segunda-feira, 25 de novembro de 2013

LUANDA: O dia seguinte da manifestação da UNITA - Por Reginaldo Silva


O dia seguinte da manifestação da Unita - Reginaldo Silva


  • Fonte: morrodamainga                                                                                                                                                                     Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
  •                                                                                                                                                           tamanho da fonte diminuir o tamanho da fonte aumentar o tamanho da fonte
O dia seguinte da manifestação da Unita - Reginaldo Silva

O que se passou este fim-de-semana em Luanda e noutras cidades e vilas do país ainda não sei muito bem, em termos de referência, como vai marcar a longa e penosa transição angolana (mais de 20 anos) para um regime democrático devidamente consolidado e adulto, desiderato que, aparentemente, se está a distanciar do horizonte quando olhamos para o calendário local.
Gostaríamos todos de acreditar que o "País tem rumo" (já chega de instabilidade/ desorientação/desgovernação/medo/terror/propaganda), o que em termos mais consensuais só é possível se esta agenda tiver em conta antes de mais o facto de sermos uma sociedade civil e política que cada vez mais pensa pela cabeça dos seus membros e cada vez mais irá agir em conformidade com uma tal diversidade/pluralismo.
Tendo como pano de fundo o pesadelo das "primaveras", o uso da preventiva e repressiva força da violência institucional, assumida (e não assumida) no confronto com os manifestantes, parece ser apenas uma solução de contenção imediata, com todos os receios que se alimentam em relação ao efeito da bola de neve/dominó.
O que é facto, é que não se pode passar a vida toda a governar um país que quer ser democrático com tais receios, numa altura que o abismo da guerra foi transposto há mais de dez anos.
Por este "devagar", a imagem de Angola no exterior só pode estar a deteriorar-se a olhos vistos, por mais que se invista na sua cosmética.
Internamente já nem adianta fazer alguma pesquisa de opinião mais séria, para se concluir que os resultados não seriam positivos para a imagem do Governo.
Os "inquéritos populares" da média estatal com que se preenchem as "notícias" já não resolvem o assunto.
Por outro lado, deve ficar claro que a maior parte dos angolanos, mesmo que tenha sido vítima dela, não participou dessa guerra, que hoje continua a ser evocada como uma arma de permanente arremesso e condicionamento político.
Até quando?
Do alto do nosso morro felizmente continuamos a não divisar qualquer possibilidade deste país regressar aos seus tempos mais difíceis, isto é, aos tempos da guerra, mas também não conseguimos ver como é que Angola se irá democratizar para além da instrumentalizada CRA, a manter-se este garrote, em que só as forças rubro-negras da constelação M podem sair a rua e manifestar-se.
Assim sendo, digamos que neste preciso momento, o rumo que o país tem chama-se impasse, entenda-se, compasso de espera, leia-se, tempo para reflectir com alguma urgência e a máxima abrangência, interprete-se, necessidade de dialogar sem camisolas, em pé de igualdade e sem figuras totêmicas. É o que se aconselha para já, enquanto ainda estamos juntos e assim desejo que fiquemos para sempre, com o envolvimento de todas as forças vivas, mortas, desaparecidas, compradas e amedrontadas do país.
Angola não é propriedade de ninguém (por mais que a queiram privatizar), incluindo os partido
s e as suas lideranças, que quando chegam ao poder têm um mandato muito bem definido no tempo e nos objectivos, que normalmente nunca cumprem por acção e omissão.
A única legitimidade permanente e a todo o tempo que existe é a dos cidadãos, todos os cidadãos, pronunciarem-se sobre o rumo que o país deve ou não seguir...
Reginaldo Silva

MAPUTO: Renamo diz que Dhlakama está bem e de saúde em Moçambique

Renamo diz que Dhlakama “está bem” e em Moçambique

“Dentro em breve voltará a falar para o seu precioso povo”, disse o secretário-geral dos antigos rebeldes, que esteve fugido com o líder, até há uma semana.
O anúncio foi feito por Manuel Bissopo, que estava com Dhlakama no dia 21 de Outubro, quando o Exército ocupou a principal base da antiga guerrilha e principal partido da oposição parlamentar - Satungira, na província de Sofala. O líder “está bem de saúde”, disse.
“O Presidente não saiu para nenhum país. Ele está dentro do país e acompanha atentamente o desenrolar dos acontecimentos da vida política, económica e social”, afirmou, numa conferência imprensa, na sede nacional da antiga guerrilha.
Manuel Bissopo disse ter estado com Dhlakama até há uma semana. “Ele mandou-me para aqui, para explicar aos moçambicanos que está bem e dentro em breve voltará a falar para o seu precioso povo.”
No ataque a Satungira, Afonso Dhlakama “retirou-se da sua residência para evitar danos humanos”, disse o secretário-geral. “Saiu a andar e deixou todos os seus bens. As casas e a sala de conferências foram queimadas”, acrescentou.
“O bom é que o Presidente está bem de saúde. O azar é termos perdido o chefe da mobilização nacional, o deputado Milaco”, afirmou. Na sequência da ocupação de Satungira viria a morrer o deputado Armindo Milaco, por ferimentos sofridos.
“Foi bom a Frelimo [Frente de Libertação de Moçambique] ter mandado atacar Satungira porque aquilo constituiu uma grande prova dos argumentos que o meu Presidente dizia que não podia sair de Satungira senão a Frelimo atacaria. Os seus argumentos não eram percebidos, mas o ataque veio a provar”, disse Bissopo.
A entrada de forças governamentais em Satungira foi, em termos políticos, a mais séria ameaça à paz em Moçambique desde os acordos de paz de 1992. Nos últimos meses, uma série de acções militares de que Governo e a Renamo se acusam mutuamente acentuou os receios de um regresso a uma guerra civil que o país viveu durante 16 anos.

LISBOA: Genoma de homens primitivos extintos revela sinais de uma outra especie, mais antiga, e homens

Genoma de homens primitivos extintos revela sinais de uma outra espécie, mais antiga, de humanos

Será a misteriosa espécie agora descoberta totalmente nova ou, pelo contrário, tratar-se-á de uma espécie de humanos da qual já se conhecem restos fósseis, mas cujo ADN ainda não foi sequenciado?
Réplica da falange que permitiu sequenciar o ADN dos denisovanos              INSTITUTO MAX PLANCK
Cientistas norte-americanos encontraram, no ADN dos denisovanos – uma espécie primitiva de humanos recentemente descoberta e hoje extinta –, vestígios de outra espécie de humanos primitivos da qual ainda nada se sabe, noticiou a revista britânica New Scientist.
Os denisovanos são conhecidos com base em restos fósseis muito fragmentários: a ponta de um dedo e dois molares, descobertos em 2008 na gruta Denisova, nos montes Altai, na Sibéria. Viveram até há 30 mil anos e eram “primos” dos neandertais, com quem, aliás, misturaram os seus genes. A linhagem de ambas estas espécies divergiu da nossa há uns 400 mil anos.
O ADN de um ínfimo bocado da falange foi sequenciado na íntegra em 2012. E, agora, David Reich, da Universidade de Harvard (EUA), e colegas analisaram em pormenor esse ADN. Constataram então que o genoma dos denisovanos contém pequenas parcelas genéticas – que, conjuntamente, representam 1% do total – aparentemente muito mais antigas do que o resto. Os seus resultados foram apresentados numa reunião da Royal Society, em Londres.
“Os denisovanos parecem ser mais diferentes dos humanos modernos do que os neandertais”, explicou Reich naquele encontro. “A sua ancestralidade inclui uma população arcaica desconhecida, não relacionada com os neandertais.”
Para Johannes Krause, da Universidade de Tubinga (Alemanha) e um dos geneticistas que estudaram o genoma dos denisovanos, citado pela revista britânica, os resultados da equipa de Reich são convincentes. Mas este especialista pensa que a misteriosa espécie não é nova, mas antes uma espécie da qual já se conhecem restos fósseis, como Homo erectus. Só que como esta e outras espécies de humanos primitivos viviam em ambientes quentes e húmidos – ao contrário dos neandertais e dos denisovanos, que viviam em sítios frios e secos –, o ADN dos seus fósseis está muito degradado e torna-se muito difícil extraí-lo para o sequenciar.

LUANDA: Fiquei perplexo com a lógica vanglorista dos dirigentes do MPLa - diz Ismael Mateus

Fiquei perplexo com a lógica vanglorista dos dirigentes do Mpla - Ismael Mateus

Fiquei perplexo com a lógica vanglorista dos dirigentes do Mpla - Ismael Mateus
Ouvindo ontem um dos entrevistados da TPA, que falava sobre a morte do dirigente juvenil da Casa CE, fiquei estupefacto com a logica vanglorista do "eu avisei que haveria mortos e feridos". Pior, a justificação da morte com a violação do perímetro de segurança do PR.
O que aquele jovem analista não percebe, é que este tipo de argumentos dá consistência à ideia de que a morte foi uma demonstração de força ou uma reacçao desproporcional contra a homens que só tinha na mão panfletos. Qualquer das situações não é digna de um estado de direito. Portanto só podemos entender que se tenha tratado de um incidente e neste caso, nos são devidas muito mais explicações do que as existentes.
Numa situação destas bem se justifica um pronunciamento do secretariado do bureau politico do MPLA. Ninguém deveria ser morto por entrar num perímetro de segurança. Prende-se, como uns foram presos e entrega-se ao ministério publico e depois são levados a tribunal. Se ocorreu um incidente, os autores do disparo devem ser levados a tribunal.
A logica defendida pelo jovem analista do telejornal de ontem não é nada boa e nos empurra curiosamente para os erros cometidos na primavera árabe. Sejamos merecedores da nossa paz. Espero que o MPLA, partido com maiores responsabilidades no nosso país e na defesa dos angolanos, tenha a sensatez de não embarcar nesta logica vanglorista e venha abrir uma investigação rigorosa sobre esta morte, enviar os autores para o ministério publico e deixar que um julgamento justo nos mostre que se tratou ou não de um infeliz incidente. Está na hora de assegurarmos que nesta angolana em paz, mais ninguém deveria morrer por ter ideias diferentes.
Ismael Mateu
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WASHINTGON: Regime angolano usou contra populações bombas de gás lacrimogênio proibidas internacionalmente

Regime angolano usou contra população bombas de gás lacrimogêneo proibidas internacionalmente

Regime angolano usou contra população bombas de gás lacrimogêneo proibidas internacionalmente 1.7 out Washington - As autoridades angolanas usaram, neste sábado (23), contra a população, bombas de gás lacrimogêneo, da fabricante condor,  cuja composição contém teor de tóxicos acima do internacionalmente recomendado, segundo notícias vindas do Brasil.
Fonte: Club-k.net
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
As referidas bombas conforme, as amostras recolhidas, foram adquiridas no Brasil e a sua exposição prolongada pode provocar alguns danos neurológicos e outros. Algumas vendedoras do mercado dos Congolenses desfaleceram conforme ilustra as imagens.

As bombas de gás lacrimogêneo da fabricante condor foram   usadas também pelo governo Brasileiro contra manifestantes, este ano. Em Julho último o  Ministério Público Federal no Rio foi forçado a investigar denúncias de que as referidas  bombas de gás recentemente adquiridas pela Polícia Militar fluminense possuíam  concentração de ortoclorobenzalmalonitrilo, o lacrimogêneo (CS), superior ao permitido pelas leis brasileiras.

Em Angola, a Polícia Nacional usou as bombas de gás lacrimogêneo  apartir de helicóptero e também no contacto horizontal contra manifestantes. Alguns populares de forma a se protegerem tiveram de colocar contentores de lixo nas estradas criando bloqueio para que a policia não avançasse contra a população.

A polícia atirou também o mesmo tóxico contra o líder da UNITA, Isaías Samakuva. Um jovem (de camisola amarela na fotografia) vitima do mesmo gás acabou por morrer após a polícia rejeitar que fosse socorrido pelos populares, ao qual se destacava o deputado José Pedro Ktchiungo, do “Galo Negro”.







domingo, 24 de novembro de 2013

LUANDA: Eduardo dos Santos é quem escolheu as regras do que está ára vir

“Eduardo dos Santos é quem escolheu as regras do que está para vir” - Fernando Tomas

Fonte: Club-k.net
Divulgação: Planalto de Malanje Rio Capôpa  
Um morto é uma tragédia, milhões de mortos são estatística, a tragédia para a ditadura, por ter feito o que fez, há-de ser uma estatística. E por sua própria escolha. Não é possível manter todo um povo sob a ameaça de punhais. O ditador é que escolheu as regras do que está para vir, o ditador e os seus acólitos, quer internos, quer externos. O povo Angolano há muito escolheu o caminho do Estado de Direito, e com isso os seus pressupostos e a sua defesa. É legítimo ver todo um povo a ser massacrado e ficarmos estáticos? É legítimo respeitar quem compactua com quem nos aterroriza?
É legitimo continuar a dar a hipótese da redenção a quem tanto faz mais do mesmo? Não é a só a ditadura que está encurralada, também nós patriotas, e pela simples razão de, termos sido capazes de nos juntar todos em defesa dos princípios que regem a República, agora estamos encurralados uns contra os outros na continuação da luta nos mesmos moldes, ou somos capazes disso agora e não no amanhã, ou também havemos de perecer, não já às mãos do ditador, que o tempo e a incompetência já delinearam o destino, mas da nossa própria gente, que não nos vai perdoar se deixarmos a luta a meio, ou formos periclitantes nesta hora.

A hora de mostramos do que somos feitos e do que valemos é esta. O momento porque muitos esperaram é este.

No Funeral do malogrado Manuel de Carvalho “Ganga” é que há que provar quem está com Angola e com os Angolanos e pela democracia, que quem se sinta com um mínimo de responsabilidade perante o país e si próprio que apareça, que demonstre que os assassinatos políticos não hão-de ser mais tolerados, que a impunidade e a indiferença não é parte da nossa forma de estar e de encarar a vida. A cada um a responsabilidade que lhe cabe.

Manuel "Ganga", para onde fores, se algum lugar existe além deste, que encontres a paz e a justiça que não tiveste nesta Angola ditatorial, nesta Angola que continua a assassinar os seus mais corajosos e honestos filhos, que olhes de onde agora te encontras e que não te envergonhes de nós, e o que eu desejo, e tento fazer por isso e para isso, é que nós, os ainda vivos, não te envergonhem. De onde estás, tenho eu a crença, e tento fazer por essa crença, que ainda te vais orgulhar e rejubilar muito com um país que há-de fazer jus à tua coragem e ao viver que tiveste. Kandados meu irmão, e não perdes por esperar para ver uma Angola pela qual lutaste. Uma Angola livre e democrática!

Fernando Tomas
24 de Novembro de 2013

SÃO PAULO: Angolanos lotam aviões em busca de tratamentos estéticos e/ou de reprodução no Brasil

Angolanos lotam aviões para tratamentos estéticos ou de reprodução assistida no Rio

Angolanos lotam aviões para tratamentos estéticos ou de reprodução assistida no Rio

Que beleza é a natureza das viagens que estão movimentando a ponte aérea Luanda-Rio de Janeiro. Se, nos anos 70 e 80, os angolanos buscavam refúgio contra a guerra civil, hoje vêm atrás de lipoaspiração, terapia capilar, laser contra estrias e, é claro, botox. Como a infraestrutura de serviços ainda é precária no país, pacificado desde 2002, o avião virou a melhor saída para a emergente classe média angolana que quer ter acesso a aparelhos e cosméticos que não existem do lado de lá do Atlântico.
Um cálculo informal do consulado de Angola estima que, dos 25 mil visitantes anuais, pelo menos 30% vêm procurar algum tratamento estético. Nesse vai e vem, outro nicho cresce a olhos vistos: o da reprodução assistida.
"De 2006 para cá, ajudamos no nascimento de 112 bebês angolanos", conta o médico Luiz Fernando Dale, que, no consultório, tem uma prateleira repleta de estatuetas africanas presenteadas pelos clientes. "As mulheres fazem o tratamento e ficam até o parto. E muitas querem gêmeos", acrescenta Dale, que recebe em média três novos pacientes de Angola por semana.
Os três voos semanais da TAAG para o Rio estão sempre lotados. A razão para essa preferência é histórica: entre 1975 e 2002, quando a guerra civil devastou Angola, levas de refugiados foram acolhidos no Rio. Agora os angolanos continuam dando preferência à cidade que os recebeu nos tempos mais difíceis.
Na cirurgia plástica, outro ramo em que o Brasil tem fama mundial, a presença de angolanas (e angolanos) também remete, não raras vezes, à precariedade do atendimento médico: muitos querem corrigir cicatrizes resultantes de operações malfeitas.
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