quarta-feira, 27 de novembro de 2013

LUANDA: Policia lança gás lacrimogênio sobre as pessoas que acompanham o cortejo fúnebre do jovem assassinado pela policia do regime do ditador angolano José Eduardo dos Santos

Polícia lança gás lacrimogénio no cortejo fúnebre do jovem assassinado pela UGP

    Luanda - O cortejo fúnebre para o ultimo adeus ao jovem Manuel Carvalho “Ganga” assassinado no dia 23 de Novembro pela guarda presidencial, esta a ser marcado por turbulência precipitadas pela Policia Nacional.

Fonte: Club-k.net
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
O corpo de Manuel Carvalho “Ganga” encontrava-se, em câmara ardente desde terça feira, no salão dos bombeiros, ao lado do hospital militar de Luanda com previsão de seguir por volta das 9h ao cemitério do São Paulo. Uma multidão esta a marchar a pé desde os bombeiros até ao cemitério com o carro fúnebre em frente e ao mesmo tempo a serem perturbados pela policia que decidiu por na rua um forte aparato de efectivos.

Uma multidão esta a marchar a pé desde os  bombeiros até ao cemitério  com o carro fúnebre em frente e ao mesmo tempo a serem perturbados pela policia que decidiu por na rua um  forte aparato de efectivos.

De acordo com o activista Victor Hugo  Ngongo “Três helicópteros patrulham o cemitério da Santa Ana e há  informações que dizem terem  disparado  bombas de gás lacrimogénio no trajecto bombeiros Santa Ana. Eu estou na Santa Ana.”

Uma segunda  testemunha que acompanhava o cortejo nos arredores do supermercado confirma que foram atirados gás contra as pessoas:  “Fomos travados no cortejo por um  forte aparato policial com gás lacrimogéneo helicópteros  etc. há desmaios ainda não chegamos ao Jumbo. Os helicóptero estão a fazer voo estante e as pessoas estão envolvidas em pó de areia mesmo em torno do carro fúnebre”

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Um terceira testemunha,   amigo do malogrado que pede para não ser citado  conta que , “A marcha funerária de Wilbert Ganga está parada junto ao Jumbo porque a polícia não deixa avançar. Há PIR por todo lado. Fiz o trajecto Feira Popular - Cemitério Sant'Ana de candongueiro e deu pra ver a cavalaria escondida um pouco mais em frente. Os policias estão fortemente armados por todo caminho. Em cima sobrevoa o helicóptero da polícia.”

A  Policia impediu que se realizasse o  cortejo fúnebre   a pé obrigando as pessoas  a apanharem autocarros para chegarem até ao cemitério. 
“Fomos  impedidos pela barreira da polícia que encontramos no Jumbo. A  situação está feia, até os mortos são impedidos de serem enterrados. O carro da urna está parado. Os polícias alegam que estão a espera das ordens superiores”, lamentou  uma quarta testemunha. 
Noticia em desenvolvimento


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terça-feira, 26 de novembro de 2013

LUANDA: O assassinato de Ganga e a Impunidade da UGP - Pot Rafael Marques

O Assassinato de Ganga e a Impunidade da UGP
Fonte: Makaangola
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
26/11/2013
O funeral do activista político Manuel de Carvalho Hilberto Ganga, morto a tiro por um membro da Unidade de Segurança Presidencial (USP), a 23 de Novembro, será realizado na Quarta-feira, às 10h00, no Cemitério de Santana.
 
Para hoje, Terça-feira, a partir das 21h00 está marcado o velório na unidade dos Bombeiros, junto ao Largo da Independência.
 
“A família do malogrado e nós, a CASA-CE, estamos a trabalhar unidos na realização das exéquias fúnebres para honrarmos a vida e as convicções políticas do nosso irmão e companheiro Ganga”, disse o membro da direcção da CASA-CE, Américo Chivukuvuku.
 
O dirigente da coligação política referiu ainda que agentes dos serviços de inteligência têm estado a intimidar familiares do malogrado.
 
Manuel Ganga, de 28 anos, era o chefe do Departamento Nacional de Mobilização e membro do Conselho de Direcção da CASA-CE, a terceira maior força política no país, com oito assentos parlamentares. O malogrado tinha terminado a sua formação em engenharia de construção civil e encontrava-se a preparar a sua defesa de tese. Deixou órfão um filho.
 
Nas primeiras horas da madrugada do dia 23, o jovem encontrava-se a colar panfletos políticos no Estádio dos Coqueiros, que se situa numa zona residencial, na zona baixa da cidade, com vários edifícios altos. Do outro lado da estrada, a partir do portão principal do Estádio, há uma saída alternativa do Palácio Presidencial, situado no topo da colina, na Cidade Alta.
 
Ironicamente, os panfletos pediam justiça para os assassinatos de Alves Kamulingue e Isaías Cassule, desaparecidos há mais de um ano, pelo seu envolvimento numa tentativa de manifestação de centenas de ex-membros da Unidade de Guarda Presidencial (UGP).
 
Uma das testemunhas, António Baião, referiu que cinco membros da Unidade de Segurança Presidencial (USP), entre os quais um tenente, devidamente uniformizados, interpelaram o grupo de activistas perto da meia-noite e meia. A USP é uma sub-unidade da UGP, responsável pela protecção imediata do presidente da República, da sua família e do Palácio Presidencial.
 
António Baião, secretário para a Informação da CASA-CE, supervisionava o grupo de oito membros do seu partido, entre os quais Ganga, que estavam encarregues da colagem de cartazes políticos, na cidade baixa, dos Coqueiros até ao Porto de Luanda
 
Segundo António Baião, os efectivos da USP questionaram-nos sobre a sua actividade, tendo estes mostrado os cartazes e explicado a sua iniciativa política. O grupo ficou retido durante pouco mais de meia hora, enquanto o oficial da USP comunicava com os seus superiores.
 
António Baião referiu que os elementos da segurança presidencial proferiram várias ameaças contra o seu grupo, enquanto aguardavam instruções. Segundo Baião, um dos elementos da USP ameaçou os militantes: “Essa hora, a fazerem esse trabalho, vocês vão ver, vocês vão ver o que vos vai acontecer daqui a pouco”. Segundo o quadro da CASA-CE, “os rapazes pensaram logo que estávamos a ser levados para sermos fuzilados. Não aguentaram a pressão…”
 
Outra patrulha da USP chegou ao local e procedeu ao transporte, numa carrinha GMC, dos oito militantes da CASA-CE para a sua unidade, junto ao Palácio Presidencial. Alguns oficiais da USP, incluindo um tenente-coronel e um major, também se deslocaram ao local para supervisionar a acção dos seus homens.
 
No portão, à entrada da unidade da USP, Baião ouviu dois disparos e um dos seus captores a dizer “Já está”. Indicou ainda que antes dos disparos não houve qualquer aviso, ordem ou discussão.
 
De acordo com as suas explicações, os oito militantes tinham sido obrigados a deitar-se, de barriga para baixo, na carroçaria da GMC, que tem um banco duplo corrido no meio. Baião estava de um lado e Ganga do outro.
 
A testemunha não viu qual dos soldados disparou, apenas notou que, eventualmente, o seu companheiro ter-se-à levantado e descido da carrinha, uma vez que esta se encontrava parada no portão. “Deve ter pensado que era para descermos ali. Quando demos conta ele já estava no chão, de barriga para baixo”.
 
No quintal da unidade, vários efectivos da USP interrogaram os detidos, confiscaram os seus telefones. Um oficial fotografou-os, individualmente, com o seu telemóvel. Baião notou a presença de vários oficiais da Polícia Nacional, superintendentes-chefes.
 
Por volta das 3h30 da madrugada, os efectivos da USP transferiram os detidos para a 2ª Esquadra da Polícia Nacional, no Bairro do Cruzeiro.
 
“Quando chegámos à esquadra sentimos um grande alívio. Sabíamos que já não seríamos fuzilados”, explicou o jovem.
 
A Justificação Oficial
 
No único comunicado oficial sobre a tragédia, a Polícia Nacional acusou o grupo de colagem de panfletos da CASA-CE de ter violado o perímetro de segurança do Palácio Presidencial.
 
Segundo a Polícia Nacional, o grupo de oito elementos da CASA-CE “foi detido quando procedia à afixação indevida de cartazes de propaganda subversiva de carácter ofensivo e injurioso ao Estado e aos seus Dirigentes, tendo os mesmos sido prontamente neutralizados por uma patrulha da Guarnição do Palácio Presidencial, resultado na sua detenção”.
 
A Polícia Nacional afirmou, no seu comunicado, que Manuel Ganga “incitado pelos seus companheiros, intentou a fuga, saltando da viatura. Em reacção, um efectivo da Guarnição fez um disparo, atingindo o infeliz, que posteriormente veio a falecer no Hospital Maria Pia/Josina Machel, não obstante a pronta assistência médica que lhe foi prestada”.
 
De forma detalhada, a Polícia Nacional descreveu também os resultados da sua operação destinada a impedir a realização da manifestação em memória de Alves Kamulingue e Isaías Cassule, mortos no ano passado, alegadamente por oficiais da segurança de Estado e da Polícia Nacional, que depois os atiraram aos jacarés para eliminar as provas do crime. A manifestação havia sido convocada pela UNITA, para o dia 23 de Novembro, enquanto a CASA-CE decidiu realizar uma acção paralela e complementar, no dia anterior, de afixação de panfletos sobre o caso.
 
Na acção, que considera ter sido contra a “subversão”, a Polícia Nacional apresentou os resultados da sua operação, indicando que foram detidos “292 cidadãos em todo o território nacional, que após identificação e devido tratamento, foram postos em liberdade. De igual forma, foram apreendidas 13 viaturas, 11 baldes de cola branca, 49 camisolas, 951 panfletos de propaganda ofensiva, duas escadas e duas máquinas fotográficas”.
 
Polícia Mente, Acusa Baião
 
Por sua vez, António Baião desmentiu o comunicado da Polícia Nacional.
 
“É um pura mentira. Nós estávamos a afixar os panfletos exactamente frente às oficinas da Nissan, nas paredes do Estádio dos Coqueiros, numa zona residencial, pública, onde havia também outros cartazes”, explicou.
 
O Estádio, como acima se referiu, fica na zona baixa da cidade, enquando o Palácio Presidencial está situado na Cidade Alta. Tem sim, uma via de acesso exclusiva na rua que dá para a entrada principal do estádio. Os militantes da CASA-CE estavam do lado oposto, nas traseiras do Estádio. Não há acesso directo do Estádio para a Rua do Povo, mencionada pela Polícia Nacional. Tem de se passar pela Rua 10 de Dezembro, da Assembleia Nacional e subir em direcção ao Palácio ou dar uma volta maior pela Praia do Bispo.
 
“Ficámos ali, junto ao Estádio, mais de meia hora. Até sermos transportados para a unidade. O nosso companheiro desceu do carro, no portão, porque pensou que tínhamos chegado. Iria fugir para onde? A zona do Palácio, para onde fomos levados, está rodeada de militares por todo o lado”.
 
Segundo António Baião, durante o encontro com os militares, foi o único do grupo que falou. “Eu reclamava apenas o exercício dos nossos direitos políticos”.
 
“Daqueles meninos, quem tinha capacidade para contrariar os guardas presidenciais? Eles estavam convencidos que seríamos todos fuzilados. Tremiam no percurso e uns até urinaram nas calças, de medo. Quem iria, nessas condições incitar quem? Eu tenho 47 anos, falei como o chefe do grupo. Dos jovens, o Ganga era o mais velho, o que estava mais à vontade”, revelou Baião ao Maka Angola.
 
“A polícia mentiu”, reiterou António Baião.
 
Quando a UGP Matou Cherokee
 
A guarda pretoriana do presidente José Eduardo dos Santos é notória pela impunidade e a frieza com que mata cidadãos inocentes e indefesos.
 
Poucos se lembrarão hoje do lavador de carros Arsénio Sebastião “Cherokee”, 27 anos, morto a 26 de Novembro de 2003, por efectivos da UGP, no embarcadouro do Mussulo.
 
O jovem cantarolava “A Téknica, as Kausas e as Konsekuências” do conhecido rapper MCK, também conhecida como “Sei Lá o Quê, Uáué”, uma música crítica ao regime, enquanto lavava um carro. Os guardas ouviram-no a cantarolar, ataram-lhe as mãos atrás das costas e conduziram-no até à água onde o submergiram. Mantiveram com a cabeça na água, até Cheroke morrer afogado.
 
Na altura, não houve qualquer pronunciamento oficial sobre o “acto subversivo” de Cherokee.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

LUANDA: Assassinato de jovens indigna o país - Por Raul Diniz

ASSASSINATO DE JOVENS INDIGNA O PAÍS!


A INDIGNAÇÃO SOCIAL CONTRA AOS ASSASSINATOS DOS DOIS JOVENS ASSOCIADOS À MANIFESTAÇÃO CONVOCADA PELA UNITA GENERALIZOU-SE EM TODA ESCALA NACIONAL.
A legitimidade do comportamento truculento e abruptamente criminoso do regime militarizado de José Eduardo dos Santos esta a ser questionado em todo país e no exterior do país, onde as democracias são legitimadas pelo voto democraticamente livre para servir o povo e nunca para se servirem do povo e de suas bastas riquezas. .
 Estão criadas as condições para que nós sociedade civil ativa concluamos o grande serviço de ressocialização do povo angolano promovida pela UNITA, a UNITA foi o único partido verdadeiro inspiração democrática a rebelar-se publicamente contra o truculento regime ditatorial do ditador angola Eduardo dos Santos.
Doravante o povo que formata a expressiva nação bantu de angolanos excluídos pelo regime do MPLA/JES, não podemos doravante exigir nada a UNITA para provar que esse importante partido de massas é do povo e está efetiva e incondicionalmente ao lado do povo.
Agora cabe a nós sociedade civil e sociedade politica dar um basta as praticas absurdas de comportamento assustadoramente kafkianas do regime sustentado pelo MPLA/JES!  O MPLA/JES a muito desistiu do povo que jurou um dia defende-lo, o MPLA e JES está apostado em continuar com a violência gratuita contra o povo que busca no diálogo a solução que enferma o país social na sua totalidade.
VAMOS SIM CHORAR OS NOSSOS MORTOS, MAS NÃO VAMOS SOSSEGAR ENQUANTO O REGIME DITATORIAL NÃO DESCAMBAR POR COMPLETO.
Nossos filhos foram uma vez mais mexidos e mortos pela policia insensível do regime déspota apenas por reivindicarem direitos que lhes foram conferidos pela constituinte aprovada e promulgada pelo punho do próprio ditador assassino, que se diz dono do país da lei e da constituição atípica JESSEANA.
Vamos sim chorar, mas não desistiremos de levar a cabo o dever de defendermos o legado que nos deixaram os nossos mártires que morreram com a esperança de estar a fazer o dever de defender o direito a vida dos seus irmão.
A PROMESSA
Nossos camaradas Cassule e Kamulingue dormiram assassinados pelos esbirros do regime, a resposta contestatória aos assassinados pelo regime veio da valentia dos nossos irmãos da UNITA, Acredito que la onde estiverem, camaradas, acredito que vocês ouviram e aprovaram o grito de revolta escutado  em toda extensão do território que vocês sonharam vê-lo liberto das mãos dos abutres da ditadura.
Sem apelo a mesma UGP que sequestrou e mataram Cassule e Kamulingue voltaram a agir desesperadamente em defesa do decadente regime ditatorial e não se fizeram rogados em voltar a derramar sangue inocente dos nossos meninos heróis. Tombaram dois irmãos nossos, as estatísticas dos assassinatos praticados pela ditadura aumentaram, e a felicidade do clarividente presidente fascista José Eduardo dos Santos é esfuziante. Tombaram os nossos meninos, mataram o sonhos dos nossos jovens dirigentes, o país perdeu, porque a ditadura obsoleta  está perdida e com medo de morrer, mas acredite menino Manuel Hilberto "Ganga", á ditadura vai mesmo cair estatelada com a cara no chão.
Sim meus meninos acreditem que o que vocês começaram não vai mais parar por razão nenhuma até a ditadura assassina cair durinha com o rosto no pó seco da calçada, sim é verdade, ela vai sucumbir e morrer  de morte matada meus meninos, meus camaradas.

A indignação no país se generaliza e prospera a uma velocidade superior a da luze, a indignação corre vorazmente em todas direções atingindo todos os escalões da sociedade angolana, o MPLA desistiu de governar o país, e não aceita dialogar com o país e com isso decidiu solitário impor arrogantemente uma desesperada ditadura a todos por não encontrar soluções para dissolver as clivagens sociais e politicas criadas nos seus diversos governos assombrosamente impopulares.
Os assassinatos sistemáticos contra o povo continuam, o medo e a irresponsabilidade tomou conto de regime que o acabou por segar completamente o do partido no poder que não encontra soluções viáveis para sanar a inquietação que paira em toda sociedade que começa a dar sinais de repulsa originados pelo cansaço das violações constantes efetuadas pelo regime e seus dirigentes.

Raul Diniz

CABINDA: Bispo Católico da Província de Cabinda critica duramente a repressão de manifestação do dia 23 de Novembro de 2013

Bispo de Cabinda critica duramente repressão de manifestações

"Não se dispara a matar contra uma pessoa desarmada", diz Dom Filomeno Vieira Lopes. UNITA diz que a sua sede em Cabinda foi saqueada.
Angols Bispo Cabinda Dom Filomeno de Nascimento Vieira Dias
Angols Bispo Cabinda Dom Filomeno de Nascimento Vieira Dias

TAMANHO DAS LETRAS
 
Fonte: José Manuel
VOA
Divulgação: Radz Balumuka
 Planalto De Malanje Rio Capôpa
O Bispo da Diocese de Cabinda, Dom Filomeno de Nascimento Vieira Dias, criticou duramente as medidas policiais tomadas no fim de semana contra manifestantes em vários pontos de Angola e condenou, em particula,r a morte a tiro de um militante da CASA CE em Luanda.


O bispo, que falava este domingo para os fiéis católicos no enclave, condenou a detenção de alguns cidadãos e pediu ao governo que faça com urgência uma reforma política do país.

Dom Filomeno Vieira Dias defendeu a participação da igreja em questões políticas, afirmando que “o cristão é um homem espiritual mas isto não significa que vive nas nuvens, fora da realidade”.

Para o Bispo foi “grave o que se passou (no fim de semana) em várias cidades de Angola”.

“Não é com o impedimento da expressão popular que se garante a unidade e a reconciliação nacional,” disse.

“Não se dispara a matar contra uma pessoa desarmada como voltou a acontecer,” acrescentou.

Para o Bispo de Cabinda “a reforma da política é uma urgência” e precisa “atingir o âmago da estrutura do poder e a forma de exercê-lo, tendo como critério básico inspirador a participação popular”.

Em Cabinda, as autoridades impediram também as manifestações convocadas pela UNITA para protestar contra o desaparecimento dos activistas Alves Kamulingue e Isaías Cassule.

Oito membros da UNITA, entre eles o secretário para a informação João Manuel, foram detidos pelas forças de defesa e segurança por organizarem a manifestação.

O secretariado provincial do partido queixou-se, através de um comunicado tornado público, que a sua sede foi invadida e algum material foi saqueado palas forças militares e policiais.

LUANDA: Testemunha nega versão policial sobre morte do ativista da CASA-CE

Angola: Testemunha nega versão policial sobre morte de activista da CASA-CE

Ganga não violou perímetro de segurança da presidência, diz um seu companheiro. Activista foi morto "com dois tiros"
Wilger Ganga
Wilger Ganga

TAMANHO DAS LETRAS
 
Fonte: Coque Mukuta
VOA
Divulgação: Radz Balumuka
Planalto De Malanje Rio Capôpa
25.11.2013

A Polícia Nacional de Angola, através do seu porta-voz Aristófanes dos Santos, confirmou que o dirigente da CASA-CA Manuel Hilberto Ganga foi morto pela Guarda Presidencial.

Dos Santos disse Ganga e um grupo que o acompanha tinha tentado fugir quando  os agentes o surpreenderam afixando cartazes que denunciavam a morte dos activistas Isaías Kassule e Alves Kamulingue.

Um colega de Ganga tem uma versão diferente e diz que os cartazes não estavam a ser afixados no perímetro da Presidência da República.

Rodrigues José, um dos elementos da CASA-CE também detido e que integrava o grupo disse que afixava cartazes com imagens de Isaías Cassule e Alves Kamolingue na zona dos Coqueiros, na baixa de Luanda e não do perímetro de segurança da Presidência da República.

Em declarações à Voz da América, disse que Manuel Hilberto Ganga foi abatido com dois tiros, enquanto os demais foram detidos pela Unidade da Guarda Presidencial.

“Como nós vamos passar o limite de segurança?” interrogou acrescentando ainda que “ nós fomos tirados nos Coqueiros até dentro da cidade alta onde o ganga foi fuzilado com dois tiros” acrescentou

Dois dias depois da morte, amigos e colegas de Manuel Hilberto Ganga lamentam a atitude da Guarda Presidencial.

António Vigário, amigo Ganga, recordou as qualidades do activista recordando-o como “um individuou sempre disposto, um autentico companheiro e tinha consigo angolanidade profunda”.

“Da que não se furtou desta actividade que visava reclamar o desaparecimento de dois angolanos e acabou por ser fuzilado pela guarda presidencial” lamentou.

Numa nota divulgada esta manha, o Conselho Presidencial  CASA-CE,  em honra à memoria de Manuel Hilberto Ganga, apela a todos os órgãos da coligação, no país e no estrangeiro, a manterem um período de luto de sete dias, com a bandeira a meia haste.

A Voz da América tentou ouvir a família sobre o sucedido mas a mesma negou prestar qualquer declaração remetendo-nos para a direcção da CASA-CE.

LUANDA: O dia seguinte da manifestação da UNITA - Por Reginaldo Silva


O dia seguinte da manifestação da Unita - Reginaldo Silva


  • Fonte: morrodamainga                                                                                                                                                                     Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
  •                                                                                                                                                           tamanho da fonte diminuir o tamanho da fonte aumentar o tamanho da fonte
O dia seguinte da manifestação da Unita - Reginaldo Silva

O que se passou este fim-de-semana em Luanda e noutras cidades e vilas do país ainda não sei muito bem, em termos de referência, como vai marcar a longa e penosa transição angolana (mais de 20 anos) para um regime democrático devidamente consolidado e adulto, desiderato que, aparentemente, se está a distanciar do horizonte quando olhamos para o calendário local.
Gostaríamos todos de acreditar que o "País tem rumo" (já chega de instabilidade/ desorientação/desgovernação/medo/terror/propaganda), o que em termos mais consensuais só é possível se esta agenda tiver em conta antes de mais o facto de sermos uma sociedade civil e política que cada vez mais pensa pela cabeça dos seus membros e cada vez mais irá agir em conformidade com uma tal diversidade/pluralismo.
Tendo como pano de fundo o pesadelo das "primaveras", o uso da preventiva e repressiva força da violência institucional, assumida (e não assumida) no confronto com os manifestantes, parece ser apenas uma solução de contenção imediata, com todos os receios que se alimentam em relação ao efeito da bola de neve/dominó.
O que é facto, é que não se pode passar a vida toda a governar um país que quer ser democrático com tais receios, numa altura que o abismo da guerra foi transposto há mais de dez anos.
Por este "devagar", a imagem de Angola no exterior só pode estar a deteriorar-se a olhos vistos, por mais que se invista na sua cosmética.
Internamente já nem adianta fazer alguma pesquisa de opinião mais séria, para se concluir que os resultados não seriam positivos para a imagem do Governo.
Os "inquéritos populares" da média estatal com que se preenchem as "notícias" já não resolvem o assunto.
Por outro lado, deve ficar claro que a maior parte dos angolanos, mesmo que tenha sido vítima dela, não participou dessa guerra, que hoje continua a ser evocada como uma arma de permanente arremesso e condicionamento político.
Até quando?
Do alto do nosso morro felizmente continuamos a não divisar qualquer possibilidade deste país regressar aos seus tempos mais difíceis, isto é, aos tempos da guerra, mas também não conseguimos ver como é que Angola se irá democratizar para além da instrumentalizada CRA, a manter-se este garrote, em que só as forças rubro-negras da constelação M podem sair a rua e manifestar-se.
Assim sendo, digamos que neste preciso momento, o rumo que o país tem chama-se impasse, entenda-se, compasso de espera, leia-se, tempo para reflectir com alguma urgência e a máxima abrangência, interprete-se, necessidade de dialogar sem camisolas, em pé de igualdade e sem figuras totêmicas. É o que se aconselha para já, enquanto ainda estamos juntos e assim desejo que fiquemos para sempre, com o envolvimento de todas as forças vivas, mortas, desaparecidas, compradas e amedrontadas do país.
Angola não é propriedade de ninguém (por mais que a queiram privatizar), incluindo os partido
s e as suas lideranças, que quando chegam ao poder têm um mandato muito bem definido no tempo e nos objectivos, que normalmente nunca cumprem por acção e omissão.
A única legitimidade permanente e a todo o tempo que existe é a dos cidadãos, todos os cidadãos, pronunciarem-se sobre o rumo que o país deve ou não seguir...
Reginaldo Silva

MAPUTO: Renamo diz que Dhlakama está bem e de saúde em Moçambique

Renamo diz que Dhlakama “está bem” e em Moçambique

“Dentro em breve voltará a falar para o seu precioso povo”, disse o secretário-geral dos antigos rebeldes, que esteve fugido com o líder, até há uma semana.
O anúncio foi feito por Manuel Bissopo, que estava com Dhlakama no dia 21 de Outubro, quando o Exército ocupou a principal base da antiga guerrilha e principal partido da oposição parlamentar - Satungira, na província de Sofala. O líder “está bem de saúde”, disse.
“O Presidente não saiu para nenhum país. Ele está dentro do país e acompanha atentamente o desenrolar dos acontecimentos da vida política, económica e social”, afirmou, numa conferência imprensa, na sede nacional da antiga guerrilha.
Manuel Bissopo disse ter estado com Dhlakama até há uma semana. “Ele mandou-me para aqui, para explicar aos moçambicanos que está bem e dentro em breve voltará a falar para o seu precioso povo.”
No ataque a Satungira, Afonso Dhlakama “retirou-se da sua residência para evitar danos humanos”, disse o secretário-geral. “Saiu a andar e deixou todos os seus bens. As casas e a sala de conferências foram queimadas”, acrescentou.
“O bom é que o Presidente está bem de saúde. O azar é termos perdido o chefe da mobilização nacional, o deputado Milaco”, afirmou. Na sequência da ocupação de Satungira viria a morrer o deputado Armindo Milaco, por ferimentos sofridos.
“Foi bom a Frelimo [Frente de Libertação de Moçambique] ter mandado atacar Satungira porque aquilo constituiu uma grande prova dos argumentos que o meu Presidente dizia que não podia sair de Satungira senão a Frelimo atacaria. Os seus argumentos não eram percebidos, mas o ataque veio a provar”, disse Bissopo.
A entrada de forças governamentais em Satungira foi, em termos políticos, a mais séria ameaça à paz em Moçambique desde os acordos de paz de 1992. Nos últimos meses, uma série de acções militares de que Governo e a Renamo se acusam mutuamente acentuou os receios de um regresso a uma guerra civil que o país viveu durante 16 anos.