Havana recusou receber Snowden após pressão dos EUA
Jornal russo Kommersant diz que Havana informou a Rússia de que não devia autorizar o analista americano a embarcar no avião.
Segundo o jornal Kommersant, que cita fontes russas e americanas, Snowden tinha bilhete e já um lugar atribuído no voo para Havana que partiu a 24 de Junho do aeroporto de Sheremetevo, onde aterrou no dia anterior vindo de Hong-Kong. Mas no último minuto, as autoridades cubanas informaram as congéneres russas de que não deveriam permitir o seu embarque.
Jornalistas que conheciam as intenções de Snowden viajaram no mesmo avião, mas apenas para constatar que o lugar de Snowden ficou vazio. O jornal afirma que Havana mudou de ideias depois de ter sido pressionada pelos Estados Unidos, que querem julgar o antigo analista por espionagem, pela entrega de documentos secretos da NSA a vários jornais.
Nas semanas seguintes, Snowden permaneceu na zona de trânsito internacional de Sheremetevo, enquanto aguardava resposta dos vários países a que pediu asilo. Face à recusa de uns e à impossibilidade de viajar para outros sem correr o risco de ser interceptado, o analista acabou por receber asilo temporário da Rússia, na condição de não divulgar mais informações sobre as actividades das secretas norte-americanas.
O Kommersant revela ainda que Snowden passou alguns dias no consulado russo em Hong-Kong, onde se encontrava quando o jornal Guardian começou a publicar notícias sobre o vasto programa de vigilância posto em marcha nos últimos anos pela NSA, para comunicar a sua intenção de viajar para a América Latina fazendo escala em Moscovo. “O percurso que escolheu e o pedido de ajuda foram uma completa surpresa para nós. Não os convidámos”, assegurou uma fonte do Governo russo.
O asilo oferecido a Snowden arrefeceu as relações entre Washington e Moscovo e, dias depois de formalizado, o Presidente Barack Obama adiou o encontro agendado para Setembro com o seu homólogo, Vladimir Putin.
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