terça-feira, 13 de agosto de 2013

LUANDA: A tragicomédia de Lopo Do Nascimento representa a historia de um homem moribundo que passou ao estado morto, "morrido matado". Lopo do nascimento é um corrupto igualzinho aos seus pares dentro do apodrecido império EDUARDISTA, Ele não passa de mais um elegante escravocrata da linhagem diabólica do bando chefiado pelo ladrão mor, e chefe do regime escravocrata que existe em Angola nossa terra sequestrada.

Até Tu, Lopo!
A trajectória de Lopo do Nascimento, actual deputado do MPLA na Assembleia Nacional, como a voz moderada, credível e crítica do regime, é digna de um livro. Durante muitos anos, vários sectores da sociedade, quer no seio do regime quer no seio da oposição e da sociedade civil, alimentaram a esperança de que Lopo do Nascimento seria o candidato presidencial ideal para congregá-los. Viam nele uma reserva moral da política nacional. No entanto, também se reconhecia em Lopo do Nascimento, que já ocupou os cargos de primeiro-ministro e secretário-geral do MPLA, falta de coragem para enfrentar abertamente o presidente José Eduardo dos Santos e o seu círculo de poder pessoal.
 
A respeitabilidade política cultivada por Lopo do Nascimento passou a ser questionável quando, em 2011, assumiu o cargo de presidente do Conselho-Geral e de Supervisão da Coba, uma das maiores empresas portuguesas de consultoria em engenharia civil e ambiental.
 
Em 2010, Lopo do Nascimento formou um consórcio empresarial com a empresa pública Sonangol, que adquiriu 49 porcento da Coba, ao mesmo tempo que era deputado na Assembleia Nacional.
 
Lopo do Nascimento, continua a exercer, cumulativamente, as funções de deputado e de presidente da Coba, baseada em Portugal.
 
Segundo a Constituição, o mandato de deputado é incompatível, entre outros, com “o exercício de funções de administração e gerência ou de qualquer cargo social em sociedades comerciais e demais instituições que prossigam fins lucrativos”. A Constituição estabelece, também, como incompatível, “o exercício de relações jurídico-laborais subordinadas com empresas estrangeiras ou organizações internacionais”.
 
Já a Lei da Probidade define como acto de enriquecimento ilícito a obtenção de vantagem económica “para intermediar a disponibilização ou a aplicação de verba pública de qualquer natureza”.
 
Por altura da conclusão do negócio, em 2011, o presidenta da Coba, Ricardo Oliveira, disse aoDiário Económico que “há cerca de um ano, o grupo de Lopo de Nascimento propôs-nos fazer esta parceria, um processo que está agora concluído”. Na altura, ninguém questionou, como a Sonangol, empresa pública, pode ter feito parte do grupo empresarial constituído pelo deputado do MPLA, para o efeito.
 
Em entrevista ao Público, na altura, Ricardo Oliveira explicou a estrutura accionista da Primagest, a empresa angolana que ficou com a Coba: “Já referi que o líder do consórcio é a Sonangol, e o líder da Sonangol é o engenheiro Manuel Vicente. Ao ser o líder tem a maioria do capital. Outra pessoa fundamental para nós é o doutor Lopo do Nascimento, que é parte desse consórcio e que já é nosso parceiro em Angola. Há também um banco angolano, e não preciso saber mais. Se houver mais alguém, será alguém que tem uma posição minoritária”.
 
Não há qualquer informação pública sobre o montante investido pelo consórcio angolano ou sobre a contribuição financeira do Estado angolano, através da Sonangol, para a referida empreitada. O relatório e contas da Sonangol, de 2011, não faz qualquer referência ao seu investimento na Coba, assim como não a inclui entre as suas associadas.
 
Por ocasião do 50° aniversário da Coba, celebrado no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, Lopo do Nascimento discursou perante uma audiência de 700 convidados, na sua qualidade de accionista de referência e presidente do Conselho-Geral e de Supervisão da Coba.
 
“No próximo ano iremos a Argélia e juntamente com a Sonangol contamos entrar em três novos países africanos. Estes movimentos deverão ser realizados em perspectiva idêntica à que utilizámos em Angola, no âmbito de parcerias com empresários locais”, disse Lopo do Nascimento na ocasião.
 
Conclui-se então que a Sonangol dá para tudo.
 
No entanto, a questão fundamental mantém-se: porquê e para quê o país precisa de leis, mesmo quando os representantes eleitos do povo e as suas reservas morais não as respeitam?
 
A Constituição é clara quanto às incompatibilidades de Lopo do Nascimento, ao acumular funções de deputado com um cargo social de uma sociedade comercial. Ademais, o deputado do MPLA mantém uma relação jurídico-laboral com uma empresa estrangeira. Como presidente do Conselho-Geral e de Supervisão, o deputado tem responsabilidades legais para com a Coba, contrariando o disposto na Constituição da sua pátria.
 
Na realidade, são vários os deputados do MPLA engajados na prática de acumulação de funções incompatíveis. Em abono da verdade, já há deputados da oposição que também seguem a mesma prática, com a mesma convicção de impunidade. Caso paradigmático é o do antigo secretário-geral da UNITA e actual deputado à Assembleia Nacional, Lukamba Paulo “Gato”, que preside, cumulativamente, ao conselho de administração da Yoka, uma empresa de empreendimentos e investimentos.
 
Dada a frequência destas prácticas e a impunidade com que são abertamente mantidas, a Assembleia Nacional bem pode rasgar a Constituição e declarar Angola um Estado de Anarquia.
 

ANGOLA: Sociólogo defende que Angola precisa de agitação social, todos já entendemos essa necessidade excepto a nossa credível e degenerativa oposição parlamentarista não entendeu os sinais que enunciam essa necessidade premente.

Angola precisa de agitação social, defende sociólogo


TAMANHO DAS LETRAS
 
Coque Mukuta: VOA
Radz Balumuka: www.planaltodemalangeriocapopa.blogspot.com

MOÇAMBIQUE: Governo e a RENAMO oposição em Moçambique prosseguem diálogo imbatível de surdos. Ninguém entende ninguém, nem ninguém quer ouvir alguém.

Moçambique: Governo e Renamo prosseguem diálogo de surdos

A Renamo exige paridade numérica na composição da Comissão Nacional de Eleições como condição para participar nas eleições de Novembro.
Participação de Renamo nas eleições parece cada vez menos provável
Participação de Renamo nas eleições parece cada vez menos provável

TAMANHO DAS LETRAS
 
Simião Pongoane voa
Radz Balumuka www.planaltodemalangeriocapopa.blogspot.com
Em Moçambique, o governo e a Renamo estão ainda longe de alcançarem um consenso relativamente à composição da Comissão Nacional de Eleições, uma situação que põe em causa a participação do segundo maior partido moçambicano nas eleições de Novembro.
A distância entre as duas partes coloca a Renamo muito longe de participar nas eleições municipais de 20 de Novembro próximo, já que a sessão extraordinária do parlamento que devia debater a revisão da lei eleitoral no espírito do diálogo político entre o governo e a Renamo termina na quinta-feira.

Nenhuma das duas partes em diálogo submeteu o assunto a Assembleia da República e faltam apenas três dias para o fim da sessão extraordinária.

A Renamo aguarda por um acordo político com o governo para levar o assunto ao Parlamento, segundo afirma Angelina Enoque, chefe da bancada parlamentar do maior partido da oposição em Moçambique.

Para o governo, a questão da paridade numérica na composição da Comissão Nacional de Eleições, exigida pela Renamo viola a Constituição da República e por isso não pode ser acomodada.

Neste contexto, a Renamo vai mesmo ficar fora das eleições de Novembro próximo a menos que haja milagre de última hora no diálogo entre as duas partes. Aliás, até Quinta-feira os deputados estão em prontidão para receber e debater o assunto. O apelo à prontidão foi feito pela presidente da Assembleia da República, Verónica Macamo, no final da sessão desta segunda-feira.

Entretanto, em Muxungue, província de Sofala os guerrilheiros da Renamo e as forcas do governo trocaram tiros no fim-de-semana que provocaram a morte de pelo menos duas pessoas. Algumas fontes dizem que as vitimas são civis e outras falam de soldados do governo.

As duas partes não dizem nada sobre o incidente que terá ocorrido em Pandja, perto da sede do posto administrativo de Muxungue, onde termina a zona de exclusão imposta pela Renamo em alegada defesa ao bastião do seu líder Afonso Dhlakama
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ANGOLA: As reivindicações na Província de Cabinda tendem em agravar-se a cada dia que passa.

As reivindicações em Cabinda podem agravar


TAMANHO DAS LETRAS
 
Manuel José
Radz Balumuka
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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

MALANGE: Mentiras Palacianas da Cidade Alta - Por Raul Diniz

MENTIRAS PALACIANAS DA CIDADE ALTA

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JES ESTÁ OU NÃO DOENTE CAMARADAS?
José Eduardo Dos Santos não se ausentou de Angola em gozo de férias, por esse motivo tudo se torna mais preocupante ainda para todos! O regime habitualmente fechado em torno de si mesmo, em nada ajuda a tranquilizar o país politico, pois tudo que o regime possa vir a aventar para justificar a prolongada ausência do soba titular da ditadura vigorante em Angola, serão avaliados pelo país politico como de meros ensaios de autoproteção do regime que tende a extinguir-se por si só. Informações colhidas dentro e fora da cidade alta levam a crer como verdadeiras algumas especulações acerca do estado de saúde de José Eduardo dos Santos. O presidente da republica do MPLA/JES esta de facto muito doente, essa situação não poderá ser desmentida pelo regime a não ser que venham a publico justificar o injustificado até aos dias de hoje! Não me refiro aqui naquilo que todos sabemos por portas e travessas no tocante ao câncer da próstata já operado por duas vezes, mas, a nossa curiosidade preocupante esta virada para todo um quadro de saúde deveras complicado que enunciam um horripilante quadro de saúde gravíssimo, provocado por uma possível infeção generalizada que deixa completamente fragilizado o presidente proporcionando-lhe um estado emocionalmente desestabilizador em toda extensão do seu ser “psico-biológico”.
DA DITADURA APODRECIDA NÃO FLUI VERDADE ALGUMA
Sinceramente não se entende a razão que leva o governo angolano a fechar-se em copas, e não informar a toda angolanidade a verdadeira razão da ausência tão prolongada de José Eduardo dos Santos do País! O que o povo Angolano menos precisa é das especulações que transporta esse ensurdecedor silencio patrocinado pelas hostes da ditadura apesar de no seu interior estar cheios de porte paroles, silencio esse, que proporciona a uma serie de especulações desencontradas uma das outras em busca de uma verdade escondida a sete chaves. Todos os angolanos por razões diversificadas estão interessados em saber qual é a real situação do estado de saúde do ditador. Não estamos aqui a falar do estado de saúde de nenhum extraterrestre, mas de um simples mortal igual outro qualquer, ele não é especial para nada nem para ninguém se excetuar-se a sua família e amigos. Na verdade, o nosso interesse em querermos informações a respeito do estado de saúde ou do que anda ele a fazer no exterior há quase dois meses está relacionado com a situação periclitante em termos de segurança que o nosso país sequestrado por ele e seus comparsas atravessa a mais de três décadas.
MENTIR É O LEMA, MAS, MENTIR SEMPRE E MUITO PARA CONFUNDIR TUDO E TODOS.
A articulação do partido que administra desastrosamente a nossa terra não é viável por não estar compatível com as necessidades imediatas que o país e o povo tanto precisam. Assim sendo os alicerces da democracia defendida por JES não se identifica e nem se caracterizam minimante com as exigidas no concerto das nações pluralistas que contemporizam as democracias representativas. JES transformou o povo angolano “multiétnico” num povo “multiséptico”, só mesmo Deus para salvar a alma da nossa penosa angolanidade quase totalmente perdida. Por isso mentir é sinônimo de verdade para o regime, mentir, e mentir muito para confundir tudo e todos tornou-se a palavra de ordem que circula no palácio da cidade alta. Mas até quando camaradas!
JES NUNCA TEVE NENHUM PROJETO DE GOVERNAÇÃO VIÁVEL PARA O PAÍS
José Eduardo dos Santos não tem nem nunca teve um projeto de angolanidade que servisse como pendor para democratização da sociedade angolana no seu todo! JES apenas quis o poder pelo poder e para isso instrumentalizou o partido MPLA/partido do trabalho na altura criado por ele mesmo para agradar aos seus sogros Soviéticos. Assim sendo terminou por sequestrar o nosso “M” culminando com o total sequestro da nossa amada angola. Na altura as lideranças do “M” encontravam-se adormecidas por acreditarem que a guerra era a saída plausível para reverter os propósitos destorcidos habilmente disfarçados que oscilavam embrionariamente na mente do ditador em potencia que vivia na alma de Eduardo dos Santos.
Hoje porem, fica-nos muito mais fácil conhecer e determinarmos a verdadeira face das confluências que caracterizam as nuance dogmáticas que prognosticam ideologicamente a difusa mente do ditador chefe da junta de segurança militar que governa o nosso país!


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

EUA: Barack Obama anuncia mudanças na forma de fazer espionagem


EUA anunciam mudanças na espionagem

O presidente norte-americano prometeu hoje melhorar a supervisão dos programas de espionagem, com vista a uma maior confiança e transparência.
Lusa
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EUA anunciam mudanças na espionagemReuters/Jonathan Ernst
O Presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou hoje mudanças nos programas governamentais de espionagem e admitiu o crescendo de preocupações quanto à privacidade dos cidadãos.
Obama disse que vai permitir um maior controlo externo dos programas e solicitar ao Congresso que reveja uma parte controversa da Lei Patriota, criada após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, que autoriza a recolha de registos telefónicos.
"Vamos tomar medidas para aumentar a supervisão, a transparência e o controlo", afirmou, durante uma conferência de imprensa que decorreu na Casa Branca.
"Não basta que esses programas tenham a minha confiança. O povo norte-americano também deve confiar neles", insistiu Obama, garantindo que o objetivo do seu governo não é "espiar os cidadãos normais".
Por outro lado, o Presidente norte-americano considerou que a chegada de Putin à Presidência da Federação Russa, com quem diz "não ter más relações", aumentou a retórica anti-norte-americana por parte dos russos.
Obama, que anulou a sua participação numa cimeira com o seu homólogo russo, previsto para o início de setembro, afastou a ideia de um boicote aos Jogos Olímpicos de Inverno, que vão decorrer em Sochi, na Federação Russa, em 2014.

Tempestade mediática 



A decisão de realizar a conferência de imprensa foi tomada depois de Edward Snowden, um ex-consultor informático que se refugiou na Federação Russa, ter desencadeado uma tempestade mediática ao revelar detalhes de um programa norte-americano de  espionagem da internet e telefonemas.
Já depois de Obama ter começado a dar a conferência de imprensa, o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, rejeitou a existência de uma guerra fria entre russos e norte-americanos, acrescentando que o caso Snowden não afeta a relação.
Em 25 de julho, a Câmara dos Representantes rejeitou uma proposta de corte de financiamento para alguns dos programas da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em Inglês), por uma surpreendentemente estreita margem (205-217), com tanto os  democratas como os republicanos preocupados com a privacidade dos cidadãos.

Defesa da privacidade 



Na quinta-feira, Obama teve conversações com os presidentes das principais empresas de tecnologias de informação e comunicação, como Apple, Google e AT&T, relatou o jornal portal Político.
"O encontro decorre de um diálogo em curso que o Presidente promoveu sobre a forma de respeitar a privacidade ao mesmo tempo que se protege a segurança nacional numa era digital", adiantou outro dirigente governamental, sem mais detalhes.
A decisão russa de dar asilo a Snowden causou uma reação irritada dos norte-americanos, que querem julgar o ex-consultor.  
Depois da conferência de imprensa, Obama parte para umas férias com a família, durante uma semana.

LUANDA: O país paralizado e perdido no tempo motivado pelo desaparecimento misterioso da cena monolitica do ditador Angolano

Angola Procura Paradeiro do Presidente
O presidente da República, José Eduardo dos Santos, encontra-se ausente do país há mais de 40 dias, sem uma explicação oficial.

Por norma, quando o presidente viaja para o interior ou exterior do país, os principais membros dos órgãos de soberania e do seu executivo perfilham-se em cumprimentos de despedida junto ao avião. O ritual repete-se no seu regresso.

A 26 de Junho passado, José Eduardo dos Santos embarcou na Base Aérea Militar nº 1, em Luanda, com destino a Barcelona. A sua viagem foi anunciada publicamente pela presidência e destacada pelos mídia estatais como “visita de carácter privado”. Em 34 anos de poder, esta é a primeira vez que Dos Santos se encontra ausente do país, de forma ininterrupta, por mais de um mês.

No ano passado, o presidente esteve em Barcelona por duas semanas, em visita privada. À chegada a Luanda, a 11 de Julho de 2012, o então vice-presidente Fernando Dias dos Santos “Nandó”, apresentou-lhe os cumprimentos de boas-vindas, com cobertura mediática. O mesmo aconteceu em 2011 e em 2009.

Estranhamente, o presidente apenas realiza ou anuncia visitas privadas a Barcelona. Será a única cidade no mundo que lhe agrada visitar?

Rumores, com origem no seu séquito, referem sempre as suas viagens à Espanha como visitas para exames ou tratamento médico. Também se diz que, em algumas ocasiões, o presidente passa apenas por Barcelona, com destino ao leste da Europa, para cuidar da sua saúde em segredo.

Em 2006, após uma fuga de informação ter gerado notícias na imprensa brasileira, a Presidência da República sancionou a divulgação da informação em Angola sobre o internamento do presidente numa clínica no Rio de Janeiro, Brasil.

A notícia indicava que Dos Santos havia tido “uma reacção alérgica ao iodo radioactivo usado como contraste num exame, mas já teve alta e está de boa saúde”.

A Angop referiu também que o Chefe de Estado padecia, há alguns anos, de uma lesão no tendão de Aquiles, do pé esquerdo.

José Eduardo dos Santos é, antes de tudo, um ser humano. É espantoso como a sua imagem foi construída como alguém que não adoece nem precisa de férias, mas apenas de visitas privadas a Barcelona.

A ausência injustificada do presidente do país é uma grande falta de respeito à sociedade angolana. É um acto de arrogância que demonstra, sobremaneira, o grau cumulativo de indiferença, apatia e ignorância que enfermam a nossa sociedade.

No entanto, o cerne da questão, sobre a ausência do presidente, pouco tem a ver com o seu estado de saúde. A preocupação deve ser mais profunda.

Estranhamente, a ausência do presidente Dos Santos gera um ambiente político sereno. O sistema de auto-gestão do seu executivo é menos danoso: “patrão fora, dia santo na loja”. A população, no geral, manifesta indiferença à sua ausência. Essa indiferença pode ser interpretada como um alívio no contexto actual em que o regime se serve apenas do Estado e trata a população, para além da necessidade do voto, como marginal.

De certo modo, a sociedade sente mais a presença do presidente em quatro vertentes fundamentais: a sua especialidade no controlo do aparelho repressivo; a sua mestria na gestão dos assuntos e fundos do Estado como actos sobre a sua propriedade privada; a sua excelência na manipulação dos jogos de intrigas políticas, sociais e económicas a seu favor; o seu poder de infiltração e corrupção de governos estrangeiros, sobretudo o português, por via da satisfação dos seus interesses económicos, para sua legitimação e protecção internacional.

Caso Angola tivesse instituições soberanas subordinadas ao Estado democrático e de direito, a Assembleia Nacional, já deveria estar a trabalhar na substituição do líder ausente.

A lei concede a todos os funcionários públicos, incluindo o mais alto magistrado da Nação, um período de férias anual de 30 dias. O presidente da República não está acima da lei, como ele próprio cinicamente faz questão de lembrar aos seus principais críticos. Do mais alto servidor público esperam-se exemplos que inspirem o escrupuloso cumprimento da lei.

Ao exceder largamente o período de férias a que tem direito, sem justificação oficial, José Eduardo dos Santos incorre no acto de abandono do lugar. Cabe ao Tribunal Constitucional, de acordo com a Constituição, verificar a vacatura do cargo de presidente da República.

Ninguém nega a Dos Santos, como qualquer servidor público, o direito de desfrutar de férias anuais. Como qualquer mortal, ninguém exige que JES seja imune a doenças e à necessidade de assistência médica.
Mas férias ou idas a médicos explicam-se facilmente. Todos os angolanos aceitariam com naturalidade a informação de que o presidente da República está enfermo. Quem está livre disso? Fazer de Dos Santos um ser mitológico como o grego Aquiles, aparentemente imune a doenças e de todo invulnerável, excepto no tendão, só provoca especulações.

A questão fundamental reside em aferir até que ponto José Eduardo dos Santos faz falta à sociedade, na condição de presidente. O fim do seu poder significaria o caos para Angola ou o início de uma nova era de liberdade e democratização efectiva?

Ao ignorar o poder dos soberanos que o elegeram, de forma atípica, José Eduardo dos Santos legitima as exigências para a sua demissão.

O país não deve continuar refém da figura do actual presidente do MPLA e da República.