domingo, 6 de abril de 2014

LUANDA: Caso Bárbara - Judith diz ser vítima da cabala

Caso Bárbara: Judith diz ser vítima de cabala


Luanda - Judith Maria Graça da Silva, acusada de ter assassinado a cidadã Bárbara de Sá Nogueira (gerente de um balcão do Banco Millennium Angola) refutou as acusações que pesam sobre si e disse que foi obrigada a mentir por efectivos da Direcção Provincial de Investigação Criminal de Luanda.
                       Judith diz que nunca foi lébisca
Fonte: O País
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
06.04,2014
Disse ainda que tanto as informações que constam no acto de pronúncia como as provas materiais apresentadas pelo Procurador Manuel Bambi, nomeadamente o exame técnico do crime, os autos de exames e a reconstituição do crime foram forjados.

Revelou que foi obrigada pelo director da DPIC, Amaro Neto, a participar na reconstituição do crime e a assumir a sua autoria perante o Ministério Público e a imprensa.

Estas revelações foram feitas quando o juiz-presidente da 6ª Secção de Crimes Comuns do Tribunal Provincial de Luanda, Sebastião Luís Manuel, indagou a arguida se tinha alguma coisa a dizer sobre o que constava no acto de pronúncia (ver Edição 280 de O PAÍS).

Para justificar as razões que a levaram a fazer tais revelações apenas naquele momento, depois de estar vários meses detida, disse que só se sentia livre e segura para contar o que se passou com a sua amiga naquele instante, em pleno Tribunal.

Classificou de oportuna a questão colocada pelo meritíssimo e que esperava havia muito tempo para contar ao mundo a sua versão dos factos, porque a maior parte das coisas que constavam naquele documento tinham sido forjadas por um grupo de investigadores liderados por Amaro Neto, o director da DPIC.

Desmentiu as informações avançadas pelo representante do Ministério Público que davam conta de que ela e a malograda tinham uma relação amorosa, dizendo que se tratava apenas de uma amizade verdadeira que vinha de há 25 anos.

“Tudo não passa de mentiras. Fomos sempre amigas muito íntimas e isso despertava ciúmes de muita gente, incluindo o marido de Bárbara”, foi mais ou menos nestes termos que deixou cair por terra as informações que davam conta de que eram bissexuais.

Deste modo, descartou a ideia de que assassinou a sua amiga depois de manterem relações sexuais, imbuída de ciúmes, pelo facto de suspeitar que estava a ser traída com um outro homem que não o esposo de Bárbara.

Judith da Silva disse que a amiga lhe havia solicitado a cedência do apartamento que tinha no edifício Luanda, situado no condomínio que está defronte às instalações da Feira Internacional de Luanda, para que ela pudesse reunir com algumas pessoas com as quais trataria de negócios que incluiam somas monetárias.

Para justificar as razões levaram a este pedido inusitado, a ré disse que Bárbara de Sá Nogueira a informou que os seus parceiros pretendiam que o referido encontro se realizasse em Cabo Ledo, mas como ela tinha um casamento no mesmo dia, achou por bem que o encontro tivesse lugar em Luanda. E Judith cedeu. Ainda não se tinha instalado no imóvel e nem sequer o havia mobilado, embora tivesse lá alguns haveres.

No dia do encontro, numa quarta-feira, ambas ter-se-ão deslocado ao imóvel e a ré disse que num determinado momento a amiga teria subido para conversar com os supostos parceiros de negócios enquanto ela ficou à espera num dos restaurantes que ali existem.
Disse que esperou por cerca de cerca de uma hora. No dia seguinte, as amigas voltaram a fazer o mesmo percurso, mas desta vez, a acusada disse que aproveitou a pagar as contas de água do apartamento enquanto a amiga reunia com os seus parceiros.
Supostos polícias em acção

Ela disse que assim que regressou foi interpelada por três indivíduos na entrada do prédio, dois de raça negra e um mestiço. Um deles se identificou como agente da DPIC. Depois de um demorado interrogatório sobre o local onde a sua companheira teria guardado um dinheiro, a arguida disse que foi aconselhada a manter-se calada sobre o assunto caso não quisesse ter o desino da amiga.

Segundo ela, os invasores afirmaram que sabiam tudo a respeito, da relação existente entre ambas e sobre a sua família. Exigiram que colaborasse, caso não quisesse perder membros da sua família. No caso, os pais e os irmãos, deixando em vida apenas as crianças.

Perante tal situação, disse que não teve outra hipótese senão obedecer. Foi assim que ordenaram que chamasse o seu motorista, identificado apenas por Lopes, para que a ajudasse a levar uma encomenda que se encontrava no interior de uma mala.

Contrariando a informação avançada pelo procurador, segundo a qual havia transportado pessoalmente a pasta para baixo do prédio e dito ao motorista que se tratava de carne de cabrito para fazer tratamento contra mau olhado, afirmou que foram os seus algozes que se encarregaram de descer com a mala.

Disse que durante o trajecto, o veículo andou entre dois automóveis, sem que o seu companheiro de viagem se apercebesse. Limitava-se a seguir o caminho que ela indicava, seguindo um carro vermelho que transportava alguns dos homens.

Esclareceu, por outro lado, que mandou o condutor aguardar numa pequena lanchonete que há no Zango 3 enquanto supostamente se deslocaria à casa da Mãe Santa. Quando na verdade, se deslocou a um terreno baldio no Kikuxi, onde os supostos polícias trataram de deixar os restos mortais da sua amiga.

A ré, que apareceu no Tribunal com um par de brincos dourados nas orelhas e as unhas aparentemente tratadas, contou que lhes pediu que lhe devolvessem a mala pelo facto de a mesma conter as iniciais do seu nome, o pedido foi satisfeito.

Sobre se os supostos assassinos deixaram escapar os motivos que os levaram a assassinar a sua amiga, a ré disse ter percebido que eles queriam um dinheiro que julgavam que Bárbara lhes tivesse surripiado. Judith disse ter ouvido a quantia de 8 milhões de dólares.

Com o intuito de descartar a tese de que a malograda a havia ferido com um porta-minas, Judith da Silva explicou que foi um deles que a golpeou com um canivete abaixo do estomago.

No início da sessão, a acusada pediu ao juiz-presidente que a autorizasse a abandonar a sala por não se estar a sentir bem, depois de ter passado a noite numa enfermaria da cadeia, mas teve o pedido recusado por falta de um documento que o comprovasse, apesar da confirmação de uma das guardas. O juiz autorizou que permanecesse sentada.

Passados mais de 30 minutos, voltou a dizer que não estava a sentir-se bem e exigia do seu advogado, José Carlos, que intermediasse perante o meritíssimo para que fosse mandada para cela, mas também não teve êxito pelo facto de o seu defensor se ter remetido em silêncio. Mas mesmo assim, ela, por vontade própria, decidiu permanecer por mais de uma hora em pé. Judith contou também que falou pessoalmente com o marido de Bárbara antes de ser detida.

Aos media Atos teria dito que não conhecia a amiga da mulher, como foi citado na altura.
Família em conflito

A morte da bancaria Bárbara de Sá Nogueira terá azedado a relação existente entre a sua mãe e o viúvo. Como prova disso, cada um deles constituiu o seu próprio advogado, mas, por força da lei, a equipa de defensores contratados pelas mãe da vítima, liderada por David Mendes, viu-se obrigada a ver descartada a possibilidade de intervir durante as sessões.

Por este motivo, o também conhecido como “Advogado dos Pobres” deixou um dos seus assistentes no seu lugar.

Somente os advogados contratados por Atos Nogueira, o esposo, têm o direito de intervir. Ele está no rol dos declarantes, mas os juízes da causa viram-se obrigados a priorizar o pedido de antecipação da data para prestar as suas declarações porque terá que ser submetido a uma cirurgia no exterior do país.

sábado, 5 de abril de 2014

AMESTERDÃO: Companhia holandesa subornou entidades angolanas e/ou seus familiares

Companhia holandesa subornou entidades angolanas

Investigação da empresa confirma haver "evidência" de pagamento de milhões de dólares a entidades oficiais ou seus familiares
SBM especializa-se em plataformas marítimas
SBM especializa-se em plataformas marítimas                                                                                     TAMANHO DAS LETRAS
 
Fonte: Redacção VOA
Divulgação: Planalto de malanje Rio Capôpa
Os pagamentos poderão ter sido em feitos em dinheiro ou em produtos não especificados “de valor”.

A SBM Offshore é uma companhia  de serviços que se especializa em plataformas marítimas usadas na exploração de petróleo e gás.

A SBM tinha afirmado em 2012 que estava a investigar supostos subornos feitos por entidades da companhia a entidades no Brasil, Angola e Guiné Equatorial.

Num comunicado ontem divulgado, a empresa disse que uma investigação interna  não encontrou provas de subornos no Brasil, mas  encontrou provas que representantes em Angola e na Guiné Equatorial podem ter subornado entidades dos governos desses países.

“A respeito de Angola e Guiné Equatorial há evidências de que pagamentos podem ter sido feitos directa ou indirectamente a autoridades do governo”, disse o comunicado da companhia que não divulgou, contudo quaisquer, nomes.

O comunicado diz que entre 2007 e 2011 companhias ligadas à empresa usaram “agentes múltiplos” em Angola, incluindo um anteriormente usado para negócios na Guiné Equatorial.

“Há alguma evidência que pessoas ligadas a pelo menos um desses agentes eram entidades do Governo angolano ou estavam associados a entidades do Governo angolano,” diz o comunicado que acrescenta:

“Há também alguma evidência de que o agente usado na Guiné Equatorial poderá ter feito pagamentos a entidades do Governo angolano e que outros tipos de valor foram entregues a entidades do governo e/ou a seus familiares”, lê-se no comunicado.

A SBM diz não saber qual a percentagem de um total de 22,7 milhões de dólares de comissões que foi usada como suborno.

As investigações foram iniciadas em Fevereiro depois de meios de informação holandeses terem publicado reportagens sobre suspeitas de pagamentos de subornos a entidades brasileiras da companhia Petrobras.

Nesse caso os subornos teriam envolvido mais de 139 milhões de dólares mas a companhia disse que, neste caso, “a investigação não encontrou nenhuma evidência em que a companhia ou algum dos seus agentes tenha feito pagamentos impróprios a agentes do governo”.

Foi durante estas investigações que foram detectadas “evidências” de pagamentos a entidades angolanas.

Por outro lado, o conceituado jornal francês “Le Monde” publicou nesta quinta-feira, 3, uma extensa reportagem sobre as relações entre Portugal e Angola em que afirma que Portugal se tornou no que chama de “uma máquina de lavar dinheiro” para Angola e para a Guiné Equatorial

sexta-feira, 4 de abril de 2014

LUANDA: A Aceleração do MPLA e a desaceleração do País - Por Rafael Marques

A Aceleração do MPLA e a Desaceleração do País
Por Rafael Marques de Morais 
Fonte: Maka Angola
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
 03 de Abril, 2014
O Bureau Político (BP) do MPLA apreciou, a 31 de Março, o programa do seu governo de aceleração da diversificação da economia nacional e produziu uma recomendação especial: o governo deve formar os quadros necessários à sua implementação. Há, no entanto, uma contradição que importa analisar.

Aceleração. Comecemos por aqui. A 12 de Fevereiro de 2009, o presidente José Eduardo dos Santos disse: “É necessário acelerar a diversificação económica, realizando e promovendo investimentos noutros domínios da produção.”

Passados quatro anos, a ideia da aceleração da política de promoção e diversificação da economia foi integrada no Plano Nacional de Desenvolvimento de 2013 a 2017, que se encontra já em execução desde o ano passado. Tem sido, ao que parece, uma aceleração bastante lenta.

Como prioridades para a diversificação da economia, o referido plano contempla a promoção da competitividade e a coordenação entre investimentos públicos e privados.

Para o governo, a viabilidade do referido programa de diversificação assenta na estruturação de um sector privado e empresarial angolano forte. Por isso inclui no seu projecto a “promoção do empreendedorismo e do desenvolvimento do sector privado nacional”.

A contradição fundamental assenta, em primeira instância, na centralização e concentração cada vez maiores do poder. Essa centralização, conforme argumento na minha tese sobre “A Transparência do Saque em Angola”, passou da esfera do Estado para o domínio privado do presidente e do seu séquito preferencial. Como consequência, produziu-se uma fusão dos interesses do Estado com os interesses privados dos dirigentes, ao ponto de se tornarem indistintos entre si.

É por via dessa fusão que se institucionalizou a duplicidade de funções dos próprios dirigentes que, em simultâneo, assumem o papel de principais empresários e investidores nacionais. Os interesses nacionais passaram a ser governados pela agenda privada dos dirigentes/empresários.

A separação entre os cofres do Estado e os bolsos dos dirigentes também foi eliminada por via da unificação.

Essa promiscuidade é avessa a qualquer tipo de competitividade. Caso paradigmático é o sector das telecomunicações. A Movicel, que se afirmava como uma das maiores empresas estatais, foi privatizada em 2009, a favor dos dirigentes. Hoje, a UNITEL e a Movicel, cujos sócios são dirigentes, familiares e o próprio Estado, formam um duopólio que lhes permite assaltar as bolsas dos cidadãos pelos serviços deficitários de telefonia móvel que prestam a preços exorbitantes.

De um modo geral, os cidadãos angolanos, fora da órbita do poder, não têm a liberdade de iniciativa privada ao ponto de se constituírem numa mais-valia para a economia nacional. A menos que sejam arregimentados, é-lhes tolhida a criatividade, a ambição e a perspectiva de expansão de negócios.

Já se tornou institucional, em sectores-chave da economia, como os petróleos, os dirigentes impingirem as suas empresas de fachada, na qualidade de sócias, como condição sine qua non para a abertura do mercado angolano a investidores estrangeiros.

Outro ponto interessante da nota do BP é o seu encorajamento ao executivo para “implementar o referido programa com rigor e firmeza, de modo a diminuir a dependência da economia nacional do sector petrolífero”.

Para o efeito, o BP “recomendou uma atenção especial à formação de quadros para o provimento de funcionários qualificados necessários ao programa”.

Na sua declaração política, a bancada parlamentar do MPLA sustentou, em Novembro passado, que a aprovação do Orçamento Geral do Estado de 2014 é a continuidade do Plano Nacional de Desenvolvimento.

Aqui reside a confusão. Primeiro, o chefe do governo, que apresentou o plano ao BP, é o presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos. Quem pede rigor e firmeza a quem? Ou é apenas uma questão de retórica? Dos Santos pede rigor e firmeza a si próprio?

Segundo, como se podem formar quadros em tempo útil para serem engajados num programa acelerado de diversificação da economia? Os quadros a que o MPLA se refere, em princípio, devem ser de formação superior. Um curso universitário tem um tempo mínimo de quatro anos e não se pode esperar que, após a formação, esses quadros estejam preparados, profissionalmente, para tão ingente desafio.

Outro grande problema ao nível da profissionalização dos quadros tem a ver com os comités de especialidade do MPLA. O cartão de militante desse partido e a venalidade têm tido primazia sobre a capacidade profissional e de liderança dos quadros na sua colocação ao nível da administração do Estado. Não se vislumbram quaisquer iniciativas tendentes a despartidarizar a administração do Estado.

A nomeação de Kundi Paihama para governador do Huambo é, aliás, prova bastante da ideologia do presidente. O Huambo foi, em tempos, o segundo parque industrial do país e, para além de instigar o terror e promover o açambarcamento, Paihama não tem capacidade para revitalizar a província. Já devia ter sido reformado aos 70 anos. Apesar de haver já muitos jovens bem formados, o MPLA continua a apostar na velha guarda, despida de visão e de ideias inovadoras para o país.

Acima de tudo, o MPLA e o seu presidente devem acelerar a moralização da administração do Estado, aplicando, com rigor, a separação entre os seus interesses privados e os do Estado.

De seguida, também deve ser acelerada a devolução de poderes. A estrutura da economia só mudará com a descentralização e desconcentração de poderes por via de reformas profundas no aparelho de Estado. Só assim será possível estabelecer a separação efectiva de poderes entre o legislativo, o executivo e o judicial, bem como o exercício dos freios e contrapesos para a garantia da fiscalização dos actos do governo.

Na realidade, tudo isto será apenas possível na era pós-Dos Santos. O presidente José Eduardo dos Santos é o principal entrave às reformas que se impõem no país.

LISBOA: Jornalista Mário Crespo denuncia ligações da imprensa ao poder angolano

Jornalista Mário Crespo denuncia ligações da Imprensa ao poder angolano

Fonte: SIC Noticias/Esquerda
Divulgação: Planalto De Malanje rio Capôpa
Jornalista Mário Crespo denuncia ligações da Imprensa ao poder angolano
O jornalista Mário Crespo diz que levou "algum tempo a compreender" o seu "despedimento", concluindo que terá sido por "inconformismo editorial". E queixa-se de pressões para afastar vozes incómodas a Eduardo dos Santos no Jornal das Nove da SIC-Notícias.
Afastado da apresentação do Jornal das Nove da SIC, Mário Crespo lança suspeitas sobre as pressões do regime de Luanda sobre a informação do grupo de Balsemão.
As declarações do jornalista veterano, que viu o seu contrato não ser renovado há poucos meses, após ter dado entrada com o pedido de reforma, foram feitas num debate sobre os 40 anos do 25 de Abril em Loures, noticia a edição desta sexta-feira do Correio da Manhã.
"Perdi o meu posto por inconformismo editorial", explica o jornalista que ainda tem contrato com a SIC até ao fim de maio, mas que foi afastado da apresentação do Jornal da Nove na SIC-Notícias há poucas semanas. "Não prolongaram o meu contrato apesar de eu poder continuar",  revela agora o pivô do Jornal da Nove. Na sua intervenção de despedida do programa (ver vídeo), Mário Crespo tinha deixado no ar a ideia de que não o abandonava de livre vontade, sublinhando que "gostava de ficar até ao 25 de Abril". Mas só agora veio acrescentar alguns elementos que no seu entender podem estar relacionados com o afastamento.
"Tive uma carta do diretor de informação da SIC a proibir-me de levar o Rafael Marques ao meu jornal", denunciou Mário Crespo, referindo-se ao jornalista e ativista dos direitos humanos em Angola, que chegou a ser perseguido na justiça portuguesa por um grupo de generais angolanos ligados à extração de diamantes, denunciados no livro "Diamantes de Sangue: Tortura e Corrupção em Angola". Contactado pelo Correio da Manhã, Alcides Vieira negou esta acusação.
Mário Crespo revelou agora ter recusado por várias vezes incluir "reportagens muito bondosas sobre Angola" no Jornal das Nove, dizendo também estranhar a publicação de reportagens semelhantes no semanário Expresso. E questionou a venda de cerca de um quarto do capital da Impresa - o grupo dirigido por Francisco Pinto Balsemão - que estavam nas mãos da Ongoing e foram parar a "fundos privados que ninguém sabe quem são".
Correspondente da SIC em Israel aceitou encomenda do governo para melhorar imagem do país junto dos católicos
Um dos trabalhos jornalísticos mais polémicos sobre Angola na SIC foi a entrevista feita pelo jornalista luso-israelita Henrique Cymerman a José Eduardo dos Santos no ano passado em Luanda, por encomenda de uma televisão de Israel e retransmitida em Portugal no canal de Balsemão. Nos dias que seguiram choveram críticas à "operação de lavagem da imagem" do regime, com o presidente angolano a discorrer sem contraditório sobre o combate à corrupção e a eliminação da pobreza em Angola.
No mês passado, Henrique Cymerman - que é correspondente da SIC em Israel - também esteve debaixo de fogo dos seus colegas jornalistas, por ter aceite uma encomenda do governo de Telavive para fazer uma série de reportagens sobre a visita do papa Francisco a Israel, prevista para maio, material que será posteriormente usado para divulgar e promover a imagem daquele país no mundo católico, com versões em português, espanhol e inglês.
O jornalista nascido em Portugal vai receber mais de 60 mil euros para produzir estas reportagens publicitárias para o governo israelita, que o escolheu por ajuste direto. Questionado sobre a existência de problemas éticos, Cymerman disse ao jornal Haaretz não haver qualquer razão para recusar a encomenda do governo, acrescentando ver com bons olhos a possibilidade de fortalecer as relações entre o papa e Israel.
Esquerd
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PARIS: Jornal Francês "LE MONDE" acusa Portugal de ser "cúmplice" do Regime angolano

Jornal Françês "Le Monde" acusa Portugal de ser "cúmplice" do regime angolano

Fonte: Expresso
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Jornal Françês "Le Monde" acusa Portugal de ser "cúmplice" de regime angolano
Num artigo publicado quarta-feira, o "Le Monde" expõe os negócios que o Estado português tem feito e os investimentos que tem aceite de países africanos como a Guiné-Equatorial e Angola.
Com o título "Os fundos vindos de Angola semeiam confusão em Portugal", a edição em papel de quarta-feira do diário francês "Le Monde" publica um artigo dedicado às trocas comerciais entre Portugal e Angola, no momento em que, em Bruxelas, se reúnem os dirigentes de nove dezenas de países dos dois continentes, na IV cimeira União Europeia-África.
O artigo identifica o esforço da União Europeia em aproveitar a ocasião para se impor à rivalidade comercial da China e centra-se nos negócios que Portugal se esforça por realizar nas suas ex-colónias, de modo a contribuir para a revitalização "da sua economia fatigada pela crise e pela austeridade".
Usa para tal a visita de Estado do primeiro-ministro Passos Coelho a Moçambique (26 e 27 de março), país que o "Le Monde" classifica como tendo "grande dotação de gás" e com o qual Portugal acaba de assinar 16 acordos comerciais.
A Guiné-Equatorial é dada como exemplo das concessões que o Governo português está disposto a fazer. O jornal francês cita a disponibilidade manifestada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, para que aquele país adira à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), apesar de essa hipótese ter sido excluída em 2012, em nome do respeito pelos direitos humanos.
"É sobretudo a Angola que Portugal abre os seus braços", lê-se a seguir ao subtítulo com a citação do jornalista Rafael Marques: "Portugal transforma-se numa máquina de lavar dinheiro roubado ao povo angolano".
O jornal descreve ainda em breves linhas o esquema de influência do Presidente angolano e da família Dos Santos, chamando a Portugal "cúmplice" de "um regime que despreza o seu povo".
E aflora ainda o caso de "tratamento especial" a Manuel Vicente, número dois do Estado angolano, que foi objeto de pedidos de desculpa por parte de Rui Machete.
Express
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quarta-feira, 2 de abril de 2014

LISBOA/ALGÉS: Ex-administrador da "SONANGOL" encontrado morto em casa em Oeiras


Ex-administrador da Sonangol encontrado morto em casa em Oeiras



Fonte: ECONÓMICO
Divulgação: planalto de malanje rio capôpa

A Polícia Judiciária foi chamada ao local e poderá desencadear uma investigação, caso sejam encontrados indícios de crime.
 Mateus Morais de Brito (SONANGOL.CO.UK)
Mateus Morais de Brito, ex-administrador da Sonangol, foi encontrado morto esta manhã na sua casa de Algés, Oeiras. A notícia foi avançada pelo Correio da Manhã e confirmada pela Lusa junto de fonte policial.
De acordo com um perfil publicado na página da Sonangol, Mateus Morais de Brito nasceu no Dondo (Kwanza Norte) em 23 de Outubro de 1960. Entrou para a Sonangol em 1984 e em 2002 foi nomeado director de Exploração na empresa.
Em Novembro de 2005, foi nomeado pelo Governo angolano para administrador da empresa angolana de petróleos. Era licenciado em Geofísica, pela Universidade de Tulsa - Oklahoma, EUA.
Entre os principais investimentos da Sonangol em Portugal está a presença no capital da Galp (38,34% detidos através da holding Amorim Energia, que junta Américo Amorim e Isabel dos Santos) e no BCP-1.58%, onde detém 20% do capital.
[Informação adicional sobre o cargo de Mateus Morais de Brito]

MAPUTO: Aviões de guerra de Moçambique estão retidos na Alemanha

Aviões de guerra de Moçambique retidos na Alemanha

Ontem, 31, o Governo e a Renamo chegaram a acordo para a criação de um comando central e três subcomissões regionais visando garantir a desmilitarização da Renamo e acabar com os conflitos.
MIG-21MIG-21Finte: VOA/Alvaro Ludgero AndradeDivulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
TAMANHO DAS LETRAS 

Três aviões de combate MiG-21, de fabrico soviético, provenientes da Roménia e com destino a Moçambique foram retidos pelas autoridades da Alemanha, supostamente por a empresa que fazia o transporte não ter a documentação em dia.

A revelação foi feita ontem, 31 de Março, pela revista alemã Der Spiegel, e até agora o Governo moçambicano não se pronunciou. A notícia surge no dia em que o Governo e a Renamo acordaram criar um comando central e subcomissões regionais para parar com os confrontos.

Os aviões de guerra chegaram à cidade portuária de Bremerhaven por via ferroviária a partir de Budapeste em seis contentores e deveriam ter seguido viagem de navio para Moçambique, depois de terem sido reparados. Entretanto, foram apreendidos pois o transporte em território alemão não estava autorizado.

Segundo a lei alemã de controlo de armas de guerra o carregamento de aviões de combate para Moçambique carecia de uma autorização. As autoridades alemãs iniciaram um processo contra a empresa romena responsável pelo envio dos aviões, por violação da lei.

O Governo de Moçambique ainda não reagiu a esta notícia, mas o professor universitário e antigo director da Policia de Investigação Criminal em Maputo António José Frangules considera que os aviões foram enviados no ano passado para reparação no quadro de uma estratégia ofensiva ou seja antes do início dos combates entre as forças armadas e homens da Renamo.

Aquele analista acredita que não há perigo de um regresso à guerra e os conselheiros da Renamo saberão identificar que esses aviões não chegam agora para reforçar o exército em nenhuma acção ofensiva.

António José Frangules acredita que o acordo para acabar com os conflitos vai valer.

Ontem, 31, o Governo e a Renamo chegaram a acordo para a criação de um comando central e três subcomissões regionais visando garantir a desmilitarização da Renamo e acabar com os conflitos.