueira, que chegou a estar em prisão preventiva na cadeia de Évora, admitiu ter recebido parte do dinheiro (633 mil euros) e alegou que se tratava de salários pagos antecipadamente. E que arquivou os processos porque não podia ter feito outra coisa face aos indícios que existiam e às provas que o advogado de Manuel Vicente fez chegar ao processo, mais especificamente comprovativos de rendimentos que provavam que o vice-presidente de Angola podia pagar o apartamento de 3,8 milhões de euros que adquiriu no edifício Estoril Sol.
Foi Paulo Blanco quem intermediou os contactos entre a Primagest e Orlando Figueira e por isso foi acusado de corrupção. Como Manuel Vicente é sócio de Helder Vieira Dias e Leopoldino Fragoso em vários negócios, o Ministério Público entendeu que Blanco poderia comunicar com Manuel Vicente através dos próprios clientes.
Expresso

LUANDA: Dona Belita dos Ovos Santos, Cadê os Milhões de Dólares Hein?

CADÊ OS MILHÕES DE DÓLARES?


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O regulador norte-americano dos mercados financeiros (SEC) está a investigar o pagamento de 350 milhões de dólares pelas petrolíferas BP e Cobalt à Sonangol para a construção de um centro de pesquisa que, cinco anos depois, está ainda em planeamento.

AGlobal Witness diz que, em Angola, desapareceram centenas de milhares de dólares em pagamentos feitos por consórcios petrolíferos à Sonangol, alegadamente para financiar um centro de pesquisa… que não existe.
O alerta foi dado pela organização Global Witness, que combate a corrupção no sector da exploração de recursos naturais. Esta organização internacional segue com atenção há vários anos os pagamentos para projectos sociais efectuados por companhias como a British Petroleum, ou BP, e os seus parceiros, incluindo a norte-americana Cobalt, no âmbito de negócios cm o regime de Angola.
“Os consórcios concordaram em doar 350 milhões de dólares para um projecto chamado ‘Centro de Pesquisa e Tecnologia’ da petrolífera angolana Sonangol”, explica o especialista para assuntos angolanos da Global Witness, Barnaby Pace. Durante muito tempo, a organização tentou encontrar o centro, mas “nem a BP, nem a Cobalt nem a Sonangol nos mostraram qualquer prova de que ele existe.”
Segundo a Global Witness, apenas a britânica BP respondeu sequer às indagações, afirmando que o centro ainda estaria em fase de planeamento. Isto, apesar de já ter sido efectuado o pagamento de uma grande parte da soma. O facto de não se saber onde foi empregue o dinheiro desperta suspeitas de que tenha sido desviado, diz Barnaby Pace.
“O povo angolano não tem como verificar o que aconteceu a esta enorme soma de dinheiro”, afirma o especialista. “Não há provas de que se trate de corrupção. Mas o que é grave é que, neste caso, os pagamentos só foram tornados públicos porque a Cobalt foi obrigada a publicar todos os seus contratos por estar cotada na Bolsa de Valores de Nova Iorque”.
Barnaby Pace pergunta: Quantas outras empresas estarão a fazer pagamentos idênticos dos quais o público nada sabe?
Para a Global Witness, é óbvio que as novas leis anticorrupção nos Estados Unidos da América e na Europa, que obrigam as empresas a maior transparência, devem ser rapidamente implantadas, para proteger os interesses de cidadãos em países como Angola, mas também dos investidores nestas empresas.
Não é, no entanto, o entendimento de muitas multinacionais, que, sobretudo nos Estados Unidos, tentam travar a implantação através de processos jurídicos.
O especialista da Global Witness diz que esta actuação dos consórcios vai evidentemente contra os seus próprios interesses. “Sobretudo as empresas que trabalham em países com regimes altamente cleptocráticos devem preparar-se para a eventualidade desses regimes caírem. E nessa altura as empresas que não são limpas correm o perigo de ser expulsas”, comenta Barnaby Pace.
Por enquanto, em Angola, o risco de uma empresa ser expulsa por práticas opacas e duvidosas é muito remoto. A norte-americana Cobalt, por exemplo, está sob investigação das autoridades do seu país desde 2011 por suspeita de negócios ilícitos com uma empresa angolana, propriedade de funcionários do estado e governantes, incluindo o actual vice-presidente, Manuel Vicente.
“Na altura, ele era o presidente da Sonangol, mas detinha uma participação secreta na empresa em questão”, lembra o especialista da Global Witness: “É por isso que insistimos tanto na necessidade de transparência total no que toca à propriedade das empresas, sobretudo nas indústrias extractivas. Só assim se saberá quem beneficia dos contratos e só assim se poderá lutar contra a corrupção”.

sexta-feira, 17 de março de 2017

BRASILIA: Pressionada nos Estados Unidos e America Latina, Odebrecht Encontra 'Refugio' na Angola do Ditador José Eduardo dos Santos

Pressionada nos EUA e América Latina, Odebrecht encontra 'refúgio' em Angola

Fonte: BBC Brasil
Reedição: Planalto de Malanje Rui Capopa
 Sexta, 17 de Março de 2017
Pressionada nos EUA e América Latina, Odebrecht encontra 'refúgio' em Angola
Na mira de investigadores da Suíça, Estados Unidos e vários países latino-americanos, a Odebrecht encontrou em Angola um refúgio para as turbulências que enfrenta desde a eclosão da Lava Jato.
No país africano, onde mantém uma de suas maiores operações no exterior, a empresa brasileira constrói duas hidrelétricas, comemora bons resultados na produção de açúcar e lança um condomínio de casas de luxo - tudo sem ser importunada por autoridades locais.
Embora Angola tenha sido citada em delações de executivos da Odebrecht como um dos principais palcos da corrupção praticada pela empresa no exterior, o país - governado desde 1979 por José Eduardo dos Santos - não está investigando a companhia.
A postura contrasta com a de nações como Peru e Colômbia, onde governantes ameaçaram expulsar a empresa após revelações, divulgadas em meio à Lava Jato, de que ela teria subornado autoridades locais.
Nos Estados Unidos e na Suíça, a Odebrecht e a Braskem (petroquímica controlada pela construtora) se comprometeram a pagar multas de até US$ 800 milhões para não serem denunciadas por corrupção.
Colômbia, Peru, Suíça e Estados Unidos estão entre os 32 países que, segundo o Ministério Público Federal (MPF), dialogam com investigadores brasileiros sobre a Lava Jato.
O órgão diz que Ministérios Públicos de 16 nações já pediram informações sobre a operação. Em fevereiro, o MPF se reuniu com investigadores de outro país africano citado nas delações da Odebrecht: Moçambique.
Já Angola - país onde a Odebrecht mantém sua operação estrangeira mais diversificada - jamais fez qualquer contato sobre o tema, segundo o MPF.
Em nota à BBC Brasil, a Odebrecht diz que a Lava Jato não atrapalhou suas atividades em Angola e que "segue atuando normalmente no país".
A empresa, no entanto, foi afetada pela suspensão de empréstimos do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) a companhias brasileiras que operam em Angola.
Em maio de 2016, o banco deixou de liberar recursos para 25 obras tocadas pela Odebrecht e outras quatro empreiteiras implicadas na Lava Jato (OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez) em Angola e Moçambique
O bloqueio afetou três das principais obras da Odebrecht em Angola: o Polo Agroindustrial de Capanda e as hidrelétricas de Laúca e Cambambe, que receberiam US$ 808,8 milhões do banco no total.
A decisão gerou um mal-estar entre os dois governos. Em junho, o Executivo angolano enviou uma carta a Brasília pedindo explicações sobre a suspensão.
Na carta, o governo angolano disse que "teve de mobilizar outros recursos e encontrar soluções financeiras alternativas para não interromper os trabalhos".
Mesmo com a suspensão, a Odebrecht pretende entregar neste ano Laúca, que será a maior hidrelétrica do país, com potência de 2.067 MW (Jirau, uma das maiores usinas construídas no Brasil nos últimos anos, tem 3.750 MW).
A empresa diz que continua a construir a usina de Cambambe, finaliza um condomínio de casas e promove reformas urbanas na capital, Luanda.
No ano passado, a Biocom, uma usina controlada pela Odebrecht, disse ter superado suas metas e alcançado um quinto da produção de açúcar do país.

Empréstimos e laços com autoridades

Abastecida por generosos financiamentos de bancos públicos brasileiros desde que se instalou em Angola, em 1984, a Odebrecht ergueu no país um império empresarial com negócios nos ramos de construção, diamantes, petróleo, biocombustíveis, energia, imóveis, aeroportos e supermercados.
Em alguns empreendimentos, a empresa tem ou já teve como sócios filhos do presidente angolano, o atual vice-presidente e generais.
Para o jornalista angolano e ativista de direitos humanos Rafael Marques de Morais, os laços da Odebrecht com altas autoridades a protegem de questionamentos na Justiça local.
Segundo ele, a empresa não é investigada em Angola "porque nenhuma autoridade se autoinvestigaria".
No ranking sobre percepção de corrupção da Transparência Internacional de 2016, Angola ocupa o 164° lugar entre 176 países.
O último da lista é a Somália.

Anos Lula

A presença da companhia em Angola se expandiu no governo Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011), quando o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) turbinou os empréstimos a construtoras brasileiras no país.
Numa das cinco ações em que é réu, Lula é acusado de ajudar a Odebrecht a obter um empréstimo fraudulento do BNDES para a obra na usina de Cambambe.
Segundo a Polícia Federal, nesse empreendimento, a Odebrecht subcontratou uma empresa que tem como sócio Taiguara Rodrigues dos Santos, sobrinho de Lula.
O ex-presidente diz que nunca interferiu na concessão de qualquer financiamento do banco.
Propinas em troca de contratos
Angola é um dos 12 países onde, segundo o Departamento de Justiça dos EUA, a Odebrecht confessou ter cometido crimes de corrupção investigados pela Lava Jato.
A empresa negociou um acordo com o órgão e o pagamento de uma multa para evitar ser processada nos EUA.
No documento que detalha o acordo, fechado em dezembro, o Departamento de Justiça afirma que, entre 2006 e 2013, a Odebrecht pagou ou negociou propinas de US$ 50 milhões a autoridades angolanas para obter contratos públicos.
Esses pagamentos teriam rendido US$ 261,7 milhões (R$ 815,33 milhões, aproximadamente) à construtora em retorno.
Angola também foi citada em depoimento do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró à Procuradoria Geral da República.
No depoimento, divulgado em 2016, Cerveró disse que um contrato de US$ 300 milhões (R$ 934 milhões, aproximadamente) entre a Petrobras e a estatal angolana Sonangol para a exploração de campos de petróleo em Angola teria rendido uma propina de R$ 50 milhões para a campanha de Lula à Presidência, em 2006.
O ex-diretor atribuiu a informação ao então presidente da Sonangol e atual vice-presidente angolano, Manuel Vicente.
A Sonangol não respondeu a um questionamento da BBC Brasil sobre o tema.
A embaixada de Angola no Brasil e o governo angolano tampouco responderam questões sobre a Lava Jato e as denúncias contra autoridades locais.
A Odebrecht disse que não se manifesta sobre as acusações de corrupção em Angola, "mas reafirma seu compromisso de colaborar com a Justiça, tanto no Brasil quanto no exterior".
Para o ativista Rafael Marques de Morais, a divulgação de detalhes sobre o pagamento de subornos a autoridades angolanas teria um grande impacto na próxima eleição presidencial, em agosto.
"Angola é o paraíso da corrupção para empresas brasileiras e portuguesas, que continuam muito bem, mas é questão de tempo até caírem com o regime", ele diz.
BBC Bras
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BEIRA/MOÇAMBIQUE: Português Detido com Dólares Falsos no Centro de Moçambique

Português detido com dólares falsos no centro de Moçambique

16/03/2017

Fonte: Lusa

Reedição: Planalto de Malanje Rio Capopa

O português de 53 anos, natural de Guimarães, e residente na Beira, a segunda maior cidade de Moçambique, foi detido na quarta-feira, transportando o valor numa bolsa, após uma operação de busca dos serviços de migração, explicou Elsidia Filipe, porta-voz do comando da Polícia de Manica.

 Um cidadão de nacionalidade portuguesa foi detido na posse de 5.700 dólares falsos junto à fronteira de Machipanda, que divide Moçambique e Zimbabué, disse hoje à Lusa fonte da Polícia de Manica, centro do país.

"Estamos perante um crime de falsificação de moeda, pois este cidadão português foi detido na posse de 57 notas de 100 dólares norte-americanos falsos. Ele foi descoberto do lado moçambicano na fronteira entre Moçambique e Zimbabué", disse Elsidia Filipe, acrescentando que o mesmo está detido no comando distrital da Polícia de Manica.
O gerente de uma firma do ramo de comércio na Beira, explicou a Polícia, tem frequentes movimentos para o Zimbabué, um país que adotou o uso do dólar norte-americano após uma crise económica em 2008, que resultou de uma frustrada reforma agraria.
"Este caso de flagrante delito ainda está em investigação" precisou Elsidia Filipe, afiançando que um processo-crime já foi instaurado.
Ainda segundo a polícia, este não é o primeiro caso de detenção e apreensão de moeda falsa este ano em Manica, tendo já sido desmantelado um grupo de jovens que tentava trocar centenas de notas de 1.000, em moeda moçambicana.

LUANDA: Por um Prato de Lentilhas

POR UM PRATO DE LENTILHAS


gorila

Paulo Catarro diz que foi jornalista dos bons, trocou a RTP (era correspondente em Angola) pela Sonangol e é o mais recente caso de mercenarismo jornalístico “made in Portugal”. E siga a farra que o bordel está cheio. Lá como cá.

Por Orlando Castro
Uma trabalhadora independente com lugar marcado nas esquinas da cidade, que seja amiga (ou fornecedora de serviços) do dono, ou do filho do dono, de um jornal, pode de um momento para o outro ser jornalista.
Em tempos, o presidente da República de Portugal, Cavaco Silva, lamentou, disse ele que “profundamente”, que dois fotojornalistas tenham sido atingidos (significará o mesmo do que agredidos?) durante os “distúrbios” que ocorreram no Chiado, sublinhando ser importante que se “saiba bem tudo aquilo que aconteceu”.
No que tange aos fotojornalistas, a questão parece simples de explicar. Os polícias cumpriram com todo o rigor as instruções recebidas, mesmo que de forma informal. Em Angola dir-se-ia que receberam “ordens superiores”.
Expliquemos. Fernando Lima, o consultor político do Presidente da República Cavaco Silva, e seu ex-assessor de imprensa, considerou que “uma informação não domesticada constitui uma ameaça com a qual nem sempre se sabe lidar”.
Ora, a Polícia existe para acabar com ameaças e, é claro, para domesticar todos aqueles que prevaricam. É discutível se a melhor forma de domesticação é o uso do cassetete. Mas cada um usa os meios que lhe parecem mais eficazes. A Sonangol usou um tacho. Mas o caso não é virgem e a estratégia da empresa petrolífera do clã Eduardo dos Santos nem sequer é original.
“Lamento profundamente que dois fotojornalistas tenham sido atingidos durante os distúrbios a que as forças de segurança tiveram que fazer face”, afirmou na altura o chefe de Estado português.
Dizer que desculpas e lamentos não se pedem – evitam-se, é o mesmo que chover no molhado. Aliás, nada disto é novo em Portugal, um país que também nos quer dar lições nesta matéria. O país tem evoluído também nas formas de domesticar os jornalistas e, talvez por isso, se estranha que seja preciso usar a violência física. Por regra a violência psicológica, ou a simples OPC (oferta privada de compra), são mais do que suficientes.
O jornalismo em Portugal (que já ninguém sabe bem o que é) continua a sua corrida no sentido da perda total de credibilidade. Há, dizem-nos, algumas excepções. Por serem poucas são difíceis de encontrar. O processo de domesticação continua no bom caminho. Lá como cá.
No bacanal colectivo em que se tornou Portugal, e ao contrário do que seria de esperar, os “macacos” (que são cada vez mais) não estão nos galhos certos (que são cada vez menos). E quando assim acontece (e acontece muitas vezes), os (supostos) jornalistas fazem contas à vida e lá vão para a vida. Lá como cá.
O Estado de Direito… democrático continua a manter, sempre através do cassetete físico ou psicológico, muitos vícios, deformações e preconceitos herdados. Dá jeito, é barato e eficiente. O “quero, posso e mando” continua a fazer escola, sobretudo tendo como mestres os donos dos jornalistas e os donos dos donos. Lá como cá.
A promiscuidade na sociedade portuguesa está de pedra e cal. Na Comunicação Social todos a querem independente mas, como é hábito, controlam essa independência pelos mais diferentes meios, sejam económicos, partidários ou outros. Lá como cá.
O jornalismo que Portugal vai tendo, qual reles bordel, aceita tudo e todos. No entanto, reconheça-se, os jornalistas sempre podem ser deputados, assessores de ministros, administradores de empresas, gestores e até – pasme-se – “jornalistas” nas empresas onde o Estado manda, seja na Lusa ou na RTP. Lá como cá.
Se todos podem ser jornalistas, porque carga de água não podem os jornalistas ser deputados… da Nação, ou assessores de políticos, ou conselheiros do presidente, ou prostitutos da alma? Nem mais. É uma pequena vingança, mas mais vale pequena do que nenhuma. Não? Lá como cá.
Aliás, a própria Comissão da Carteira Profissional de Jornalista de Portugal entende que não é incompatível ser jornalista e deputado. O mesmo se passa com o Sindicato dos Jornalistas que viu o seu ex-presidente ser candidato a deputado.
Nada importa. Os Jornalistas (até) não têm razão de queixa… São uma classe prestigiada, nobre e cada vez mais dignificada.
É muito mais vantajoso e lucrativo ser domesticado, criado de luxo do poder, como foi bem exemplificado pelo próprio Fernando Lima. E depois das diferentes comissões de serviço sempre poderá ser administrador de uma qualquer empresa, pública ou privada.
Há quem destaque, lá como cá, a importância do trabalho jornalístico como base fundamental para a democracia, assegurando que não só é uma obrigação como deve ser uma forte vontade apoiar esse pilar democrático em que se constituem os meios de comunicação.
Alguns utópicos, lá como cá, dizem mesmo que, aconteça o que acontecer, a imprensa, uma imprensa livre, continuará a ser um dos grandes pilares da democracia.
Mesmo considerando que um deputado roubou (isto foi lá) os gravadores aos jornalistas, no caso Ricardo Rodrigues, do Partido Socialista, então vice-presidente do Grupo Parlamentar e membro do Conselho Superior de Segurança Interna de Portugal, importa dar voz ao contraditório.
Ou seja, aos que dizem que o que mais há lá e cá é liberdade de imprensa. E quem são eles? São os donos dos jornalistas e os donos dos donos.
A ser verdade que uma imprensa livre é um dos grandes pilares da democracia, a dita está, muito mais cá do que lá (reconheça-se) moribunda. Moribunda embora os donos dos jornalistas e os donos dos donos digam o contrário. Ouçam, por exemplo, as mais impolutas figuras dos diferentes governos lusos e também do nosso, o único que conhecemos desde 1975.
José Sócrates, enquanto primeiro-ministro, chegou tão cedo ao sector da comunicação social que conseguiu, sem grande esforço e em muitos casos apenas por um prato de lentilhas, fazer com que os seus mercenários, chefes de posto ou sipaios, titulares, ou não, de Carteira Profissional de Jornalista, fizessem da imprensa o tapete do poder. José Eduardo dos Santos já lá tinha chegado há muito.
Sempre, é claro, levando em conta que uma imprensa livre é um dos grandes pilares da democracia.
José Sócrates, enquanto primeiro-ministro, chegou tão cedo que conseguiu, sem grande esforço e em muitos casos apenas por um prato de lentilhas, transformar jornalistas em criados de luxo do poder vigente. Sempre, é claro, levando em conta que uma imprensa livre é um dos grandes pilares da democracia. José Eduardo dos Santos já lá tinha chegado há muito.
Em Portugal, José Sócrates, enquanto primeiro-ministro, chegou tão cedo que conseguiu, sem grande esforço e em muitos casos apenas por um prato de lentilhas, garantir que esses criados regressarão mais tarde ou mais cedo (muitos já lá estão) para lugares de direcção, de administração etc.. Sempre, é claro, levando em conta que uma imprensa livre é um dos grandes pilares da democracia. José Eduardo dos Santos já lá tinha chegado há muito.
José Sócrates chegou tão cedo que deu carácter não só legal como nobre à promiscuidade do jornalismo com a política (sobram os exemplos de jornalistas-assessores e de assessores-jornalistas). Sempre, é claro, levando em conta que uma imprensa livre é um dos grandes pilares da democracia. José Eduardo dos Santos já lá tinha chegado há muito.
José Sócrates chegou tão cedo que deu carácter não só legal como nobre ao facto de que quem aceita ser enxovalhado pode a curto prazo – basta olhar para muitas das Redacções – ser director ou administrador. Sempre, é claro, levando em conta que uma imprensa livre é um dos grandes pilares da democracia. José Eduardo dos Santos já lá tinha chegado há muito.
José Sócrates chegou tão cedo que deu carácter não só legal como nobre ao facto de a ética jornalística se ter tornado na regra fundamental que aparece a seguir à última… quando aparece. Sempre, é claro, levando em conta que uma imprensa livre é um dos grandes pilares da democracia. José Eduardo dos Santos já lá tinha chegado há muito.
Em Portugal, José Sócrates chegou tão cedo que deu carácter não só legal como nobre ao facto de o servilismo ser regra para bons empregos, garantindo que esses servos vão estar depois a assessorar partidos, empresas ou políticos. Sempre, é claro, levando em conta que uma imprensa livre é um dos grandes pilares da democracia.
Pois é. José Eduardo dos Santos já lá tinha chegado há muito. Paulo Catarro é apenas o mais recente exemplo.