Analistas defendem diálogo sério em Moçambique
O professor catedrático Giles Cistac diz que não se resolve o problema enviando mais tropas às zonas de tensão.
Fonte: VOA/Miguel Ramos
Divulgação: Planalto De malanje Rio Capôpa
10.06.2014
Em Moçambique, a opiniao pública é unanime em afirmar que as ameaças da Renamo de dividir o país são sérias e a elas acrescenta-se o descontentamento das populaçoes com o estado de hegemonia da Frelimo.
A ameaça de dividir oo país foi feita na passada sexta-feira, 6, por Afonso Dhlakama e as pessoas dizem que dado o facto de a Renamo possuir armas pode avançar com as ameaças pelo que a saída deve ser um diálogo sério,
O sociólogo Matias Zitha diz que mesmo que a divisão não seja física, ela condiona o país porque muitas pessoas adiam ou cancelam os seus compromissos por causa dessas ameaças.
O economista Atanásio Rego diz que as disparidades económicas em Moçambique, com destaque para a distribuição pouco equitativa dos recursos do petróleo e do gás natural, são algumas das fontes principais do descontentamento, tanto por parte da Renamo como da população.
Na opinião do economista, existe um descontentamento crescente com o estado de hegemonia do Governo da Frelimo por todo Moçambique, sendo as acções de corrupção o principal problema.
Para o jornalista e analista Fernando Lima, a causa da presente tensao em Moçambique nao é apenas a falta de resultados no diálogo com a Renamo, mas sim entre os moçambicanos, acrescentando que ao nível da Frelimo achou-se que quem ganha eleições, tem direito de tudo, o que levou a um nível de exclusão muito grande.
Lima considera que há uma grande pressão que se assemelha a uma tortura psicológica para que as pessoas adiram à Frelimo, afirmando ainda que a base da tensão é o massivo movimento de exclusão social.
Por seu turno, a socióloga Maria de Melo, a hegemonia da Frelimo a todos os níveis é uma das principais causas da presente tensão, e, para pacificar, a Frelimo tem de levar a sério os problemas apontados pela Renamo, mas não acha que ela tenha capacidade de dividir o país.
O professor catedrático Giles Cistac diz que não se resolve o problema enviando mais tropas às zonas de tensão.
Entretanto, há quem se interrogue porque é que não há um ataque definitivo do Governo para se acabar com aquilo, mas o Governo diz que, nos supremos interesses de funcionamento do Estado e de se evitar mortes inocentes, o Executivo tem preferido uma política mais cristalina no tratamento das coisas, vai criando uma paz razoável na zona de tensão e fazendo colunas âs viaturas, para dar um ar de segurança às pessoas, e não se faz um assalto final para trazer a pessoa de Afonso Dhlakama.
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