Os partidos da oposição condenaram por unanimidade a celebração do Dia da Juventude, Segunda-feira 14 de Abril, afirmando não ser representativo de todos os angolanos.
Mas a organização juvenil do MPLA, a JMPLA, diz que o dia celebra a morte de um combatente da liberdade que morreu lutando pela independência de toda a Angola e não de um só partido ou organização.
A Juventude Patriótica, braco juvenil da CASA-CE acusou o partido no poder de privatizar o país, impondo os seus símbolos aos demais angolanos, numa postura, segundo o líder da JPA, Rafael Aguiar de um estado ditatorial.
"O MPLA e a JMPLA querem permanentemente fazer-nos crer que eles são superiores em relação a todos os outros angolanos, querem fazer das suas coisas e símbolos, símbolos de toda nação angolana o que demonstra uma cultura monolítica e ditatorial”, disse.
“É uma cultura que visa privatizar a nação angolana transformada em MPLA e JMPLA que merece de todas as forcas vivas da nação uma reacção veemente embora pacifica", acrescentou.
A JURA, organização juvenil da UNITA diz que não celebra o 14 de Abril por achar que é uma data da juventude do MPLA.
Albertina Navemba Ngolo secretária-nacional da JURA pensa que se deve separar o partidário do público, principalmente na hora da repartição dos bens do país.
"Esperamos que a riqueza do país seja bem distribuída para que os angolanos se sintam filhos da mesma pátria e não esteja a riqueza concentrada numa meia dúzia de famílias ligadas ao regime", disse Ngolo.
Do PRS, falou Júbilo António, o secretário nacional da JURS, organização juvenil dos renovadores sociais que também acusa o MPLA de impôr o 14 de Abril aos angolanos e continuar a excluir os jovens que não façam parte do partido que governa.
"O MPLA impõe a sua data de comemoração a todos os jovens, não há uma vontade do MPLA mudar esta data e também continua a excluir os jovens, socialmente estamos a declinar, o jovem hoje está votado ao abandono", afirmou Júbilo António.
O braço juvenil da FNLA de Lucas Ngonda também diz não fazer parte da celebração do 14 de Abril por ser uma imposição do MPLA.
"O 14 de Abril é uma data imposta que carece ainda de consenso entre as diferentes organizações juvenis do país", defendeu Geovety Sousa da FNLA.
Mas Sérgio Lutero Rescova o homem forte da juventude do MPLA diz respeitar as opiniões dos adversários mas reitera que a sua organização vai manter Hoji ya Henda como patrono de toda juventude angolana.
"O comandante Hoji Ya Henda não lutou pela causa do MPLA, ele perdeu a vida em Karipande num contexto de luta pela libertação nacional e a partir daí o país é independente, por isso nós JMPLA continuamos a defender o 14 de Abril como dia nacional da juventude mas respeitamos as opiniões que não vão neste sentido", declarou.
O bureau político do MPLA emitiu também um comunicado reiterando que a juventude deve desempenhar um papel crucial em todo o processo de reconstrução e de desenvolvimento do país.
Por esta razão, o MPLA defende a existência, em Angola, de “uma juventude cada vez mais instruída, do ponto de vista académico e que possua uma cultura vasta e diversificada”.
Assim, o MPLA considera que investir nos jovens é a melhor garantia para a construção de um país próspero, moderno e desenvolvido.