Putin amnistia antigo magnata russo
Grigory Dukor/Reuters A condenação de Khodorkovski terá sido também motivada por razões políticas, porque o magnata e o seu sócio, também detido, eram financiadores dos partidos da oposição russa
O Presidente russo anunciou esta quinta-feira a amnistia de
Mikhail Khodorkovski,
preso há dez anos. O julgamento, em 2003, do antigo chefe da companhia
de pretróleo
Yukos foi alvo de muitas críticas por, supostamente, esconder motivações
políticas de
Vladimir Putin.
"Passou mais de dez anos atrás das grades. É um castigo suficiente.
"Passou mais de dez anos atrás das grades. É um castigo suficiente.
Ele alegou
motivos humanitários - a mãe está doente", justificou hoje Putin em
conferência de imprensa.
A decisão do Presidente russo surge depois de, alegadamente, ter recebido um pedido de
perdão de Khodorkovski, que estava a oito meses de ser posto em liberdade. Segundo
a BBC, o advogado do ex-magnata não confirma o envio de qualquer documento, mas
incentiva a amnistia.
Khodorkovski foi detido na Sibéria em outubro de 2003 por crimes de fraude, evasão fiscal e apropriação indevida.
Khodorkovski foi detido na Sibéria em outubro de 2003 por crimes de fraude, evasão fiscal e apropriação indevida.
O líder da petrolífe
ra Yukos e o seu sócio Platon Lebedev foram condenados depois de se manifestarem contra o aumento dos
impostos aplicados à indústria do petróleo.
O caso foi manchete em inúmeras publicações internacionais, que levantaram a hipótese de o caso judicial conter
O caso foi manchete em inúmeras publicações internacionais, que levantaram a hipótese de o caso judicial conter
motivações políticas. A verdade é que Khodorkovski e o sócio financiavam partidos da oposição. E os Estados
Unidos falaram em abuso do sistema legal russo.
Em maio de 2011, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos considerou a detenção de Khodorkovski "ilegal",
Em maio de 2011, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos considerou a detenção de Khodorkovski "ilegal",
por ter sido "feita com uma finalidade diferente da expressa" na sentença.
A decisão de Putin surge um dia depois do Presidente russo ter amnistiado igualmente os elementos da banda
A decisão de Putin surge um dia depois do Presidente russo ter amnistiado igualmente os elementos da banda
Pussy Riot, que já cumpriam pena, e os 30 membros da Greenpeace, que ainda aguardavam por julgamento.
Os elementos desta organização não-governamental foram presos em setembro quando protestavam junto de
platafoma petrolífera russa no Árctico.O apoio a Obama
Numa altura em se adensa a tensão entre a Rússia e os Estados Unidos, Putin estendeu o seu apoio a
Barack Obama ao reconhecer a importância da NSA (agência de segurança nacional norte-americana)
no combate ao terrorismo.
"O programa da NSA não é motivo de alegria, mas também não é de arrependimento" disse hoje Putin. Ainda assim,
"O programa da NSA não é motivo de alegria, mas também não é de arrependimento" disse hoje Putin. Ainda assim,
o Presidente russo recomenda a alteração das regras da agência.
Na quarta-feira, foi divulgado um estudo elaborado por uma comissão de especialistas, a pedido de Obama, que
Na quarta-feira, foi divulgado um estudo elaborado por uma comissão de especialistas, a pedido de Obama, que
pediram uma "maior transparência, divulgação sobre programa de informação não secreta e mais restrições à
vigilância de cidadão de outros países", segundo refere o "The New York Daily News".
Na mesma conferência de imprensa, Putin negou ainda qualquer tentativa de contacto ou vigilância a
Na mesma conferência de imprensa, Putin negou ainda qualquer tentativa de contacto ou vigilância a
Edward Snowden, a quem garantiu dar asilo.
A decisão de Putin surge numa altura em que a Rússia recebe cada vez mais críticas pela violação dos
A decisão de Putin surge numa altura em que a Rússia recebe cada vez mais críticas pela violação dos
Direito Humanos e se prepara para receber os Jogos de Inverno de 2014, na cidade de Sochi.
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