DECLARAÇÃO
O
MISA-Angola seguiu com interesse a publicação do comunicado do ministério da
Comunicação Social sobre a conduta editorial do Folha-8 e da rádio Despertar.
Da justeza dos argumentos aduzidos,
reservamo-nos a um julgamento ulterior devido ao modo generalizado como a
critica ministerial tem lugar no referido comunicado tornado público.
Desde
logo está-se diante de dois órgãos distintos: um é periódico e outro é radiofónico.
Porém,
neste inusitado posicionamento, enquanto organização regional ressurgida com o
fim de ocupar o seu espaço de utilidade
pública, o MISA-Angola não deixa de
assinalar a estranheza o comunicado ministerial, não sendo sua vocação,
configura usurpação de competências do Conselho Nacional da Comunicação Social, a
quem está atribuída por lei a missão de supervisionar o perfil editorial.
E
sobre eventuais carências legais do Conselho não nos aprofundaremos, cientes de
que este órgão, desempenharia com
proficiência as suas atribuições, se o Estado lhe conferisse dignidade e áurea legislativa necessária de
que há muito reclama.
Com
efeito, o MISA-Angola enquanto
instituição de promoção da liberdade de imprensa trabalhará na advocacia para
remoção dos obstáculos que se colocam presentemente na consolidação do papel
das instituições, doutro modo aos
servidores públicos restará apenas a teatral exposição ao papel de dois pesos
duas medidas, senão veja-se:
- O Executivo não consegue
explicar do porquê do prolongado processo legislativo, incluindo o facto
de não conseguir apresentar um regulamento para a lei de Imprensa nº7/06;
- O inobservância dos
princípios constitucionais para a concretização da pluralidade de
informação e de imprensa;
- Pela linguagem que
canaliza dos seus actores, ao privilegiar uns e não dar tratamento
condigno a outros principalmente os líderes, os órgãos financiados com os
fundos públicos, colocam-se numa
posição parcial e faltam á verdade, da diversidade do Estado plural
democrático de direito;
É
neste quadro o MISA-Angola, desaconselha o extremar de posições e de
pedagogias, recomendando ao lugar daqueles posicionamentos rapidamente
repercutidos na imprensa do Estado, caminhos para novos ensaios e soluções:
- O dialogo com todos
aqueles que estão envolvidos no processo mediático, capaz de corrigir as
actuais tendências de crescimento
desequilibrado de monopólio na media, conferirão segurança e perspectiva;
- O problema de Angola, tem
nome: quadro mediático desequilibrado;
- Por fim, o MISA-Angola,
nos fundamentos que norteiam a Declaração de Windhoek, reafirma a sua
vocação de fortaleza e de vigilância sobre o desenvolvimento da imprensa1.
Luanda, 16
de Maio de 2013
CONSELHO DE
GOVERNADORES
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