ISAÍAS SAMAKUVA APELA OS JOVENS A LUTAR CONTRA POBREZA E A CORRUPÇÃO E EXCLUSÃO
O Presidente da UNITA, Isaías Samakuva reconheceu sábado passado que a continuidade do Partido e do país reside na juventude.
Falando durante o acto de massas em celebração do 39º aniversário da fundação da Juventude Unida Revolucionária de Angola – JURA, Isaías Samakuva destacou o papel importante desempenhado pela juventude nas diferentes fases da história do nosso país. “É a juventude que lutou pela independência de Angola, é a juventude que lutou pela democratização do nosso país, é a juventude que tem lutado para a defesa e protecção das conquistas já alcançadas”, sublinhou, acrescentando que celebrar o dia da JURA é, além de honrar a memória dos heróis que tombaram pela liberdade, reflectir sobre o presente e o futuro do nosso país. Analisando o percurso dos últimos 37 anos de independência, o líder da UNITA fez questão de sublinhar que o nosso país não se livrou do sofrimento, tendo destacado os problemas sociais que afectam em particular a juventude, nomeadamente a problemática do abastecimento de água, educação e saúde. Quanto ao abastecimento de água potável, criticou a ineficácia do programa do governo angolano “água para todos”, que se resume em alguns chafarizes que depois de construídos em algumas zonas, funcionaram alguns dias e paralisaram, sem nunca terem sido recuperados. “As nossas irmãs, as nossas filhas ainda têm de ir com baldes e bidons ao rio procurar carretar água”, enfatizou. Relativamente a educação, o presidente da UNITA admitiu que algum esforço esteja a ser desenvolvimento na construção de escolas, mas as mesmas não oferecem a qualidade de ensino desejada para a formação da juventude. “Escolas que sejam paredes para a televisão filmar e dizer que está aqui uma escola não é isso que queremos”, avançou. O dirigente da maior força política da oposição em Angola defendeu bom salário e condições de trabalho para os professores para que possam desempenhar convenientemente o seu papel fundamental de formar a consciência da nação. Sobre saúde, Isaías Samakuva defendeu hospitais que tenham todas as condições necessárias para a assistência médica medicamentosa às populações. O Presidente Samakuva questionou o patriotismo dos membros do MPLA que integram o actual governo, acusando-os de conivência devido ao seu silêncio perante as injustiças que se cometem no país. De acordo com o mais alto dirigente da UNITA apesar de o país dispor de dinheiro que chega para dar felicidade aos angolanos, só um pequeno grupo de pessoas estão a subir na vida com os recursos que pertencem a todos os angolanos. “O país tem dinheiro suficiente para construir habitação para todos, com água e energia elétrica. Há dinheiro suficiente para que cada aldeia, bairro tenha um hospital para tratar o povo, mas esse dinheiro está a servir para os jogos de risco na Europa quando aqui no país angolanos morrem de fome”, revelou Isaías Samakuva. No dia da Juventude da UNITA, Isaías Samakuva acusou o regime angolano de ser responsável pelo que chamou de cancro da corrupção no país, para “manter as pessoas subordinadas e indigentes. “Andam aí com envelopes (dinheiro) no seio da juventude a querer comprar consciências, para que a juventude não pense no país”. No dia da comemoração da JURA, o líder da UNITA voltou a falar de Kamulingui e Kassule, jovens que no exercício do direito plasmado na Constituição foram raptados e desapareceram há mais de um ano. A esse respeito, Isaías Samakuva criticou as autoridades angolanas por não passarem de simples promessas de investigar o caso do seu rapto e consequente desaparecimento físico. A mudança de regime é, na óptica do Presidente da UNITA, a alternativa que resta aos angolanos, para se pôr cobro o sofrimento. “Organizemo-nos para operar uma mudança radical no nosso país”, sugeriu o líder da UNITA, que garantiu aos funcionários públicos e aos membros das forças de segurança a manutenção dos seus empregos e bons salários. Por outro lado, Isaías Samakuva acusou o partido no poder de criar separatismo entre os angolanos ao mesmo tempo que compra consciências com dinheiros públicos e usa os meios de comunicação social para exibir os seus trofeus. “É atraso. Num país civilizado e democrático a pessoa é livre de escolher o partido da sua opção”, afirmou numa referência à apresentação pela mídia angolana de cidadãos que decidem filiarem-se no MPLA. O líder da UNITA recordou que o seu partido tem lutado por Angola e pelos angolanos e que tem gozado da simpatia de milhões de cidadãos nacionais. “Hoje a UNITA é cada vez mais querida pelos angolanos”, sublinhou. De salientar que a JURA elegeu o município de Wako Kungo para albergar as actividades comemorativas do 39º aniversário da sua fundação. Delegações de doze províncias de Angola deslocaram-se à região e tomaram parte dos trabalhos. |