segunda-feira, 26 de agosto de 2013

HAVANA: Cuba desistiu de dar asilo ao analista Norte Americano Snowden após pressão dos EUA

Havana recusou receber Snowden após pressão dos EUA

Jornal russo Kommersant diz que Havana informou a Rússia de que não devia autorizar o analista americano a embarcar no avião.
Snowden acabou por receber asilo temporário na Rússia AFP
Um jornal russo noticiou que foi a recusa de Cuba em receber Edward Snowden que fez com que o antigo analista de informação da CIA e da Agência de Segurança Nacional (NSA) norte-americana ficasse preso no aeroporto de Moscovo durante semanas.
Segundo o jornal Kommersant, que cita fontes russas e americanas, Snowden tinha bilhete e já um lugar atribuído no voo para Havana que partiu a 24 de Junho do aeroporto de Sheremetevo, onde aterrou no dia anterior vindo de Hong-Kong. Mas no último minuto, as autoridades cubanas informaram as congéneres russas de que não deveriam permitir o seu embarque.
Jornalistas que conheciam as intenções de Snowden viajaram no mesmo avião, mas apenas para constatar que o lugar de Snowden ficou vazio. O jornal afirma que Havana mudou de ideias depois de ter sido pressionada pelos Estados Unidos, que querem julgar o antigo analista por espionagem, pela entrega de documentos secretos da NSA a vários jornais.
Nas semanas seguintes, Snowden permaneceu na zona de trânsito internacional de Sheremetevo, enquanto aguardava resposta dos vários países a que pediu asilo. Face à recusa de uns e à impossibilidade de viajar para outros sem correr o risco de ser interceptado, o analista acabou por receber asilo temporário da Rússia, na condição de não divulgar mais informações sobre as actividades das secretas norte-americanas.
Kommersant revela ainda que Snowden passou alguns dias no consulado russo em Hong-Kong, onde se encontrava quando o jornal Guardian começou a publicar notícias sobre o vasto programa de vigilância posto em marcha nos últimos anos pela NSA, para comunicar a sua intenção de viajar para a América Latina fazendo escala em Moscovo. “O percurso que escolheu e o pedido de ajuda foram uma completa surpresa para nós. Não os convidámos”, assegurou uma fonte do Governo russo.
O asilo oferecido a Snowden arrefeceu as relações entre Washington e Moscovo e, dias depois de formalizado, o Presidente Barack Obama adiou o encontro agendado para Setembro com o seu homólogo, Vladimir Putin.

 

sábado, 24 de agosto de 2013

MALANJE: Mentiras Descartáveis Sobre Artur Pestana "PEPETELA" Por Raul Diniz

MENTIRAS DESCARTÁVEIS SOBRE ARTUR PESTANA “PEPETELA”

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Quem não conheceu e/ou não conhece a alma cívica que no passado prevaleceu no interior do malogrado MPLA de outrora é que se arroja a falar tanta besteira desordenada, que acabam por culminam sempre em deslavadas mentiradas.
OS IRRESPONSÁVEIS FALA BARATO TRANSGRESSORES DA VERDADE
 Quem com desrespeitoso e atrevimento se aventurou a verberar tamanhas baboseiras completamente desconexas e desajustadas acerca do caráter da grande pessoa humana que é o meu camarada Pepetela, arrisca-se a ficar desprovido de credibilidade no epiciclo realista da nossa historia contemporânea no seu todo. Nunca consegui entender a razão desse elevadíssimo teor rancoroso tão desgastante, que vem sendo diluído em torno da pessoa pacifica e inteligente de Artur Carlos Mauricio Pestana dos Santos “PEPETELA”. Até hoje ninguém sabe explicar a razão porque nasceram tais boatos acerca da honorabilidade militante por excelência do camarada Pepetela, nem sabemos onde e quando terminara essa estupida  lenga lenga! Percebo que se criaram mecanismos que estimulam esses proscritos a delatar e a denegrir a imagem criada nacional e internacional pelo nosso mais ilustre escritor de todos os tempos. A todo custo tentam tirar-lhe o brio e a dinâmica da trajetória conquistada com enorme esforço no mundo das letras. Que se saiba desde já que não fui nomeado causídico de Pepetela e muito menos me constitui advogado dele para beneficiar de qualquer benesse, apenas busco entender a razão de tanta polêmica em torno desse grande nacionalista angolense. Hoje do mesmo modo que defendo o camarada Pepetela, do mesmo modo defendi no passado e estive sempre ao lado do meu amigo e camarada, o mais velho Ambrósio Lukoki, marido da minha mana Fátita irmã do meu amigo Manuel Quarta  o "Nelito" e estive também sem medo algum ao lado da camarada Luzia Bebiana de Almeida, a nossa querida Ge do Pupula filha do nosso grande cota o mais velho nacionalista de gema Adriano Sebastião. Também não me incomodei nada em posicionar-me ao lado do meu irmão o politico e grande combatente nacionalista da primeira hora, o meu amigo Lólo Neto Kiambata, quando na altura foi acusado irresponsavelmente e até mesmo abusivamente de ser racista alegadamente por camaradas nossos que habitualmente devassam  arbitrariamente a vida alheia! Como poderia o meu amigo Lólo Neto ser racista se a sua casa espiritual e familiar é por excelência multicolor? Para quem não sabe que, fique agora definitivamente esclarecido, a casa do nosso Kiambata é, e sempre foi um reino bantu multicolor, multicolor ou o que lhe quiserem chamar, mas nunca considerem o habitat de LóloNeto um feudo racista.
A VERDADE SEMPRE VENCE
Mais tarde compreendi e mantive-me ao lado de outro nacionalista e membro do nosso “M” o Dr Marcolino Moco hoje em situação oponente a JES tal como eu, mas isso só representa mais democracia e maior articulação com a base politica do partido dos camaradas que hoje estão completamente cegos e fora da realidade politica, econômica e social que o país atravessa. Isso que dizer que é a democracia interna em movimento, apesar de não ser aceite e a todo custo tem sido combatido pelo JESEANISNO EDUARDISTA, mas, isso não importa, pois quem ganha com tudo isso futuramente é o país e o próprio MPLA hoje propriedade de JES. O grosso do atual problema angolano não passa por Pepetela e ele próprio Pepetela sabe-o bem que não. O nosso problema esta naquele que outrora fora aclamado senão pela totalidade dos angolanos, no mínimo foi aplaudido pela maioria do povo militante do MPLA, exceto por mim. Eu já conhecia JES com quem tive um primeiro desentendimento em 1974 em Portugal, no Hotel Flamingo situado na Avenida Castilho próximo ao largo do rato onde ficava a casa de Angola. Esse meu pequenino desentendimento com JES não foi por ele jamais esquecido, infelizmente para mim ele dura até aos dias de hoje, só que agora quem esta deveras sentido com a arrogância desse ditador sou eu. Mas como dizia problema angolano atual não passa pela atuação de Pepetela na então “inventona fraccionista” ao lado de Neto, o nosso atual problema tem origens maiores e mais cruéis e também mais sangrentas por se ter transformado num preconceituoso problema segregacionista, e esse problema tem nome e e esse nome passa pelo indisfarçável ditador de estimação dos portugueses, russos, chineses e espanhóis, pela família dele, e pelos seus descabidos e quase caídos aficionados. Hoje aquele que era idolatrado pelos afincados membros da militância do “M”, hoje é odiado ao extremo pelo poder da militância popular angolense do MPLA Movimento. Então camaradas, por que perpetuar uma mentira tão descabida em torno do nacionalista Pepetela e mantê-lo como alvo preferencial para masturbação psicótica de tão aleivosos militantes invejosos e de alguns paranoicos caçadores da mentira necroscópica?
O SENHOR DA MENTIRA É O DIABO
 Eu estou desde já ao lado desse cavaleiro da literatura moderna angolana e não apenas  estou do lado do escritor, mas também com o humanista que mora no coração espiritual do politico autóctone nacionalista angolano branco que é o nosso integro e valoroso Pepetela.

Voltando ao assunto, reconheço que existe tanta maldade que chega a ficar mal transportar tanto recalcamento contra o nosso mais renomado escritor, sobretudo quando esse recalcamento se concentra  em mentiras e insinuações pouco nobres de quem pretende a todo custo culpar Pepetela de uma situação da qual ele não foi autor e muito menos cúmplice nem em atitude e nem na estratégia, pelo simples facto de nunca ter feito parte da coordenação do golpe que Agostinho Neto e seus pares deram no interior do MPLA e que levou a consumação do banho de sangue ocorrido em 27 de setembro de 1977.
Todos nós os envolvidos sabemos quem são os culpados dessa chacina ocorrida no nosso solo pátrio, e o principal culpado são em primeiro lugar a guerra fria, os São Marx, São Engles e o São Lenine, depois seguem-se os soviéticos e o diabo que se encarregaram de colocar gente nossa uns contra os outros. Trata-se aqui de uma vez por todas de honrarmos a verdade e trazer a responsabilidade o maquiavélico ditador primaz de Angola, o poeta assassino António Agostinho Neto. Ao lado de Agostinho Neto sempre estiveram Lucio Lara, Henriques Teles carreira o IKO, N'dozi que esteve na linha de comando do fuzilamento de Nito Alves, Zé Van-Dunen e Sita Vales, com seu chefe direto Iko Carreira. Discretamente, mas os mais audazes foram mesmo Henriques santos Onambwe, Ludi Kissassunda, Helder Neto e o sinistro Henrique Abranches. Não entendo a razão que levam insistentemente em colocar o Pepetela no epicentro dessa confusão?
A CULPA É DE ANTONIO AGOSTINHO NETO E DE SEUS PARES
Se não sabiam que saibam então agora, que na altura Pepetela e Saidy Mingas foram cotados pelo triunvirato que comandava na altura a encenação terrificante de 27 de Maio de 1977 para serem sacrificados em nome da revolução “NETISTA” conhecida como a ditadura do operariado num país que sequer tinha e nem tem indústria alguma nem operários! O slogan sinistro utilizado onde se dizia que o povo estava no poder apenas era falacioso e servia igualmente para o inglês ver, e leva-lo a acreditar que de facto existia o poder popular em Angola, a tal democracia do proletariado, lembram-se camaradas! Pensavam estes, que a morte sacrificial de alguns camaradas nossos na altura ajudariam a criar um sentimento de tristeza e de revolta junto da sociedade assimilada do momento.  Agora camaradas, parem com essa tentativa de linchar de crucificar e denegrir um homem honrado, intelectual e guerrilheiro da primeira ora que em momento algum se serviu do partido e do poder para satisfação pessoal e/ou familiar, pois se o Pepetela é culpado de algo relacionado com a sinistra odisseia assassina de maio de 1977, então todos nós o somos. Também de uma maneira ou de outra estivemos igualmente envolvido nessa trama encontrando-nos uns de um lado, e outros do lado oposto da barricada. Pessoalmente tenho a minha cota parte da responsabilidade por ter sido preso no dia da chacina e perdido mais de sete pessoas da minha família incluindo um irmão que fazia parte do comando da nona brigada motorizada. Não se esqueçam nunca que o senhor absoluto da mentira é o diabo, satanás
A CULPA É DE DOS SANTOS
Vamos acabar com essas mentiras camaradas, e para sempre deixemos o nosso maior escritor criar suas, nossas histórias cada vez mais ousadas e esclarecedoras do momento que estamos todos a vivenciar, falta isso sim, e espero que ele o Pepetela o faça  com brevidade, como cultivador de inteligências íntegras e formador de opinião, que se pronuncie de que lado está, se do povo ou se do lado do ditador JES e da sua leviana ditadura.
Raul Diniz

                                                              

LUANDA: A policia politica outra vez em ação, desta vez contra a saída do país dos jornalistas afetos ao club-k e ativistas dos direitos políticos e civis angolanos, José Gama e Lucas Pedro.


José Gama Interditado de Sair do País
O activista cívico José Gama, conotado com o maior portal de informação em Angola, o Club-K, está interditado de sair do país, de acordo com a instrução n°650/13-DNIAP-Proc. n° 47/13, da Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP).
 
Assinado pela diretora nacional do DNIAP, a sub-procuradora-geral da República Júlia Rosa de Lacerda Gonçalves, a instrução, dirigida ao diretor do Serviço de Migração e Estrangeiros, refere:
“Estando em curso na DNIAP (…) o Processo-Crime registado sob o n° 47/13, vimos nos termos combinados dos artigos 3.° do Decreto n.° 3/00 de 14 de Janeiro e 92.° do Código de Processo Penal, solicitar a Vossa Excelência, se digne mandar interditar a saída do país, dos cidadãos abaixo discriminados:”
 
Para além de José Gama, o outro visado é Lucas Pedro Fenguele, analista freelance, que chegou a publicar vários textos no Club-K.
 
Recentemente, o Procurador-Geral da República, general João Maria Moreira de Sousa, apresentou uma queixa-crime contra o Club-K, um portal baseado no exterior do país, por três artigos veiculados a seu respeito pelo referido portal.
 
Por desconhecimento da identidade dos proprietários, editores ou autores dos artigos em causa, o Procurador-Geral moveu acções contra José Gama e Lucas Pedro. Estas são as figuras conotadas publicamente com Club-K e ao alcance da PGR.
 
José Gama, de 35 anos, vive há 16 anos em Pretória, na África do Sul, onde frequenta o último ano do curso de Relações Internacionais da Universidade da África do Sul (UNISA). O activista tem viagem marcada para o dia 25 de Agosto, com destino a Lisboa, antes de regressar à África do Sul.
 
Por sua vez, Lucas Pedro, deveria deslocar-se à África do Sul em Setembro, para gozo de férias.
 
Em Julho passado, o DNIAP constituiu José Gama e Lucas Pedro em arguidos por crimes de abuso de imprensa, difamação, calúnia e injúrias em dois processos criminais distintos, um movido pelo general João Maria de Sousa e outro pelo comissário-chefe Pedro Alexandre, diretor da Direcção Nacional de Investigação Criminal (DNIC).
 
No primeiro artigo, publicado a 29 de Janeiro passado, o Club-K alegava que o Procurador-Geral da República estabeleceu um pacto com o seu advogado português, Paulo Amaral Blanco, para usufruto pessoal de US $10 milhões, dos fundos recuperados em Portugal, no âmbito do caso do Banco Nacional de Angola (BNA).
 
No segundo, o Club-K reproduziu uma notícia do jornal português Expresso, sobre a investigação contra o general João Maria de Sousa, em Portugal, por suspeitas de fraude fiscal e branqueamento de capitais, sob processo administrativo 1764/11 Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).
 
Finalmente, a 5 de Março, o referido portal publicou um texto alegando que o Procurador-Geral da República de Angola adquiriu uma mansão em Lisboa.
 
Por sua vez, o director nacional da DNIC, comissário-chefe Pedro Alexandre, intentou outra acção contra o mesmo portal, por denúncia de um alegado caso de tortura cometido por efectivos da instituição que dirige.
 
O advogado de defesa dos arguidos, Salvador Freire, disse ao Maka Angola que a interdição de saída de José Gama e Lucas Pedro “é ilegal porque nenhum deles é suspeito de ter cometido um crime merecedor de interdição. É simples”.
 
Segundo o causídico, “estamos num país onde as pessoas com poder fazem o que querem e bem entendem, sem o mínimo respeito pelas normas elementares de justiça”.
 
Para o advogado, a PGR e a DNIC deviam ter notificado a direcção do Club-K e não os seus clientes. “A PGR e a DNIC nem sequer sabem onde o portal está registado e a partir de onde se publicam as notícias”.
 
A Procuradoria-Geral ouviu Lucas pela primeira vez a 12 de Junho. Passadas três semanas, a 5 de Julho, ambos os arguidos foram ouvidos por mais de quatro horas.
 
No dia 9 de Julho passado, após mais uma sessão de interrogatórios, a directora do DNIAP, a sub-procuradora-geral da República, Júlia Rosa de Lacerda Gonçalves, aplicou o termo de identidade e residência a José Gama. Estabeleceu, para o efeito, a África do Sul como seu país de residência. O referido termo anotou também os endereços residenciais e de serviço da mãe do arguido para notificação.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

HARARE: O Ditador Robert Mugabe, amigo e colega de outro mesquinho ditador, o angolano José Eduardo dos Santos, assume hoje o seu sétimo mandato seguido no Zimbabwe

Ditador Robert Mugabe assume sétimo mandato seguido no Zimbábue

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O ditador do Zimbábue, Robert Mugabe, 89, assumiu nesta quinta-feira seu sétimo mandato seguido, após 33 anos dirigindo o país. No mês passado, ele venceu o primeiro-ministro do país, Morgan Tsvangirai, em eleição que despertou suspeitas de fraude.
A posse de Mugabe, na capital Harare, reuniu mais de 60 mil pessoas, a maioria seguidores do ditador, e foi boicotada pela oposição, que alega que o pleito não foi limpo. O juramento de posse foi realizado no Estádio Nacional da cidade, diante do presidente do Supremo Tribunal, Godfrey Chidyausiku.
ALEXANDER JOE/AFP
Ditador do Zimbábue, Robert Mugabe, se prepara para assumir sétimo mandato em cerimônia com 60 mil seguidores em Harare
Ditador do Zimbábue, Robert Mugabe, se prepara para assumir sétimo mandato em cerimônia com 60 mil seguidores em Harare
Divulgação: Radz Balumuka
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O ato foi acompanhado por vários líderes africanos, entre eles os presidentes de Moçambique, da República Democrática do Congo e da Namíbia e o primeiro-ministro da Suazilândia. A África do Sul, vizinho de maior economia, foi representada pelo vice-presidente Kgalema Motlanthe e o ex-presidente Thabo Mbeki.
Mugabe assume um mandato de cinco anos, que terminará quando completar 94 anos. Antes da eleição, o ditador afirmou que este será seu último mandato. Ele venceu a eleição presidencial de 31 de julho com 61% dos votos, em um pleito questionado pela oposição por suspeitas de fraude.
Dentre elas, a confusão na lista de eleitores, que retiraram diversos cidadãos aptos a votar. O porta-voz do chefe de governo, Luke Tamborinyoka, disse que a posse não seria acompanhada por Tsvangirai porque "não poderia ir à festa de um ladrão".
"Querer que ele vá à posse é como querer que a vítima de um roubo vá a uma festa organizada pelo ladrão", afirmou.
O Reino Unido, que colonizou o país até 1980, afirma que o resultado da eleição não foi confiável. "Eu acredito fortemente que seja necessária uma investigação independente de todas as acusações de irregularidades para que esse resultado tenha credibilidade", afirmou o chanceler britânico, William Hague.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

PRETORIA: África Do Sul ajudou Portugal a conter nacionalistas angolanos

África do Sul ajudou Portugal a conter nacionalistas angolanos

Novo livro detalha intervenção que "mudou quadro operacional". General angolano fala à VOA da aliança UNITA/ SWAPO
Exército portugués em Angola
Exército portugués em Angola

TAMANHO DAS LETRAS
 
João Santa Rita: VOA
Radz Balumuka: www.planaltodemalanjeriocapopa.blogspot.com
O envolvimento sul-africano ao lado de Portugal na guerra da independência de Angola permitiu ao governo colonial “conter a guerra dos movimentos de libertação em Angola”, disse o tenente general Miguel Júnior das forças armadas angolanas.

O general falava á Voz da América na sequência da publicação do seu livro “Guerra Colonial – O Envolvimento das Forças de defesa da África do Sul no Sudeste de Angola (1966/1974: um estudo de contra-insurreição”.





Os esforços de guerra de Portugal em Angola sempre foram considerados por especialistas e historiadores os que mais sucesso tiveram entre os três teatros de guerra (os outros sendo a Guiné-Bissau e Moçambique).

Miguel Júnior disse à Voz da América que até agora o envolvimento da África do Sul na guerra colonial em Angola tinha sido abordado de forma superficial e que o seu livro tinha como objectivo aprofundar a questão através de uma investigação mais profunda

“O envolvimento sul-africano (na guerra colonial portuguesa) é significativo,” disse o general Miguel Júnior.

“Esse envolvimento contribuiu sobremaneira para conter a guerra dos movimentos de libertação em Angola,” acrescentou.

O general recordou que de 1966 a 1974 o leste de Angola foi a área geográfica mais crítica em termos da guerra de guerrilha contra Portugal que contava om um problema da falta de meios financeiros e militares.

“ A África do Sul socorreu Portugal com meios …. que tiveram o seu impacto em termos de mudança do quadro operacional. Essa é a realidade,” disse o general.

O autor angolano fez notar que em termos de tropas no terreno a intervenção sul-africana foi “reduzida” mas maior e de grande influência em termos de meios materiais, conselheiros e oficiais de ligação.

“A contra insurreição é das forças armadas portuguesas mas a componente sul-africana é parte integrante disso,” disse o general para quem essas duas componentes  “não se podem separar”.

A intervenção sul-africana “teve um peso porque ajudou a reverter o quadro”.

Na sua entrevista á Voz da América o Tenente General Miguel Júnior disse que uma das intensões da África do Sul ao intervir em Angola era impedir o possível uso do território angolano pelo movimento de libertação da Namíbia, a SWAPO.

O general disse que durante esse período a SWAPO e a UNITA tinham estabelecido uma “parceria”.

“A SWAPO precisava dos préstimo da UNITA para atingir o sudoeste africano (Namíbia),” disse o general.

O livro está actualmente à venda em Angola e poderá em breve ser também vendido em Portugal.

LUANDA: Mãos livres protesta contra contínua detenção de jovem ativista

Angola: Mãos Livres protesta contra contínua detenção de jovem

Detenção ligada a desaparecimento de activistas mas procuradoria diz desconnhecer o caso
 Alberto dos Santos
Alberto dos Santos

TAMANHO DAS LETRAS
 
Coque Mukuta: VOA
Radz Balumuka: www.planaltodemalanjeriocapopa.blogspot.com
Continua detido em Luanda o jovem Alberto António dos Santos que foi companheiro de activistas  desaparecido há quase um ano e seis meses.

A polícia de investigação criminal mantém-no sob detenção como suspeito pelo desaparecimento de Isaías Cassule e Alves Kamulingue, enquanto a Procuradoria Geral da República junta a DNIC desconhece a detenção de algum elemento no processo dos dois activistas.

Segundo o Presidente das Mãos Livres, Advogado Salvador Freire, há mais de dois meses que não lhes é dado a nota de pronúncia para serem constituídos defensores de Alberto dos Santos, companheiro de Alves Kamolingue e de Isaías Cassule, dois activistas desaparecidos quando tentavam organizar uma manifestação em apoio aos ex-militares.

Uma fonte próxima a Procuradoria-Geral da República junto à DNIC disse não existir qualquer elemento preso no processo 180/13 sobre o desaparecimento de Kamolingue e Cassule.

Salvador Freire intitula o acto como negação de justiça ao jovem activista.
“Nós achamos que há aqui uma denegação de justiça porque nós estamos a espera da nota de pronuncia para nos constituirmos advogados do jovem que já está preso a muito tempo” lamentou.

“E a nossa constituição é clara todo cidadão tem direito a defesa,” acrescentou o causídico.

Na Direcção Nacional de Investigação Criminal a nossa fonte disse que o jovem Alberto António dos Santos está preso como suspeito pelo desaparecimento de Isaías Cassule e Alves Kamulingue.

Fernando Alberto, irmão de Alberto dos Santos, preso no dia 27 de Março, pede á DNIC e á Procuradoria que investiguem mais rapidamente  possível para não manterem o seu irmão preso inocentemente:

“O que nós queremos é que resolvam isso o mais rapidamente possível e que não fique a cumprir a prisão de forma injusta” apelou.

LUANDA: Policias e fiscais roubam vendedeiras a mão armada. Esse o registo de situações criadas pelo estado do deixa andar criado a preceito pelo regime de José Eduardo dos Santos!

Polícias e Fiscais Roubam Vendedeiras à Mão Armada
“Três polícias armados e oito fiscais arrombaram a porta da minha casa, entraram e apontaram-me as armas e disseram-me para não me mexer ou falar”, conta Esperança Néné, de 55 anos, residente na Vila de Cacuaco, em Luanda.
 
O caso aconteceu a 14 de Agosto, por volta das 14h00. “Eu tentei reclamar que a polícia não tinha o direito de invadir assim a minha casa e apontar-me armas sem eu ter feito nada. Um deles disse-me: ‘Se te mexeres ou continuares a falar vais parar à cadeia e, ainda por cima, vais pagar uma multa de 150,000 kwanzas (US $1,500)”, explica.
 
Postada à porta de casa, a sua filha Maria Manuel, de 23 anos, tentou impedir a entrada da polícia para a sala. “O chefe da missão, o Sr. Waldemar, agarrou-a e atirou-a violentamente contra a parede. Depois é que me apontaram as armas”, narra a mãe.
 
Esperança Néné dedica-se à venda de fardos e calçados em segunda mão. No seu quintal outras vendedeiras guardam também o seu negócio.
 
“Os polícias roubaram-me seis balões de fardo, oito sacos de calçados usados e oito trouxas de roupa, que algumas senhoras guardavam aqui. Até a minha pasta, com 70,000 kwanzas, que estava no cadeirão da minha sala, os polícias roubaram também”, denuncia a vítima.
 
De acordo com a vendedeira de fardos, os agentes policiais e fiscais da administração municipal do Cacuaco, não exibiram mandado de busca e apreensão ou invocaram qualquer justificação legal para invadir a sua residência e confiscar os seus bens. Usaram três carrinhas da fiscalização para transportar os bens roubados.
 
David Mendes, o conhecido advogado dos pobres, refere que os agentes policiais “incorrem no crime de introdução em casa alheia e de roubo qualificado com violência por terem agido sem um mandado de busca e apreensão”.
 
Segundo o advogado, “o mandado tem de especificar o que os agentes vão buscar ou apreender. A casa tem de estar devidamente identificada no mandado e os objetos, apreendidos têm de ser descritos”.
 
“No final da apreensão, tem de ser feito um auto de apreensão, assinado pelos agentes da Polícia Nacional e pela dona de casa. Doutro modo, é roubo qualificado”, esclarece David Mendes.
 
Maka Angola tentou contactar o Comando Municipal da Polícia Nacional em Cacuaco, assim como o departamento de fiscalização, sem sucesso.
 
Esperança Néné nota que “eles [agentes policiais e fiscais] têm ordens para dar corrida às mulheres que vendem na rua e não para arrombar casas alheias e roubar”.
 
Um grupo de mulheres, afectadas pelo assalto, dirigiu-se ao departamento de fiscalização municipal no dia seguinte, a 15 de Agosto, para reaver os seus bens, depositados na referida instituição.
 
 
O Perfil das Vítimas do Roubo
 
Maka Angola ouviu algumas dessas mulheres e as suas histórias pessoais. Todas elas são, sem excepção, a principal fonte de sustento das suas famílias através do comércio informal que praticam.
 
As mulheres são unânimes em afirmar que, no encontro com o responsável da fiscalização municipal do Cacuaco que comandou o assalto, conhecido apenas por Waldemar, este exigiu a quantia de 55,000 kwanzas (US $550) de cada uma delas para o resgate dos seus bens. O chefe da fiscalização, afirmam, alega que o montante corresponde a uma multa por serem “vendedoras ambulantes”. As mulheres interrogam-se, incrédulas, como lhes pode ser exigido pagar uma multa por bens roubados à mão armada de uma residência.
 
Fátima dos Santos, de 40 anos, viúva com três filhos a seu cargo, revela que as autoridades levaram quatro balões de fardo seus, por si adquiridos a 190,000 kwanzas. “Eu e outras senhoras que perdemos o negócio vendemos no mercado do Pique. Nós não vendemos na rua e cada uma das vendedeiras paga, diariamente, 100 kwanzas à fiscalização municipal de Cacuaco. Então, onde está o nosso crime?” questiona.
 
Ao reclamar “com boas maneiras”, junto do responsável da fiscalização, Fátima Santos conta que o Sr. Waldemar disse-lhe “para nós nos queixarmos onde quisermos porque nada vai acontecer. Perdemos e pronto”.
 
Esperança Néné tem a seu cargo a maioria dos seus nove filhos, e ainda um neto órfão. O marido, motorista de profissão, teve um acidente há 12 anos que o deixou incapacitado para conduzir. Desde então, depende da mulher para o sustento.
 
Madalena Boa tem 72 anos. Vende maboque à porta da sua residência. Tinha uma caixa de maboque e a sua melhor roupa, para a igreja, guardados em casa de Esperança Néné. Madalena Boa é deficiente física. As vizinhas apoiam-na, para superar as suas dificuldades de locomoção. As autoridades levaram a sua fruta e a sua roupa para os actos religiosos. “Como a fiscalização me pede 55 mil kwanzas para devolver a minha fruta e a minha roupa que estava bem dobrada num saco? Eu nem sequer tenho dinheiro para comer hoje. Essa polícia nem pena de uma deficiente tem?”, interroga-se.
 
Joana Manuel, de 34 anos, grávida de oito meses, desmaiou quando soube da perda do seu negócio. Do lote levado pelos fiscais e agentes policiais constavam três caixas de pilhas, lanternas, sabonetes, pasta de dentes e guardanapos no valor de 35,000 kwanzas. O seu marido encontra-se internado há três meses, com diabetes, e tem cinco filhos para sustentar, quatro dos quais são órfãos de pai. “Ficámos sem nada. Era todo o meu negócio para sustentar a família, levar alimentos para o meu marido. Não lhe disse nada para não o matar”, lamenta Joana Manuel.
 
Maria João, de 43 anos, teve de ir à escola socorrer o seu filho que deslocou o braço, durante uma brincadeira no intervalo da escola. Levou-o ao hospital e, no regresso no período da tarde, dirigiu-se à casa de Esperança Néné para cuidar do seu negócio de sapatos usados. Chegou pouco depois dos agentes policiais e fiscais terem realizado a sua operação. Ficou sem quatro sacos de sapatos usados.
 
“Eu sou o pai e a mãe de sete filhos, três dos quais são órfãos do meu irmão. O que faço agora? Aqueles sacos eram o meu investimento para sustentá-los”, desabafa Maria João.
 
Indignada, Maria João conta o que se passou no departamento de fiscalização, para onde se dirigiram a 15 e 17 de Agosto, tendo lá passado o dia todo, até cerca das 20h00. “Nós vimos os agentes da Polícia Nacional e os fiscais a dividirem os nossos bens entre si, quando fomos reclamar à fiscalização. Escolheram o que lhes interessava, o que achavam podre puseram de lado para ir oferecer aos leprosos para fingirem que são caridosos, estes ladrões”, disse.
 
Maria Alberto, 32 anos, é viúva e mãe de seis filhos. Perdeu um saco de calçado em segunda mão, no qual investiu 25,000 kwanzas. “Os nossos bens estavam dentro de uma casa, não estavam na estrada. Qual é o direito da polícia em arrombar uma casa e levar as coisas que encontra lá?”
 
Maria José Famoroso, de 24 anos, também perdeu um saco de calçado em segunda mão. “Nós também fomos à esquadra da polícia da vila de Cacuaco. Os agentes que apontaram as armas à D. Esperança Néné e lhe assaltaram são da esquadra da vila. Deram-nos corrida e mandaram-nos ir ter com a fiscalização. Estamos mesmo mal. A pessoa até já não sabe o que fazer para sobreviver nesse país”, diz Maria José Famoroso.
 
Efectivos do Comando Municipal da Polícia Nacional e do departamento de fiscalização da administração municipal de Cacuaco continuam a realizar operações de assaltos a residências de vendedeiras, segundo soube o Maka Angola pouco antes da publicação desta matéria.Maka Angola retomará o assunto tão logo obtenha mais entrevistas com as novas vítimas.