terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

LUANDA: General Dino, o homem dos 750 milhões de

General Dino, o homem dos 750 milhões

General Leopoldino Fragoso do Nascimento conseguiu rapidamente transformar 213 milhões de dólares em cerca de 750 milhões.
General Leopoldino do Nascimento AngolaGeneral Leopoldino do Nascimento Angola
TAMANHO DAS LETRAS 

O general é conhecido pelos angolanos como General Dino mas a revista americana Foreign Policy dá-lhe outro nome. Chama-lhe agora o homen dos 750 milhões.

Em 2010 a companhia Trafigura – o terceiro maior comerciante privado mundial de petróleo e metais – vendeu 18,75 por cento das acções da sua subsidiária Puma Energy International à companhia de investimentos Cochan PTE por 213 milhões de dólares.

Devido a um aumento das acções em 2011, o valor daquelas acções está agora avaliado em 750 milhões de dólares.

A revista Foreign Policy na sua investigação com acesso a auditorias das diversas companhias revela que o dono da Cochan PTE é uma outra companhia com o nome de Cochan Ltd., sediada nas Bahamas. O dono desta empresa é o General Dino.

A pergunta que todos fazem é: "de onde vieram os 213 milhões de dólares do general?". É algo que para já, não tem resposta.

Mas as ligações da PUMA a Angola não se ficam pelo general Dino.

Em 2011, a Trafigura vendeu 20 por cento da Puma à companhia petrolífera angolana Sonangol e em Novembro do ano passado outros 10 por cento, por 500 milhões de dólares.

Investimentos Trafigura em Angola são administrados pela companhia DTS Holding

A Foreign Policy faz notar que isto significa que 45 por cento dessa multinacional  avaliada em cinco mil milhões de dólares pertencem em conjunto ao governo de Angola e ao General Dino.

Mas qual é o interesse da Trafigura em vender grande parte dessa subsidiária a interesses angolanos ou ao general Dino?

A Trafigura que em 2012 teve rendimentos de mil milhões de dólares tem estado a cultivar, há vários anos, interesses comerciais em Angola particularmente no sector petrolífero.

Diz a Foreign Policy que os investimentos da Trafigura em Angola são administrados pela companhia DTS Holding.

Os directores dessa companhia são o bilionário francês Claude Dauphin que ajudou a fundar a Trafigura e o General Dino. Uma auditoria da DTS Holding revela que 50% desta companhia pertence ao General Dino.

A DTS, continua a revista, exporta de Angola quantidades desconhecidas de petróleo angolano e fornece àquele país africano produtos derivados do petróleo.

A empresa tem uma subsidiária, a DTS Refining, que controla o contrato com Angola.

Em 2011 o valor da DTS Refining foi avaliado em três mil e 300 milhões de dólares. O investigador da Foreign Policy diz que a Trafigura tem praticamente o monopólio da distribuição dos derivados do petróleo em Angola.

O activista Rafael Marques denunciou que as bombas de combustível da Pumangol, que pertencem à trafigura, deverão em breve suplantar a rede da Sonangol no país.

Através da Puma Energy, a Trafigura compra petróleo à Sonangol, refina-o e depois vende-o à Sonangol.

Lei da Probidade Pública

A revista Foreign Policy faz notar que, em 2010, o General Dino foi nomeado pelo Presidente José Eduardo dos Santos conselheiro especial do General Kopelipa, que, juntamente com o Vice-Presidente Manuel Vicente e  o Presidente José Eduardo dos Santos, integram o triunvirato que controla Angola.

A Foreign Policy conclui que os negócios do general Leopoldino Fragoso do Nascimento poderão violar a lei da probidade pública aprovada em 2010.

Uma porta-voz da Trafigura, Victoria Dix, confirmou que o General Dino é o proprietário da companhia Cochan e bem como a venda das acções da subsidiária da Trafigura a esta companhia.

Victoria Dix subinhou que um documento da Puma Energy International prova que o General Dino foi nomeado conselheiro especial do General Kopelipa mas que já não ocupa essas funções.

No entanto, não disse quando é que ele cessou essas funções.

A porta-voz, disse a revista, escusou-se a responder se a Trafigura não estava preocupada com a possibilidade da venda a uma entidade angolana poder constituir um conflito de ineresse.

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