quinta-feira, 16 de maio de 2013

BRASIL: Quem engana os Cabindas? - por Raul Diniz


QUEM ENGANA OS CABINDAS?
Porque Eduardo Dos Santos e o seu regime não conversam com os percussores da chamada luta de libertação do território Cabinda? Qual a razão que os levam a esquivarem-se de estabelecerem contato direto e regular com representantes do povo Cabinda em luta? Para que aquela parcela do território nacional ficasse definitivamente em paz seria necessário existir abertamente um dialogo, espontâneo, livre e honesto entre as partes beligerantes. Assim sendo, com equidade e verdade, as querelas que os separam, e que afeta a todos nós angolanos e os naturais de Cabinda ficarão completamente sanadas?
Será que Agostinho Neto, Rosa Coutinho e o agora presidente angolano José Eduardo Dos Santos são os venerandos detentores do monopólio da verdade explicita da politica nacional angolana? Ou será que o MPLA com JES serão os visionados detentores dessa questionável e inexplorada verdade? E com relação aos pontos de vista defendidos por JES e pelo seu MPLA, gostaríamos todos nós angolanos de conhecê-los. Afinal, quais são mesmo os pontos de vista defendidos por JES em relação à Cabinda, que tanto os separa da vontade explicita do povo angolano de Cabinda? O que de verdade nós povo angolano já discutimos alguma vez com o governo do MPLA/JES acerca da nossa verdadeira e complexa origem bantu, e quando discutiremos com plenitude e esmerado altruísmo a verdade da nossa perturbante angolanidade que nos é imposta pelos princípios imperialmente defendidos com exclusividade por JES? Todo o angolano está dia após dia a perder a nossa identidade tribal autóctone, que futuramente com toda certeza nos trarão no futuro conflituosas dificuldades incontornáveis!
Quem acompanha o quotidiano da governação em Angola percebera que não existe nem existiu nunca um saudável dialogo entre governantes e governados. O governo constituído pelo MPLA/JES apenas governa para os membros afetos ao seu próprio partido o que torna uma governabilidade intrinsicamente insensível e deveras vulnerável com pouca ou de quase nenhuma aceitação popular. Não é a população quem evita dialogar com a cúpula do partido de JES, mas sim o contrario, pois, o MPLA/JES nunca conseguiu iludiu o povo a ininteligente angolano, pois, a sua bem sucedida pratica de evitar a todo custo o dialogo com povo dono da terra tem sido imensuravelmente bem sucedida! É uma pratica que data ao tempo do partido único quando cometemos a trapalhada de colocarmos o ditador acuado de meia tigela que para nossa alegria se encontra em final de carreira.
Não concordo nem aceito de maneira alguma o estilo como JES e a sua gangue roubam toda a riqueza dos nossos irmãos CABINDAS! Os comportamentos do partido dos camaradas em face as suas inconsequentes politicas completamente nefastas e inconsumíveis transformaram-se numa espécie de doença perigosa de proporções alarmantes, que, podemos mesmo considera-la de uma endemia viral de contornos epidêmicos horripilantes, impropria para consumo na sociedade politica e cívica que hoje vivenciamos nessa nossa defraudada Angola. Não se consegue chegar a um consenso em Cabinda porque JES o senhor petróleo não aceita dividir as suas enormes comissões resultantes da comercialização fraudulenta do óleo angolano.
Para um homem descaracterizado de qualquer sentimento angolano com JES, ele não consegue reconhecer a legitimidade de integral participação na gestão do crude angolano explorado em terras de Cabinda e De Banza Congo. Não vou sequer falar da riqueza em diamantes do povo das Lundas e de Malange que se encontram arbitrariamente nas mãos de estranhos.
Se tentarmos ser minimamente racionais, perceberemos que a par dos povos Bakongo e Tchokwe, a maioria de todo povo angolano pertencente a todas as etnias que compõem o tecido nacional da população angolana de todas as tribos sem exceção, vive em situação lastimável de estrema pobreza comparável a uma situação análoga de escravidão plena e real que nos esta imposta perpetuamente pela ditadura que vigora na nossa terra mártir.
Fica fácil falar-se que Cabinda é Angola sem nos inteirarmos da verdade dos factos verídicos resultantes dessa angolanidade imposta aos nossos irmãos Cabindas sem que antes tenha havido qualquer tipo de dialogo entre o povo marginalizado e as autoridades de Angola.
A ânsia e a ambição desmedida de José Eduardo Dos Santos e de sua turma levou-lhes a cegueira total, que em momento algum perceberam que não se tratava apenas e só de se apoderar do petróleo Cabinda, mas, que se tratava e se trata até hoje de entender o povo dessas regiões em todas as suas vertentes, tanto sociais, econômicas culturais como tradicionais. Temos de entender aqueles que conheceram e estabeleceram um dialogo aberto no passado com o povo simpático de Cabinda e Banza Kongo compreendermos de imediato a infelicidade espelhada no rosto de cada elemento destas matrizes do povo angolano, pelo estilo como são conduzidas a exploração de suas riquezas que de modo algum são inesgotáveis.
Hoje mais do que nunca, entendo a razão e a sensibilidade como o grande comandante Gika natural daquelas paragens do hoje território nacional Cabinda se socializava politicamente com o povo daquela parcela do território hoje Angolano. Gika era um grande observador e inveterado intelectual estudioso do MPLA, e conhecia a feição oportunista que Agostinho Neto tinha sobre o território Cabinda, por isso hoje entendo porque o valoroso comandante Gika fora assassinado pelos seus próprios camaradas de peleja guerrilheira. No modo de Agostinho Neto entender Angola, Gika certamente nunca faria parte do plano cobarde de Neto e dos Portugueses capitaneados pela velha raposa de nome Rosa Coutinho, vendo as coisas hoje como as vejo, entendo que o comandante Gika de modo algum poderia continuar vivo e fazer parte do plano que Agostinho neto, Lucio Lara e Iko Carreira tinham para o território cabindense.
Vendo as coisas por este prisma, o projeto de angolanidade alargada supervisionado pela ala radical do MPLA na altura, ficaria de sobremaneira comprometido, pois, tornava-se cada vez mais evidente a impoluta decisão do comandante Gika não querer engolir o sapo que o então presidente Neto preparará para que ele o engolisse. O carisma e amor que Gika nutria pelo povo da sua terra e a atenção politica que ele dispensava ao território Cabinda tornara-se veemente perigoso para o projeto da angolanidade do MPLA na altura. Acredito que os portugueses não estavam emocionalmente preparados para perderem o território de Cabinda para os povos francófonos fronteiriços. A anexação dessa parcela do território africano ficaria irremediavelmente comprometida caso o plano da então direção do MPLA e dos portugueses resvalasse por alguma razão inesperada que conflitasse com a disposição dos portugueses passarem Cabinda para as mãos de Agostinho Neto que por sinal coincidiam com a sua ambição desmedida em anexar rapidamente Cabinda ao território angolano Neto a muito demonstrara expresso pelo território Cabinda, porém esse interesse estava rodeado de previsível receio cuidadosamente tratados em surdina para que a vontade de viabilizar a anexação de cabinda a Angola não suspirasse no estrangeiro por medo análogos interesse em anexar apressadamente Cabinda ao território Angolano com o explicito de poder haver uma eventual invasão ao território Cabinda por parte da interessada França e também pelos interesses da OTAN e dos Estados Unidos da América na região!
Ao longo dos 33 anos de ditadura implantada por nós em Angola, essa amarga e depreciativa experiência que dura já quase 40 anos tem trazido amargos dissabores a todas as nações que compõem o tecido social nacional angolano. É terrível como o país de repente tornou-se um autentico feudo comandado por eternos dirigentes parasitas que desestruturaram a o vinculo que existira no passado, entre o país politico e a raiz da nossa angolanidade real e profunda.
José Eduardo Dos Santos apoderou-se cínica e comicamente do poder em Angola, e com isso mantem sequestrada a nossa terra há quase 34 anos. Hoje vemos um MPLA enfermo, debilitado sem o consequente animo necessário para procurar ganhar a simpatia e o carinho a quem fora arbitrariamente posto de lado por tão vil carrasco e deprimente ditador. JES e o seu MPLA tornaram-se em absoluto os capatazes que empoem a sua vontade ao povo sofrido, eles fogem ao dialogo porque não estão habituados a serem confrontados com ideias mais iluminadas que em absoluto entram em rota de colisão com as ideias situacionistas de um regime apodrecido na cúpula e na sua base plataforma miserável de expurgação da vontade popular que não deseja mais continuar a servir um regime totalitarista.
Raul Diniz               

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