quinta-feira, 17 de abril de 2014

MOSCOVO: Putin admite ter enviado tropas russas para a Crimeia


Putin admite que enviou tropas para a Crimeia e espera "não ser obrigado" a enviá-las para o Leste

Fonte: reuters/publico- Por: ALEXEI NIKOLSKYI
divulgação: Planalto de malanje rio capôpa
17.04.2014
Vladimir Putin disse esta quinta-feira que há forças de segurança russas activas na Crimeia, onde apoiam as forças de defesa locais, e afirmou não querer ser obrigado a enviar tropas para a Ucrânia. É a primeira vez que o líder russo admite que enviou tropas russas para a península do mar Negro, anexada em Março por Moscovo.

“Relembro que o Conselho da Federação Russa [câmara alta do Parlamento] concedeu ao Presidente o direito de usar as forças armadas na Ucrânia. Espero verdadeiramente não ser obrigado a recorrer a este direito”, disse Putin num programa em directo na televisão nesta quinta-feira em que esteve a responder a perguntas do público previamente seleccionadas.
Desmentindo a presença de militares russos no Leste da Ucrânia, Putin justificou o envio de soldados para a península da Crimeia. “Em apoio às forças de autodefesa da Crimeia, sim, estão os nossos militares. Comportaram-se de maneira muito correcta”, afirmou Putin “Era preciso proteger as pessoas”, justificou.
“Tivemos de dar passos indispensáveis para que os acontecimentos não se desenvolvessem como acontece actualmente no Sudeste da Ucrânia”, disse ainda Putin. As autoridades ucranianas lançaram na terça-feira uma operação para tentar expulsar os grupos pró-russos que nos últimos dez dias ocuparam edifícios governamentais e esquadras em dezenas de cidades no Leste russófono.
Mas o Presidente russo desmentiu as acusações ucranianas de que enviou forças especiais para outras áreas da Ucrânia e criticou o novo governo de Kiev, defendendo que a sua má gestão está a “arrastar o país para um abismo”. Apelando ao diálogo, Putin acusou Kiev de “um crime grave” ao “ameaçar e lançar os tanques e a aviação contra a população civil”.
“É tudo um disparate. Não há nenhum tipo de unidades russas no Leste da Ucrânia. Nem forças especiais nem instrutores. São tudo cidadãos locais”, assegura, Putin que não deixou de exigir “garantias” sobre os direitos das populações de língua russa na Ucrânia. 

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