Angola prepara-se para presidir à conferência dos Grandes Lagos
A rebelião do M23 afigura-se como a questão mais preocupante na região dos Grandes Lagos.
07.09.2013
Analistas apontam a pacificação do conflito entre o grupo rebelde do M23 e o governo da República Democrática do Congo como principal desafio para a liderança de Angola na Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos nos próximos dois anos.
A escolha da República de Angola para substituição do Uganda na presidência da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos aconteceu durante a 6ª Cimeira Extraordinária que decorreu em Nairobi, Quénia, no passado mês de Agosto.
O analista de política internacional Orlando Victor Muhongo afirma que a assunção da liderança é uma estratégia de projecção internacional do estado angolano no capítulo da resolução de conflitos, pelo que Angola deverá colocar na sua agenda em primeiro lugar o fim das contendas na RDC para não se alastrar as outras regiões e pôr em causa o desenvolvimento e a estabilidade de vários outros estados, a julgar, segundo o analista, pelo alegado envolvimento do Ruanda e do Uganda a favor das forças rebeldes.
A experiência de Angola adquirida com o alcance da paz após mais de vinte anos de conflito é um factor importante para a estabilidade dos países em conflito na Região dos Grandes Lagos, sublinhou o analista.
A paz e a estabilidade da RDC poderão significar um progresso para região dos grandes Lagos e a zona austral do continente africano, bem como para a União Africana. O docente universitário Mayama Salazar acredita que a capacidade económica e o poderio militar de Angola foram factores deliberativos para que fosse escolhida para dirigir este órgão internacional. Na sua visão, Angola além da capacidade militar que pode garantir segurança, já demonstrou também ter capacidade diplomática e domínio de vários dossiers da região.
A rebeldia do M23 se afigura como a situação mais preocupante na região dos Grandes Lagos. O analista Orlando Victor Muhongo admite que Angola terá dificuldade em apaziguar as partes envolvidas e evitar que países como o Uganda e o Ruanda continuem a tirar proveito económico do conflito na RDC.
A declaração saída da 6ª reunião extraordinária da conferência dos grandes lagos contém 20 pontos, destacando-se o apelo à rápida conclusão do diálogo entre o Governo da República Democrática do Congo e o M23. Os chefes de estado e de governo reafirmaram o seu apoio ao mandato da Brigada de Intervenção, com vista a se por fim às forças negativas, em conformidade com a resolução da CIRGL e do Conselho de Segurança das Nações Unidas. A República Democrática do Congo e o Rwanda foram encorajados a prosseguirem com as discussões bilaterais. O Sudão e o Sudão do Sul foram exortados a manter os mecanismos de entendimento para resolver de forma bilateral e pacífica os seus diferendos.
O analista Mayama Salazar assegura que Angola deverá intervir e apresentar soluções pacíficas para paz nestes países membros da conferência e exigir políticas claras de governação a favor da população.
Resultados concretos e paz efectiva da região dos grandes lagos e da República Democrática do Congo em particular, deverá ser o grande triunfo de Angola para próxima Cimeira ordinária que terá lugar em Agosto de 2014 na capital angolana, Luanda, em que deverão participar os 11 países que partilham fronteiras com a RDC e ainda representantes das Nações Unidas, União Africana e da SADC.
O especialista em Relações Internacionais Orlando Victor Muhongo sublinha que o estado angolano precisará apelar o apoio de outras organizações regionais e internacionais, mas salienta por outro lado que o país se apresenta à altura da solução esperada.
Por sua vez o analista Mayama Salazar esclarece por fim que o sucesso da liderança Angolana na Conferência Internacional dos Grandes Lagos dependerá da sua capacidade diplomática de negociação para estabilidade dos países em contenda. O também professor universitário faz fé o equilíbrio e na neutralidade do país nos conflitos que se apoderam da região.
Angola, RDC, Congo, República Centro Africana, Zâmbia, Sudão, Sudão do Sul, Tanzânia, Quénia, Burundi, Rwanda e Uganda são os países membros da Conferência Internacional dos Grandes Lagos. Apesar da presença de um contingente militar da ONU, a RDC, em particular, e a região dos Grandes Lagos em geral vive uma situação de instabilidade há décadas motivada pela proliferação de milícias e por uma alegada intromissão de países nos assuntos internos dos vizinhos. Os ciclos de conflitos e de violência entre forças governamentais e grupos armados, bem como etnias já provocaram milhares de mortes e milhões de deslocados na RDC e também no Rwanda na década de 90.
O analista de política internacional Orlando Victor Muhongo afirma que a assunção da liderança é uma estratégia de projecção internacional do estado angolano no capítulo da resolução de conflitos, pelo que Angola deverá colocar na sua agenda em primeiro lugar o fim das contendas na RDC para não se alastrar as outras regiões e pôr em causa o desenvolvimento e a estabilidade de vários outros estados, a julgar, segundo o analista, pelo alegado envolvimento do Ruanda e do Uganda a favor das forças rebeldes.
A experiência de Angola adquirida com o alcance da paz após mais de vinte anos de conflito é um factor importante para a estabilidade dos países em conflito na Região dos Grandes Lagos, sublinhou o analista.
A paz e a estabilidade da RDC poderão significar um progresso para região dos grandes Lagos e a zona austral do continente africano, bem como para a União Africana. O docente universitário Mayama Salazar acredita que a capacidade económica e o poderio militar de Angola foram factores deliberativos para que fosse escolhida para dirigir este órgão internacional. Na sua visão, Angola além da capacidade militar que pode garantir segurança, já demonstrou também ter capacidade diplomática e domínio de vários dossiers da região.
A rebeldia do M23 se afigura como a situação mais preocupante na região dos Grandes Lagos. O analista Orlando Victor Muhongo admite que Angola terá dificuldade em apaziguar as partes envolvidas e evitar que países como o Uganda e o Ruanda continuem a tirar proveito económico do conflito na RDC.
A declaração saída da 6ª reunião extraordinária da conferência dos grandes lagos contém 20 pontos, destacando-se o apelo à rápida conclusão do diálogo entre o Governo da República Democrática do Congo e o M23. Os chefes de estado e de governo reafirmaram o seu apoio ao mandato da Brigada de Intervenção, com vista a se por fim às forças negativas, em conformidade com a resolução da CIRGL e do Conselho de Segurança das Nações Unidas. A República Democrática do Congo e o Rwanda foram encorajados a prosseguirem com as discussões bilaterais. O Sudão e o Sudão do Sul foram exortados a manter os mecanismos de entendimento para resolver de forma bilateral e pacífica os seus diferendos.
O analista Mayama Salazar assegura que Angola deverá intervir e apresentar soluções pacíficas para paz nestes países membros da conferência e exigir políticas claras de governação a favor da população.
Resultados concretos e paz efectiva da região dos grandes lagos e da República Democrática do Congo em particular, deverá ser o grande triunfo de Angola para próxima Cimeira ordinária que terá lugar em Agosto de 2014 na capital angolana, Luanda, em que deverão participar os 11 países que partilham fronteiras com a RDC e ainda representantes das Nações Unidas, União Africana e da SADC.
O especialista em Relações Internacionais Orlando Victor Muhongo sublinha que o estado angolano precisará apelar o apoio de outras organizações regionais e internacionais, mas salienta por outro lado que o país se apresenta à altura da solução esperada.
Por sua vez o analista Mayama Salazar esclarece por fim que o sucesso da liderança Angolana na Conferência Internacional dos Grandes Lagos dependerá da sua capacidade diplomática de negociação para estabilidade dos países em contenda. O também professor universitário faz fé o equilíbrio e na neutralidade do país nos conflitos que se apoderam da região.
Angola, RDC, Congo, República Centro Africana, Zâmbia, Sudão, Sudão do Sul, Tanzânia, Quénia, Burundi, Rwanda e Uganda são os países membros da Conferência Internacional dos Grandes Lagos. Apesar da presença de um contingente militar da ONU, a RDC, em particular, e a região dos Grandes Lagos em geral vive uma situação de instabilidade há décadas motivada pela proliferação de milícias e por uma alegada intromissão de países nos assuntos internos dos vizinhos. Os ciclos de conflitos e de violência entre forças governamentais e grupos armados, bem como etnias já provocaram milhares de mortes e milhões de deslocados na RDC e também no Rwanda na década de 90.