A Ausência de Dos Santos e o Futuro de Angola
Fonte: Maka Angola
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
26 de Novembro, 2013
Nos últimos meses, a saúde do presidente da República tem sido abalada por enfermidades que o levam a deslocar-se, com frequência, para o Reino da Espanha, para tratamentos médicos.
Nos primeiros dias do mês de Novembro, o presidente, segundo fontes que falaram ao Maka Angola em condição de anonimato, caiu no Palácio Presidencial e teve de ser evacuado, a 9 de Novembro para Barcelona.
Maka Angola soube, sem no entanto ter confirmação oficial, que o presidente teve uma crise prostática renal e deverá permanecer, pelo menos, 30 dias sob observação. Esta foi a razão pela qual o Chefe de Estado faltou, pela primeira vez, à celebração do dia da Independência a 11 de Novembro.
Segundo uma fonte médica contactada pelo Maka Angola, uma crise prostática renal pode ser descrita como a obstrução da drenagem da urina devido ao alargamento da próstata e a paragem de produção da urina, com necessidade de diálise no caso de insuficiência renal.
“Em caso de insuficiência renal, uma situação muito grave e frequentemente fatal, os pacientes têm de fazer hemodiálise regular. A falência de um ou dos dois rins pode ser consequência de varias situações clínicas, incluindo a maior parte dos tratamentos de quimioterapia”, disse o médico, que preferiu não ser identificado. Especulações frequentes dão conta do presidente sofrer, há vários anos, de um cancro na próstata.
Entre Junho e Agosto deste ano, o presidente já havia passado mais de 40 dias ausente do país, devido a uma implantação total de dentes que lhe causou inflamações no rosto.
A ausência prolongada do presidente nessa altura, tal como agora, não mereceu qualquer explicação oficial. José Eduardo dos Santos é, antes de tudo, um ser humano. Ninguém espera que a sua saúde seja divina, sobretudo na sua idade. Mas os angolanos, seus eleitores, esperam, legitimamente, saber do seu paradeiro e das razões da sua ausência do país.
No entanto, as viagens privadas do Chefe de Estado são acompanhadas de total secretismo. Como mais alto servidor da Nação, o presidente tem a obrigação de comunicar o seu paradeiro e as razões das suas deslocações ao estrangeiro. Ao não o fazer, o presidente demonstra arrogância e desprezo pelo povo que o legitimou.
Mais significativo é o modo como, perante os recentes acontecimentos em Angola, o presidente se tem mantido não apenas ausente mas também silencioso. Desde a sua saída de Luanda, a 9 de Novembro, a única acção presidencial conhecida foi o acto de exoneração, em modo telecomandado, do director do Serviço de Inteligência e Segurança do Estado (SINSE), Sebastião Martins.
José Eduardo dos Santos manteve o seu silêncio mesmo depois dos trágicos acontecimentos de 23 de Novembro que incluíram o assassinato de Manuel de Carvalho Hilberto Ganga, de 28 anos, um dirigente da CASA-CE. O chefe para o Departamento de Mobilização Nacional da CASA-CE foi abatido com dois tiros nas costas por um membro da Unidade de Segurança Presidencial (USP).
A Polícia Nacional deteve perto de 300 cidadãos, incluindo líderes políticos e cívicos, numa manobra de repressão que envolveu o uso indiscriminado de gás lacrimogéneo contra civis indefesos que exerciam de forma pacifica o seu direito, constitucionalmente garantido, de manifestação pública.
De certo modo, o recurso constante à violência, para abafar as críticas e os protestos internos, revelam a bancarrota de ideias e da capacidade e vontade patriótica, por parte do governo do presidente José Eduardo dos Santos, na resolução dos problemas políticos, sociais e económicos actuais.
Perante estes acontecimentos, a ausência e o silêncio do presidente apenas podem ter uma interpretação: a sua irrelevância para o futuro de Angola.
O presidente deve, por essa altura, anunciar o seu estado de saúde real, à nação, e proceder ao seu auto-afastamento gradual, transparente e ordeiro da vida política activa, para cuidar das suas enfermidades.
Com a retirada da cena política de José Eduardo dos Santos, o futuro de Angola e a sua democratização devem começar a ser debatidos de forma aberta e serena. Neste debate, será importante discutir, publicamente, a forma como o MPLA, assim como o exército e os esquemas paralelos do general Kopelipa, Manuel Vicente e seus acólitos se conduzirão ou se enquadrarão na era pós-Dos Santos.
Nos primeiros dias do mês de Novembro, o presidente, segundo fontes que falaram ao Maka Angola em condição de anonimato, caiu no Palácio Presidencial e teve de ser evacuado, a 9 de Novembro para Barcelona.
Maka Angola soube, sem no entanto ter confirmação oficial, que o presidente teve uma crise prostática renal e deverá permanecer, pelo menos, 30 dias sob observação. Esta foi a razão pela qual o Chefe de Estado faltou, pela primeira vez, à celebração do dia da Independência a 11 de Novembro.
Segundo uma fonte médica contactada pelo Maka Angola, uma crise prostática renal pode ser descrita como a obstrução da drenagem da urina devido ao alargamento da próstata e a paragem de produção da urina, com necessidade de diálise no caso de insuficiência renal.
“Em caso de insuficiência renal, uma situação muito grave e frequentemente fatal, os pacientes têm de fazer hemodiálise regular. A falência de um ou dos dois rins pode ser consequência de varias situações clínicas, incluindo a maior parte dos tratamentos de quimioterapia”, disse o médico, que preferiu não ser identificado. Especulações frequentes dão conta do presidente sofrer, há vários anos, de um cancro na próstata.
Entre Junho e Agosto deste ano, o presidente já havia passado mais de 40 dias ausente do país, devido a uma implantação total de dentes que lhe causou inflamações no rosto.
A ausência prolongada do presidente nessa altura, tal como agora, não mereceu qualquer explicação oficial. José Eduardo dos Santos é, antes de tudo, um ser humano. Ninguém espera que a sua saúde seja divina, sobretudo na sua idade. Mas os angolanos, seus eleitores, esperam, legitimamente, saber do seu paradeiro e das razões da sua ausência do país.
No entanto, as viagens privadas do Chefe de Estado são acompanhadas de total secretismo. Como mais alto servidor da Nação, o presidente tem a obrigação de comunicar o seu paradeiro e as razões das suas deslocações ao estrangeiro. Ao não o fazer, o presidente demonstra arrogância e desprezo pelo povo que o legitimou.
Mais significativo é o modo como, perante os recentes acontecimentos em Angola, o presidente se tem mantido não apenas ausente mas também silencioso. Desde a sua saída de Luanda, a 9 de Novembro, a única acção presidencial conhecida foi o acto de exoneração, em modo telecomandado, do director do Serviço de Inteligência e Segurança do Estado (SINSE), Sebastião Martins.
José Eduardo dos Santos manteve o seu silêncio mesmo depois dos trágicos acontecimentos de 23 de Novembro que incluíram o assassinato de Manuel de Carvalho Hilberto Ganga, de 28 anos, um dirigente da CASA-CE. O chefe para o Departamento de Mobilização Nacional da CASA-CE foi abatido com dois tiros nas costas por um membro da Unidade de Segurança Presidencial (USP).
A Polícia Nacional deteve perto de 300 cidadãos, incluindo líderes políticos e cívicos, numa manobra de repressão que envolveu o uso indiscriminado de gás lacrimogéneo contra civis indefesos que exerciam de forma pacifica o seu direito, constitucionalmente garantido, de manifestação pública.
De certo modo, o recurso constante à violência, para abafar as críticas e os protestos internos, revelam a bancarrota de ideias e da capacidade e vontade patriótica, por parte do governo do presidente José Eduardo dos Santos, na resolução dos problemas políticos, sociais e económicos actuais.
Perante estes acontecimentos, a ausência e o silêncio do presidente apenas podem ter uma interpretação: a sua irrelevância para o futuro de Angola.
O presidente deve, por essa altura, anunciar o seu estado de saúde real, à nação, e proceder ao seu auto-afastamento gradual, transparente e ordeiro da vida política activa, para cuidar das suas enfermidades.
Com a retirada da cena política de José Eduardo dos Santos, o futuro de Angola e a sua democratização devem começar a ser debatidos de forma aberta e serena. Neste debate, será importante discutir, publicamente, a forma como o MPLA, assim como o exército e os esquemas paralelos do general Kopelipa, Manuel Vicente e seus acólitos se conduzirão ou se enquadrarão na era pós-Dos Santos.
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