EM FRENTE, ROUBAR!
(ANEDOTAS DO JOÃO)
Têm muita piada as tiradas que, involuntariamente, o herdeiro do Presidente vai enviando para o ar, quase diariamente. Ele é o sucessor na divulgação da demagogia zéduardana na cleptocracia angolana. O grande problema é que esses discursos já cheiram a ranço e já há quem lhe chame o João Lourranço.
Por Domingos Kambunji
Alguém será capaz de duvidar que Robert Mugabe ou Teodoro Obiang não serão conduzidos “democraticamente” no cargo de presidente? Alguém será capaz de acreditar que Putin não continuará a desempenhar o cargo de czar? Alguém será capaz de imaginar que Zédu escolheria, para ocupar o cargo de presidente, um herdeiro um pouquinho mais inteligente, honesto e competente? É por isso que João Lourranço será o próximo Presidente do Gamanço!
Num país democrático, moderno e desenvolvido o herdeiro do Presidente, João Lourranço, o General, seria investigado pelo seu enriquecimento tão anormal.
Em Angola não é assim porque, na realidade, é crime defender a honestidade e os seus defensores são acusados de pertencerem a organizações de malfeitores.
Angola é um caso muito especial. Parece irracional mas até Kangamba é general. Daí poderemos imaginar que capacidades especiais terão os restantes generais.
São várias as anedotas espalhadas pelo João Lourranço durante a campanha pré-eleitoral, duma eleição de que já se sabe o resultado final.
A primeira anedota foi de que irá fazer um cerco à corrupção quando iniciar a função de Presidente. Toda a gente riu, riu muito, demoradamente. Percebeu-se rapidamente que vai cercar a corrupção, num gesto de concentração do abifamento das receitas provenientes da venda dos recursos naturais pelos principais generais. Sendo assim, não haverá muitas mais promoções a generais porque os que existem são suficientes, muito competentes a exercerem a função de delinquentes.
A segunda anedota do João Lourranço foi aquela em que ele dizia que iria baixar o preço das obras públicas. Foi uma risada geral ao ouvirmos esta afirmação do General. Houve quem acreditasse que iriam para a reforma todos os generais kapercentagem no gamanço de dinheiro destinado às obras públicas.
Esta anedota é uma cantiga de embalar para tentar adormecer o boi. (Todos nós sabemos que os bovinos não dormem porque, depois a ingestão de alimentos, passam o tempo a ruminar.)
O João é Ministro da Guerra no governo cá da nossa terra. Se fosse realmente competente a exercer essa função já teria guerreado para tentar acabar com a corrupção. Se tal tivesse acontecido o João não teria enriquecido.
Nós sabemos que as verbas desviadas das obras públicas são uma receita muito evidente para o enriquecimento da oligarquia cleptocrática reinante. Também sabemos que, nos acordos de cooperação de interesse bilateral com a China, os chineses emprestam o dinheiro, vendem as matérias primas e obrigam Angola a aceitar a mão-de-obra chinesa. Grande rebaldaria nesta angolana Reipublicana Monarquia. Os interesses bilaterais são respeitados para favorecerem a China e os angolanos generais, a agiotagem, os generais kapercentagem.
O João não pode admitir publicamente que existe gamanço do dinheiro destinado às obras públicas e corrupção por parte dos governantes porque ele faz parte da governação. O João não pode afirmar que o seu patrão é ladrão porque, senão, o rei presidente ainda descamba, muda de ideias e designa para seu sucessor, herdeiro do trono, o Kangamba.
Cheira muito mal esse perfume com cheiro a ranço, dos discursos do João Lourranço.
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