quarta-feira, 29 de maio de 2013

O MPLA deu sumiço ao ativista Emílio Catumbela no dia 27 de maio de 2013, quando participava de uma vigília em Luanda. Os advogados contratados pela família não sabem para onde a policia afeta ao regime terá levado o jovem raptado. Note-se que com este desaparecimento elevam para três o numero de pessoas cujo regime é totalmente o único responsável pelo sucedido.


Advogados não sabem onde está jovem levado pela polícia numa vigília em Luanda

Chama-se Emiliano Catumbela, faz parte do Movimento Revolucionário que contesta o poder angolano e quis assinalar o 1.º aniversário do desaparecimento de dois colegas do movimento com uma vigília.
Jovens organizaram vigília na capital de Angola 
miguel madeira
redição: radz bALUMUKA
www.planaltodemalangeriocapopa.blogspot.com
Os advogados do jovem detido na vigília pacífica de segunda-feira em Luanda não sabiam, ao princípio da tarde desta quarta-feira, onde ele se encontrava. Emiliano Catumbela foi levado pela polícia há dois dias quando se encontrava ma vigília realizada no Largo da Independência, na capital angolana, e nesta quarta-feira devia ser presente a um procurador, sob acusação de ofensas corporais contra a polícia nessa manifestação pacífica.

“O detido não está nas cadeias do Comando Provincial da Polícia Nacional nem na Procuradoria-Geral da República”, disse ao PÚBLICO o advogado Salvador Pereira, presidente da Associação Mãos Livres e um dos dois advogados do jovem. Desde terça-feira que o advogado tenta visitar Emiliano Catumbela.

“Não sabemos onde ele está”, acentua. A Procuradoria-Geral da República devolveu o processo e exigiu a presença do detido. E no Comando Provincial da Polícia Nacional disseram que o jovem não se encontrava. “Alguma coisa não está a ser esclarecida mas acreditamos que o jovem esteja bem”, continua o advogado. Emiliano Catumbela devia ter tido acesso imediato a um advogado e não teve, acrescenta.

O jovem é membro do Movimento Revolucionário, que reúne jovens que contestam, desde 2011, o poder de José Eduardo dos Santos através de manifestações pacíficas, algumas reprimidas pela polícia. O mesmo movimento que organizou esta vigília onde vários testemunhos dão conta de espancamentos a jovens e violência policial, que a polícia justifica com ofensas aos seus próprios agentes. Os manifestantes desmentem.

Pelo menos dez manifestantes foram detidos e depois libertados. Um teve alta na terça-feira à noite da clinica onde deu entrada com ferimentos. Os colegas do movimento dizem que foi vítima de violência policial. Chama-se Raúl Lino. “Mandela” é o seu nome de luta.

Raptados sem deixar rasto
A vigília terá juntado poucas centenas de pessoas, diz ao PÚBLICO Adolfo Campos, do movimento que continua a exigir a saída de José Eduardo dos Santos, “por excesso de tempo no poder” (34 anos) e “má-governação”. Desta vez, porém, era mais importante lembrar os dois jovens desaparecidos há exactamente um ano – Alves Kamulingue, de 30 anos, e Isaías Cassule, de 34 anos, eram activistas do Movimento Revolucionário e foram raptados sem deixar rasto. Além disso, o movimento não queria deixar passar em branco o aniversário do 27 de Maio de 1977 – quando dezenas de milhares de pessoas desapareceram na repressão contra a acção do movimento fraccionista de Nito Alves e José Van Dunem, acusado de tentar derrubar o então Presidente Agostinho Neto.

Depois de a polícia dispersar a vigília, o advogado angolano David Mendes andou de esquadra em esquadra à procura dos detidos. Momentos antes, testemunhara a presença de “uma centena de agentes da polícia, a cavalo ou com cães, e elementos da polícia anti-terror, assistidos por helicópteros”.

A polícia montou uma barreira que impedia a passagem de grupos de jovens que iam chegando, conta o advogado, que chegou ao local quando começaram as detenções. “Até à meia-noite, uma grande área em redor esteve sob a  vigilância da polícia canina e da polícia anti-terror.”

Jovens foram levados em grupos pequenos
A Polícia Nacional não diz quantas pessoas deteve. E justifica a acção policial contra os manifestantes, através dum comunicado citado pela Lusa. Nele explica que foi "forçada a intervir para persuadir um pequeno ajuntamento de jovens no Largo da Independência", que pretendiam realizar "uma vigília não autorizada pelo Governo Provincial" e acusa os presentes de "arremessaram pedras e outros objectos” contra os agentes, justificando assim a necessidade de “recolhê-los, em viaturas” e “dispersá-los em outros locais".

Foram levados separadamente em grupos pequenos e dispersos, confirma David Mendes. O objectivo, considera o advogado, era dispersá-los para “que não houvesse forma de saber quantos foram detidos” no total.

Nesta vigília em Luanda, a “concentração de meios policiais” acima do que seria previsível explica-se, segundo o advogado angolano David Mendes, pelo simbolismo da data: 27 de Maio de 1977.

O ano passado, Alves Kamulingue, de 30 anos, foi raptado na baixa de Luanda, quando se dirigia para uma manifestação de antigos combatentes que reclamavam o pagamento de pensões em atraso. Era ele mesmo antigo militar e membro do Movimento Revolucionario que, pelo menos desde o início de 2011, contesta o poder de José Eduardo dos Santos.

Dois dias depois, a 29 de Maio, desaparecia o seu colega Isaías Cassule, de 34 anos. Um e outro continuam desaparecidos. Os familiares não têm qualquer informação da polícia. Amigos e colegas do Movimento Revolucionário têm poucas esperanças que estejam vivos. “Estamos a exigir que sejam entregues à família para um enterro condigno”, diz Adolfo Campos, uma das vozes do movimento que acredita que os dois foram levados, nesse dia, pela polícia, que nega tê-lo feito.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

LUANDA: Vigília sobre Cassuele e Kamulingue esta marcada para hoje na capital do país Angola


O Movimento Revolucionário agendou para hoje, dia 27 de Maio, uma vigília, com início às 16 horas, no Largo da Independência, em Luanda, pelo desaparecimento de Alves Kamulingue e Isaías Cassule e pelos milhares de vítimas do 27 de Maio de 1977.
Alves Kamulingue, de 30 anos, foi raptado a 27 de Maio de 2012, na baixa de Luanda, quando se dirigia a uma manifestação de antigos membros da Unidade de Guarda Presidencial e antigos combatentes, que reclamavam o pagamento de pensões em atraso. A 29 de Maio, o seu companheiro Isaías Cassule, de 34 anos, um dos organizadores da manifestação, também foi raptado, ao anoitecer, no município do Cazenga. Um ano depois do desaparecimento dos dois activistas, continua a não existir qualquer informação sobre o seu paradeiro e as famílias queixam-se da falta de empenho das autoridades em investigar os raptos.
De acordo com os membros do Movimento Revolucionário “[p]oucas esperanças temos que ainda estejam vivos, mas iremos continuar a exigir que se esclareça o que se passou com esses irmãos e não estaremos satisfeitos até que se apurem os factos e se punam os prevaricadores que, até então, continuam a merecer a protecção da estrutura de Estado com promessas vagas de investigações [...] cujos resultados teimam em não aparecer”.
Em cartas enviadas ao governador provincial de Luanda e ao ministro do Interior, os jovens solicitam o apoio da Polícia Nacional e dos bombeiros na realização da vigília e adiantam que “não pretendemos causar distúrbios, nem adoptarmos comportamentos condenáveis socialmente”.
O Movimento Revolucionário, que reúne diferentes grupos de jovens, tem vindo a realizar manifestações anti-governamentais em Luanda desde Março de 2011. Os protestos têm sido invariavelmente reprimidos com brutalidade pelas autoridades e por milícias pró-governamentais, e os jovens activistas têm sido alvo de prisões arbitráriasviolênciaameaças e perseguições.
A vigília de hoje deverá prolongar-se até à manhã do dia seguinte, 28 de Maio, e será, segundo os organizadores, uma manifestação pública silenciosa, sem palavras de ordem, sem cartazes e sem marchas.

LUANDA: A Hipocrisia do MPLA/JES-Norberto Garcia Travestido De Líder=Por Raul Diniz - www.planaltodemalangeriocapopa.blogspot.com



A HIPOCRISIA DO MPLA/JES

Norberto Garcia Travestido de líder
José Eduardo Dos Santos não assimilou nem tirou as convenientes ilações do morticínio de 80 000 brilhantes quadros e nacionalistas angolanos, provocado pelas lideranças do MPLA no dia 27 de Maio de 1977. Torna-se premente neutralizar JES no referente ao plano perigoso de defraudar os angolanos no seu terrífico jogo de subjugação segregacionista que somente a ele satisfaz. É necessário e urgente que nova liderança do nosso partido surja com urgência para desmontarmos JES que a cada dia se torna mais e mais imprestável para que Angola saia do marasmo político e econômico em que se encontra. Hoje percebo que a especialidade de JES e de seus seguidores é o de se travestirem de bondosos quando na sua essência quem governa as suas mentes doentias é o sentimento maligno de destruição da nossa angolanidade benigna.
Não se entende sinceramente porque um dirigente político que se preze, vem publicamente de forma incrível destilar a sua raiva invejosa contra dois dirigentes da oposição. Percebe-se menos ainda quando se trata de um responsável da cúpula do secretariado provincial de Luanda do MPLA/JES, e que exerce junto desse a função de secretário provincial para a esfera politica, social e econômica.
O garoto travestido de político, entenda-se Norberto Garcia, decidiu ousadamente desbocar descoordenadas leviandades contra os dirigentes da oposição que se encontram em digressão pelo mundo das democracias representativas, denunciando os malefícios que o regime existencialista de JES tem odiosamente exercido, como: maus-tratos a população e confisco de todas as suas liberdades e riquezas. Ele esquece-se, mas não ignora que esses companheiros estão ao serviço da maioria dos angolanos sem voz.
Das declarações prestadas pelo distinto político só podemos tirar duas conclusões para entendermos o posicionamento das suas declarações. A primeira é a de aceitar que Garcia fez essas irresponsáveis declarações veiculadas pela voz da América, delineadas pela Cúpula do MPLA/JES definindo uma estratégia altamente perigosa com o fito de desvalorizar os esforços feitos pela valorosa oposição que corajosamente denunciam as práticas do regime ditatorial e infame.
Norberto Garcia foi infeliz 
A segunda e menos provável das duas hipóteses, é a de Garcia ter feito tais declarações a revelia de seus chefes. Solitário decidiu aventurar-se a tecer críticas daquilo que não entende e não sabe, e muito menos está talhado para o fazer.
Está a ser comentada em vários fóruns políticos nacionais e internacionais essa pressagiante derrapagem do garoto de Bento Bento, desfavorável a já desprestigiante coordenação do diretório chefiado por Bento Bento, uma vez que o retorno do ataque se tornou apanágio de gozo para toda a centralidade da comunidade politica nacional dentro e fora do partido dos camaradas. Percebemos que o senhor Garcia ao aventurar-se a tomar o lugar do velho Fragata, grilo falante, (leia-se porta voz do MPLA/JES) criou uma enormidade de problemas divergentes dentro do seu próprio partido difícil de ser digerido.
Senão vejamos:
Ao chamar os políticos Isaías Samakuva e Abel Chivukuvuku de queixinhas junto da comunidade internacional, denota-se a existência de uma gritante falta de habilidade por parte do MPLA/JES de lidar com a diferença, o que não espanta ninguém. O que espanta os angolanos é a lata com que o cara de pau aparece a falar em nome do seu partido sem sequer estar preparado para fazê-lo. Norberto Garcia parecia estar a fazer uma análoga viagem autocrítica do comportamento do seu intempestivo partido no momento em que praticava a sua terceira fraude eleitoral provada e comprovada nacional e internacionalmente. Agora que foram levadas provas da atuação do regime face ao acontecido em 31 de Agosto de 2012, estaria ele a rever-se a si mesmo e ao seu partido fraudador de eleições quando se decidiu a fazer tais declarações tão prejudiciais para si e para o seu MPLA descaracterizado de realismo politico popular.
A nostalgia e as velhas memórias
A pergunta que nunca quer calar é: para quando o MPLA/JES vai desligar-se e deixar de se servir de gente desqualificada como o Norberto Garcia e Bento Kangamba e impedi-los de serem nomeados para exercerem cargos para os quais não estão minimamente talhados? Até onde quer o MPLA/JES insistir em adulterar a verdade politica partidária nacional e evitar um amplo debate público nacional? Nós angolanos somos obrigados a continuar a engolir sapos feiticeiros e a assistir o MPLA tomado por galináceos, feitos autênticos lambedores de botas frustrados em busca de protagonismos perigosos, somente para satisfazerem as suas vaidades e assim continuar-se a evitar uma eventual democratização no interior do próprio MPLA de JES? Até quando o MPLA/JES vai continuar a dar guarida aos desprestigiados vira latas de meia tigela, que empestam a atmosfera politica do nosso “M” de outrora?
Pergunto, para quando o retorno das práticas do nosso “M” moralista a exemplo do muito sonhado e esperado “M” por onde militaram grandes homens que defenderam desinteressadamente Angola e os angolanos no passado recente. Quando veremos o nosso MPLA voltar as suas origens quando éramos um amplo movimento de libertação, onde havia lugar para o pensamento político livre e em simultâneo eram aceites as diversidade de correntes politicas e as variedades de posicionamentos  ideológicos? Onde pára o saudoso MPLA do bondoso camarada Viriato da Cruz, do nacionalista e intelectual africanista Mário Pinto de Andrade, Gentil Viana, Aníbal de Melo dentre outros arautos nacionalistas que fizeram História dentro e fora do comando central, como Lopo Ferreira do Nascimento, as destemidas Ângela Bragança  e a Luzia de Almeida Sebastião a nossa (Gi), dra Tina Dibala, Ana Maria Carreira D'Almeida, o nosso médico Mário Afonso de Almeida “Kassessa” , o digno autóctone Ambrósio Lukoki, os inteligentes Saydi Rodrigues Mingas e Carlos Rocha Dilolwa, o kota André Mendes de Carvalho, Comandante Gika, o mais velho Dibala, o meu amigo e camarada de pensamento Lóló Neto “Kiambata”, o grande e saudoso  amigo, o inesquecível companheiro, José Rodrigues Mingas o (Zé MINGAS) , os camaradas Monstro Imortal, Bakalof, Bernardo Nito Alves, José Van-Dunem e Sita Vales, os sempre presentes João manuel da Silva Kitumba, Galiano da Silva Kitumba e Lus da Silva Kitumba, perdoem-me os camaradas cujos nomes não escrevi  aqui, pois de quase todos me lembro, apenas o espaço me impede de citá-los a todos...
Muitos foram mortalmente sacrificados pelo próprio MPLA e já não fazem parte deste mundo, outros tombados na discrição um tanto ou quanto conformista com a situação.
O medo também mora no ditador
O ditador não vive, ele sobrevive como um câncer em vias de ser vencido pela evolução da ciência. JES sofre sofregamente por medo de ser contrariado e, por conseguinte teme ser traído a qualquer momento por algum dos seus sequazes. Por isso agarra-se a sua essência cobarde e enganosa como seu único e exclusivo aliado, ele caminha como um caranguejo aleijado e age como uma lesma esfomeada. JES somente consegue ter o MPLA controlado minando o seu interior com a corrupção, espírito de deixa andar e, sobretudo com a imposição de uma implacável lealdade canina dos membros que o circundam no nervo do comando central do partido, que infelizmente se encontra sequestrado por ele a quase trinta e quatro anos.
Buscar apoios no exterior não é nem nunca foi apanágio das oposições credíveis angolanas. O MPLA com o sistema ditatorial e usurpador, assim força. O membro do partido MPLA/JES Norberto Garcia, ao esgrimir tal verborreia, até parecia o vulgarizado sobrinho de JES arranjado nas feitiçarias, o tal de empresário da juventude, o engraxador Bento Analfabeto Kangamba (dos Santos). Garcia quando insultou os ilustríssimos combatentes incansáveis da liberdade e ao tecer as ofensas tão nefastas, tornaram-no irremediavelmente uma pessoa desequilibrada e degradante aos olhos do povo faminto de liberdade e de democracia.

JES não é presidente dos angolanos
 Por acaso o MPLA e o seu presidente não têm buscado apoios no exterior para legitimar o seu regime e a pessoa do seu presidente vitalício? Porém, ao contrário do senhor Garcia, Eduardo dos Santos pode hoje considerar-se sim o presidente de Angola, mas ele tem consciência que nunca, nem jamais em tempo algum será o presidente dos angolanos.
A honestidade intelectual e politica de Isaías Samakuva e de Abel Chivukuvuku não se identificam nem se coadunam com as práticas nem com os métodos desregrados, utilizados pelo nosso compatriota JES, que age na contra mão, e que usa ilegalmente fundos financeiros de todo país em beneficio dos seus posicionamentos pessoais e com isso gasta o dinheiro de todos nós aos milhões de dólares com lobbys infelizmente desnecessários para o bom andamento do país que não saiu até hoje do lugar onde o lunático presidente ditador o afundou desde que é presidente!
Para analisar-se essa questão de buscar apoios e o reconhecimento internacional, um hábito vicioso trazido pelo MPLA para Angola, basta para tal ajuizar o que Eduardo dos Santos fez no passado ao alistar nas folhas de pagamentos o Português António Monteiro, antigo embaixador junto da CCPM – Comissão Conjunta Politica e Militar do então processo de paz pelo seu prestativo apoio dado ao MPLA e a JES para confirmar a legitimidade ilegítima  das eleições de 1992, simulando que as mesmas fossem consideradas na altura  como tendo sido justas, livres e democráticas.
 Já agora e para que não seja esquecido, até hoje não sabemos como José Manuel Durão Barroso um antigo conhecido meu, da cidade universitária em Lisboa caiu de pára-quedas nas gracinhas do José Eduardo dos Santos e vice-versa. A outra pergunta que não posso deixar de fazer, é a seguinte: teria sido de graça que José Manuel Durão Barroso serviu de paquete pivô para publicitar inverdades que em nada beneficiaram o povo angolense junto da comunidade internacional distraída do passado? Quanto teria custado aos angolanos para que, JES tivesse e como tem até hoje o prestimoso apoio do presidente da comissão politica europeia Dr. Durão Barroso? Sabe-se de fonte segura que Durão Barroso é um aliado destemido e extremoso braço direito para propagação da política externa conduzida enganosamente por JES!
A dívida externa e as falcatruas de JES
 Por outro lado o senhor secretário provincial pode informar aos angolanos ávidos por saber a verdade, como o politico cínico e mentiroso Paulo Portas caiu de pára-quedas no colo do ditador JES? A isso se pode chamar de compadrio internacional como já aconteceu com o inesperado apoio que o regime e o ditador receberam dos traficantes de armas, os facínoras Pierre Falcone, Arcadis Aleksandrovich Gaydamak e Viktor Bout, que de um momento para outro foram transformados por JES em exímios executivos em finanças internacionais colocados ao serviço do regime pela mão do próprio JES!  As coisas subiram tanto de amor ou de humor conforme a interpretação de cada um, que JES ainda se sente devedor para com os seus comparsas. Pessoalmente até compreendo, pois, JES e os seus companheiros traficantes, são as duas faces de uma mesma moeda.
Esses traficantes de armas foram chamados por JES para comandarem as negociações da ilusória divida externa de Angola na ordem dos biliões alegadamente contraída junto da antiga União Soviética, hoje federação Russa. Já que estamos a falar de dividas externas, Pergunte igualmente ao presidente dos Santos com que dinheiro foi paga em Paris França a defesa do processo crime do seu amigo o demoníaco traficante de armas Pierre Falcone, e qual a razão de Estado que levou o ditador angolano a doar a nacionalidade angolana a esse insignificante mercador da morte de angolanos, e o que levou JES a transformar da noite para madrugada um energúmeno bandido da estirpe de Pierre Falcone em embaixador extraordinário e plenipotenciário da república do pai banana junto da agência das nações unidas UNESCO em Paris a revelia de todo povo angolano!?
 Termino perguntando ao senhor Garcia, quem é o chefe que anda por todo mundo de avião privado na tentativa de granjear novos apoios que sustentem a nova fase terrivelmente catastrófica que se desenha e se aproxima galopantemente contra o regime de JES? Quem é o verdadeiro agenciador de lobbys de JES no exterior de Angola senão o antigo contínuo distribuidor de correspondências do edifício sede das nações unidas em Nova Iorque, o sinistro figurão Elísio de Figueiredo DUKE para os próximos como o bispo metodista Emílio de Carvalho. Hoje o Duke inerentemente transformado em embaixador itinerante e financeiro particular de Eduardo dos Santos pelo mundo a fora, pois o desprestigiante Elísio de Figueiredo com toda certeza jamais moraria por nada deste mundo em Angola, ele de angolano só tem apenas a naturalidade. Ou estou a mentir camaradas?
Raul Diniz

sábado, 25 de maio de 2013

BERLIN: Ainda o 27 de Maio de 1977 - A Recepção Inesquecível, uma coronhada & dois socos na cara - Por Fernando Vumby


AINDA O " 27 DE MAIO DE 1977 "

A RECEPÇÃO INESQUECÍVEL ,  UMA  CORONHADA  & DOIS SOCOS  NA CARA
 !




Se há  factos  e situações  que permanecem inesqueciveis em nossa
memória  a recepção  que os meus ex colegas da " Contra Inteligencia
Militar " me tinham reservado no dia 30 de Maio quando fui preso ,
para mim é uma delas .

São das tais coisas que nunca nos passa  pela cabeça , porque  se tem
a ideia de que  nossos próprios camaradas , colegas de cursos amigos e
amigas  de algumas andanças  nunca nos  tratariam assim de forma tão
cruel e brutal.

Estava eu enganado afinal !

Com pontapés , coronhada e arrastões pelo chão duro de betão de uma
sala tão estreita  perante os olhares de uma mulher  furiosa que
poucos dias antes tinha  sido  até minha noiva  e se sentia
vigarizada.

Essa foi  a recepção que os meus ex colegas  da " Contra Inteligencia
Militar " me tinham reservado na cadeia   do S.Paulo no dia 30 de Maio
de 1977 quando me roubaram a liberdade pela  primeira vez com apenas
22 anos de idade  sem nenhum mandato de captura .

Mas mesmo sangrando e rebolando pelo chão  , de principio não estava
acreditar e nem a levar a coisa muito á sério , convencido que depois
da surra seria posto em liberdade.

Foram momentos  e situações  tão  únicas que transformam para sempre a
minha vida , e todo o seu percurso  que suscitam divagações  de como
teria sido aquele  27 de maio se tivesse o azar em  ter caído  para as
mãos de um Carlos Jorge  por exemplo ?

Quem viveu os dias que se seguiram ao 21 de Maio  com grande
intensidade como nós os da  " Contra Inteligencia Militar " na altura
presenciou  com certeza dias de grande efervescência , porque  foi a
partir deste dia que foram presos os primeiros elementos da Disa.

Lembro-me do Manuelito Sambila irmão do kota França como se fosse hoje
, preso antes do 27 de Maio , liberto no dia 27 de Maio pelos
assaltantes  da   cadeia  de S.Paulo e quase nem tempo teve para  se
despedir dos seus amigos porque a morte já lhe estava reservada.

Nunca me tinha passado pela cabeça um  dia presenciar tanta morte
cruel e mudanças tão bruscas de comportamento  de certas pessoas com
quem ainda antes tinha trabalhado na Contra - Inteligencia ou  me
cruzei no cir Belice antes de Angola ainda ser um país independente..

Simplesmente incrível e inexplicável  quando se  está entre  a vida e a morte  !

Me comove até hoje ter sabido que muitos de nós fomos  obrigados a
engolir os escarro de  nossos  próprios  carrascos e  saber que o
sangue que corria pelas pernas daquela activista da comissão popular
do bairro Sambizanga era mesmo  real.

Meus manos , me perdoem quem sabe um dia  vos falo  só de flores ,
amor , pão , paz , luz , água  ou da Maria das Escrequenha e Joana
Maluca ? !

Mas hoje , é bom lembrar-vos o quanto foi cruel aquele dia 27 de maio
de 1977 , na esperança que não se cometam os mesmos erros e a mesma
excessiva brutalidade num futuro.

Infelizmente é  a nossa Angola , onde muitos dos nossos irmãos foram
tão cruéis e continuam á se-lo causando morte de todas as maneiras e
feitio aos seus próprios irmãos e fazendo coisas que até o diabo
quando não se ri de nós fica pasmado .

Uma coisa é falar-se do dia 27 de Maio de 1977 e outra coisa é ter
sofrido na carne e no espírito todo aquele sofrimento , incrível o que
o homem angolano  hoje  já é capaz  de fazer em termos de tortura .

Precisamos pesar toda aquela brutalidade , que hoje já começa a ter
repercussões maléficas no espírito dos  filhos que perderam seus pais
, dos netos que perderam seus avós e das viúvas que perderam seus
maridos.


Simplesmente doloroso o  pânico e traumas indeléveis que ainda  estão
como fantasmas na mente e no subconscientes de dezenas de pessoas hoje
já   idosas , e  mães procurando as ossadas de seus filhos.

Velha Lemba , que morava junto ao Kabuite no bairro Sambizanga dos
três   filhos  que tinha lá foram todos  de uma só vez , e a mãe do
Adelino Xavieir  " Adé " o que é feito daquela senhora que tantas
vezes  nos deu broa e ovos estrelados ao matabicho ?

Os manos Isaías e Simiao do bairro da Precol , de uma sentada dois
jovens com tanta vontade de viver , planos e família constituída ,
deixaram apenas o seu sangue espalhado nas paredes da cela ( G ) .

Vi com os meus próprios da uma única noite que estive com eles ,
enquanto o man palhas " Palhaço " já  estava com um dos  olho furado
por beatas de cigarros e com a promessa de morte garantida.

E a Vitória que perdeu o seu Zeca Makalé , meu amigo desde os tempos
de criança  o que é feito dela ?

Minhas lágrimas neste dia 27 de Maio de 2013 pela lembrança de pessoas
 que conheci de perto e com partilhei aqueles momentos mais dificeis
da história da minha vida .

Eles foram mortos por falta de um julgamento que talvez os socorresse
, se a Agostinho Neto aceitasse perder muito  tempo fazendo justiça ,
do que em pouco tempo ter dizimado uma geração de jovens tão pujantes
e na sua maioria inocentes.

Deu para perceber que a dada altura eles já nem se quer estavam
interessados em sacar a verdade dos presos , queriam apenas  praticar
o mais puro sadismo , pois a maioria de nós já estava condenado á
morte pelas ordens de Agostinho Neto.


PERDÃO  SÓ DEPOIS  DAS  CONFISSÕES  E ARREPENDIMENTO



Passados 36 anos que são  ainda persistem muitas duvidas  sobre  as
verdadeiras intenções do MPLA em ter morto tanta gente naquele dia e
pela forma como  fez as execuções , porque o país  ainda  é
prisioneiro de um regime  cruel e brutal que está sempre pronto para
matar.

Muita coisa ainda não foi dita e muitas vozes continuarão  silenciadas
 enquanto o pais estiver nas mãos de  um psicopata , assassino ,
ladrão  e perverso presidente que meteu o país de joelho  para fazer
valer as suas ambições.

Enquanto as mentiras inventadas pelos  autores daquele massacre não
forem devidamente desmascaradas , enquanto o nosso povo não saber toda
verdade do que se passou naqueles dias terríveis a mentira continuará
governando Angola.


 Mas  apesar dos pesares ,    " Bem aventurados  os que têm fome e
sede de justiça ( Mt5,6)

Pertenço aos que partilham  da ideia  de que enquanto não haver
confissões e julgamento  dos assassinos do 27 de Maio de 1977 , o
nosso perdão para com eles  continuará a ser fingido.

Mas antes de me alongar importa realçar aqui neste texto , duas
citações  emprestadas por autores  que muito se debateram  com o tema
" justiça "

"É belo ser-se justo. Mas a verdadeira justiça não permanece sentada
diante da sua balança, a ver os pratos a oscilar.

Ela julga e executa a sentença." Autor - Rolland , Romain

"Uma coisa essencial à justiça que se deve aos outros é fazê-la,
prontamente e sem adiamentos; demorá-la é injustiça." Autor - Jean de
la Bruyère .

Repito meus manos , falar-se do 27 de Maio partindo daquilo que se lê
nos tantos livros  que já se escreveram  para a contribuição histórica
de Angola é uma coisa , e a outra é ter-se vivido nas cadeias todo
aquele terror , e crueldade como consequência daquele  acontecimento.

Mas  nem mesmo nós os que passamos pelas cadeias sofrendo física e
psicologicamente toda aquela inclemência dos nossos carrascos  temos o
direito de deturpar ou falsear os factos históricos do 27 de Maio de
1977.


Nem o de  excluirmos do perdão nenhum daqueles tantos nossos irmãos "
carrascos " que foram longe de mais com o seu sadismo , a menos que
eles próprios  se excluam pela sua falta de confissão e sinais de
arrependimento por tudo quanto nos fizeram.



Precisamos  acabar  com o perdão  fingido , mas para isto  Angola
precisa de ouvir as confissões dos mentores dos assassinatos do 27de
Maio de !977 de ambas as partes , e julgá-los  muito embora a maioria
de uma das partes já tenham sido executados sem  qualquer julgamento.


Angola precisa de ouvir as suas próprias vozes reconhecendo   todo o
seu sadismo , apetência pelo sangue dos outros , e  pedirem perdão
pelos crimes cometidos  porque sem  essa  atitude  de arrependimento
acredito ser impossível  haver um verdadeiro perdão.

Se até mesmo quando se comete uma ofensa " contra Deus inclusive "
para se obter o perdão é preciso a confissão o arrependimento e o
desejar  nunca mais repetir as mesmas ofensas.


E aliás quem se sente  verdadeiramente arrependido não deveria  ter
problemas em  confessar os seus crimes  e nem em  humilhar-se
reconhecendo de que é pecador e aceitar a mão do perdão .

Podemos tomar o exemplo de William Tonet , que se confessou e se
arrependeu perante Holden Roberto , pelo montão de sangue , fígados  e
outros órgãos humanos roubados dos hospitais por ordens do MPLA , para
vender a imagem de que a FNLA era um movimento de canibais.

Que grande kizango
!

Mas WT mostrou toda sua verticalidade como homem de bom coração , "
rei dos indígenas " e consciente por aquilo que  era  errado  e certo.


Mas atenção , não quero com este texto  forçar aqueles que  já  se
mentalizarem ,  e estão firmes  com a intenção de não reconhecerem os
seus erros  preferindo levá-los para  caixão  quando um dia morrerem
, como tem sido hábito.

Até porque  por uma questão de princípios sou contra todo tipo de
confissões forçadas  sejam  elas á catanada , ponta-pés , socos ,
paulada , kapanga  ou outros meios quaisquer  de agressão física..

Ainda me lembro como fosse  se hoje na cadeia do S.Paulo aqueles
interrogatório  que  eram piores que pena de morte , onde  tudo valia
para  forçar confissões de presos .

Amarrados ,  escarrados na cara  e obrigados  a engolir a urina dos
agentes   mais  sádicos  que já  conheci na minha vida " Osvaldo
Inácio , Carlos Jorge , Pereira e outros tantos " apenas para nos
obrigar dizer verdades que não existiam.

Quando os mais fracos  vendo seus corpos salpicados de sangue e como
medo de morrer diziam o que sabiam  e o que não sabiam , acabando
desta forma por assinar forçadamente  a sua própria declaração de
morte e de outros tantos consofredores.

E se Deus trata com mais benevolência aqueles que têm  muitos pecados
e se arrependam amargamente dos mesmos , do que  aqueles   que têm
menos mas se recusam a reconhecê-los segundo as escrituras , porque
razão os nossos carrascos se recusam á confessá-los ?

Esse amontoado de assassinos que anda por ai , alguns promovidos com
altas patentes , generais , ministros , secretários , chefes de
esquadrões da morte dos serviços secretos e da policia  como
recompensa das ordens que cumpriam com todo o rigor .

Confessem ou não os seus crimes hoje , deveriam pelo menos examinar as
suas consciências e as memórias de tanta gente que mataram algumas das
quais seus amigos de infância , companheiros de farda  e até mesmo
irmãos de sangue , para verificarem se os actos que cometeram eram
certos ou errados.

Se eles fizerem uma retrospectiva com seriedade  de tudo aquilo que
aconteceu  desde o dia 21  de Maio de 1977   facilmente perceberão que
foram cruéis demais.

Esses nossos carrascos de ontem e que  hoje alguns continuam sendo
ainda piores porque o crime compensa , dá lucro e os  torna famoso .

Cometem um grande erro ao deixarem  adormecer as suas consciências ,
buscando esquecer os crimes cometidos na esperança de que  nós suas
vitimas também nos vamos esquecer  de todo aquele martírio.

Já dizia e bem dito , o compatriota - (  Makuta Nkondo ) -  : Nunca um
filho se esquece do carrasco de seu pai  !

Mesmo assim , sou pelo perdão depois da confissão e arrependimento e
por mais cruéis que eles tenham sido contra nós que até hoje dormimos
e acordamos  com aquelas imagens flutuando em nossa memória.

Para melhor  honrarmos  os nomes dos nossos amigos , conhecidos e
todos aqueles compatriotas no geral , precisamos não excluir do perdão
nenhum dos nossos carrascos mesmo que o façamos com lágrimas no rosto
pela lembrança desses e outro amigos  que hoje já não estão connosco.

O kota Lito Breganha , o Vigário , o Mingo da comissão popular do
bairro Sambizanga , o Xadú , O Chana , Ady Narciso , o Ilídio , Juka
Valentim , a Luisa Fontes , os manos Santos das B ,  o Avelino Mateus
Colombo , o Adelino Xavier , " Adé "o man Kaiffy " Kiferro "  o Feio ,
a Nandy, Verinha , Perré  ,  Zeca Makalé , Xadu , Teresa do Lobito  ,
a miùda Susana do Sumba Futa , Maria Bartolomeu , Nandy , Verinha ,
Perré , Pai k , o Zé Valles , o kota Conceição  e tantos outros que
ainda guardo suas imagens  bem vivas em  minha memória  memorias.

Claro que não será fácil concedermos este perdão sem cultivarmos por
algum tempo e compreendermos a necessidade deste perdão e
reconciliação com os assassinos .

Sem coragem em analisarmos certas ocorrências , o nosso pensamento e
sentimentos  vamos continuar agarrados á nossa condição de vitimas de
ontem e isto nos dificultará á dar um passo enfrente.

Manos , este tipo de gente cruel  vamos ter sempre pela frente se as
coisas não mudarem em Angola , basta olhar á nossa volta e somarmos
os nossos mortos de cada dia , vitimas de todo tipo de  armadilhas e
não só.

Mais mesmo  sendo o perdão a força forte  que dissolve a raiva  e o
ódio  que sentimos contra  eles só depois das confissões  e
arrependimento  vamos perdoá-los  sim .




Forúm Livre Opinião & Justiça


Fernando Vumby

LUANDA: Portugal esta á venda? Quem Compra?

Portugal está à venda? Quem Compra?
Reedição: Radz Balumuka
www.planaltodemalangeriocapopa.blogspot.com

portugal a vendaSerá Angola a tábua de salvação para a actual crise portuguesa? Serão os angolanos os grandes investidores em Portugal? É o que parece à primeira vista. Mas será realmente assim?
Nos últimos meses de 2012 e no início de 2013 muitos são os comentários que se têm ouvido, quer em Angola, quer em Portugal, principalmente nas ruas e nas redes sociais sobre a “nova colónia da ex-colónia”.
Paira no ar um sentimento de insegurança e incerteza por parte do povo português no sentido de perceber o que se passa. Será que Portugal vai beber do próprio veneno que espalhou noutros tempos? Quem pode garantir que assim será? Ou não?
A actual crise financeira, sobretudo enraizada na Europa, e pela qual Portugal atravessa como um dos piores momentos da sua história está a provocar profundas oscilações e mudanças políticas, organizacionais e, principalmente, empresarias.
As grandes empresas e os grandes impérios económicos portugueses, nomeadamente no sector bancário, da construção civil e das telecomunicações têm sofrido um forte abalo devido à sua incapacidade de fazer frente à falta de liquidez.
Com o desemprego a aumentar a um ritmo frenético, as empresas e grupos económicos têm procurado nos empresários angolanos, brasileiros, chineses, e não só, uma fuga à insolvência ou à banca rota.
A encabeçar a lista de maiores accionistas na criação de parcerias e na compra de empresas, está a engenheira Isabel dos Santos. Esta mulher de negócios, de apenas 40 anos, é filha do Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos e é vista por uns como uma solução para os problemas financeiros em Portugal e por outros como um perigo eminente que, em representação da sua família, tenta “colonizar” a antiga colónia.
Exemplos disso são as mais recentes aquisições de acções, em grande parte, da maioridade da ZON TV Cabo, Banco Espirito Santo e marca Sonae, com o Continente e a Optimus.
Para além das “compras”, Angola tem apostado nas parcerias e na tomada de decisão de levar para Angola as grandes empresas portuguesas, principalmente na área da construção civil, banca, indústria alimentar, tais como a Caixa Geral de Depósitos, Banco Santander Totta, BFA, em representação do BPI, Millennium Angola, Mota-Engil, Teixeira Duarte, Soares da Costa, a Portugal Telecom, a Zon (Tv Cabo), a Galp, o Jornal Sol e, mais recentemente, os supermercados Continente.
Este é o reverso da medalha com o total aproveitamento das capacidades económicas que Angola apresenta neste momento, face ao período conturbado para as empresas portuguesas que sobrevivem, dia a dia aos aumentos de impostos e de imposições por parte do governo português, condicionados pelas exigências da Troika.
Portugal está à venda? Esta é uma das perguntas que paira no ar. Vão respondendo alguns países em ascensão económica. Um deles é Angola. Curiosamente, Angola, uma ex-colónia portuguesa que conquistou a sua independência em 1975. Desde essa altura e, principalmente a partir do momento em que estabilizou, após a assinatura da paz em 2002, este país da África Sub-Sahariana está a crescer, a procurar a sua reconstrução nacional, baseada no desenvolvimento político e económico em que os investimentos fora de portas conferem-lhe, cada vez mais, um estatuto de novos patrões africanos e atentos aos grandes e milionários negócios um pouco por todo o Mundo.
NEGÓCIOS AO PREÇO DA UVA - Para além de Angola, também o Brasil e a China são duas potências em franco desenvolvimento e crescimento económico. As suas apostas não se observam apenas em Portugal, mas sim um pouco por toda a Europa. No entanto, a afinidade com o país à beira mar plantado tem cativado a sua atenção.
À parte do comércio e do turismo, Portugal representa para estas novas potências emergentes economicamente uma “apetecível” ocasião para fechar bons negócios, a preços bastante convidativos.
A crise em Portugal não é desejável pelos países ditos irmãos mas tem sido muito “agradável” adquirir acções de várias empresas em diferentes sectores. Empresas com história no mundo dos negócios, com credibilidade e mercado a nível internacional.
Casos gritantes como os da privatização da EDP, RTP, TAP ou, mesmo, a CIMPOR suscitaram o interesse a estes países que estão a atravessar uma fase economicamente positiva e que têm poder de compra. Para Portugal é favorável, na medida em que precisa de capital que possa fazer face à dívida ao FMI.
Economicamente, esta movimentação pode ser muito interessante; no entanto, em praça pública, a população lusa teme não só que Portugal perca as suas grandes empresas e que a privatização das mesmas seja um “mau negócio”, como teme por uma “vingançazinha” do passado, ainda muito recente. As opiniões dividem-se. Muitos questionam: de onde vem tanto dinheiro? Quem nunca jogou ao Monopólio. É isso mesmo! O mercado e os grandes accionistas angolanos observam as oportunidades. Vão comprando pequenas percentagens. Sempre que têm uma oportunidade avançam. Porque dinheiro abunda. Fruto da indústria diamantífera e do petróleo, os empresários vão conseguindo aos poucos ganhar terreno no capital das empresas que procuram soluções rápidas e a todo o custo.
Os negócios mais sonantes e que têm o “dedo e os dólares angolanos” já existem no mercado, quer português, quer angolano com bastante expressividade.
Os números são variáveis e sempre mantidos debaixo de grande secretismo. Para os portugueses, valores aceites, muito abaixo do mercado real, para os angolanos com mais um excelente investimento para proporcionar ao seu país o acesso a melhores serviços.
Investimento esse que se estima já ultrapassar os 200 milhões de Euros, com participações da Sonangol no BCP, na Galp, na compra da ESCOM ao grupo Espírito Santo, na participação das acções na Amorim Energia, Banco BIC, o BPI que representa o BFA e a Zon TV Cabo que deu origem à ZAP, tal como a Portugal Telecom deu origem à Unitel e agora mais recentemente a entrada da Sonae em Angola, não só pelos hipermercados Continente como também pela compra (ainda em negociação) da Operadora móvel Optimus.
Este sucesso nos mercados internacionais deve-se a uma frescura que Angola consegue manter desde o início desta crise financeira global. O PIB angolano continua a crescer anualmente três vezes mais do que o resto do mundo. Algo que continua a surpreender e a tornar este país cada vez mais atrativo para investir e emigrar.
Para além de todo este investimento, reconhecido a nível internacional e que vai sendo publicado pela comunicação social, há um outro tipo de investimentos que chama à atenção e atrai as mais variadas opiniões. As compras. O comércio. As visitas, cada vez mais frequentes, o luxo procurado nos hotéis, nos restaurantes, nas lojas, nas discotecas.
Um mundo verdadeiramente à parte e invejado por quem anda a contar os trocos para poder comer.
“É um pouco estranho ver esta nova sociedade angolana que vem para Lisboa e que gasta numa loja de roupa ou numa discoteca cerca de 1000 Euros numa única peça de roupa ou numa garrafa de champanhe. Para quem está a passar por apertos para poder colocar comida no prato, acho que nós, os portugueses, nunca estivemos habituados a ver um luxo destes vindo de um país que sempre foi falado pela guerra e pelo que se ouve. Mas alguém tem que investir em Portugal, se tiverem que ser os angolanos, pois que seja”, disse Vanessa Soares.
É notório, entre as conversas que se ouvem nos cafés, nas lojas e até falando com alguns empresários, é percetível o gosto e a procura dos angolanos pelos produtos portugueses.
“Como luso-angolano, prefiro que as empresas portuguesas sejam vendidas a empresários Angolanos do que a chineses ou outro qualquer país, não só pela ligação umbilical que os dois países têm, como por ser neste momento de grande importância para a exportação de mão-de-obra e bens de consumo. As grandes empresas portuguesas sempre foram geridas na base do compadrio e chulagem, com cargos importantes para familiares e amigos. Trabalhei numa grande empresa durante 13 anos e constatei esse facto. Actualmente uma das maiores empresas portuguesas foi adquirida na sua totalidade por capital brasileiro e em poucos dias alteraram tudo o que tinha a ver com comportamentos burgueses e mordomias de parte das chefias. Por estes e outros motivos, sou a favor de mudança de mentalidades e claro, a entrada de dinheiro fresco”, contou à Figuras & Negócios, Wilson Lima, angolano naturalizado português que vive entre Angola e Portugal à procura de melhores oportunidades de vida.
“Este é daqueles tópicos que vão dar que falar...do que me tenho apercebido, o principal objetivo é conseguir implementar o negócio dessas empresas em Angola ao mais baixo custo possível. É mais barato comprar a empresa e assim trazer a tecnologia know-how e profissionais para cá (Luanda) do que pagar pelos serviços e patentes. Penso que não será por uma questão de investimento em Portugal... não trás grande lucro, pelo menos atualmente”, expressou Tito Martins, mais um português que encontrou em Angola a escapatória para a crise e para o desemprego.
PORTUGUESES EM ANGOLA NÃO PARAM DE CRESCER
A crise, o desemprego e a sombra da Troika têm “empurrado” os portugueses, cada vez mais para a saída do país e Angola, como um novo mundo de oportunidades, tem sido um dos destinos mais procurados.
Desde 2003, os serviços de emigração estimam que de 21 mil tenham passado a residir e trabalhar em Angola, mais de 100 mil portugueses. Já a circulação de angolanos passou a fazer-se no sentido contrário. Desde 2009, o número de angolanos ou com dupla nacionalidade a chegar ou a regressar a Angola aproximou-se dos 30 mil.
Portugal está em crise. À beira da banca rota. Já partiram para Angola quatro vezes mais portugueses do que angolanos chegaram a Portugal.
As oportunidades crescem e quem está com a corda no pescoço tem que pensar rápido e partir. Na mala vão as esperanças e o desejo de que a crise acabe rapidamente. O que parece ainda estar apenas sob uma miragem. Especialmente numa fase de reconstrução nacional e ascensão que vão permitindo abertura ao mercado internacional de trabalho.

LISBOA: Portugal está entre as maiores lavandarias dos recursos financeiros roubados de Angola, essa afirmação pertence ao causidico David Mendes proferidas a parte do Meeting que decorre sob o lema, a corrupção em Angola realizado em Lisboa Portugal, pela euro deputada Ana gomes do partido socialista português.


David Mendes: Portugal deve devolver investimentos angolanos ilícitos
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david mendes  85224533Portugal está entre «as maiores lavandarias dos recursos roubados de Angola»
O advogado angolano David Mendes disse esta sexta-feira, em Lisboa, que Portugal compactua com a corrupção em Angola ao aceitar investimentos com origem ilícita deste país, instando o Estado português a investigar e devolver estes recursos à Angola.
«Facilmente pode-se chegar à conclusão que Portugal tem interesse em que este grupo que sustenta a corrupção em Angola continue (a atuar), porque entram em Portugal, semanalmente, quase 40 milhões de dólares» (30,9 milhões de euros), disse Mendes, que integra também a Associação Mãos Livres.
O advogado angolano fez estas declarações à margem de uma audiência pública, organizada pela eurodeputada socialista Ana Gomes, em que se discutiu um relatório sobre corrupção em Angola.
O documento, da Corruption Watch e da Associação Mãos Livres, aponta o alegado envolvimento de figuras do regime angolano, incluindo o Presidente angolano José Eduardo dos Santos, e intermediários num contrato que terá lesado Angola em mais de 700 milhões de dólares (541 milhões de euros), num acordo para restruturar a dívida de Angola à Rússia que data dos anos de 1990.
«O fluxo de dinheiro de Angola para Portugal é superior aos investimentos feitos em Angola», afirmou Mendes.
De acordo com o advogado, «esse grupo (angolano) de pessoas ligadas ao poder tem uma relação umbilical também com políticos portugueses que estão no poder».
«Portugal poderia saber de uma forma fácil como estas pessoas obtém o dinheiro e chegar à conclusão que este dinheiro é ilícito», referiu ainda, citado pela Lusa.
«Sendo dinheiro ilícito, ainda que os investimentos em Portugal sejam lícitos, o Estado português tem a obrigação de cancelar estes investimentos e devolver o dinheiro para Angola», acrescentou.
Portugal, segundo o ativista, tem a obrigação de saber se os capitais que entram no seu território pagam os seus impostos em Angola, um país que tem tantas limitações no que se refere ao bem-estar da população, que passa por carências extremas.
«A par da China e do Brasil», Portugal está entre «as maiores lavandarias dos recursos roubados de Angola», referiu ainda o ativista político angolano Rafael Marques.
Marques, entretanto, já vê «sinais na sociedade portuguesa, sobretudo dos magistrados, de prestar a atenção a esta situação e este é um sinal positivo que deve ser reconhecido, porque a magistratura portuguesa acaba por conferir alguma respeitabilidade ao Estado português».
«Há uma certa resistência por parte da sociedade angolana a tudo isso que se passa, mas tem mais a ver com o discurso de Portugal, do que com os cidadãos portugueses», indicou ainda Rafael Marques.
«O governo português é visto como um acessório de propaganda do governo angolano, pelas declarações que os dirigentes portugueses fazem a favor da elite angolana, desta elite corrupta», sublinhou o ativista angolano.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

LISBOA: A Euro Deputada socialista Portuguesa Ana Gomes promove em Portugal Lisboa, um audição publica sobre a corrupção desenfreada do regime corrupto ditatorial angolano.

A eurodeputada Ana Gomes, irá promover amanhã, 24 de Maio, uma audição pública sobre o tema “Corrupção e Direitos Humanos: Os Desafios de Angola e o Papel de Portugal”.
No encontro, Ana Gomes apresentará o seu relatório sobre o impacto da corrupção sobre os direitos humanos.
A sessão contará com a presença de Rafael Marques de Morais, jornalista e autor do livro Diamantes de Sangue: Tortura e Corrupção em Angola, uma denúncia contundente sobre as violações sistemáticas de direitos humanos nas regiões diamantíferas das Lundas, no nordeste de Angola. Participará também no debate Andrew Feinstein, ex-deputado sul-africano e director da Corruption Watch UK, autor do relatório Fraude em Altos Cargos: O Contrato Corrupto da Dívida de Angola à Rússia.
A audição pública de amanhã realiza-se no seguimento de vários debates sobre o mesmo tema, promovidos pela eurodeputada portuguesa no Parlamento Europeu em Bruxelas nos últimos meses, que contaram também com a presença de Rafael Marques de Morais.
A sessão pública terá lugar às 10:30 no Gabinete do Parlamento Europeu, no Largo Jean Monet, n.º 1-6, em Lisboa.