Luanda - De acordo com o Folha-8, Raul dos Santos Diniz é o homem de quem se fala ao mais alto nível, mas pelas piores das razões. Desde os anos 90, este homem amigo, ao mesmo tempo tido como inimigo, explicado noutros termos, a massa angolana tem-no como amigo, enquanto as grandes cabeças da Nomenclatura o observam a distância e se dividem em opiniões desencontradas; alguns deles admoestando-o um tratamento, no mínimo hostil e envenenado.
Fonte: Folha-8
Divulgação:Planalto De Malanje Rio Capopa
29/05/2015
“Roubo no Palácio”
“Polícia trava Burla Milionária na Sonangol; Caça ao homem; Queriam 206 Milhões de Dólares; Mega Burla, Rede Internacional tenta Burlar Sonangol, três já foram apanhados; Walter Ananás envolvido em rede criminosa”. Estes títulos foram manchete nos jornais a Capital e Continente, nas edições de 06 e 07 de Abril de 2012. Entretanto, o assunto continua a fazer vagas. O presente texto serve apenas como introdução de revelações que surgirão para aclarar finalmente o porquê que Raul Diniz tem sido perseguido, preso e acusado de burla.
Entretanto, tudo indica que neste imbróglio dito criminoso em que aparentemente gatuno finalmente pretendia roubar gatunos, está metida muita gente grande, do topo da Pirâmide do Estado e entidades ligadas directamente ao Presidente da República. Pode ser verdade a existência da alegada Rede Internacional de Burla e a pretensa intenção de saquearem aos cofres da Sonangol a astronómica quantia de 206 milhões de Dólares. Porém, a história está mal contada. A realidade é, a Sonangol, aliás como em centenas de casos, se substitui a Banca Central no pagamento de facturas e outros honorários estatais de contratos secretos ou ultra-secretos fora da Lei com sobrefacturações por pessoas singulares do Estado. Desta vez, para além de um suposto envolvimento no saque, Raul Diniz terá sido emboscado numa trivial luta política de poder entre o ex-PCA da Sonangol, Manuel Vicente, actual nr2 como Cabeça de Lista do MPLA e Delfim predilecto de José Eduardo dos Santos para sua sucessão, Fernando Da Piedade Dias dos Santos “Nandó” e Vieira Dias “Kopelipa” a quem recai uma série de informações reveladoras de práticas muito pouco auspiciosas, envolventes em casos ligados a dinheiros e desvios do erário público.
As revelações comprometedoras de Raul Diniz
Claro que se trata de perseguições, desde o longínquo 27 de Maio de 1977, no dito fraccionismo, onde mataram seu irmão José Diniz, e seus primos: João Manuel Lourenço da Silva (Kitumba) primeiro governador de Malange, Galiano da Silva (Kitumba), Luis Silva (Kitumba) e Luísa Silva (Kitumba) dentre outros familiares que apenas acreditaram e militaram nas fileiras do MPLA e das FAPLA.
O histórico
O quão problemático Raul dos Santos Diniz, visto noutra face da moeda. No seu historial consta um Curriculum-vitae ou que se ignora, ou que se finge ignorar. De acordo os dados obtidos, Raul militou durante muitos anos no MPLA e nas FAPLA. Posteriormente participou na fundação da Sonangol, juntamente com os engenheiros Persis, Desidério Costa, Jaime Freitas, Fernando Pegado, Luisa Capont, Viegas de Abreu, engenheiro Mangueira, Jorge Gouveia, dentre outros que ainda permanecem na Sonangol; outros desapareceram como o engenheiro Goodefry. Mais tarde afastado das lides politicas por razões de princípios já naquela altura versados na defesa da Democracia que não coadunavam com os do MPLA e por entrar desde há muito em colisão com o Presidente Eduardo dos Santos e o grupo que o rodeia, mas nunca deixou de dar seu contributo na defesa dos interesses da maioria dos angolanos, valendo-lhe uma sequência de perseguições dentro e fora do país.
Seu nome foi mesmo colocado num documento enviado às Nações Unidas com a proibição de Raul Diniz e família de se deslocarem dos locais ou países onde se encontravam. Desde 2000, foi perseguido, preso e solto dependendo da conveniência da Nomenclatura angolana que era mentora da perseguição política que lhe é movida até aos dias de hoje. Foi condenado em Portugal pela falsa acusação de burla aos cofres da Endiama.
Estas acusações indicavam o desvio misterioso de cerca de 7 milhões de Dólares. Durante mais de dois anos a polícia judiciária portuguesa investigou com profundidade, sem contudo ter encontrado prova alguma sobre a referida acusação, uma vez que Raúl Diniz já se encontrava fora de Angola a mais de 8 anos. Algumas supostas provas, tidas finalmente como urdidas, na lógica das informações obtidas, tinham sido fornecidas unicamente por agentes dos SINFO, saídos de Angola para Portugal a propósito. Uma vez solto depois de ter cumprido cadeia, Raul deslocou-se ao Brasil, onde durante 5 anos aproximadamente, dedicou-se ao empresariado. Atendendo a um pedido do governo de Angola, as autoridades judiciais portuguesas e pelos mesmos motivos destapados, voltaram a encomendar um Mandado de Prisão Internacional de Extradição. Depois de 4 anos de uma batalha jurídica sem precedentes, Raul é extraditado para Portugal, onde chega rebentado psicologicamente e fisicamente adoentado, levado para a prisão de Caxias.
Três meses depois foi novamente solto com a revisão do processo e falta de provas em sustentação. Pensava ser liberdade definitiva, e com o Livre Trânsito para se deslocar a Angola, Raul chega a Luanda, meses depois do novo governo português ter sido eleito. Não faz muito tempo, um outro movimento acusatório surge. Segundo informações, lançadas pelos SINFO, Raúl pretendia burlar cerca de 206 milhões de Dólares dos cofres do Estado, ministério das Finanças.
Empresas envolvidas
Este Dossier implicaria as empresas DLAPEX TRADING.SA, dedicada em equipamentos electrónicos, que reclama a legitimidade da dívida e a empresa ALEXUS SISTEMS, Lda. igualmente a reclamar pelos valores.
Outros dados indiciam Raul Diniz, estando na posse de um dossier que chegou a suas mãos por intermédio de Nelo Feijó, sobrinho de Carlos Feijó e Walter Ananaz.
Raul, deslocou-se a Sonangol e encontrou-se com Raquel David, irmã de Joaquim David, para se certificar da validade e não obliteração do documento em causa. Neste entretanto, o documento teria sido chumbado, a informação tivera circulado e paz nas tantas, RD estava detido, por ordens de Raquel, alegadamente dos SINFO, jogado na esquadra do MININT da Marginal, a do Miramar e na da Polícia Económica. Posteriormente lançado para as jaulas da Comarca. Esta captura na versão de RD, seria no intuito de fazer-lhe engolir um estratagema idêntico ao dossier ENDIAMA, que o levaria a servir de moeda de troca num litígio a envolver, como disse, o ex PCA da Sonangol, Manuel Vicente, o Vice-presidente da República, Fernando da Piedade Dias dos Santos, todos a lutarem pela sucessão do PR ou lugares tenente na Cidade Alta, como Manuel Vieira Dias “Kopelipa”.
Nesta fase surgiram então os responsáveis pelo processo Damião Vicente Francisco e António de Oliveira Costa, este último ligado aos estrangeiros donos da empresa à qual a Sonangol deve os valores avultados. Damião António Francisco, foi a quem passaram a Procuração para cobrar a dívida, pois a dois anos, Raul não estava em Angola. A procuração foi passada por um inglês de nome Scott e outro Alonso espanhol, para a cobrança de duas dívidas. Contudo, segundo a acusação, a Raul caberia a cobrança de apenas uma com os valores de 206 milhões de Dólares. Só que segundo constam, Raúl não estava dentro da verdadeira origem do negócio, nem é verdade que seria a SONANGOL a pagar a respectiva dívida. Pois, como se tratava de uma dívida nacional, decorrente de vendas de armas ao governo angolano, e UNITA, na fase da proibição, “triplo zero em 1994”, a SONANGOL endoçou a mesma para a direcção nacional do Tesouro do Ministério das Finanças. Porém esses traficantes a agir debaixo da lei, eram amigos pessoais do Presidente dos Santos, a exemplo de Pierre Falcone ou Gaydamack, os cabeças de ferro de todo este esquema, deveras sujo, cujo proveito recaiu à Kopelika, chefe da Casa Militar da presidência. Muitos tubarões estavam envolvidos na caça ao cardume do peixe mais caro. Tratava-se de milhões de Dólares, já autorizados pelas finanças para serem entregues pela Sonangol às empresas supracitadas.
Mais informações, indicam que, essa dívida é real e actual, ela existe e está no Ministério das Finanças, só não foi paga porque vários membros dos sucessivos governos de JES tentaram tirar dividendos desse macabro negócio, que levou vidas e colocou milhares de angolanos na desgraça, como foi o caso dos primeiros intervenientes: Paulo Teixeira Jorge, ex- Ministro das Relações Exteriores e Alberto Serra Vandunem, ex- Ministro do Interior ambos já falecidos.
Lembrar que Paulo Teixeira Jorge entrou no negócio depois de ter deixado o cargo de ministro, anos depois, apenas Alberto Serra Vandunem era na altura dos factos, dirigente do MPLA e do seu Governo. Esses homens, revelam os dados, apesar do seu poder e influência foram travados pelos futunguistas, que entraram então no negócio milionário para cobrar. Carlos Feijó, Aldemiro Vaz da Conceição, esse responsável pela redacção do referido documento para cobrança, queriam apenas que a divida fosse paga por eles no exterior, mas havia um senão, os traficantes queriam e exigiam a presença do seu homem aqui no terreno, o António de Oliveira Costa, sobrinho do Albino Malungo, enviaram até uma Sra Elizabete Machado de avião particular a França para tratar dos detalhes do pagamento. Mais se informam que, os dirigentes implicados na tentativa de negociação da divida falharam porque não conheciam as regras com que se movem os traficantes da morte, por isso até hoje essa dívida não foi cobrada nem paga.
António Costa também foi um empecilho na tentativa de compra da divida tanto pelo Vice-presidente da República Fernando da Piedade, assim como na entrada em cena do filho varão de JES, o Zenu, que queria comprar a dívida, oferecendo menos 40 por cento do valor ao cobrador Damião Vicente Francisco. Existe um documento passado pelo único homem que era detentor de uma procuração emitida pelos traficantes de armas Scott e Alonso, e o bispo que é marido de uma das sobrinhas de Paulo Jorge na cobrança da dívida de que ele era a pessoa ou seja, o Sr. Damião Vicente Francisco, esse documento que é uma carta de comprometimento de pagar 15 porcento do valor da divida aos senhores Manuel Almeida Agostinho, Júdice Monteiro, Silva Cristovão, vulgo Kito, filho de Francisco Cristóvão, vulgo Chico, também casdo com uma das sobrinhas de Carlos Feijó, jurista, financeiro do Comité Central do MPLA, PCA da caixa nacional, PCA da Sogeste, empresa do MPLA e José João Carlos, caso eles conseguissem encontrar alguém que ajudasse a cobrar essa divida. Foi assim que o sobrinho do Carlos Feijó chegou ao Raul Diniz, conforme consta nos documentos citados. Esses meninos foram por sua vez contactados pelo oficial general brigadeiro José Manuel, da Marinha de Guerra, também jurista e apresentados ao Damião que por sua vez passou um Documento lavrado em Cartório onde assume a responsabilidade de pagar os 15 porcento do valor combinado da totalidade da divida. As comissões vão dos 25 milhões aos 119 milhões de Dólares. Todos os implicados neste suposto crime e têm os seus nomes conotados no processo e outros nomes de pessoas encontramo-los através de um jornalismo investigativo independente. Porém o mais visado, Raul Diniz, em toda documentação, o Folha 8 não ncontrou o seu nome ligado a essas pessoas, nem mesmo provas do que foi dito pela imprensa escrita que engoliu mais esta mentira. Foram encontradas, o quer dizer, mais uma vez tentaram vender gato por lebre aos incautos leitores e devoradores de jornais privados, mas não independentes. Pois nenhum dos jornais que divulgou a notícia foi em busca da verdade, seja lá qual fosse.
O saque ao erário público
O país está a saque e quem for mais esperto leva o maior quinhão. Aquele que tentar se intrometer no esquema, leva em nome de todos os saqueadores. Isto não começou hoje nem nos dias anteriores, já criou cancro, é antigo, é assim que fizeram fortuna, tanto com o espólio da guerra, quanto em negócios e contratos escuros. Sem dúvida, tal como disse o conceituado jornalista e músico irlandês Bob Geldof, aos 06 de Maio de 2008: “Angola é governada por um bando de criminosos”, dada a impetuosidade como é perpetrado o assalto aos cofres do Estado e os desvios dos recursos naturais, provocando um sem número de mortos, desgraçados, outros milhares de inválidos.
Quando estas críticas surgem, o Executivo se insurge considerando injúria, calúnia ou atentado a integridade do Estado, naturalmente representado pelo Presidente da República. Entretanto, os factos são teimosos e todos os dias reveladores daquilo que se convencionou chamar a instauração oficiosa da “* cleptocracia**”,* onde se processa oficialmente o roubo escandaloso, pelos próprios dirigentes que, enquanto gatunos não deixam de ser implacáveis na altura de aplicar sanções a outros coitados que forem apanhados. Para além desses roubos, são denunciadas as práticas de lavagem de dinheiro e outras ilicitas com a conivência indirecta do mais alto mandatário da República. Várias têm sido as revelações, a Pátria angolana foi sequestrada, o Estado está ao serviço de um grupo que viola conscientemente as leis, manipula eleições, muito mais com o medo de virem a ser desmascarados e sentenciados. Isto de cima à baixo.
É o que acontece com Raúl dos Santos Diniz, o homem a quem é atribuido todos os adjectivos fabricados no mundo do crime de burla. Há mais de 20 anos a história se repete, o homem é condenado da mesma maneira que é liberto sem se provar seja o que for. A crer nessas mesmas autoridades, Raul dos Santos Diniz desde os anos 90 teria desfalcado os cofres do estado em nome do Presidente da República e outras falcatruas. Sabemos também que as várias correntes da segurança do Estado teriam igualmente ligado à perseguição movida contra Raul Diniz a questões partidárias da oposição, mais propriamente a UNITA.
Walter Ananás inocente
Foi de facto indecoroso sujar o nome de uma família nobre, somente por Walter ter amigos que directa ou indirectamente, por difamação ou outro, estejam envolvidos em casos pouco abonatórios que se desconheça e assim inocentemente ser mergulhado na fornalha. Walter Ananás, não é tido nem achado neste episódio dos muitos que se tem encenado em Angola. Walter Ananás veio a baila, não como tradicionalmente acontece, cantando, foi por um caminho, dos mais ínvios; acusado de envolvimento numa tentativa de burla. Entretanto, provaram os factos a elibação de Walter cujo nome surge por um lapso ou simplesmente por inocência sua. No final, eis a questão: Quem deve prender quem, se finalmente todos os governantes, longe ou próximo do palácio são gatunos? Muito há ainda para se dizer sobre este erscandaloso Dossier.