terça-feira, 14 de janeiro de 2014

LUANDA: Efetivos da Policia do regime amaça manifestar-se

Angola: Polícias ameaçam manifestar-se

Agentes dizem que poderão juntar-se a ex-militares para manifestações em Fevereiro
TAMANHO DAS LETRAS 
Fonte: Redacção VOA
Divulgação: Planalto De Malanje Rio capôpa
Centenas senão milhares de efectivos da polícia nacional angolana prometem manifestar-se no próximo mês  caso não sejam cumpridas promessas que lhes dizem ter sido feitas.

Esses agentes prestaram serviço à policia nacional e foram convocados de várias províncias para serem reenquadrados depois de requalificados.

Mas os processos arrastam-se há dois anos e os agentes queixam-se de terem sido separados das suas famílias sem qualquer tipo de reenquadramento e falta de resposta das autoridades.

Agora ameaçam juntar-se a ex-militares para manifestações em Fevereiro.

Veteranos das forças armadas queixam-se há anos de não  lhes terem sido pagas pensões prometidas e no passado organizaram manifestações para protestarem a sua situação.

Ouça aqui o depoimento de vários dos agentes policiais que explicam a sua situação

LUANDA: Nova pauta aduaneira beneficia os investidores

Nova pauta aduaneira beneficia os investidores

Fonte: Jornal de Angola
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
  • tamanho da fonte diminuir o tamanho da fonte aumentar o tamanho da fonte
PCA da ANIP ,Maria Luísa AbrantesPCA da ANIP ,Maria Luísa AbrantesA nova Pauta Aduaneira vai beneficiar todos os investidores nacionais e privados do mercado nacional com incentivos fiscais que visam atrair e promover o investimento privado interno e estrangeiro, disse a presidente do Conselho de Administração da Agência Nacional de Investimento Privado (ANIP), Maria Luísa Abrantes.
Maria Luísa Abrantes informou sobre as barreiras que vão caracterizar a nova pauta e os incentivos fiscais ao investimento privado. A presidente da ANIP disse ser necessário fazer uma diferenciação do que é a Pauta Aduaneira e o que são os incentivos fiscais. Maria Luísa Abrantes disse que a Pauta Aduaneira visa beneficiar todos os investidores nacionais e estrangeiros que estejam a operar em Angola, tenham passado ou não pela ANIP.
A Agência Nacional de Investimento Privado tem como missão atrair, promover e avaliar os investimentos que vêm do exterior ou do interior, mas de qualidade, com um valor mínimo de um milhão de dólares. A presidente da ANIP debruçou-se também sobre a coabitação dos dois critérios, tanto da nova Pauta Aduaneira como dos incentivos fiscais, sem a acumulação de critérios ou benefícios para os abrangidos nestes dois diplomas.
Maria Luísa Abrantes esclareceu que “pode haver investidores que não passem pela ANIP e que beneficiem de alguns critérios da nova Pauta Aduaneira e outros que não tenham de seguir este critério e que passem pela ANIP”. Referiu que “a pauta ainda não está a ser aplicada e, na sua execução pode não haver acumulação dos benefícios ou critérios”, informou.
O director do Comércio Externo do Ministério do Comércio, Adriano Martins, defendeu a aplicação de quotas na importação de alguns produtos. Em entrevista à Rádio Nacional de Angola (RNA), Adriano Martins revelou que o país gasta muito dinheiro com a importação de produtos alimentícios e bebidas.
O director do Comércio referiu que a importação deve ser um instrumento para suprir o défice da produção e não para substituir a produção nacional. “Angola é um país que tem um potencial para produzir grandes produtos que ainda são importados”, disse. Até ao mês de Setembro, Adriano Martins informou que Angola importou em produtos alimentícios cerca de 3,6 mil milhões de dólares, o equivalente a 360 mil milhões de kwanzas, e aproximadamente 400 milhões de dólares (4 mil milhões de kwanzas) em bebidas. “É muito dinheiro que sai do país. A nova Pauta Aduaneira é um ponto de partida e tem de ser aplicada agora, sem receio de que haja falta dos produtos”, indicou.
Adriano Martins adiantou que o país pode lançar mãos de outros tipos de medidas, como o sistema de quotas de importação, que podem ser quotas sazonais, quantitativas ou tarifárias. São instrumentos que estão em estudo e que podem entrar também em vigor.
A directora-geral adjunta do Serviço Nacional das Alfândegas, Conceição Matos, considera a Pauta Aduaneira como um instrumento económico muito forte, que deve ser sempre analisada no quadro aduaneiro, dentro das políticas do Executivo, para ajudar o país a desenvolver os seus vários sectores.
Pauta Aduaneira - VH 2012
Conceição Matos disse que na nova Pauta Aduaneira já foram vistos quais sectores existentes em termos de redes podem criar vantagens comparativas em relação aos produtos importados, sobretudo com os países com que Angola tem de interagir permanentemente. Por sua vez, o director-geral das Alfândegas, Valentim Joaquim Manuel, disse que a nova Pauta Aduaneira, publicada no dia 22 de Novembro de 2013, começa a ser aplicada ainda este mês.
Valentim Manuel referiu que a “pauta devia entrar em vigor logo na data da sua publicação, mas tendo em conta a necessidade de preparar todo o sistema informático, não só nos serviços do SNA como no dos parceiros, os despachantes que precisam de actualizar os seus programas informáticos para comportarem a nova pauta, foi solicitada uma autorização superior ao ministro das Finanças para uma moratória na sua entrada em vigor”.
O director apontou que a elaboração da nova Pauta Aduaneira respondeu a factores nacionais e internacionais. Os factores nacionais têm a ver com a política económica e o desenvolvimento socioeconómico de Angola, que estão expressos no Programa Nacional de Desenvolvimento do Governo, enquanto os factores externos têm a ver com os progressos tecnológicos na produção de mercadorias.
“Surgem cada vez mais produtos e é preciso que eles e a forma como são concebidos sejam comportados na Pauta Aduaneira, além de que os critérios para a elaboração de uma pauta obedecem a determinados padrões definidos pela Organização Mundial das Alfândegas, da qual o nosso país é membro, assim como de outras organizações, como a Organização Mundial do Comércio e a própria SADC”, notou Valentim Manuel.
A Pauta Aduaneira, segundo o Sistema Harmonizado da Organização Mundial das Alfândegas, é um instrumento que deve ser revisto de cinco em cinco anos.
Jornal de Angol
a

LUANDA: Abel Chivukuvuku pede saída do PR angolano em 2017 e defende frente comum para as autarquias

Abel Chivukuvuku pede saída do PR em 2017 e defende frente comum para as autarquias

Fonte: Voanews
Divulgação: Planalto De malanje Rio capôpa
Abel Chivukuvuku pede saída do PR em 2017 e defende frente comum para as autarquias
Abel Chivukuvuku convidou hoje o Presidente da República a retirar-se do poder em 2017 para o bem dos angolanos.
O líder da CASA-CE falava hoje no seu discurso de Ano Novo pediu a José Eduardo Dos Santos para começar a preparar a partir deste ano a sua saída do poder em Angola para que os angolanos prosperem.
Abel Chivukuvuku disse ainda ser "necessário que os partidos da oposição criem uma plataforma comum para as autarquias, para acabar com a hegemonia do MPLA".
Esta frente comum para as autarquias, segundo Chivukuvuku, visa encontrar candidatos únicos consertados entre os partidos que fazem oposição em Angola.
O presidente da CASA-CE referiu-se também durante o seu discurso de ano novo no estado social dos angolanos que considerou de caótico.
Abel Chivukuvuku, referiu que a coligação vai levar a cabo várias acções, no período 2014/2017, com vista a corresponder as expectativas políticas, primando pelo crescimento, transformação e afirmação no país.
VOA/A2
4

LUANDA: Grávida em risco interrogada por onze horas ininterruptas pela policia do regime angolano

Grávida em Risco Interrogada por Onze Horas
Por Rafael Marques de Morais 
FOnte: Maka Angola
Divulgação: Planalto De malanje Rio capôpa
14 de Janeiro, 2014
Os Serviços de Emigração e Estrangeiros interditaram, a 10 de Janeiro, a saída do país da empresária Lídia Amões, de 32 anos.

A interdição, ordenada pela Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP), foi lavrada na sequência de um interrogatório de 11 horas a que, no dia anterior, a DNIAP submeteu Lídia Amões.

Dois dias antes, a directora dos serviços de ginecologia e obstetrícia da Clínica Vida, a médica Eulália Alexandre, emitiu uma declaração sobre a gravidez de risco da empresária, em estado de gestação de seis meses, “com provável patologia cardíaca fetal”. A médica aconselhou a paciente “a ter o seu parto em centro especializado, não disponível no país”, e a embarcar o mais cedo possível.

Segundo soube o Maka Angola, a DNIAP iniciou o interrogatório às 11h30, tendo terminado por volta das 22h30, sem que tivesse sido permitido qualquer intervalo. Apesar de a empresária ter informado sobre o seu estado de saúde, o instrutor do processo, o magistrado Iloutério Lourenço, concedeu-lhe apenas permissão para comer enquanto decorria o interrogatório.

Lídia Amões está a ser investigada por branqueamento e fuga de capitais, corrupção a juíza, usurpação de herança, falsificação de documentos e abuso de confiança.

A Confusão da Herança

A 19 de Janeiro de 2008, morreu o empresário e membro do Comité Central do MPLA Valentim Amões, deixando 20 filhos, seis dos quais do matrimónio com Angélica Chitula Amões, mãe de Lídia Amões. A 27 de Março de 2008, o Tribunal Provincial de Luanda, através da sentença nº 28/08 sobre o processo nº 35/08-B, nomeou Lídia Amões como administradora da herança do seu falecido pai, na sua qualidade de primogénita.

Faz parte do Grupo Valentim Amões um total de 31 empresas, das quais apenas sete se encontram actualmente activas. A Sefa, proprietária da fábrica de Coca-Cola na província do Huambo; a Tropicana, empresa de turismo e hotelaria, a Movimento Rodoviário Nacional, empresa de camionagem, a Iveco, representante da marca de camiões, e a Marinela Comercial, retalhista no interior do país, são algumas das empresas do referido grupo.

Desde a decisão do Tribunal Provincial, os meios-irmãos, representados pelas suas respectivas mães e um padrasto, têm sido denunciantes e testemunhas na luta pela demissão da administradora e pelo controlo do património. O representante do Ministério Público da Segunda Secção do Cível Administrativo do Tribunal Provincial de Luanda, foro onde decorre o processo de partilha da herança, formulou a acusação com base nas suas queixas.

As queixas sobre as quais a empresária está a ser investigada foram inicialmente apresentadas por Angélica Eunice da Silva, mãe de um dos herdeiros, menor. A queixosa é prima directa de Lídia Amões, filha da irmã mais velha de Angélica Chitula Amões, de quem recebeu o nome de baptismo. Angélica Eunice da Silva viveu durante alguns anos em casa da tia, incluindo o período da gravidez e do nascimento do actual herdeiro Délcio da Silva. Esta gravidez e a descoberta do caso terão sido a causa do divórcio de Angélica Chitula e Valentim Amões, em Dezembro de 2006. Quatro anos após a morte de Valentim Amões, em Novembro de 2011, através de testes de DNA, a justiça reconheceu Délcio da Silva como sendo seu filho. O tribunal suspendeu, na altura, o processo de partilha de bens para incluí-lo como herdeiro.

Angélica Eunice da Silva acusou Lídia Amões de se ter locupletado em cerca de oito milhões de dólares, pagos pelo Ministério das Finanças como parte da dívida pública à Marinela Comercial. O extracto da conta da referida empresa, no Banco Espírito Santo (BESA), demonstra que o pagamento foi creditado a 16 de Maio de 2008. No mesmo dia, conforme o documento, o banco amortizou parte da dívida da Marinela Comercial à sua instituição, na altura avaliada em US $19,3 milhões, com o pagamento do Ministério das Finanças.

Noutra acusação, a queixosa alegou que Lídia Amões terá vendido o edifício Ruacaná, situado na província do Huambo, por mais de cinco milhões de dólares, ao Banco BESA. Segundo a acusação, o então presidente do BESA, Álvaro Sobrinho, terá ordenado o levantamento e a entrega dos valores em espécie, sem autorização do BNA, a Lídia Amões. Álvaro Sobrinho foi constituído arguido no mesmo processo.

O edifício pertencia a Faustino Simão, na altura chefe de protocolo do MPLA, tendo o Grupo Valentim Amões agido no negócio apenas na qualidade de intermediário e representante do Banco Espírito Santo, conforme acta lavrada a 19 de Outubro de 2007, assinada, entre outros, por Valentim Amões.

O extracto de conta da empresa Marinela Comercial, verificado pelo Maka Angola, demonstra a realização do pagamento dos US $5,1 milhões pelo BESA, a 01 de Dezembro de 2012. Do mesmo modo, o sistema bancário reteve o pagamento para amortização da dívida da Marinela Comercial ao referido banco, empresa do Grupo Valentim Amões, nessa data avaliada em US $10,3 milhões.

Lídia Amões responde ainda pela acusação, apresentada pela prima, de fuga de capitais. Em Setembro do ano passado, a empresária, na qualidade de crente da Igreja Pentecostal Ministério Fé e Libertação “Igreja da Apóstola Ernestina”, viajou com um grupo de irmãos de fé em peregrinação a Israel. Na queixa formulada por Angélica da Silva, Lídia Amões terá alegadamente entregue a cada um dos 150 fiéis o valor de US $15,000, recuperando imediatamente o dinheiro após aterragem no aeroporto de Telavive, em Israel, num total de US $ 2,250,000.

Na realidade, segundo documento da agência de viagens, que organizou a peregrinação, viajaram apenas 43 fiéis e cada um deles pagou pela sua deslocação.

A 27 de Novembro de 2013, o Tribunal Provincial de Luanda inocentou Lídia Amões da acusação de ter vendido aeronaves pertencentes à Gira-Globo, uma sociedade em que o falecido pai detinha participação.

No acórdão do tribunal sobre o Processo nº 1825/11-A , exclusivo ao caso dos aviões, deu-se como comprovado que houve cessão de exploração de duas das nove aeronaves da Gira-Globo ambas de origem russa (Ilyushin – IL-76, Antonov – AN-32), fabricadas em 1967 e nos anos 80, ao empresário Santos Bikuku, para a sua rentabilização. Estes aviões de tipo IL e AN ficaram conhecidos em Angola como “caixões voadores”, devido ao seu estado obsoleto e à regularidade com que se despenhavam no país. (Valentim Amões morreu a bordo de um King Air B-200, da mesma Gira-Globo, que embateu contra um montanha, no Huambo.)

Durante o julgamento, o Ministério Público pediu a absolvição da ré, por serem infundadas as acusações.

Relativamente ao processo nº 35/08-B, o Tribunal Provincial de Luanda procedeu à partilha do património pessoal do falecido, faltando apenas a divisão das suas participações sociais em vários negócios.

A 5 de Novembro de 2011, cada herdeiro recebeu património avaliado em aproximadamente um milhão de dólares, entre móveis, imóveis e dinheiro.

Entretanto, apesar da sentença do tribunal e contrariando a Constituição angolana (segundo a qual um cidadão não pode ser julgado mais do que uma vez pelos mesmos factos), a DNIAP reabriu o mesmo processo, a pedido de Angélica da Silva, e deu início a novas investigações sobre os “caixões voadores”. Por sua vez, na sequência de um processo instaurado ainda antes da morte de Valentim Amões, o Tribunal Provincial de Luanda penhorou as contas e os restantes sete aviões da Gira-Globo, por acumulação de dívidas a alguns trabalhadores. Os aviões encontram-se na Namíbia, sem uso e com penhora neste país.

A Estratégia da Confusão

A 29 de Agosto de 2013, Paula Salvador, mãe de duas outras herdeiras menores, intentou uma acção para remover Lídia Amões da administração (cabeça-de-casal) do património hereditário junto da 2ª Secção da Sala do Cível e Administrativo do Tribunal Provincial de Luanda, Procuradoria-Geral da República e DNIAP.

Paula Salvador, segundo reza a história da família, era namorada de António Segunda Amões, irmão mais novo de Valentim Amões, , e funcionária do grupo quando engravidou deste último. António Segunda Amões encontrava-se, na altura, a estudar a frequentar um curso na Rússia.

Em reacção, o tribunal suspendeu o processo de partilha das participações societárias detidas pelo falecido em todas as empresas do GVA, para averiguação sobre a veracidade das acusações.

As queixas são basicamente as mesmas de Angélica da Silva e têm como testemunha principal, para ambas, o ex-director da empresa de Camionagem Movimento Rodoviário Nacional, Victor Pili. Este, por sua vez, foi constituído réu pelo Tribunal Provincial de Luanda, em 2012, no processo nº 1839/12-A, por furto, crimes de falsificação de documentos, burla e abuso de confiança no exercício das suas funções no Grupo Valentim Amões. Nesse processo, Lídia Amões é a queixosa. O réu encontra-se em liberdade, sob caução de US $10,000, enquanto as suspeitas de desvios financeiro e material ascendem aos dois milhões de dólares. Na acusação, sob processo nº 317/12-A, de 22 de Novembro de 2012, a Procuradoria-Geral da República, junto da 6ª Secção da Sala dos Crimes Comuns do Tribunal Provincial de Luanda, promoveu o estabelecimento de uma caução de sessenta milhões de kwanzas (US $600,000) para a manutenção da liberdade provisória de Victor Pili.

Do role de acusações idênticas, apresentadas por diferentes grupos de herdeiros, consta ainda a alegada corrupção da juíza Paula Rangel, por Lídia Amões, com a oferta de uma viatura Suzuki Jimny, avaliado pelas queixosas em US $52,000 dólares. O custo real da viatura no mercado é de US $20,000 a US $25,000. O Conselho Superior da Magistratura instaurou um inquérito contra a juíza Paula Rangel, mas não há informação pública sobre o desfecho do processo. A juíza mantém-se em funções, mas está sob investigação da DNIAP.

Em Outubro passado, enquanto o tribunal competente realizava as investigações, Paula Salvador, com os mesmos argumentos, intentou mais duas acções contra Lídia Amões, uma na DNIAP, outra na Direcção Nacional de Investigação Criminal (DNIC).

Paula Salvador acusou também a administradora da herança de ter “oferecido”, sem o consentimento dos herdeiros, a quantia de 3,7 milhões de kwanzas (US $37,800) ao deputado e secretário-geral da juventude do MPLA (JMPLA), Sérgio Luther Rescova.

Segundo um advogado familiarizado com o caso, a DNIAP está a esvaziar as competências do Tribunal Provincial de Luanda, sob tutela do qual decorre a partilha da herança e a fiscalização dos actos da administradora.

“O tribunal é o órgão competente para o efeito, porque tem o poder de fiscalização. Só após verificados indícios de prática de crime, durante a prestação de contas ao tribunal, pode ser despoletado o processo-crime”, explica o advogado.

Por outro lado, o advogado argumenta que, “do ponto de vista legal, os herdeiros não são sócios, mas futuros sócios e, nessa qualidade, não têm direitos presentes.”
Actualmente, Lídia Amões é avalista de mais de US $80 milhões de crédito concedidos pela banca nacional. Em relação ao BESA, o grupo tem um passivo acima de US $40 milhões, segundo dados obtidos pelo Maka Angola.

LISBOA: Gestão da "crise" com Portugal deixou George Chikote em apuros

Gestão da “crise” com Portugal deixou George Chikoty em apuros

Fonte: Lusomonitor
Divulgação: Planalto De Malanje Rio capôpa
Gestão da “crise” com Portugal deixou George Chikoty em apurosÉ tido há vários meses como um dos elementos mais frágeis do executivo angolano. Agora, a gestão política que George Chikoty, Ministro das Relações Exteriores de Angola, fez da “crise” que pretensamente se declarou nas relações com Portugal, acarretou-lhe dissabores internos, quanto à sua eventual saída do Governo, segundo o Africa Monitor Intelligence.
O Presidente, José Eduardo dos Santos, ficou melindrado com as primeiras declarações públicas de Chikoty, relativizando a importância do pronunciamento sobre o assunto, feito pelo chefe de Estado no discurso do Estado da Nação, pondo em causa a prossecução da parceria estratégica luso-angolana.
Posto ao corrente da reacção negativa de Santos, Chikoty alterou radicalmente a tónica do seu discurso, adianta a newsletter.. Numa entrevista por si próprio sugerida, admitiu a eventualidade de Portugal vir a ser preterido pela China e pelo Brasil como parceiro estratégico de Angola, do mesmo modo que, em tom mais peremptório pôs em causa a realização da cimeira luso-angolana.
As dificuldades que o ministro e outros responsáveis angolanos denotaram em abordagens da referida “crise” foram devidas ao carácter ilusório da mesma. As dificuldades de Chikoty em se expressar em português escorreito (efeitos do inglês como língua materna), foram consideradas um elemento desagravante do seu “deslize”.
“Fraqueza” da Justiça portuguesa motivou “murro na mesa” de Santos
Ainda segundo o Africa Monitor Intelligence, a toma da de posição de José Eduardo dos Santos, secundadas por outras figuras e meios angolanos, em relação a condutas da justiça portuguesa sobre indivíduos e interesses angolanos em Portugal, foram ditadas pela “conveniência” de fazer algo para colmatar o “vazio” resultante da inacção dos poderes políticos e dos orgãos superiores da própria magistratura portuguesa – descritos como “fracos”.
economistas e universitários como Alves da Rocha, da Universidade Católica de Luanda, consideram que Portugal foi o elo mais fraco no diferendo com Angola resultante do “ultimatum” de José Eduardo dos Santos. Mais do que isso, é possível que o Governo português se sinta tentado a subverter um princípio fundamental da democracia – a independência do poder judicial perante interesses particulares.
lusomonitor

PEQUIM: Trabalho forçado e sem apelo para as prostitutas na China

Trabalho forçado e sem apelo para as prostitutas presas na China

Pequim – Banhada por uma luz fluorescente rosa indicando que ela estava disponível para negócios, Li Zhengguo enumerou os riscos ocupacionais de trabalhar como prostituta na China: os clientes abusados, o fantasma do HIV e os olhares mordazes dos vizinhos que lhe rasgam a alma. "A minha vida é tão cheia de ansiedades", revelou entre um cliente e outro certa noite.
Fonte: The New York Times/ NYT
Divulgação: Planalto De malanje Rio Capôpa
14.01.2014
Trabalho forçado e sem apelo para as prostitutas presas na China
Porém, o seu maior medo é o de uma visita policial. Na última vez em que foi arrastada para a delegacia local, Li foi enviada, sem julgamento ou representação legal, a um centro de detenção na província vizinha de Hebei, onde passou seis meses fazendo flores ornamentais de papel e recitando a lista das regras que criminalizam a prostituição.
A sua prisão no Centro Educacional de Custódia Handan terminou com uma afronta final: ela tinha de reembolsar aproximadamente 60 dólares por mês ao Estado pelo seu tempo na prisão.
'Da próxima vez que a polícia vier me prender, cortarei os meus pulsos', declarou Li, 39 anos, mãe solteira de dois filhos.
Os defensores da reforma do judiciário proclamaram vitória em novembro após o governo chinês divulgar que iria abolir o 'Reeducação pelo Trabalho', sistema que permite à polícia enviar pessoas que praticaram pequenos delitos, e os que reclamam demais sobre atos ilícitos do governo para trabalhar nos campos de trabalho forçado por até quatro anos sem julgamento.
No entanto, dois mecanismos paralelos da pena informal persistem: um para os infratores de drogas e o outro para as prostitutas e os seus clientes.
'Os abusos e torturas continuam, apenas de outra forma', declarou Corinna-Barbara Francis, que pesquisa o país e faz parte da Anistia Internacional.
A prostitute waits in the room where she works in downtown Beijing. Dec. 5, 2013. The woman, who goes by the name Li Zhengguo, once spent six months laboring without pay at one of China
O sistema penal sombrio para as prostitutas, 'Custódia e Educação', é surpreendentemente semelhante ao sistema Reeducação pelo Trabalho. Os centros administrados pelo Ministério da Segurança Pública prendem as mulheres por até dois anos e geralmente exigem que elas trabalhem em oficinas sete dias por semana sem nenhum pagamento, produzindo brinquedos, hashis e fraldas para cachorros, algumas das quais, segundo as mulheres, são empacotadas para exportação.
Os clientes homens também são presos em tais centros, porém, em números bem mais baixos, conforme um relatório divulgado em dezembro pelo grupo de defesa Asia Catalyst.
As mulheres que passaram por algumas das 200 prisões do programa Custódia e Educação da nação descrevem as taxas pesadas e a violência nas mãos dos guardas.
Assim como com o Reeducação pelo Trabalho, as autoridades policiais aplicam a pena de prisão e educação sem julgamento e com pouca chance de apelo.
'É arbitrário, abusivo e desastroso em termos de saúde pública', declarou Nicholas Bequelin, pesquisador sênior do Human Rights Watch, que emitiu um relatório no ano passado sobre os perigos que as mulheres enfrentam trabalhando no florescente comércio sexual da China. 'É outro galho podre do sistema legal chinês, e deveria ser abolido'.
O relatório do grupo Asia Catalyst retrata o programa Custódia e Educação como um grande empreendimento para ganhar dinheiro que se passa por um sistema de reabilitação das mulheres voluntariosas. Estabelecido pela legislação chinesa em 1991, os centros de detenção são geridos pelos comitês locais de segurança pública, que tem a palavra final sobre as penas. Ex-detentas declaram que as autoridades policiais às vezes solicitam propinas para soltá-las.
O governo não divulga regularmente as estatísticas do programa, mas especialistas estimam que entre 18.000 a 28.000 mulheres sejam enviadas à prisão todos os anos. Elas precisam pagar pela alimentação, exames médicos, roupas de cama e outros artigos essenciais como sabão e absorventes íntimos, sendo que a maioria das mulheres gasta aproximadamente 400 dólares por uma permanência de seis meses, segundo o relatório.
'As que não podiam pagar só recebiam pãezinhos cozidos a vapor para comer', uma mulher revelou ao Asia Catalyst.
Em alguns centros, os visitantes precisam pagar uma taxa de entrada de 33 dólares para ver os parentes presos.
Os estudiosos do sistema afirmam que os comitês locais de segurança pública ganham uma renda considerável com o que essencialmente é trabalho escravo.
O tratamento da prostituição pelo governo chinês é inconsistente. Após a vitória comunista em 1949, Mao Tse-tung priorizou a reabilitação das prostitutas, que os comunistas enxergavam como vítimas da exploração capitalista. Durante os seus primeiros anos no poder, ele efetivamente erradicou a prostituição. Todavia, a introdução das reformas de mercado no começo da década de 1980 levou ao ressurgimento da atividade, e estima-se que até seis milhões de mulheres têm trabalhado na indústria do sexo nos últimos anos, segundo um relatório das Nações Unidas.
Atualmente, as cidades chinesas estão cheias de 'salões de cabelereiros' com quartos no fundo separados por cortinas e nenhuma tesoura visível; em salões de karaokê sofisticados, atendentes jovens fazem dupla função como garotas de programa. A polícia é paga para fazer vista grossa, afirmam muitas delas.
Entretanto, essa tolerância aparente evapora durante as campanhas periódicas 'repressão dura' nas quais muitas prostitutas são reunidas, frequentemente antes dos encontros políticos importantes. Um agente policial da província de Liaoning contou ao Asia Catalyst que as cidades e municípios tinham que bater cotas, induzindo 'apreensões por vícios' ocasionais a fim de reabastecer as oficinas das prisões.
Os defensores da legalidade afirmam que a polícia às vezes usa de violência para conseguir confissões e para forçar as mulheres a tirarem as roupas para as fotos que se tornam a prova do crime.
'A maneira como são tratadas é uma violação da dignidade. O sistema inteiro estigmatiza as mulheres e transmite a mensagem de que as trabalhadoras do sexo são sujas e precisam ser reformadas', afirmou Shen Tingting, diretora de defesa do Asia Catalyst.
As mulheres descrevem o campo de trabalho como tolerável, porém entediante. Em entrevista, uma mulher de 41 anos da província sulina de Jiangxi contou que passava os dias em uma dessas prisões fazendo animais de pelúcia, às vezes, até às onze da noite.
'Costurávamos tanto que as mãos doíam', disse a mulher, que só quis divulgar o nome de guerra, Xiao Lan, ou Pequena Orquídea.
Ela riu quando lhe perguntei sobre o componente educativo do programa – em grande parte longas sessões gastas memorizando as regras que regem o comportamento na prisão.
'Chamávamos os guardas de professores e eles nos chamavam de alunas, contudo, não aprendíamos nada', declarou.
Xiao Lan foi solta depois de seis meses, e ela imediatamente retornou a sua antiga atividade. 'E de igual modo, todas as outras meninas', declarou.
Por telefone, os funcionários da segurança pública de várias províncias que operam os grandes centros do programa Custódia e Educação se recusaram a comentar a questão, dizendo que não tinham autorização para falar com a imprensa.
Os que buscam abolir o sistema reconhecem um caminho difícil à frente. Há pouco apoio público para a redução das penas contra a prostituição, e é improvável que a máquina influente da segurança doméstica da China esteja disposta a abrir mão do poder e dos lucros do atual sistema.
O ultraje da prisão pouco faz para dissuadir as mulheres, que chegam a ganhar mais de 1000 dólares mensais como prostitutas, o triplo da renda média dos trabalhadores da mão de obra não especializada na China.
Li, a mãe solteira de dois filhos, disse ser analfabeta e que nunca conseguiria ganhar tal quantia com um trabalho convencional. 'Sou uma mulher do campo que não fui à escola e não tenho qualificação alguma', declarou.
Ex-criadora de porcos, e de risada impetuosa, Li atua na fachada de uma loja apertada no coração comercial de Pequim. Uma parede frágil separa o seu local de trabalho do quarto onde vive com os filhos.
Ela depende de uma clientela fixa, a maioria de homens casados e de trabalhadores migrantes solitários, mas mesmo os fixos às vezes tentam sair sem pagar. Depois existem os que alegam serem policiais e exigem sexo de graça, clientes que furtivamente cortam a ponta das camisinhas, e bêbados que se enfurecem quando Li se recusa a fazer o que mandam.
'Eu chamaria a polícia, mas eles sempre ficam do lado do cliente', disse.
Com isso, ela pediu licença para receber um cliente que aguardava do lado de fora.
The New York Times News Service/Syndicate – Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times._NYT_

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

LUANDA: Nove queixas-crime contra Rafael marques

Angola: Nove Queixas-Crime contra o Ativista Rafael Marques
By cwhommes 
Fonte: Maka Angola
Divulgação: Planalto De Malanje Rio capôpa
January 13, 2014
Texto da LUSA

O ativista angolano Rafael Marques foi notificado esta segunda-feira que vai ser julgado em nove queixas-crime intentadas contra si por generais angolanos e uma empresa, disse o próprio à Lusa.

O julgamento, que não tem ainda data marcada, será no Tribunal Provincial de Luanda, acrescentou Rafael Marques.

Em causa está a publicação, em Portugal, do livro «Diamantes de Sangue: Tortura e Corrupção em Angola».

O ativista disse à Lusa que a notificação que recebeu hoje é a resposta ao pedido de arquivamento das queixas por calúnia e difamação, enviado em dezembro passado, por ter sido ultrapassado o prazo legal para ser constituído arguido.

«Os prazos prescreveram e ao invés de responderem à petição (de arquivamento), ignoraram-na e remeteram (os processos) para o tribunal, para julgamento», salientou.

Rafael Marques classificou esta decisão como «mais um exemplo da forma absurda de se fazer justiça em Angola».

No livro, o ativista acusou de «crimes contra a humanidade» os generais Hélder Vieira Dias, mais conhecido como «Kopelipa», ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente angolano; Carlos Vaal da Silva, inspetor-geral do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas (FAA); Armando Neto, ex-Chefe do Estado-Maior General das FAA; Adriano Makevela, chefe da Direção Principal de Preparação de Tropas e Ensino das FAA.

João de Matos, ex-Chefe do Estado-Maior General das FAA; Luís Faceira, ex-chefe do Estado-Maior do Exército das FAA e António Faceira, ex-chefe da Divisão de Comandos, são outros nomes apontados pelo ativista angolano.

Publicado em Portugal em setembro de 2011, o livro resultou de uma investigação iniciada em 2004 e documenta casos de homicídio e tortura contra os habitantes na região diamantífera das Lundas.

A empresa que figura entre os queixosos é a sociedade mineira ITM Minning Limited.

Rafael Marques disse ainda que o seu advogado, Luís Nascimento, não teve ainda acesso ao processo.

Ouvido pela primeira vez em abril de 2013, Rafael Marques queixa-se de até agora nem ele nem o seu advogado terem tido acesso ao processo, desconhecendo os termos e as razões por que os queixosos se sentem caluniados e difamados.

Relacionado com este processo, que ativista classifica como «político», 16 organizações de defesa dos direitos humanos, angolanas e estrangeiras, enviaram a 06 de junho de 2013 uma petição ao Procurador-Geral da República de Angola em que classificam como «politicamente motivados» os ataques e acusações feitos ao ativista.

No texto da petição, a que a Lusa teve acesso, os representantes de 16 organizações não-governamentais (ONG) manifestam-se «preocupados» com as recentes ações judiciais intentadas contra Rafael Marques, na sequência da publicação do seu livro.

No documento, os signatários instam o PGR angolano, general João Maria de Sousa, a garantir que Angola respeite os «compromissos internacionais assumidos sobre os direitos humanos e o combate à corrupção, arquivando as acusações e pondo termo ao processo» contra o também jornalista.

A fundamentação alegada pelos generais angolanos e a empresa mineira foi a mesma da queixa-crime apresentada em Portugal, contra Rafael Marques e a editora Tinta-da-China, que a Procuradoria Geral da República portuguesa arquivou em fevereiro de 2013.

Um mês depois, os generais angolanos intentaram uma acusação particular junto do Tribunal de Lisboa, exigindo uma indemnização de 300 mil euros ao autor e à editora.

Esta ação aguarda decisão do juiz.