terça-feira, 10 de junho de 2014

LUANDA: Ministro do Interior Quer Demissão do Comandante-Geral d Policia Nacinal

Ministro do Interior Quer Demissão do Comandante-Geral da PN

Fonte: Maka AngolaDivulgação: Planalto De Malanje Rio CapÔpa 9 Junho, 2014
Ângelo Tavares (à esquerda) quer a demissão do comandante-geral da PN, Ambrósio de Lemos (à direita).
O ministro do Interior, Ângelo de Barros Veiga Tavares, solicitou recentemente ao presidente José Eduardo dos Santos a exoneração do comandante-geral da Polícia Nacional (PN), Ambrósio de Lemos, soube o Maka Angola de fonte oficiosa.
A crispação entre o ministro e o comandante-geral tem vindo a acentuar-se nas reuniões operativas que realizam semanalmente às segundas-feiras. Os ataques verbais que o ministro tem desferido contra o comandante-geral, segundo um alto oficial que regularmente participa dos encontros, tem esvaziado a seriedade dos mesmos.
Em causa está o controlo efectivo da Polícia Nacional. Desde a sua ascensão ao posto, em 2012, o ministro Veiga Tavares tem vindo a usurpar as competências do comandante-geral, a quem trata amiúde por “mole”, com a ambição de tornar-se num superministro.
O clima de tensão é bem evidente em episódios como o que se segue: o comandante-geral havia dado instruções claras aos seus efectivos para que não detivessem nem torturassem os jovens manifestantes de 27 de Maio passado. Ultrapassando as suas competências, o ministro ordenou pessoalmente o ataque aos jovens, através do comandante da Polícia de Intervenção Rápida, o comissário Alfredo Quintino Lourenço (Nilo), para surpresa do comandante-geral.
No referido dia, as esquadras policiais de Luanda recusaram-se a receber os mais de 20 jovens torturados, incluindo o sexagenário Manuel de Victória Pereira, do Bloco Democrático. O executor do ministro, o comissário Nilo, teve de ordenar o abandono das vítimas fora da cidade de Luanda, adoptando assim a metodologia usada no combate ao garimpo, nas Lundas.
Mas o ministro não quer apenas o controlo directo dos actos de repressão, para melhor agradar ao presidente da República, principal visado das manifestações, e dele obter a total confiança.
Para além de chamar a si o controlo exclusivo da Direcção Nacional de Investigação Criminal (DNIC), o ministro passou a controlar também a logística da PN, agravando os desentendimentos sobre a gestão dos fundos destinados à corporação. O Ministério do Interior tem um orçamento global, para o corrente ano, de 397,5 biliões de kwanzas (US $3,9 biliões), mas é nos fundos destinados à logística que reside o maior potencial para enriquecimento ilícito.
A título de exemplo, as divisões policiais em Luanda queixam-se de falta de abastecimento alimentar. No interior, a situação é caricata. Veja-se o caso do comando municipal de Xá-Muteba, na província da Lunda Norte, que recebe trimestralmente três sacos de arroz, três sacos de fuba de milho e uma caixa de óleo para alimentação dos 150 agentes policiais ali destacados em várias unidades. O comando já nem sequer procede à distribuição dos referidos bens alimentares, “por vergonha”.
As fontes do Maka Angola citam também que o ministro do Interior desencadeou um processo junto da Presidência da República, com vista a garantir a transferência da Polícia Económica para a sua tutela.
O ministro tem feito recurso das suas alianças com o chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, general Manuel Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa” e o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Rui Mangueira, invocando regularmente estes nomes para demonstrar aos seus críticos internos que detém um inquestionável poder e uma inquestionável confiança da parte do regime.
De forma ríspida, o comandante-geral terá dito ao ministro, em conversa privada, que estava a ficar agastado com os ataques pessoais deste. O comandante também terá transmitido ao seu adversário que se mantém no cargo por conveniência do próprio presidente da República e do MPLA. Foi precisamente o conteúdo dessa conversa que Ângelo de Barros Veiga Tavares usou, como veículo de intriga, para informar o presidente. Na versão do ministro, Ambrósio de Lemos ter-lhe-á confidenciado a sua intenção de pedir demissão. O ministro solicitou então que fosse o presidente a tomar a iniciativa de exonerar o comandante.
Outro ponto contencioso na relação entre o ministro e comandante tem que ver com a nomeação de oficiais superiores. É entendimento do ministro que a Polícia Nacional não tem comissários (equivalentes a generais) suficientes. Nas reuniões operativas, o ministro acusa directamente o comandante de ser um obstáculo à promoção de mais oficiais à categoria de comissários. As últimas promoções feitas pelo presidente da República foram feitas com base apenas nos critérios de favorecimento do ministro, que dispensou as recomendações acordadas com o comandante-geral. Para o ministro, que é oriundo dos serviços prisionais, deve haver tantos comissários como nas Forças Armadas Angolanas, que têm o maior número de generais do mundo. 

MAPUTO: Analistas defendem o diálogo sério em Moçambique

Analistas defendem diálogo sério em Moçambique

O professor catedrático Giles Cistac diz que não se resolve o problema enviando mais tropas às zonas de tensão.

Fonte: VOA/Miguel Ramos
Divulgação: Planalto De malanje Rio Capôpa
10.06.2014
Armando Guebuza e Afonso DhlakamaArmando Guebuza e Afonso Dhlakama
TAMANHO DAS LETRAS 

Em Moçambique, a opiniao pública é unanime em afirmar que as ameaças da Renamo de dividir o país são sérias e a elas acrescenta-se o descontentamento das populaçoes com o estado de hegemonia da Frelimo.
A ameaça de dividir oo país foi feita na passada sexta-feira, 6, por Afonso Dhlakama e as pessoas dizem que dado o facto de a Renamo possuir armas pode avançar com as ameaças pelo que a saída deve ser um diálogo sério,
O sociólogo Matias Zitha diz que mesmo que a divisão não seja física, ela condiona o país porque muitas pessoas adiam ou cancelam os seus compromissos por causa dessas ameaças.
O economista Atanásio Rego diz que as disparidades económicas em Moçambique, com destaque para a distribuição pouco equitativa dos recursos do petróleo e do gás natural, são algumas das fontes principais do descontentamento, tanto por parte da Renamo como da população.
Na opinião do economista, existe um descontentamento crescente com o estado de hegemonia do Governo da Frelimo por todo Moçambique, sendo as acções de corrupção o principal problema.
Para o jornalista e analista Fernando Lima, a causa da presente tensao em Moçambique nao é apenas a falta de resultados no diálogo com a Renamo, mas sim entre os moçambicanos, acrescentando que ao nível da Frelimo achou-se que quem ganha eleições, tem direito de tudo, o que levou a um nível de exclusão muito grande.
Lima considera que há uma grande pressão que se assemelha a uma tortura psicológica para que as pessoas adiram à Frelimo, afirmando ainda  que a base da tensão é o massivo movimento de exclusão social.
Por seu turno, a socióloga Maria de Melo, a hegemonia da Frelimo a todos os níveis é uma das principais causas da presente tensão, e, para pacificar, a Frelimo tem de levar a sério os problemas apontados pela Renamo, mas não acha que ela tenha capacidade de dividir o país.
O professor catedrático Giles Cistac diz que não se resolve o problema enviando mais tropas às zonas de tensão.
Entretanto, há quem se interrogue porque é que não há um ataque definitivo do Governo para se acabar com aquilo, mas o Governo diz que, nos supremos interesses de funcionamento do Estado e de se evitar mortes inocentes, o Executivo tem preferido uma política mais cristalina no tratamento das coisas, vai criando uma paz razoável na zona de tensão e fazendo colunas âs viaturas, para dar um ar de segurança às pessoas, e não se faz  um assalto final para trazer a pessoa de Afonso Dhlakama.

NOVA IORQUE: Petróleo de Angola sustentou dos Santos no poder e corrupção, em vez de combater pobreza.

Petróleo de Angola sustentou Santos no poder e corrupção, em vez de combater pobreza – Financial Times

Fonte: Financial Times
Divulgação: Planalto De Malanje Rio capôpa
Petróleo de Angola sustentou Santos no poder e corrupção, em vez de combater pobreza – Financial Times)
Para o Financial Times, Angola é um exemplo dos limites à atual narrativa sobre a “ascensão de África” na cena económica internacional. Numa análise que merece grande destaque na edição de hoje, o diário económico de referência aponta como limites a dependência das receitas do petróleo, que têm servido sobretudo para sustentar o poder de José Eduardo dos Santos e a corrupção, em vez de aliviar a pobreza.
Os jornalistas Andrew England e Javier Blas afirmam que Angola é hoje exemplo de um país a debater-se com a “maldição dos recursos”. “Em vez de criar prosperidade universal, o petróleo ajudou a sustentar o segundo presidente há mais tempo no poder em África e alimentou a corrupção, que mina o desenvolvimento económico”.
O jornal refere ainda as “abundantes alegações de corrupção e favorecimento que enriqueceram elementos da elite angolana, incluindo membros da família dos Santos”. A sua filha Isabel dos Santos, realça, é a mulher mais rica do país.
O filho José Filomeno dos Santos, que aos 36 anos gere o fundo soberano de 5 mil milhões de dólares do país, afirma ao jornal que é preciso “paciência”, para que a mudança para melhores condições de vida seja “gradual”, um “processo de aprendizagem onde se fazem experiências”.
As críticas à corrupção estão por detrás dos protestos que abalaram Luanda desde 2011, e que se vêm repetindo regularmente, mais recentemente no passado dia 27 de maio. Os manifestantes exigem também melhores condições de vida, perante o visível enriquecimento das elites do país.
O crescimento económico tem acelerado, acima de 10 por cento ao ano na última década. O sector petrolífero demonstra entusiasmo com os trabalhos em curso no pré-sal, no off-shore da bacia do Kwanza, onde têm sido feitas descobertas de petróleo. A esperança é que estas tenham as dimensões das encontradas do outro lado do Atlântico, no Brasil.
A questão em aberto é se a descoberta de mais reservas petrolíferas vai ajudar os 20 milhões de angolanos, até porque a história recente não o comprova. “Os petrodólares impulsionaram o crescimento económico, mas muita da riqueza continua concentrada num círculo reduzido de plutocratas”. E mais de um terço da população do país continua na pobreza.
africamonitor.net

BIÉ: Homem forçado a beber sangue do morto por ele assassinado numa briga

Homem forçado a beber sangue do morto


Bié - Aconteceu na província do Bié. Um cidadão, ainda não identificado, vivia com uma mulher com quem não estava a conseguir ter filhos. Por isso, abandonou-a. A mulher, por sua vez, inicia um novo romance com um agente da Polícia. 
Fonte: ACapital
Divulgação: Planalto de malanje Rio Capôpa
10.06.2014
Na quarta-feira, 28 de Maio, o ex-marido acompanhado por um amigo, flagram o polícia mais um colega e entram em pancadaria. O agente da polícia estava armado com uma espingarda AKM e uma pistola, mas o cidadão enciumado, consegue desarma-lo, mata-o, e foge. O colega do polícia, abandonou, por sua vez a arma, e também pôs-se em fuga.
Dia seguinte, a Polícia e elementos das Forças Armadas Angolanas põem-se em perseguição do assassino, até então, refugiado numa ribanceira. Ali, de manhã decide limpar a arma, só que engana-se e involuntariamente faz três disparos, suficientes para que a força que o perseguia descobrisse a sua localização.
Ocasiona-se uma troca de tiros, que só lembrava um ataque em tempos de guerra. Entretanto, ele fica sem munições. E, como era famoso por ser blindado, a força mista, policial que o perseguia, decide atear fogo na mata do esconderijo, o que forçou a rendição do fugitivo. 
Irados, os seus algozes detêm-no, porém, passam a agredi-lo, apunhalando-o em público conforme as imagens mostram. Em seguida, o assassino foi levado para junto do falecido e, obrigado, pelos agentes da Polícia, a beber o sangue do morto.
O falecido era irmão de um outro polícia, no município da Katabola. Este foi ao município da Nhareia, agride e apunhala a mulher do irmão falecido, acusando-a de culpada pela morte do irmão por ser bandida.

sábado, 7 de junho de 2014

LISBOA: UNITA diz que Portugal não parece uma (nação valente)

UNITA diz que Portugal não parece uma «nação valente»

Fonte: TVI/PP
Divulgação: Planalto de Malanje Rio Capôpa
07.06.2014
UNITA diz que Portugal não parece uma «nação valente»
Deputado deste partido está de visita a Lisboa e diz que o país não deve submeter-se aos interesses económicos angolanos.
Raúl Danda, líder do grupo parlamentar da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, maior partido da oposição), disse hoje à Lusa que Portugal, na defesa da democratização de Angola, não deve submeter-se aos interesses económicos angolanos.
«Sinto que, de algum modo, a dependência económico-financeira tem consequências um bocado prejudiciais. Acho que Portugal tem de continuar a ser aquela "nação valente" que nós ouvimos no hino de Portugal e, para isso, tem de portar-se de forma um bocadinho diferente», disse Raul Danda, após um encontro com a Associação Pro Dignitate, em Lisboa.
A delegação parlamentar da UNITA está em Portugal para contactos institucionais, tendo-se encontrado na quarta-feira com os grupos parlamentares do CDS-PP e do PSD e com o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Luís Campos Ferreira, a quem também transmitiu as preocupações relacionadas com as relações económicas entre os dois países.
«Nós temos grandes desafios em relação à democratização do país e julgamos que aquilo que alguns setores de Portugal fazem - assim como a comunidade internacional -, ao elogiarem os democratas em Angola que não são democratas complica muito», afirmou.
«Temos tido uma preocupação muito grande porque muitas vezes os interesses económicos funcionam e falam mais alto do que as relações humanas e isso é grave. Nós gostaríamos de ver Portugal mais interventivo em relação àquilo que se passa em Angola, por razões óbvias», sublinhou o deputado da UNITA.
«Passamos esta mensagem ao secretário de Estado e dissemos isso mesmo ao CDS e ao PSD que sustentam o governo (português) e vamos dizer isso em todos os fóruns onde estivermos porque não se ajuda alguém quando não se tem coragem de se apontar os pontos negativos que tem», disse Danda.
«Eu julgo que, mesmo havendo esta condicionante económica, as pessoas podem andar na vertical. As pessoas não devem andar na horizontal. Há um dito português: ¿antes pobre e honrado do que outra coisa qualquer¿. Pode haver necessidades e é verdade que hoje, do ponto de vista económico e financeiro, Portugal precisa de Angola mas Portugal não precisa do governo de Angola, nem do regime de Angola. Portugal não precisa do MPLA que está no poder. Portugal precisa de Angola e dos angolanos e Angola e os angolanos são muito mais do que o presidente José Eduardo dos Santos e muito mais do que o MPLA», afirmou.
Além das questões económicas e financeiras, a UNITA vem também a Portugal denuncar preocupações relacionadas com os direitos humanos em Angola que afirma serem constantemente violados.
«Temos uma Constituição rica naquilo que tem a ver com os direitos dos cidadãos mas a garantia do fruto desses direitos é bastante exígua», disse Raul Danda.
A UNITA considera igualmente «imperiosa» a marcação de eleições autárquicas em Angola, porque, afirmou Raul Danda, é com as autarquias que se concretiza a democracia.
O parlamentar angolano recordou que a UNITA apresentou um projeto de lei sobre o poder local que considera um «imperativo constitucional» e que desde 2010 tem-se verificado uma violação da Constituição por omissão.
«Os nossos colegas do partido maioritário nem quiseram que o documento fosse discutido na generalidade porque quem controla o poder todo há 34 anos e não dá mostras de querer deixar de o fazer não quer partilhar esse mesmo poder. Havendo autarquias no país é impossível que o MPLA ganhe todas as autarquias. E é sobretudo este o receio», disse Raul Danda.
O líder do grupo parlamentar da UNITA disse ainda que o Presidente José Eduardo dos Santos não devia procurar resolver o problema do enclave de Cabinda com as «dezenas de milhares de tropas que tem» na província, com «as armas, com as prisões arbitrárias e com as intimidações» e que devia tentar solucionar a questão através do diálogo.
TVI24 / PP

NOVA IORQUE: Petróleo de Angola sustentou Santos no poder e corrupção, em vez de combater a pobreza

Petróleo de Angola sustentou Santos no poder e corrupção, em vez de combater pobreza – Financial Times

Fonte: Financial Times
divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
07.06.2014 
Petróleo de Angola sustentou Santos no poder e corrupção, em vez de combater pobreza – Financial Times

Para o Financial Times, Angola é um exemplo dos limites à atual narrativa sobre a “ascensão de África” na cena económica internacional. Numa análise que merece grande destaque na edição de hoje, o diário económico de referência aponta como limites a dependência das receitas do petróleo, que têm servido sobretudo para sustentar o poder de José Eduardo dos Santos e a corrupção, em vez de aliviar a pobreza.
Os jornalistas Andrew England e Javier Blas afirmam que Angola é hoje exemplo de um país a debater-se com a “maldição dos recursos”. “Em vez de criar prosperidade universal, o petróleo ajudou a sustentar o segundo presidente há mais tempo no poder em África e alimentou a corrupção, que mina o desenvolvimento económico”.
O jornal refere ainda as “abundantes alegações de corrupção e favorecimento que enriqueceram elementos da elite angolana, incluindo membros da família dos Santos”. A sua filha Isabel dos Santos, realça, é a mulher mais rica do país.
O filho José Filomeno dos Santos, que aos 36 anos gere o fundo soberano de 5 mil milhões de dólares do país, afirma ao jornal que é preciso “paciência”, para que a mudança para melhores condições de vida seja “gradual”, um “processo de aprendizagem onde se fazem experiências”.
As críticas à corrupção estão por detrás dos protestos que abalaram Luanda desde 2011, e que se vêm repetindo regularmente, mais recentemente no passado dia 27 de maio. Os manifestantes exigem também melhores condições de vida, perante o visível enriquecimento das elites do país.
O crescimento económico tem acelerado, acima de 10 por cento ao ano na última década. O sector petrolífero demonstra entusiasmo com os trabalhos em curso no pré-sal, no off-shore da bacia do Kwanza, onde têm sido feitas descobertas de petróleo. A esperança é que estas tenham as dimensões das encontradas do outro lado do Atlântico, no Brasil.
A questão em aberto é se a descoberta de mais reservas petrolíferas vai ajudar os 20 milhões de angolanos, até porque a história recente não o comprova. “Os petrodólares impulsionaram o crescimento económico, mas muita da riqueza continua concentrada num círculo reduzido de plutocratas”. E mais de um terço da população do país continua na pobreza.
africamonitor.net

sexta-feira, 6 de junho de 2014

LUANDA: Agentes da Policia Nacional assassinaram jovens indefesos

Agentes da Polícia Nacional assassinam jovens indefesos

Fonte: Maka Angola Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa06 Junho, 2014

Manuel Samuel Tiago Contreiras, um dos três jovens assassinado no Golf II.
Seis indivíduos à paisana, identificados como efectivos do Grupo Operativo da 32ª Esquadra da Polícia Nacional, do distrito do Kilamba Kiaxi, assassinaram ontem a tiro três jovens indefesos que se encontravam no interior de uma viatura estacionada no Bairro do Golf II, em Luanda.
De acordo com testemunhas oculares, a viatura Hyundai, em que seguiam os jovens, estacionou junto a uma cantina, na Rua 9 do Bairro 28 de Agosto, e um quarto jovem saiu para comprar refrigerantes. Os supostos agentes, que se faziam transportar numa viatura Toyota Hiace sem matrícula, bloquearam o Hyundai, desceram da viatura e desferiram vários disparos contra os três jovens.
Os ocupantes dos assentos de frente do Hyundai tiveram morte imediata.
Manuel Samuel Tiago Contreiras, de 26 anos, que se encontrava no assento traseiro, foi atingido no pé. Desceu da viatura e, segundo as testemunhas, implorou aos executores que poupassem a sua vida porque tinha pedido apenas uma boleia até à estrada principal, onde deveria apanhar um táxi até Viana e dali o transporte para a sua terra natal, na província de Malanje.
“O assassino olhou-o apenas. O motorista do Hiace desceu da viatura e com a AK atingiu o meu irmão no abdómen e deu-lhe outro tiro na cabeça”, lamenta Samuel Tiago Contreiras, irmão do malogrado.
Por sua vez, o irmão mais velho, Tiago Manuel Contreiras, em casa de quem o malogrado pernoitara e com quem tinha tomado o pequeno-almoço logo pela manhã, é primeiro subchefe do Posto Policial do Fubu, no município de Belas.
Depois dos assassinatos, Tiago Manuel Contreiras foi chamado pelo oficial Beto Kinjila, chefe da Linha Operativa do Kilamba Kiaxi, que dispõe de um gabinete no referido posto.
“O chefe Beto informou-me de que o grupo operativo, comandado pelo Toledo, tinha abatido três marginais no Golf e ordenou-me para ir com uma patrulha fazer a remoção dos corpos. Eu disse que aquela zona era da responsabilidade da Unidade do Kilamba Kiaxi e saí para cuidar de outra missão”, conta o subchefe Tiago Manuel Contreiras.
Vários minutos depois, alguns familiares, não tendo conseguido telefonar-lhe, apareceram no posto, para o informar do sucedido.
“Só então me apercebi de que os meus colegas mataram o meu irmão. Fui perguntar ao senhor Beto Kinjila sobre quem matou aqueles três marginais. Nessa altura, ele [Beto Kinjila] já sabia que os seus homens tinham matado o meu irmão. Então, ele disse-me que eu estava a acusá-lo e faria uma informação a pedir a minha demissão e expulsão da polícia”, conta Tiago Contreiras.

“Eu conheço bem o Toledo, sabia que ele ia ao volante do Hiace. E todos os outros elementos, depois disso, vieram à ao Posto. São colegas. Só não sabia que tinham assassinado o meu irmão”, prossegue.
O subchefe explicou ainda ter-se dirigido ao piquete da 32ª Esquadra para pedir a pasta do seu falecido irmão, com a sua roupa e documentos.
“A comandante, a subinspectora Maria Helena, já sabia do sucedido, deu-me os pêsames e começou logo a mentir, dizendo que os jovens tinha sido mortos por motociclistas, para encobrir o crime”, afirmou.
Tiago Contreiras lembrou à comandante a inexistência da pena de morte em Angola, para manifestar o seu mais vivo repúdio aos assassinatos.
Samuel Contreiras refere que o irmão se encontrava em Luanda desde Janeiro passado, para prosseguir os seus estudos superiores, no Instituto Superior Politécnico de Luanda, tendo deixado a esposa e dois filhos menores em Malanje. Tinha decidido regressar por dois dias, para visitar a família e tratar de documentos.
Ao sair de casa do irmão, que é da Polícia Nacional, Manuel Contreiras reencontrou um amigo da sua infância em Malange, que os familiares identificaram apenas como “Smith”. Após breves cumprimentos, segundo Samuel, pediu boleia até à estrada principal, a partir da qual apanharia o táxi para a paragem das viaturas que fazem transporte de passageiros para Malanje, em Viana.
 “Nós somos uma família religiosa. O falecido terminou os seus estudos médios no Instituto de Ciências Religiosas em Malanje, no ano passado, e por falta de universidade na província veio estudar Psicologia de Infância e era membro do coro da Sé Catedral de Malanje”, conta Samuel.
O Maka Angola  informou o Comando-Geral da Polícia Nacional sobre o crime e aguarda um pronunciamento oficial.