sexta-feira, 9 de maio de 2014

MAPUTO: Encontrados quatro milhões de meticais no carro do Juiz assassinado capital da Maputo Republica de Moçambique

Encontrados quatro milhões de meticais no carro do juiz assassinado em Maputo

Moçambique juiz Silica assassinado
Moçambique juiz Silica assassinado                                                                                                      TAMANHO DAS LETRAS
 
Foram encontrados cerca de quatro milhões de meticais na viatura do juiz Dinis Nhavotso Silica, assassinado por indivíduos desconhecidos, na manhã de ontem, 8,ao longo da Avenida Karl Max, próximo a Escola Primária 7 de Setembro, na cidade de Maputo, em Moçambique.

Logo após a remoção da viatura em que se fazia transportar o juiz Dinis Nhavotso Silica, a polícia procedeu à perícia no interior da mesma, na qual foram encontrados avultadas somas financeiras, segundo  Arnaldo Chefo, Porta-Voz da Polícia da República de Moçambique.

Dinis Silica era até então juiz da secção criminal do Tribunal Judicial da cidade de Maputo e nos últimos dias tinha em mãos o dossier dos raptos.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

LUANDA: Angolano Na Lista de Sanções dos Estados Unidos por Corrupção

Angolano na Lista de Sanções dos Estados Unidos por Corrupção

Fonte: Maka Angola,Divulgação: Planalto De Malanje Rio capôpa6 Maio, 2014
Os Estados Unidos da América (EUA) incluíram recentemente um homem de negócios angolano na sua lista de alvos de sanções económicas, devido ao seu envolvimento em actos de sabotagem do processo democrático no Zimbabué e a indícios de corrupção.
Trata-se do cidadão António Famtosonghiu Sampo Menezes, de 56 anos. Mas, na realidade, estamos a falar do cidadão chinês Xu Jinghua, mais conhecido por Sam Pa, para além de outros nomes.
Sam Pa é o principal esteio das relações entre Angola e a China, na sua qualidade de patrão do China International Fund (CIF), que, desde 2004, em troca de petróleo, tem controlado e prosperado com a intervenção massiva da China no processo de reconstrução nacional em Angola.
O sino-angolano preside também à China-Sonangol, detida em 70 por cento pela New Bright International Development (NBID), enquanto a Sonangol detém 30 por cento. Por sua vez, quem controla 70 por cento da NBID é Veronica Fung, consorte e testa-de-ferro de Sam Pa. Ou seja, quem controla na verdade é Sam Pa.
A China-Sonangol tem servido de veículo para o descaminho de biliões de dólares de receitas do petróleo angolano, para além de outros recursos do país, beneficiando claramente a China, os seus operadores privados, como é o caso de Sam Pa, e alguns dirigentes angolanos. No seu processo de expansão internacional, a China-Sonangol tem sido uma presença constante no Zimbabué, onde investiu nos sectores dos diamantes e do imobiliário.
Segundo o Departamento de Tesouro dos EUA, a 17 de Abril passado, Sam Pa foi incluído na lista de alvos de sanções económicas por “subverter os processos democráticos e institucionais no Zimbabué, facilitar a corrupção pública por altos dirigentes zimbabueanos através do tráfico ilícito de diamantes, assim como pelo apoio financeiro e logístico ao governo do Zimbabué e a pessoas designadas como especiais”.
Na sua nota de imprensa, as autoridades americanas acusam ainda Sam Pa de ter dado mais de um milhão de dólares, bem como suprimentos e equipamentos, a dirigentes zimbabueanos para apoio à Organização Central de Inteligência (CIO), os serviços secretos de Robert Mugabe. Com efeito, os Americanos argumentam que a CIO está ligada a actividades destinadas a minar a democracia no país. Sam Pa é acusado de ter auxiliado a secreta zimbabueana a sobreviver durante a grave crise económica que afectou este país. O referido apoio extra-orçamental de Sam Pa, de acordo com o Departamento de Justiça, contribuiu para, entre outras coisas, fomentar os programas da CIO destinados à intimidação pré-eleitoral no Zimbabué.
Por estas razões, todos os bens de Sam Pa localizados sob jurisdição dos Estados Unidos deverão ser congelados. Por outro lado, todas as transacções com os Estados Unidos ou com cidadãos estado-unidenses que envolvam Sam Pa estão proibidas. As sanções aplicam-se também a um advogado de Singapura, associado de Sam Pa, e a um dirigente zimbabueano.
As autoridades estado-unidenses ainda não especificaram os bens de Sam Pa que serão alvo de congelamento. Nos Estados Unidos, a China-Sonangol é proprietária de um grande edifício na famosa Wall Street, adquirido em 2008 por US $150 milhões.
Em círculos restritos da nomenklatura, Sam Pa também é conhecido como o “vice-presidente angolano”, pela forma como dispõe do poder em Angola, sobretudo o do presidente da República, José Eduardo dos Santos, que lhe concedeu a cidadania angolana e com quem mantém uma relação de amizade. O ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do PR, general Manuel Hélder Vieira Dias “Kopelipa”, bem como o vice-presidente Manuel Vicente sujeitam-se à sua influência.
Sam Pa tem ainda como seus associados duas figuras distintas dos grandes esquemas de corrupção que envolvem a nomenklatura angolana: trata-se de Pierre Falcone, o mercador de armas franco-brasileiro, e de Hélder Bataglia, presidente da Espírito Santo Commerce (Escom). José Eduardo dos Santos não só concedeu a cidadania angolana a Pierre Falcone, mas também imunidade diplomática, de modo a livrá-lo da cadeia em França, devido ao escândalo Angolagate.

LUANDA: A Propaganda de Isabel Santos, George Soros e EU - Por Rafael Marques

A Propaganda de Isabel dos Santos, George Soros e Eu

Rafael Marques de MoraisFonte: Maka AngolaDivulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa 7 Maio, 2014
Há já vários meses, a consultoria de imprensa portuguesa da Isabel dos Santos, liderada por Luís Paixão Martins, tem estado a tentar desenvolver uma campanha contra mim. A exposição pública dos negócios da filha do presidente, sobretudo como actos de corrupção do seu pai, não têm sido disputados com provas em contrário.

Tentativa de difamação
Uma antiga associação entre mim e a Fundação Open Society, patrocinada pelo bilionário e filantropo George Soros, tem sido usada, revelando desespero de causa, para atingir-me no terreno da moralidade. Esse ensaio tem sido tentado, sem sucesso, pela propaganda do regime em Angola. Todavia, a perfídia com que tal missão passou a ser assumida por um mercador de comunicação português tem muito que se lhe diga, mais pela sua forma obtusa do que pelo seu conteúdo.
Tal tentativa oferece, no entanto, uma oportunidade para revisitar o modo como o regime do presidente Dos Santos não tem olhado a meios para neutralizar o autor. O envolvimento de Soros em Angola é apenas um episódio dessa obsessão oficial, que é o que interessa por ora.
Ademais, em breve, novas revelações de monta sobre a teia de corrupção e negócios da família Dos Santos, particularmente de Isabel dos Santos, deixarão ainda mais fragilizados e vulneráveis, diante da opinião pública, os envolvidos. Certamente aumentarão o seu nível de desespero e o dos seus defensores. Será interessante notar, nessa altura, para além do recurso à violência, bruta ou requintada, que outras estratégias o poder e o dinheiro lhes proporcionarão na sua defesa.
A questão de George Soros é simples. O regime do pai de Isabel dos Santos tem sido o principal beneficiário desse envolvimento. E é justamente por essa ironia fina que vale a pena escrever.
Antes, contudo, é preciso explicar aos leitores o que terá desorientado o relações públicas de Isabel dos Santos.
Proposta à Forbes

A 11 de Agosto de 2013, Luís Paixão Martins escusou-se a responder às questões colocadas por mim e pela editora Kerry Dolan no âmbito da investigação que realizámos para a revista Forbes sobre Isabel dos Santos. As primeiras perguntas foram enviadas por e-mail em Abril, após anuência da Luís Paixão Martins Comunicações (LPMC).
Num e-mail dirigido a Kerry Dolan, o consultor português apresentou nos seguintes termos a sua condição para responder às perguntas sobre Isabel dos Santos:
“Certamente, caso realmente queira a nossa cooperação para informar os vossos leitores com precisão, uma publicação como a vossa deve trabalhar com um jornalista de negócios, ou um especialista em economia, com experiência de Angola e/ou Portugal; as suas economias, mercados e investimentos; alguém que vos poderia providenciar informação isenta, apolítica e verdadeira. Este não é o caso. Você escolheu trabalhar com um activista político. Você não escolheu trabalhar com alguém independente e com experiência em economia. Tenho o prazer de lhe dar alguns contactos de jornalistas independentes económicos/de negócios que trabalham para publicações reputadas, que se especializam em economia e negócios em Angola, Portugal e países de expressão portuguesa.”
Esta proposta, evidentemente, foi recebida como sendo ofensiva e ridícula. No dia seguinte, tendo sido mais uma vez avisado de que o artigo seria publicado de qualquer modo, Luís Paixão Martins acabou por responder a algumas questões, reafirmando, no entanto, a sua oferta anterior a Kerry Dolan:
“Qualquer jornalista português com experiência em negócios, pode ajudá-la na identificação de fontes. Infelizmente, você escolheu trabalhar com um activista político. Você escolheu não trabalhar com alguém com conhecimentos em economia. Como disse antes, tenho o prazer de lhe dar alguns contactos de jornalistas independentes económicos/de negócios que trabalham para publicações reputadas, que se especializam em economia e negócios em Angola, Portugal e países de expressão portuguesa.”
Sobre a forma como a LPMC pode dispor de jornalistas portugueses para escreverem sobre a sua cliente é algo que apenas diz respeito à comunicação social portuguesa e à opinião pública local.
A investigação foi publicada na edição da Forbes de 3 de Setembro de 2013  e teve perto de 393,000 visualizações online.
Caprichosa, Isabel dos Santos, entretanto, adquiriu os direitos de publicação da Forbes para Portugal e para países africanos de expressão portuguesa. Deste modo, a Forbes reconquistou a sua reputação no universo comandado por Isabel dos Santos.No entanto, a Forbes publicou mais tarde nova investigação sobre como Isabel dos Santos adquiriu a joalharia suíça De Grisogono e passou a controlar o mercado de diamantes em Angola, por via de uma parceria ilícita com a empresa estatal de comercialização de diamantes, a Sodiam S.A. Tudo isso através dos actos corruptos do pai, o presidente José Eduardo dos Santos. Sem argumentos de defesa capazes de limpar o nome de Isabel dos Santos, foi então engendrada uma conspiração internacional, com George Soros à mistura.
Vamos então ao caso Soros.

O Encontro
Em 1997, aquando de um jantar em que eu estava presente, juntamente com perto de outros 40 convidados, incluindo personalidades muito importantes da África do Sul, George Soros era o convidado de honra. Após ter feito o seu discurso, Soros disse à audiência, de improviso, “agora chamo o meu amigo Rafael Marques”, afirmando que eu partilharia as minhas ideias sobre Angola e o papel da sociedade civil.
Recusei-me a falar. Não fazia parte do programa e eu não estava preparado. Tinha sido apenas convidado para jantar. Senti-me honrado quando soube que tinha sido colocado na mesa de George Soros. Foi aí que o conheci, e conversámos durante algum tempo, sobre assuntos genéricos.
Pouco depois, George Soros voltou a sentar-se à mesa e, sem desanimar com a minha recusa, disse-me que me tinha oferecido uma grande oportunidade e que cabia a mim, apenas, aceitar ou recusar. Mudei de ideias. Dirigi-me ao palanque e defendi a ideia de que a democracia só funciona quando alicerçada no ensino, a começar pela educação primária, e manifestei o meu desencanto com o modus operandi das organizações internacionais pela superficialidade dos seus programas de apoio à democratização e à luta pelo respeito dos direitos humanos. Insisti na educação.

Aposta na Educação

Para minha surpresa, passados dois meses, recebi a visita de Terrice Bassler, especialista em educação da Open Society, vinda de Nova Iorque. A então vice-ministra Francisca do Espírito Santo proporcionou-nos um encontro e organizou uma visita ao Bengo, na qual incluiu altos funcionários do seu ministério.
Durante dois anos, e até este encontro entre mim e Terrice Bassler, a Open Society tinha tentado estabelecer-se em Angola sem sucesso.
Em menos de dois meses, estabeleceu-se um projecto-piloto para a capacitação de professores primários no Bengo e nos arrabaldes dos municípios de Cacuaco e Viana, em Luanda. Com uma dotação inicial de US $250,000, destinados à educação apenas, a organização pediu-me para representá-la interinamente em Angola, durante alguns meses, até à contratação de um director. Acabei por ficar seis anos, renovando o contrato todos os anos.
Durante mais de um ano, o escritório dessa organização multimilionária foi a minha sala de jantar, de modo a minimizar os custos administrativos.  
Até à minha saída, em finais de 2004, em colaboração com o Ministério da Educação, a Open Society capacitou mais de 4,500 professores primários, sobretudo no Bengo, em Luanda e no Kwanza-Sul. Estendeu os seus seminários de formação de formadores às províncias do Uíge, Moxico e outras. A determinada altura, o orçamento para o projecto de educação ascendeu a US $500 mil anuais. Todo o pessoal do projecto de educação provinha do Ministério da Educação, em regime de colaboração. Após o termo das suas funções como coordenadora do projecto de Educação da Open Society, em 2004, Luísa Grilo assumiu as funções de directora nacional do Ensino Geral do Ministério da Educação, cargo que mantém até à data presente.

Prisão 
Após a minha detenção, a 16 de Outubro de 1999, por ter escrito o “Batom da Ditadura”, levantaram-se vozes internamente, ao nível do Ministério da Educação e do MPLA, a exigir o fim do projecto. A iniciativa era apresentada como uma manifestação de lealdade e solidariedade para com o presidente da República, que ordenou a minha detenção por se ter ofendido com o texto que o caracterizava como ditador e corrupto. Outras vozes, no entanto, dignaram-se a defender os méritos do projecto e a separá-lo das minhas opiniões pessoais. O “Batom da Ditadura” tinha sido uma resposta aos insultos do deputado João Melo. Eu promovera uma iniciativa de apelo ao cessar-fogo em Angola a que João Melo chamou de “heresia”.
Tal era a lealdade ao pai de Isabel dos Santos, que os meus captores apontaram-me sete armas, quando abri a porta de casa, incluindo uma pistola pressionada contra a minha têmpora. Fui encarcerado em condições sub-humanas. Foi nessa altura que vivi a realidade dos abusos contra os direitos humanos. Ao invés de fraquejar, indignei-me. Estabeleci um sistema de denúncia dos casos mais graves com os quais ia tomando contacto na cadeia.
Durante a minha detenção, George Soros engajou-se pessoalmente, para além da sua rede de fundações, para conseguir a minha libertação. Soube, mais tarde, que telefonara a dois estadistas africanos, que mantinham boas relações com Angola, para além de outros dignitários. Houve várias estratégias de pressão. Até em Portugal, para além do apoio incondicional de Mário Soares, a própria Assembleia da República abordou o caso, por iniciativa do Bloco de Esquerda.
Internamente, a pressão também era significativa. Na altura, o então presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé, o arcebispo D. Zacarias Kamwenho, foi visitar-me à Cadeia de Viana, na companhia de outros bispos. O próprio presidente José Eduardo dos Santos, e este facto é aqui revelado publicamente pela primeira vez, teve a iniciativa de enviar também um emissário seu à cadeia, para saber do meu estado de saúde.
Quando saí do estabelecimento prisional de Viana, tinha dossiês até de casos de escravatura a que estavam sujeitos vários condenados, obrigados a trabalhar nas quintas privadas de certos dirigentes. Denunciei o caso de um jovem que se encontrava em prisão preventiva havia 15 anos. Centenas de presos tiveram de ser libertados por excesso de tempo cumprido em prisão preventiva. Este estabelecimento prisional encerrou para obras pouco tempo depois. Passaram a chamar-me activista dos direitos humanos. Tenho o maior orgulho em defender os direitos dos meus concidadãos, assim como tenho o maior orgulho em expor aqueles que saqueiam o país sob o comando de José Eduardo dos Santos. A corrupção institucionalizada em Angola também configura uma grave violação dos direitos dos cidadãos por privação de direitos económicos e sociais.

Democracia e Direitos Humanos 
Os projectos de apoio da Open Society à comunicação social, à democracia e aos direitos humanos acabariam por ter maior visibilidade devido à sua mediatização, apesar de terem sido sempre secundários em relação à educação. Durante os meus anos de liderança, todos os outros projectos juntos nunca tiveram um orçamento superior ao da educação. Logo, o governo foi o maior beneficiário dos financiamentos da Open Society.
As conferências tinham sempre a cobertura em directo da Rádio Ecclésia, o que permitia contribuir para o alargamento do espaço de debates públicos sobre temas candentes da sociedade. O Semanário Angolense, sob direcção de Graça Campos, publicava sempre suplementos com os contributos e resultados das conferências. Também publicou, em suplemento, os relatórios sobre a violação dos direitos humanos em Cabinda. Os dirigentes do MPLA participavam desses encontros.
George Soros e o Pai de Isabel dos Santos
Quando a equipa de comunicação de Isabel dos Santos procura associar-me a George Soros de forma negativa, escamoteia factos relevantes da relação entre o próprio regime e Soros.
Essa relação começou com uma grande estratégia arquitectada e liderada por Carlos Feijó, então consultor do presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Manuel Vicente, e do próprio presidente da República.
A estratégia de Carlos Feijó aconselhava o presidente a optar por uma política de aproximação a George Soros, como forma efectiva de me neutralizar. Supunha-se que, sem a cobertura institucional e financeira da Open Society, eu deixaria de ser uma preocupação para o presidente.
O presidente aprendera uma lição. A brutalidade da minha detenção e o meu julgamento acabaram por fortalecer as minhas convicções, causando mais danos à sua imagem, quer no país, quer no exterior.
De acordo com a linha de pensamento de Feijó, eu passaria a ser apenas vítima da frieza dos interesses económicos de Soros e não da astúcia do regime. A iniciativa incluía o meu isolamento de potenciais focos de apoio ou de relacionamento com o exterior, como embaixadas ocidentais e ONGs internacionais com quem eu mantinha boas relações. Nessa altura, um embaixador português foi ao extremo de convocar uma conhecida e influente figura do MPLA com quem eu mantinha grande proximidade. O embaixador português solicitou-lhe que pusesse fim à relação de amizade comigo, caso contrário deixaria de receber convites das embaixadas ocidentais, teria problemas com vistos e passaria a ser ostracizado pela comunidade internacional. As “sanções”, afinal, eram combinadas. Também era essencial o isolamento interno: reduzir o visado à condição de miserável, sem meios de subsistência, constituía um anexo da estratégia.
Dos Santos aprovou a estratégia.

Manuel Vicente e o então ministro das Finanças, José Pedro de Morais, passaram a ser os executores da política de aproximação a George Soros, aos quais se juntou o embaixador nas Nações Unidas, Ismael Martins.

Dos contactos iniciais mantidos com essas entidades, George Soros informou-me pessoalmente por telefone. Sem rodeios, disse-me também que pediam a minha demissão para facilitar a expansão da Open Society em Angola, e para o desenvolvimento de projectos conjuntos de transparência e direitos humanos. Numa dessas conversas, os indivíduos que faziam a escuta telefónica desligaram seis vezes a chamada, após algumas interferências verbais na conversa. Soros parodiava com a situação e insistia em ligar novamente.
Entretanto, o vice-presidente da Open Society, Stewart Paperin, já tinha visitado Angola duas vezes, para encontros com o governo, sem que eu tivesse tido conhecimento. Desses encontros resultaram a elaboração de um memorando de entendimento entre a Fundação George Soros, a Sonangol e o Governo de Angola.
O memorando previa assistência técnica e financeira da Open Society ao governo e à Sonangol para a implementação de reformas acordadas. Essencial, como sempre para o governo: os entendimentos incluíam iniciativas destinadas a melhorar a imagem do governo e da Sonangol no exterior, para promover um maior acesso aos mercados internacionais de capital, etc.
Fonte da presidência da República informou a Rádio Voz da América (VOA) acerca da minha demissão da Open Society, justificando-a como parte dos entendimentos celebrados com Soros. Tomei conhecimento danotícia da VOA , em Washington, onde chegara um dia antes para uma palestra.
Fui a Nova Iorque falar directamente com Soros, que me convidou para ir tomar o pequeno-almoço consigo no seu apartamento. Estava presente Stewart Paperin. Soros foi muito claro sobre tudo o que tinha sido negociado e ofereceu-me US $500,000 para que a estratégia de isolamento do governo não me deixasse na penúria. Recusei prontamente. Fi-lo da mesma forma que recusei também a oferta da assessoria jurídica de José Eduardo dos Santos para que não houvesse julgamento, em 2000, juntamente com a suposta felicidade e riqueza que eu encontraria no exterior do país. 
Expliquei a Soros que o governo não honraria a sua palavra. Ele disse-me que era um risco que valia a pena correr.
Stewart Paperin interveio, chamando-me o “mau da fita” e considerando-me um empecilho ao crescimento e à expansão da Open Society em Angola. A partir dali, percebi que não havia mais nada para discutir. Soros repreendeu o seu vice-presidente por esta intervenção, desculpou-se e terminámos o pequeno-almoço.
Como se esperava, não houve assinatura do memorando de entendimento. Todavia, os homens do presidente tinham outra carta na manga. Dos Santos receberia George Soros como seu convidado especial no Congresso do MPLA, realizado de 6 a 9 de Dezembro de 2003. Manuel Vicente tinha o jacto executivo da Sonangol pronto para transportar o bilionário da Cidade do Cabo até Luanda.
Entre as várias tentativas para demovê-lo da ideia, dois altos dirigentes do MPLA e o actual presidente da UNITA, Isaías Samakuva, paralelamente, intervieram junto de Soros para abortar a sua iminente visita a Angola. Era também do interesse de sectores influentes do MPLA e da oposição o papel catalisador da Open Society junto da sociedade civil, na promoção de espaços de debate para a realização da democracia participativa.
A viagem de Soros acabou mesmo por não se realizar. No entanto, o presidente da sua fundação, Aryeh Neier, visitou Luanda para falar apenas com a sociedade civil, prestar-me solidariedade e reafirmar a minha manutenção no cargo.
A partir dessa data, a estratégia passou a ser sub-reptícia e executada pelo escritório regional, Open Society Initiative for Southern Africa (OSISA), baseado na África do Sul.
Em Maio de 2004, a Open Society patrocinou o colóquio “Angola na Encruzilhada do Futuro”, que teve lugar em Lisboa, em Maio de 2004, na Fundação Mário Soares, e onde o MPLA se fez representar. O secretário para os Assuntos Políticos e Eleitorais do Bureau Político do MPLA, o deputado João Martins, também foi prelector.
Obviamente, o presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos, autorizara esta participação. A estratégia tinha sido revisitada.
Passado um mês, em Junho de 2004, solicitei a minha demissão. Recusei a proposta de acomodação no conselho de administração da OSISA, bem como uma bolsa de estudos que incluía a manutenção do meu salário e outras alternativas. Acreditei que, com a vitória da estratégia presidencial, poderia finalmente dedicar-me a outras tarefas. Pediram-me para ficar mais seis meses , de modo a assegurar a transição.
Nessa altura, estava empenhado no projecto de monitoria da violação dos direitos humanos na região diamantífera das Lundas. A OSISA cancelou o projecto abruptamente como forma de impedir a produção do relatório e sobrecarregar-me financeiramente com os compromissos então assumidos. “Lundas: As Pedras da Morte”, que escrevi em co-autoria com o advogado português Rui Falcão de Campos, acabou por ser lançado em Angola, Portugal e nos Estados Unidos. Não lamentei o facto de ter gasto, do meu próprio bolso, cerca de US $30,000 para honrar os compromissos então assumidos. Angola é o meu país.Incluí a Open Society nos agradecimentos da obra. Em Fevereiro de 2005, cheguei a Washington, para o lançamento do relatório no Woodrow Wilson Center, sem dinheiro para pagar o hotel. Exasperada, a então vice-presidente da Open Society Institute, em Washington, Deborah Harding, decidiu apoiar-me pessoalmente e providenciou a minha acomodação em casa de uma sua amiga, no coração de Georgetown. Desde então, uma mão-cheia de amigos têm feito toda a diferença.
Depois desse acto de sabotagem, nunca mais tive qualquer tipo de contacto institucional com a rede de fundações de George Soros ou o seu patrono.

A Influência do Petróleo e a Propaganda sem Gás

Em 2009, durante as minhas investigações, percebi melhor a manutenção da relação de Soros com o poder angolano. Soros tornara-se no principal acionista da Cobalt International, uma empresa petrolífera americana basicamente criada com investimentos da Sonangol.
A Cobalt associou-se a duas empresas-fantasma angolanas, a Nazaki Oil and Gas e a Alper Oil, na prospecção dos blocos 9 e 21, de forma corrupta. A primeira é propriedade do triunvirato Manuel Vicente e os generais Manuel Hélder Vieira Dias Kopelipa e Leopoldino Fragoso do Nascimento – o testa-de-ferro do pai de Isabel dos Santos. A segunda tem como último beneficiário Manuel Vicente.
O general Leopoldino Fragoso do Nascimento, que foi o chefe de comunicações do presidente, afirma-se hoje publicamente, no seu website, como o criador da UNITEL.
Luís Paixão Martins cai no seu próprio embuste ao procurar fazer conjecturas sobre a suposta participação de Soros no negócio da UNITEL, através da Portugal Telecom. Na fértil imaginação da assessoria de imprensa de Isabel dos Santos, Soros conspira comigo para tentar impedir a venda das acções que a Portugal Telecom (PT) detém na UNITEL. Isabel dos Santos quer a PT fora do negócio. Isabel dos Santos usou a mesma estratégia para afastar o empresário Américo Amorim da parceria que detinham na cimenteira angolana Nova Cimangola, em 2010.  A voracidade da filha do presidente estende-se também à participação societária de 25 porcento que Américo Amorim detém no Banco BIC, de direito angolano, comofoi anunciado há dias pela imprensa portuguesa. A filha de José Eduardo dos Santos tem igual capital no referido banco e quer as quotas de Amorim. Serão também conspirações de Soros e Rafael Marques?Em 2009, publiquei uma investigação detalhada sobre os negócios do triunvirato, intitulada “Presidência da República: O Epicentro da Corrupção em Angola” 
Aí revelei o cruzamento de negócios de George Soros com o poder angolano.
Este artigo deu origem a uma investigação nos Estados Unidos contra a Cobalt, por suspeita de corrupção de dirigentes angolanos. George Soros acabou por vender as suas acções desta empresa em Junho de 2010, tendo desfeito com celeridade a sua associação à nomenclatura angolana por via de tal negócio.Vendeu por US $31 milhões as acções que tinha comprado por US $81 milhões. 

A forma como se tenta usar a minha relação com George Soros fez-me lembrar uma entrevista na rádioLuanda Antena Comercial (LAC), há muitos anos atrás. O José Rodrigues tentou “grelhar-me”, no programa “Café da Manhã”, sobre como a minha relação de amizade com Mário Soares como um acto de lesa-pátria. Respondi que, se tal fosse o caso, então maior crime estavam a cometer os assessores do presidente e outros dirigentes que tinham os seus filhos a estudar no colégio privado da família Soares em Lisboa. Fez-se logo um intervalo, para que eu não mais tocasse no assunto. Na realidade, nada mais tinha a dizer, porque nunca revelaria a identidade dessas figuras: que dessem a melhor educação possível aos seus filhos.
Há, contudo, uma explicação para esta campanha promovida contra a minha pessoa pela assessoria de Isabel dos Santos. A mediocridade do presidente e da elite que o adula só se pode afirmar como o que há de melhor em Angola por meio da negação e anulação da consciência individual e da dignidade do outro – aquele que se nega a fazer parte do esquema ou é excluído.
Sempre acompanhei as estratégias intramuros contra mim e contra o meu trabalho. Percebi a paranóia que provoco no seio do regime, ao ponto de merecer a mobilização de tantos recursos contra aquilo que faço e que continuarei a fazer.
Actualmente, a vigilância, o controlo e a observação visual da minha pessoa, dentro e fora do Angola, foi elevada ao nível máximo. O regime persegue uma ideia que julga estar a ser polida na minha consciência.
Isabel dos Santos desconhece, todavia, aquilo em que está a meter-se, e não tardará a perceber que a sua assessoria de comunicação está, na realidade, a expô-la a ventos fortes.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

LUANDA: UNITA advertiu Assembleia Nacional

UNITA advertiu Assembleia Nacional

Deputado Raúl Danda                    Deputado Raúl DandaFonte: VoanewsDivulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa08.05.2014
TAMANHO DAS LETRAS 
Por: Manuel José
 — Grupo parlamentar da UNITA advertiu que no caso das sessões no parlamento não serem transmitidas em directo pelos órgãos de comunicação do estado, medidas severas serão tomadas.

O líder do grupo parlamentar da UNITA fez esta advertência a presidente da Assembleia nacional hoje, 7, durante a reunião de líderes das bancadas parlamentares.

Raul Danda convocou de seguida uma conferências de imprensa para comunicar sobre as medidas que o seu grupo pretende tomar caso os debates no parlamento não sejam doravante transmitidos em directo pela media publica.

O chefe do grupo parlamentar aproveitou a oportunidade para fazer um balanço da visita que alguns deputados efectuaram a Cabo Verde.

Danda assegurou que já na próxima sessão parlamentar caso os órgãos públicos não transmitam em directo não restará outra saída se não apelar para estas medidas.

O parlamentar lamentou o facto de um direito fundamental esteja a ser atropelado pelo poder  em Angola.

Quando questionado sobre a natureza das medidas a tomar, Danda disse que o segredo é alma do negócio.

Um facto que segundo o deputado da UNITA, nem os cabo verdianos queriam acreditar.

Foi assinado um protocolo entre os deputados da UNITA e parlamentares de Cabo Verde e ficou também garantido que o presidente Isaías Samakuva vá visitar Cabo Verde ainda este ano.

LUANDA: Jovens vão continuar a manifestar-se

Jovens vão continuar manifestar-se

Raul Mandela foi um dos detidos
Angola manifestantes
Angola manifestantes
TAMANHO DAS LETRAS

 
Fonte: Voanews/Coque Mukuta
Divulgação: Planalto De malanje Rio Capôpa
Os jovens que foram detidos em Luanda dizem que não vão parar de se manifestar enquanto o Pesidente angolano não respeitar as leis do país.

Raul Mandela, um dos detidos e membro da organização da manifestação do passado sábado, disse que está marcada uma manifestação para o dia 27 deste mês para exigirem, mais uma vez, as ossadas de Isaías Cassule e de Alves Kamulingue, dois activistas raptados por agentes do Estado angolano por tentarem organizar uma manifestação em apoio aos ex-militares.

“Nós não vamos parar. Não são estas detenções que nos vão impedir e temos já prevista uma manifestação no dia 27 deste mês”, disse.

Mandela afirmou ainda que enquanto o Presidente angolano José Eduardo dos Santos continuar a violar as leis e manter o povo neste sofrimento as manifestações vão continuar.

“Isso é só o começo, nós vamos continuar o povo continua pobre e o José Eduardo não está a cumprir com o que está na constituição” acrescentou.

De recordar que as autoridades angolanas informaram recentemente que nenhum dos sete corpos encontrados pela polícia é dos activistas desaparecidos e testes de DNA foram incompatíveis.

LUANDA: Amnistia Internacional acusa Portugal de proteger de Proteger o regime ditatorial de José Eduardo dos Santos

Amnistia Internacional acusa Portugal de proteger Angola

Secretário-Geral da Amnistia Internacional disse que em Angola a situação dos direitos humanos está a deteriorar-se e acusou Portugal de manter um «um silêncio diplomático» mais uma vez por razões económicas».
Fonte: Voanews
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
08.05.2014
Participantes da conferência dos Direitos Humanos e Sociedade Civil, em Luanda
Participantes da conferência dos Direitos Humanos e Sociedade Civil, em Luanda
TAMANHO DAS LETRAS 
Por: Venâncio Rodrigues
 — O activista angolano dos Direitos Humanos Ângelo Capuacha disse à Voz da América que a acusação do secretário-geral da Amnistia Internacional, de que Portugal tem silenciado violações em Angola para proteger os negócios neste país, têm uma forte  base de sustentação.

Pedro Capuacha, que abandou os trabalhos da Conferência Africana dos Direitos Humanos que decorreu  recentemente em Luanda por alegadamente discordar com o modo como a mesma estava a ser dirigida, afirmou que a comunidade internacional, em particular Portugal, tem sido cúmplice das violações aos Direitos Humanos em Angola.

Na segunda-feira, 5, Salil Shetty acusou  Portugal de manter um «silêncio ensurdecedor» sobre a situação dos direitos humanos em países como Angola ou a Guiné Equatorial.

O  líder da Amnistia Internacional, que visitou Portugal, anunciou na ocasião que iria  dizer ao primeiro-ministro luso, Passos Coelho, que o Governo português tem sido muito silencioso no que diz respeito à situação dos direitos humanos em muitos dos países de língua portuguesa.

O responsável da AI apelou a Portugal, país candidato a  um lugar no Conselho dos Direitos Humanos da ONU, a erguer a sua voz mais claramente em lugares como Angola e a Guiné Equatorial.

Salil Shetty  lamentou que em Angola  a situação dos direitos humanos está a deteriorar-se e não a melhorar  e acusou Portugal de manter um «um silêncio diplomático» mais uma vez por razões económicas».

“Estamos muito preocupados. Portugal devia ser firme com Angola”, disse o responsável, referindo-se a violações dos direitos humanos como os despejos forçados em Luanda e em outras regiões ou as alegadas detenções arbitrárias de opositores políticos.

MALANJE: Lopo do Nascimento: Delírio ou lirismo? - Por Raul Diniz

LOPO DO NASCIMENTO: DELÍRIO OU LIRISMO?

Quem leu e/ou ouviu as inexpressíveis divagações anedóticas do militante aposentado do MPLA/JES, o ilustríssimo cidadão Lopo do nascimento feitas numa conferência de imprensa, na cidade da Praia capital da Ilha de Cabo-Verde, não acredita que uma vez mais o popular e respeitável politico tenha se saído mais uma vez  mal por conta dos seus inusitados disparates despropositados!

Fonte: Planalto de Malanje Rio Capopa
08.05.2014

AFINAL O MEU CAMARADA LOPO DO NASCIMENTO NÃO SE DEMITIU DA POLITICA PARTIDARIZADA!
Lopo decidiu retornar a politica ativa após anunciar publicamente a sua aposentação das lides politicas partidaristas. Fica incompreensível a todos os níveis perceber a razão que levou o politico Lopo a desdobrar-se em múltiplas conferencia de imprensa realizada no exterior do país. Quero afirmar que o camarada Lopo do nascimento para mim ainda é a pessoa que em qualquer momento conseguiria mobilizar toda intelectualidade politica do “M” distanciada da omissiva administração protagonizada pelo tratante governador do roubo e do nepotismo na nossa terra mártir angolana. Lopo poderia sim gerir dentro do MPLA uma vencedora chapa eleitoral puro sangue em próximos combates politico eleitorais.
Não é fácil eu falar do camarada Lopo do nascimento, esmerado esposo da minha respeitável querida e amada de Deus, que me adotou em Portugal aquando da sua viagem em terras lusas como seu sobrinho nos idos anos de 1974 quando apareceu na Casa de Angola sito no largo do rato em Lisboa. A grande mulher politica, esposa, mãe avô e empresária, é a minha doce tia Maria do Carmo, irmã do meu velho e exultante  amigo já falecido, o musico Manuel faria., que Deus o tenha junto dele.
FOI INFELIZ O PRONUNCIAMENTO DESAJUSTADO DO ILUSTRE POLITICO ANGOLANO EM TERRAS DE CABO-VERDE.
O camarada Lopo do nascimento proferiu com extrema falsidade e em defesa do nosso ditador de estimação palavras confessamente distorcidas da realidade vivenciada em Angola a todos os níveis. Em terras de Cabo-Verde, o camarada Lopo teceu uma série de inverdades facilmente desmontáveis, as aturdas bajuladoras foram tremendamente fortes e insidiadas de um insinuante comprometimento com as politicas públicas engendradas pelo ditador e sua entourage, composta de tubarões corruptos, ladrões e mentirosos que o circundam, as palavras escolhidas pelo politico Lopo do nascimento, estavam verdadeiramente repletas de transversais controvérsias.
 Quem as escutou ou as leu, com toda certeza ficaram boquiabertos ou no mínimo ficaram abismalmente surpreendidos com tais desconfortáveis mentiras inusitadas. Qualquer cidadão atento e/ou minimamente informado saberá perceber que o politico Lopo do nascimento tem sofrido destes surtos  de desinteligências múltiplas desde os primórdios da nossa independência.
AGORA LOPO DO NASCIMENTO NÃO PODERÁ ENGANAR NENHUMA INTELIGENCIA DO GRUPO CASTIÇO DE POLITICOS PERTENCENTES A NOSSA PRAÇA DOMÉSTICA.
O eloquente politico da nossa praça doméstica transformada surpreendentemente numa quitanda pelo preto velho JES,  não se poupou em elogios tecidos ao presidente nos seus delongados elogios, porem, Lopo não surpreende mais ninguém a partir de agora, excepto é claro, aos falhos de consciência e os que sofrem de amnesia profunda, ou aqueles que de uma maneira ou de outra estão adormecidos no sono do tempo! Se recuarmos um pouco no tempo. Quando o politico Lopo do Nascimento pertencia ao alto escalão da alta politica governativa elitista, no tempo das eletrizantes lides comandadas pelo poeta assassino Antônio Agostinho neto, pai da nação hoje (des) comandada por meliantes trogloditas irracionais, lembrar-se-iam com certeza das incisas palavras raivosamente proferidas pelo nosso arrojado quase ex politico Lopo do nascimento. Desafiadoramente antigo primeiro ministro da republica popular de Angola ameaçou serrar os dentes da pequena burguesia, a mesma que ele hoje tão acirradamente defende e nela se chafurda até a medula.
OS ANGOLANOS TÊM CONSCIÊNCIA QUE LOPO DO NASCIMENTO É UM HOMEM BOM, MAS É UM POLITICO MUITO RETRAÍDO, MEU CAMARADA ANGOLA AINDA PRECISA DO SENHOR.
Lopo do Nascimento é um bom homem, apenas viveu toda sua vida de todo equivocadamente,  primeiro sonhou com a possibilidade de liderar o MPLA e o país, mas em abono da verdade ele mesmo se reconheceu incapacitado para tal empreitado, um grave erro de calculo de sua parte, por não ter acreditado mais e lutado melhor pelo que almejava atingir de relevante. Pessoalmente acredito que o meu kota Lopo acredita em algo maior para Angola e para os angolanos, que não seja somente  acreditar na delapidação da nossa bufunfa, leia-se nossa riqueza subtraída pela classe do MPLA/JES a contento com a consensual permissividade comprometedora do chefe de fila da gatunagem nacional, o inveterado ladrão preto velho JES!
CAMARADA LOPO, TRINTA E QUATRO ANOS É TEMPO DEMAIS PARA QUALQUER RACIONAL MORTAL PERMANECER ININTERRUPTAMENTE NO PODER, MESMO QUE SE TRATE DA NOSSA ÁFRICA!
Sinceramente não passa pela cabeça de nenhum angolano desafiar a ordem do tempo, camarada Lopo sabe bem que trinta e quatro anos com guerra ou sem guerra, é demasiado tempo para se estar no poleiro presidencial! Afirmar que o (PRETO VELHO) está há muito tempo no poder é uma falácia é no mínimo patrocinar a gatunagem desenfreada que JES e a sua família praticam em Angola! Isso é que é falar camarada Lopo, mas acredite meu bom camarada Lopo do Nascimento, afirmar o contrário, alegando que trinta e quatro anos é pouco tempo para permanecer no poder, não é apenas uma falácia, são muitas falácias camarada Lopo do Nascimento!
Não entendo como um homem que pensávamos todos ter-se retirado da cena politica asfixiante pela porta da frente, vem agora inesperadamente improvisar tamanha insensatez. Como pode um exemplar politico de renome nacional e internacional repente proferir palavras tão mediocremente medievais?  Como aceitar da parte do ilustre e renomado politico, vir ele expressar-se tão levianamente, sobretudo verberar  negligentemente tamanha blasfêmia e chegar ao ponto de afirmar, que trinta e quatro anos de poder absolutista não é muito tempo!
 Pela primeira vez na vida o camarada Lopo do nascimento desafiou a verdade acabrunhada do ditador infame. Lopo desmentiu tudo o que seu sócio e chefe da ditadura regimental tem vido a afirmar. Enquanto JES se desdobra para tentar desviar as atenções daqueles que no interior do partido o criticam por se apegar indefinida e  indeterminadamente ao poder, vem agora o seu indefectível correligionário Lopo do Nascimento afirmar que trinta e quatro anos de poder não é muito tempo, e os que assim falam , não passam de falaciosos invejosos, tudo não passa de falácias! Debalde camarada Lopo, essa entre os angolanos e o mundo já não colhe.
QUEM INFORMOU MENTIROSAMENTE AO ILUSTRE POLITICO LOPO DO NASCIMENTO, QUE A GUERRA QUE TRAMÁVAMOS NEM TERRITÓRIO NACIONAL NÃO NOS PERMITIAM REALIZAR ELEIÇÕES? E CAMARADA LOPO NÃO ESTAMOS HÁ 10 ANOS SEM TIROS, MAS HÁ DOZE ANOS, OK. É BOM CONTAR O TEMPO CORRETAMENTE PARA QUE NÃO EXISTAM DESAJUSTES.
 Mas, mais triste ainda é ouvir Lopo dizer que não podíamos viver com outro presidente que não fosse JES, no tempo que estivemos em guerra, pois no entender do camarada Lopo apenas estamos há 10 anos sem tiros! Não é verdade essa afirmação camarada Lopo, nós estamos  há mais de doze anos (12) sem tiros e não há dez (10), mentira tem pernas curtas, não menospreze a nossa integridade inteligente nem ofenda insano com o nosso  povo sofredor, que o senhor um dia amou e no outro o abandonou a sua sorte para bandear-se para os lados da burguesia , da qual o senhor  em tempos queria muito exageradamente serrar os dentes nos idos anos de 1975/6. Nós não somos mais os mesmos camarada Lopo, nós crescemos bom camarada, e olha que crescemos muito mesmo,  e o medo chegou ao seu fim, pois nós só temos duas situações, ou tombamos em pé lutando ou cairemos como autenticas ratazanas medrosa.
O REPEITO QUE TENHO PELO POLITICO LOPO DO NASCIMENTO É MUITO MAIOR, DO QUE AQUELE QUE ELE TEM PELO NOSSO POVO.
Camarada Lopo do Nascimento, apesar do respeito que nutro pelo senhor, as palavras aleivosas proferidas em Cabo-Verde pelo senhor, não deixam espaço para nenhuma admiração pelo senhor, Se me permite, gostaria de aconselha-lo, tenho em memoria  que se conselho  fosse bom não se dava, vendia-se lucrativamente, mas ainda assim atrevo-me a dá-lo.  Uma pessoa com sua latitude e dimensão politica pode mais sujeitar-se a falar atoa no circuito da politica mundialmente consumível, acredite camarada, o senhor deixou muito a desejar e muita boa gente ficaram com as frontes contorcidas e outras permanecer caladas com os lábios retorcidos com a dramatização das suas falas! O que o senhor afirmou em Cabo-Verde foram impropérios catalépticos que envergonham até mesmo a própria vergonha. O senhor envergonhou-nos a todos nós militantes que sonhamos com um MPLA sem JES.
TEMOS EXEMPLOS CASO SEJAM REINVENTADOS DESMENTIRIAM AS DESLUMBRANTES MENTIRA A LA LOPO DO NASCIMENTO. JÁ AGORA, DIGA-NOS CAMARADA LOPO DO NASCIMENTO, PORQUE  RAZÃO O PATRONO DO REGIME TEME AS ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS? ESTAMOS TAMBÉM EM GUERRA?
O senhor já ouviu falar da Irlanda? O senhor sabia que a guerra na Irlanda se passava em plenas cidades? Acredito que saiba, e ainda assim onde a guerra não acontecia naquelas paragens europeias, eram ali realizadas eleições e aconteciam sistematicamente mudanças de governo, e as mudanças de primeiros ministros iam-se sucedendo com normalidade institucional próprias de uma democracia parlamentar.
 Nós que em angola, tínhamos a guerra afastada dos centros urbanos, suburbanos e longe das periferias das cidades de todo país, porque não realizávamos eleições regulares? E já agora qual a razão que está por baixo da não realização de eleições autárquicas? Estará o seu presidente a preparar mais assassinatos entre o povo angolano? Explique-nos camarada, qual a razão não realização de eleições autárquicas na nossa terra? Outra mentira do senhor foi afirmar como um aprendiz de politica domestica. O senhor Lopo mentiu ao país humano no seu todo quando afirmou que em Angola não se podia circular em segurança. O país nunca esteve impossibilitado à circulação de bens e de pessoas. Em angola sempre se transitou com segurança por todo país. Pouco me interessa desmenti-lo aqui, pois, fui militar, e estive nos piores teatros de guerra onde o senhor nunca esteve e sequer pensou em estar, pois estava distraído em querer quebrar os dentes da pequena burguesia.
Desde o ano de 1976, quem quisesse deslocar-se para qualquer das províncias angolanas poderia fazê-lo com total tranquilidade por terra, por mar e pelo ar. Nós as forças armadas existíamos para manter a ordem e a segurança em todo território nacional, e apesar de mal apetrechados em armamento, dávamos conta do recado. Fui inúmera vezes a sua terra natal Golungo Alto, e nunca tive nenhum atrito de maior. Percorri muitos quilômetros de estrada esburacada, assim como todos os que se encontram no escalão maior da atual governação atrofiada do país, como o atual ministro da defesa João Lourenço e eles podem confirmar o que acabo de afirmar.
HOJE TODOS JÁ ENTENDEMOS QUE ESSE PÉRIPLO DE LOPO DO NASCIMENTO FAZ PARTE DE UM TODO PREVIAMENTE MANIPULADO DISCRETAMENTE PELA CASA MILITAR PARA VIABILIZAR A VINDA DO SECRETARIO DE ESTADO AMERICANO A ANGOLA E PROJETAR A FACE OFUSCADA DO DITADOR E DO SEU REGIME.
Sempre circulou-se tranquilamente por toda Angola, de Cabinda ao Cunene e do mar ao leste sem grandes contratempos. Onde afinal o senhor quis chegar com as suas levianas mentiras? Foi mesmo só para agradar o ditador ou houve uma concertação publicitaria favorável ao seu amigo ditador entre o camarada Lopo do nascimento falando no exterior inventando estereótipos acerca da bondade verossímil de JES por aceitar sacrificar-se ao permanecer por trinta e quatro longos anos  ininterruptos no poder, enquanto  por outro lado Isaías Samakuva endossando um cheque em branco ao ditador ao ser recebido alegoricamente reunião a dois,  fantasiado de ser um encontro de estado.
Porem essa situação não passava de um ardil de Samakuva e JES para demonstrar ao exterior e em especial ao governo americano, que em Angola existe de facto democracia. Essa situação ajudou de sobremaneira o regime a receber o politico perdedor de eleições, o americano John Kerry, hoje nas vestes de secretario de estado Norte Americano! Não terá sido essa a finalidade meu camarada? Pois nós estamos muito bem informados a respeito! Ou terá sido apenas mais um de seus muitos alegóricos delírios? Por favor, mais velho, não venha mais vender-nos a sua banha de cobra estragada.
OS NOSSOS JOVENS CAMARADA LOPO NÃO QUEREM POLÍTICOS A FALAR DE SUAS DESVENTURAS SEM OS CONHECER E SEM CONVIVER COM ELES DE PERTO, PARA CONHECER O ESTADO LASTIMÁVEL EM QUE SOBREVIVE A JUVENTUDE DA ANGOLA PROFUNDA MEU CAMARADA LOPO, FAÇA COMO EU E CONVIVA COM ELES NOS SEUS LUGARES EMPOBRECIDOS, SEM ÁGUA, LUZ, ESCOLA, TRABALHO E SEM SAÚDE. ESSA JUVENTUDE ABANDONADA A SUA SORTE, NUNCA FOI VISITADA POR POLITICO ALGUM, NEM PELO SENHOR E MUITO MENOS PELO PRETO VELHO.
Falar de uma matéria do qual o senhor não é Expert, no mínimo é um tremendo erro do ponto de vista ético; falar da juventude sem indicar caminhos é no mínimo um sofisma perigosíssimo para aqueles que esperam orientação dos seus mais velhos que os ensine como usufruir benesses trabalhistas com os conhecimentos adquiridos que os permita obter futuramente uma vida sustentável profissionalmente boa e que seja equilibrada socialmente.
Hoje os nossos jovens, sobretudo os filhos da ditadura, não sabem nada além de pensar em enriquecer facilmente ainda que tenha de ser ilegalmente! Essa juventude envelheceu precocemente e hoje, essa juventude é aguçada pela ganancia atrativa de riqueza, chegam mesmo a entrar em competitivas pelejas com seus pais corruptos na pertinente luta para leva-los a enriquecer  ainda mais rápido que os seus progenitores. Quais são os indicadores orientadores que a assiduidade inteligente Lopo do Nascimento deixa como legado para a nossa nobre e abandonada juventude? Falar e só falar não leva a porto segura a nossa amada e querida juventude desencontrada.
Pergunto a mim mesmo se o camarada Lopo do nascimento não possui  nenhuma experiência  verdadeira adquirida na sua longa e forçada travessia no deserto imposto pelo seu atual e mais querido presidente amigo, o camarada presidente  Preto Velho JES! Camarada Lopo sabe muito bem que existe sim adentro de nós a capacidade de perdoar os nossos inimigos, mas bajular da maneira contundente como fez, exaltando virtudes questionáveis sobre delator mentiroso é obra camarada Lopo; fazer do inescrupuloso ditador quase como um semideus, assim também já é demais meu camarada Lopo!
Afinal o que atormenta o velho maquizarde Lopo? O que está na base dessa delirante performance, que o leva a diminuir-se assim tanto perante todo país inteligente? É o medo da insegurança que norteia sua família? Ou esta mesmo do lado da mentira politica? Camarada Lopo meu mais velho, o senhor sabe que todos já percebemos que não dá mais para esgrimir mentiras para branquear a face totalmente obscura do ditador malandro. O senhor sabe que não podemos mais omitir as desventurosas  realidades nepotista realizadas pelo degenerado ditador infame preto velho. Camarada Lopo do nascimento agora tem a palavra.

Raul Diniz