A Estreia Política de Sindika Dokolo
Fonte: Maka Angola
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
04 de Dezembro, 2013
Por Manuel Kanda :
A estreia de Sindika Dokolo como porta-voz da primeira família angolana não poderia ter sido mais desastrada. Aparente ou obviamente incomodado com as repetidas trapalhadas da Casa Civil do presidente da República, sempre incapaz de explicar com um mínimo de clareza as idas e vindas do Chefe de Estado, Sindika Dokolo, marido de Isabel dos Santos, decidiu soltar a língua. Mas mais valia ter permanecido calado.
Noutras paragens, o que Sindika disse seria combustível suficiente para o imediato desencadeamento de uma acção que levasse o presidente da República a renunciar ao cargo.
José Eduardo dos Santos deixou Luanda com destino a Barcelona a 9 de Novembro, dois dias antes da data comemorativa do 38º aniversário da independência nacional. Não tendo sido, mais uma vez, informados sobre as verdadeiras razões da repentina viagem do presidente ao exterior, os angolanos entregaram-se a um exercício de adivinhação. Coincidentemente, quase todos eles concluíram que a nova deslocação de José Eduardo dos Santos a Barcelona, de onde regressara há pouco mais de 2 meses, depois de haver permanecido ali por mais de 40 dias, só poderia ter sido ditada por razões de força maior, nomeadamente doença.
Para a generalidade dos angolanos, habituados a ver em José Eduardo dos Santos um homem de carne e osso como o mais comum dos mortais, o Carmo e a Trindade não desabaram quando, sem citar qualquer fonte, a RTP noticiou no dia 29 que o presidente angolano teria sido internado numa clínica de oncologia em Barcelona para se sujeitar a uma cirurgia. Incomodada com a notícia, a Casa Civil reagiu intempestivamente, cobrindo a emissora televisiva lusa com adjectivos pouco simpáticos. Mas, toldada pela ira, a Casa Civil acabou por não explicar o que levou o presidente angolano a trocar a celebração do 38º aniversário da independência nacional pelo luxo dos hotéis de Barcelona.
Pouco convencida , a opinião pública nacional entrou em alerta. Nas redes sociais trocaram-se os mais sérios e disparatados argumentos sobre o estado de saúde de José Eduardo dos Santos.
E eis então que, perturbado pela especulação que envolve a saúde do Presidente da República, o seu genro Sindika Dokolo decidiu emergir da penumbra em que se movimenta. Das declarações que prestou em São Tomé e Príncipe à imprensa portuguesa se conclui que nem a Casa Civil precisava de recorrer a truques e nem a opinião pública precisa de se inquietar. José Eduardo dos Santos está bem e recomenda-se!
Mas se o Presidente da República está bem e recomenda-se, por que razão virou as costas aos festejos do 11 de Novembro? Resposta: O presidente estava muito extenuado. Aos jornalistas que o abordaram em São Tomé e Príncipe, Sindika não fez segredo das causas do cansaço presidencial. “O senhor presidente da República aproveitou o facto de ter fechado o dossier do Orçamento Geral do Estado para 2014, que foi um grande trabalho, para aproveitar alguns dias de férias na Europa”. Isto é, Angola tem um presidente para quem o fecho do Orçamento Geral do Estado é um exercício muito extenuante. E se não for seguido de férias imediatas, preferencialmente na Europa, esse exercício pode ter consequências catastróficas para o presidente da República.
Pela voz autorizada do genro, os angolanos ficaram assim a saber que a repentina deslocação de José Eduardo dos Santos à Europa não se deveu a qualquer razão de força maior. Ele simplesmente afastou-se dos festejos do 11 de Novembro e nem interrompeu as férias para apaziguar os ânimos quando o Governo investiu com toda a força contra as vozes discordantes pela simples razão de que se sentiu extenuado…
Noutras paragens, a revelação de Sindika Dokolo teria sido suficiente para que a Assembleia Nacional ou o Tribunal Constitucional desencadeassem de imediato um processo de destituição do presidente da República por manifesta incapacidade. Nenhum país está seguro quando o seu presidente sucumbe à fadiga depois de fechar o Orçamento Geral do Estado.
A estreia de Sindika Dokolo como porta-voz da primeira família angolana não poderia ter sido mais desastrada. Aparente ou obviamente incomodado com as repetidas trapalhadas da Casa Civil do presidente da República, sempre incapaz de explicar com um mínimo de clareza as idas e vindas do Chefe de Estado, Sindika Dokolo, marido de Isabel dos Santos, decidiu soltar a língua. Mas mais valia ter permanecido calado.
Noutras paragens, o que Sindika disse seria combustível suficiente para o imediato desencadeamento de uma acção que levasse o presidente da República a renunciar ao cargo.
José Eduardo dos Santos deixou Luanda com destino a Barcelona a 9 de Novembro, dois dias antes da data comemorativa do 38º aniversário da independência nacional. Não tendo sido, mais uma vez, informados sobre as verdadeiras razões da repentina viagem do presidente ao exterior, os angolanos entregaram-se a um exercício de adivinhação. Coincidentemente, quase todos eles concluíram que a nova deslocação de José Eduardo dos Santos a Barcelona, de onde regressara há pouco mais de 2 meses, depois de haver permanecido ali por mais de 40 dias, só poderia ter sido ditada por razões de força maior, nomeadamente doença.
Para a generalidade dos angolanos, habituados a ver em José Eduardo dos Santos um homem de carne e osso como o mais comum dos mortais, o Carmo e a Trindade não desabaram quando, sem citar qualquer fonte, a RTP noticiou no dia 29 que o presidente angolano teria sido internado numa clínica de oncologia em Barcelona para se sujeitar a uma cirurgia. Incomodada com a notícia, a Casa Civil reagiu intempestivamente, cobrindo a emissora televisiva lusa com adjectivos pouco simpáticos. Mas, toldada pela ira, a Casa Civil acabou por não explicar o que levou o presidente angolano a trocar a celebração do 38º aniversário da independência nacional pelo luxo dos hotéis de Barcelona.
Pouco convencida , a opinião pública nacional entrou em alerta. Nas redes sociais trocaram-se os mais sérios e disparatados argumentos sobre o estado de saúde de José Eduardo dos Santos.
E eis então que, perturbado pela especulação que envolve a saúde do Presidente da República, o seu genro Sindika Dokolo decidiu emergir da penumbra em que se movimenta. Das declarações que prestou em São Tomé e Príncipe à imprensa portuguesa se conclui que nem a Casa Civil precisava de recorrer a truques e nem a opinião pública precisa de se inquietar. José Eduardo dos Santos está bem e recomenda-se!
Mas se o Presidente da República está bem e recomenda-se, por que razão virou as costas aos festejos do 11 de Novembro? Resposta: O presidente estava muito extenuado. Aos jornalistas que o abordaram em São Tomé e Príncipe, Sindika não fez segredo das causas do cansaço presidencial. “O senhor presidente da República aproveitou o facto de ter fechado o dossier do Orçamento Geral do Estado para 2014, que foi um grande trabalho, para aproveitar alguns dias de férias na Europa”. Isto é, Angola tem um presidente para quem o fecho do Orçamento Geral do Estado é um exercício muito extenuante. E se não for seguido de férias imediatas, preferencialmente na Europa, esse exercício pode ter consequências catastróficas para o presidente da República.
Pela voz autorizada do genro, os angolanos ficaram assim a saber que a repentina deslocação de José Eduardo dos Santos à Europa não se deveu a qualquer razão de força maior. Ele simplesmente afastou-se dos festejos do 11 de Novembro e nem interrompeu as férias para apaziguar os ânimos quando o Governo investiu com toda a força contra as vozes discordantes pela simples razão de que se sentiu extenuado…
Noutras paragens, a revelação de Sindika Dokolo teria sido suficiente para que a Assembleia Nacional ou o Tribunal Constitucional desencadeassem de imediato um processo de destituição do presidente da República por manifesta incapacidade. Nenhum país está seguro quando o seu presidente sucumbe à fadiga depois de fechar o Orçamento Geral do Estado.
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