quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

LUANDA: MPLA diz atravez do seu boca de alugues que não teme fórum de cooperação da oposição, apenas demonstra a ignorancia do macaco de repetição que a megalomania de JES afeta até aqueles membros de pequena grandeza que apareceram oportunisticamente no partido dos camaradas.

MPLA não teme fórum de cooperação da oposição

Forum é manobra da UNITA que "não tem ideias", segundo João Pinto
Sem medo. João Pinto deputado do MPLASem medo. João Pinto deputado do MPLAFonte: Manuel José VOADivulgação: Planalto De Malanje Rio capôpa11.12 2013
TAMANHO DAS LETRAS 

O MPLA minimizou a importância do anunciado fórum de cooperação dos partidos da oposição.

O quarto vice-presidente da bancada parlamentar do partido no poder, João Pinto, disse que o MPLA não teme qualquer plataforma de forcas opositoras porque, segundo disse, a maioria dos angolanos acredita no MPLA.

Na terça-feira, 11, cinco partidos políticos na oposição, três com assento parlamentar - UNITA, CASA-CE e FNLA - e dois sem representação na Assembleia Nacional - Bloco Democrático e PDP-ANA - decidiram fazer uma concertação pontual, para falar sobre os Direitos Humanos no país.

De acordo com o porta-voz do fórum, Raul Danda, a concertação é aberta e no futuro poderá  alargar-se à discussão sobre outros assuntos que preocupam os cidadãos.

Os partidos, disse Danda, vão realizar “oportunamente um fórum com vista a aprofundar a temática da discriminação política e que dele saia um programa de actuação sistemática, para cada caso concreto".

Também ficou acordado que esta plataforma vai tentar prosseguir na luta contra todos os obstáculos da democracia no país.

Os partidos da oposião  vão "manter a sua disposição em continuar a luta democrática de forma pacifica firme e consequente".

Para o MPLA este tipo de fórum dos partidos na oposição em Angola já não 'e nenhuma novidade.

No meio de risadas João Pinto disse que o mesmo já tinha sido tentado em 1992.

O quarto vice-chefe da bancada parlamentar do MPLA João Pinto assegura que este tipo de actuação não amedronta o seu partido.

"Setenta e dois porcento do eleitorado concorda e confia no MPLA e portanto não há que temer nada", disse

Pinto atribui a iniciativa à UNITA que, para ele, procura passar para outros partidos os seus ressentimentos de fracasso político.

"A UNITA procura vitimizar-se e vai manipulando quem não tem ideias, a UNITA fez a guerra recalcado historicamente nunca fica satisfeito com os frutos do país," conclui João Pinto.

BISSAU: Governo vai averiguar voo de sírios com passaportes falsos para Lisboa

Guiné-Bissau: Governo vai averiguar voo de sírios com passaportes falsos para Lisboa

Divulgação: Planalto De malanje Rio Capõpa


O governo de transição da Guiné-Bissau anunciou hoje que vai abrir um processo de averiguações sobre as circunstâncias em que 74 passageiros sírios viajaram da capital do país para Lisboa com passaportes turcos falsos.
Da reunião de hoje do Conselho de Ministros «saíram recomendações para averiguação do sucedido», sendo que «os ministros do interior e dos negócios estrangeiros vão apresentar relatórios" relatando o que passou, referiu Fernando Vaz, ministro de estado e da presidência do Conselho de Ministros.
Questionado pela Lusa sobre o facto de a tripulação ter sido coagida pelas autoridades guineenses a transportar as 74 pessoas depois de detetada a irregularidade, Fernando Vaz remeteu os comentários para mais tarde.
«Não vou comentar aquilo de que não tenho informação precisa. Quando tivermos o relatório iremos posicionar-nos», referiu.
«Isso para mim é estranho, é novo», acrescentou.
Ainda segundo Fernando Vaz, foi recomendado que os relatórios sobre o sucedido sejam apresentados «o mais rapidamente possível».
Os 74 passageiros sírios retidos em Lisboa na terça-feira, por uso de passaportes falsos, pediram asilo político e vão aguardar em alojamento fornecido pela Segurança Social o decorrer do processo, disse a presidente do Conselho de Refugiados, Teresa Tito Morais.

SAURIMO: Aumentam casos de assassinatos de idosos na Lunda Sul em Angola acusados de feitiçaria

Lunda Sul: Aumentam casos de assassinatos de idosos

Feitiçaria é responsável pela onda de crime denunciada pela Governadora e arcebispo
Arcebispo do Saurimo, Dom José Manuel Imbamba,
Arcebispo do Saurimo, Dom José Manuel Imbamba,

TAMANHO DAS LETRAS
 
Fonte: Almeida Sonhi
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
Assassinatos causados pela prática de feitiçaria continuam a assolar a Lunda Sul.
Os velhos são as principais vítimas mas não só.


Há poucos dias um professor de química foi assassinado por alegada prática de feitiçaria. O seu irmão trabalha no governo da Província e está detido como autor moral da morte do irmão Abel Santos.

Praticamente todos os dias há relatos de velhos torturados e até eliminados por alegadas práticas de feitiçaria.

Os casos têm vindo a aumentar nos últimos anos e ganham contornos preocupantes.

As autoridades governamentais e eclesiásticas juntam e reforçam apelos de combate ao fenómeno que envolvem filhos a assassinarem os seus próprios pais.

Há uma semana, dois casos foram denunciados e condenados veementemente em Saurimo pela Governadora Províncial Cândida Narciso numa palestra contra criminalidade que reuniu cerca cinco centenas de participantes maioritariamente jovens

Na mesma semana um casal de anciãos de mais de 90 e 80 anos respectivamente, foi espancado até à morte na calada da noite. O acto foi supostamente praticado pelos seus próprios filhos e já está a contas com a justiça, ona povoação de Camundambala, periferia de Saurimo.

O Arcebispo de Saurimo, D. José Manuel, considera as acusações  como sendo crimes públicos e convidou as autoridades a irem em defesa dos velhos.

CABO: Casa de Desmond Tutu roubada durante homenagem a Mandela

Casa de Desmond Tutu roubada durante homenagem a Mandela

A residência na Cidade do Cabo foi assaltada enquanto o arcebispo e Nobel da Paz participava na homenagem a Nelson Mandela. 
Fonte: Alexandre Costa
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
Desmond Tutu, de 82 anos, durante a sua intervenção na homenagem a MandelaSABC via ReutersTV Desmond Tutu, de 82 anos, durante a sua intervenção na homenagem a Mandela

A polícia sul-africana anunciou que a casa de Desmond Tutu foi roubada ontem, na altura
 em que o arcebispo aposentado e Nobel da Paz participava na homenagem a
 Nelson Mandela num estádio de futebol do Soweto, nos subúrbios de Joanesburgo.
O assalto à sua residência, localizada na Cidade do Cabo, ocorreu entre as 
19h e as 21h (hora local), segundo refere hoje comunicado policial.
"Nesta fase, ainda não podemos avançar mais dados sobre o sucedido, pois a investigação
 ainda se encontra em curso. Até ao momento ainda não foi feita qualquer detenção", indica 
o comunicado.
A casa de Desmond Tutu, de 82 anos, já fora assaltada em agosto, quando o arcebispo e a sua mulher dormiam no quarto, tendo ambos 
escapado ilesos.
A África do Sul tem elevados níveis de criminalidade e as invasões e roubos a residências são muito frequentes.


MAPUTO: Afonso Dhlakama diz que Guebuza tentou matá-lo

Afonso Dhlakama diz que Guebuza tentou matá-lo

Na entrevista, concedida ao Canal de Moçambique e que a Voz da América publica excertos, Dhlakama diz que se ele morrer a Renamo não acaba.

TAMANHO DAS LETRAS
 
Fonte: Redacção VOA
Divulgação: Planalto De Malanje Rio Capôpa
O líder da Renamo, principal partido da oposição moçambicana, Afonso Dhlakama, deu a primeira entrevista desde que fugiu para local desconhecido em Outubro, mostrando confiança na restauração da estabilidade política e militar no país até Fevereiro.

Dhlakama não era visto em público desde o dia 17 de Outubro, três dias antes de o exército moçambicano atacar e ocupar o acampamento em que vivia há mais de um ano, no centro do país.

Desde o ataque de Sadjundjira, a Renamo diz desconhecer o paradeiro do seu líder.

Em entrevista ao semanário Canal de Moçambique, Afonso Dhlakama diz viver perto de Sadjundjira e mostra-se confiante que Moçambique voltará a ter estabilidade política e militar até Fevereiro.

"Este ano pode não ser, mas em Janeiro ou Fevereiro vamos ter paz. Eu estou convencido. A guerra dos 16 anos durou muito, porque não havia investimento estrangeiro", disse Afonso Dhlakama, aludindo à guerra civil moçambicana, que terminou com o Acordo Geral de Paz, em 1992.

Na entrevista ao Canal de Moçambique, Afonso Dhlakama nega que Moçambique esteja em guerra civil, considerando "negócio sujo" as escoltas militares à circulação no centro do país e declarando-se disposto a aceitar um "cessar-fogo".

O líder da Renamo diz que o ataque ao seu acampamento visava a sua morte, alertando para o risco de o país mergulhar numa nova guerra civil, caso seja abatido.

Questionado se a Renano acabaria com a suposta morte do seu líder, Dlakhama disse não e que será o despertar da revolução.

Os excertos da entrevista foram gentilmente cedidos à Voz da América pelo Canal de Moçambique
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JOANESBURGO: Mandela é uma lição para Angola

Soweto, Mandela é uma Lição para Angola
Por: Rafael Marques de Morais 
Divulgação: Radz Balumuka
Planalto De Malanje Rio Capôpa
10 de Dezembro, 2013
Durante a minha adolescência, as imagens da repressão policial contra manifestantes negros, no Soweto, na África do Sul, tinham um profundo impacto sobre mim. Cogitava sempre sobre como aquela população, indefesa, continuava a enfrentar – com danças, marchas e cânticos – o ódio mortal dos racistas do apartheid.
 
Essas imagens justapunham-se às de Nelson Mandela, o símbolo maior da resistência que o regime do apartheid mantinha encarcerado na prisão de máxima segurança de Robben Island.
 
Havia ainda uma terceira imagem, mais aterradora: a guerra em Angola. O exército sul-africano era uma força invasora no país e apoiava a guerrilha da UNITA. O governo de Angola, com o essencial engajamento das Forças Armadas Revolucionárias de Cuba, afirmava-se na linha de fogo contra o apartheid. Era o tempo da guerra fria, de alianças complexas, da divisão mortal dos angolanos. Para um adolescente, a questão era mais simples. Era a perspectiva do serviço militar obrigatório e a participação directa na luta, de armas na mão.
 
No funeral do Manuel Hilberto Ganga, o activista político assassinado pela guarda presidencial de José Eduardo dos Santos, a 22 de Novembro deste ano, vi um momento de Soweto. Às duas primeiras granadas de gás lacrimogêneo lançadas pela Polícia de Intervenção Rápida (PIR) contra a procissão fúnebre, realizada a pé, houve pânico e dispersão. À terceira granada, a maioria tinha regressado para junto da viatura que transportava o morto e da família que havia permanecido ali, resistente. Por muitos anos guardarei a fotografia do motorista do carro funerário, firme ao volante, protegendo-se dos efeitos da intoxicação, tapando o nariz e a boca com um lenço branco.
 
O funeral de Manuel Ganga passou a ser a expressão máxima da segregação política, económica e social que cada vez mais divide os angolanos. Nesse contexto, a oposição política serve apenas para legitimar o certificado de democracia, que o regime adquiriu na escola das democracias de fachada. A oposição serve apenas para enfeitar o parlamento. Nesse contexto, o povo angolano é apenas aquele que, mesmo esfomeado e espoliado, vai aos comícios do MPLA, onde desfilam orgulhosos alguns dos maiores ladrões em África e, actualmente, dos mais sofisticados opressores no continente. O povo angolano são apenas aqueles grupos que apoiam e votam no MPLA. Os outros são estranhos, excluídos, quando não são perigosos e alvos a abater, como Manuel Ganga, pela ousadia de colar uns cartazes a exigir justiça!
 
Dias antes do funeral, de visita à África do Sul, fui ao Soweto e revisitei as minhas imagens da adolescência, através dos memoriais, sobretudo o de Hector Peterson. A 16 de Junho de 1976, a polícia do apartheid abriu fogo contra centenas de estudantes que protestavam. Há uma foto de um adolescente a levar o corpo de Hector, de 13 anos, nos seus braços, e a irmã deste atrás. A polícia matou-o a tiro.
 
No funeral de Manuel Ganga vi, naquele momento, um ajuntamento de pessoas dispostas a resistir e, com os mesmos olhos, vi uma Polícia de Intervenção Rápida disposta a matar cidadãos indefesos que, pacificamente, entoavam cânticos de protesto contra o presidente, o responsável moral pela morte de Ganga.
 
Depois de tudo o que os angolanos passaram, incluindo a sua participação sangrenta na luta contra o apartheid, e a trajectória actual da África do Sul, pensei como a opressão continua a dominar a relação entre o governo e o povo angolano.
 
No memorial dedicado a Hector Peterson, no Soweto, inaugurado por Nelson Mandela, há uma inscrição “em memória de Hector Peterson e todos os outros jovens heróis e heroínas da nossa luta, que deram as suas vidas pela paz, liberdade e democracia”.
 
Na sua mensagem de condolências pela morte de Mandela, o presidente José Eduardo dos Santos descreveu-como como aquele que “foi e é ainda símbolo carismático de todos os povos amantes da Paz, da Liberdade e da Democracia”.
 
Num momento em que o mundo inteiro presta homenagem a Nelson Mandela, e celebra a sua vida e obra, devemos aproveitar o momento para reflectir sobre o legado deste ícone da humanidade.
 
Pude entender as inscrições, no memorial de Hector Peterson, sobre a paz, a liberdade e a democracia, na África do Sul. O povo negro sul-africano sempre manifestou um grande sentido de esperança e, independente dos movimentos de libertação, sempre se manifestou nas ruas para transformar essa esperança em realidade.
 
Mandela, com os seus actos de resistência, antes e durante a sua detenção, foi o símbolo maior da esperança dos sul-africanos pela liberdade. Com a sua libertação, Mandela serviu como o maior catalisador para o perdão, a unidade, a reconciliação, a humildade política, a democracia e a liberdade. Acima de tudo, Mandela empoderou o seu povo com ideais e valores políticos e morais que sobreviverão aos tempos e aos políticos predadores.
 
Os angolanos nunca tiveram esse grande sentido de esperança, para além da sua militância em torno dos movimentos de libertação que, por sua vez, eram monolíticos e exclusivistas. O regime do MPLA mantém, em 38 anos de poder, essa cultura monolítica e de exclusão. José Eduardo dos Santos, nos seus 34 anos como presidente, apenas exigiu e sacrificou o povo. Despojou-o do poder da cidadania, de valores políticos e morais, e corrompeu profundamente a sociedade. Hoje, o angolano não consegue contemplar uma vida melhor sem ser corrupto. Dos Santos tornou-se o símbolo maior, o exemplo a seguir nos caminhos obscuros e destrutivos da corrupção e da violência política. Os políticos e intelectuais que o seguem são formatados, unidimensionais, desligados da realidade do povo, resignados e contentes por estarem do lado do opressor e das riquezas. Pior ainda é a promoção e a celebração da mediocridade, como métodos populistas de mostrar à população que não precisam de boa educação e de valores. Qualquer um pode ser dirigente, rico e poderoso como Bento Kangamba e Bento Bento, figuras extraordinárias do MPLA de hoje. É assim que se aniquila a inteligência de todo um povo, o crime maior da actual liderança angolana, que continua o seu trabalho de inferiorização do povo, a mesma estratégia usada pelos então colonialistas portugueses. Hoje, os discursos nacionais cingem-se a números, estatísticas e edifícios. A insensibilidade dos dirigentes há muito que os cegou na sua visão sobre o que é liderar e educar um povo. Por isso temem o povo e julgam poder controlá-lo apenas através da divisão e da violência.
 
Por isso, as palavras de paz, liberdade e democracia, no tributo de Dos Santos, não reflectem o seu comportamento ou os valores em que acredita. São apenas palavras diplomáticas.
 
Na África do Sul, a esperança tem estado a dar lugar a uma crescente frustração por causa do aumento das injustiças económicas e do distanciamento da elite negra governante do povo em geral. Infelizmente, muitos políticos sul-africanos seguem agora os exemplos das lideranças corruptas africanas. Hoje, na cerimónia fúnebre de Mandela, os milhares de cidadãos presentes ovacionaram, com grande emoção, vários líderes mundiais, mas vaiaram o seu próprio presidente. Todavia, os profundos alicerces da paz, da liberdade e da democracia garantem aos sectores descontentes da população a tradição e o direito de se exprimirem e de continuarem a manifestar-se sem medo.
 
Em Angola, os excluídos e os descontentes, que são a maioria, carecem de sentido de esperança e solidariedade colectiva. Remetem-se à sobrevivência individual, à margem da sociedade, perpetuando os ciclos da exclusão, do medo e da corrupção. Acima de tudo é uma questão de liderança.
 
Mandela foi uma inspiração para a bondade entre os homens. Como bem disse Barack Obama, “nós perdemos um dos mais influentes, corajosos e profundamente bondosos seres humanos”.
 
Angola, no seu espectro social e político, é um deserto no que toca a homens corajosos e bondosos, capazes de corporizarem o sofrimento da maioria dos angolanos e mostrar-lhes outros caminhos que não os da corrupção e das políticas de exclusão e do medo.
 
Todavia, situações extremas como a de Angola e a do povo angolano tendem a produzir também soluções extremas e inesperadas.
 
Que a vida de Nelson Mandela seja um apelo aos homens e mulheres, em Angola –
tocados pelos espíritos da bondade e da coragem – para que se levantem na defesa de uma Angola onde os cidadãos sejam humanizados e educados para o bem comum. Só assim os conceitos de paz, liberdade e democracia terão significado real e prático na vida de todos os angolanos e Nelson Mandela viverá entre nós, feliz.

LUANDA: MPLA de ontem não tem nada a haver com o de hoje

MPLA de ontem não é o de hoje

MPLA de ontem não é o de hoje
O MPLA foi fundado há 57 anos em Angola no contexto da luta colonial. Hoje, o partido que sempre governou o país é visto como cada vez mais distante do povo, ao contrário do que preconizam os seus ideais.
O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) aparece na História de Angola com a data de fundação de 10 de dezembro de 1956. Até hoje, mantém-se a polémica sobre quem foi o seu verdadeiro fundador: Ilídio Machado ou Mário Pinto Leite de Andrade.
O MPLA é fruto da fusão dos movimentos de libertação que tinham como objetivo a libertação do país, nomeadamente Partido de Luta Unida dos Africanos de Angola (PLUAA), Movimento para a Independência de Angola (MIA), Movimento pela Independência Nacional de Angola (MINA) e Partido Comunista de Angola (PCA).
Foram várias as vicissitudes e divisões internas que os membros do MPLA procuraram ignorar, como por exemplo o caso do controverso militante do MPLA Daniel Júlio Chipenda, líder da chamada "Frente Leste na luta contra os colonizadores portugueses, que chegou a deixar o partido para se juntar à Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), ou o 27 de maio de 1977, que resultou na morte de muitas pessoas e outras tantas desapareceram sem deixar rasto em nome de um golpe de Estado nunca provado.
O atual Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, era membro do Bureau Político que tinha como missão clarificar o caso aos angolanos.
Estes e outros elementos fizeram com que os ideais do MPLA - que se resumem na célebre frase de um dos seus presidentes, António Agostinho Neto, "o mais importante é resolver os problemas do povo" - estejam hoje muito distantes dos membros do partido.
Um partido em mutação
Marcolino Moco, membro do MPLA e secretário-geral do referido partido de 1991 a 1992, afirma que "o MPLA tem uma grande história e também se foi transformando."
O também ex-primeiro ministro do país frisa as mutações que o partido que governa Angola sofreu. "O MPLA que eu deixei, que construímos sem quebrar as responsabilidades do passado, não é este MPLA que está a atuar. É um MPLA que também está preso", diz.
Marcolino Moco defende uma reconciliação nacional para que Angola possa realmente ser um país democrático e de direito como reza a Constituição. "O pior será continuarmos assim. Muita gente até dentro do MPLA acha que é melhor continuar assim e depois castigar os culpados, mas eu acho que não”, sublinha.
O membro do MPLA adverte: "Quando se chegar a esta altura as situações serão incontornáveis. Portanto, angolanos de todas as franjas políticas peçamos ao Presidente da República, José Eduardo dos Santos, a abertura de uma Angola democrática porque isto cabe a todos."
Rever a História
"Quando alguma coisa não está a correr de acordo com aquilo que está estipulado, naturalmente que toda a sociedade, incluindo os partidos políticos , devem e têm a responsabilidade social de tornar público, de denunciar as situações menos boas", defende o professor de História António Francisco.
Se o mais importante é resolver os problemas do povo, na prática as coisas são diferentes, afirma Elias Isaac, da organização não governamental Open Society. "Quando num sistema político e de governação não existem fronteiras entre o Governo e o partido, mas sim um sincretismo, então todos os órgãos de Estado, em particular o sistema judicial e até mesmo o sistema legislativo, perdem a sua utilidade política e tornam-se reféns do Executivo ou de um grupo de indivíduos que detém o monopólio político. Este é o caso de Angola”, esclarece.
Também António Chimuco, cidadão angolano de 53 anos de idade, considera que o MPLA tem de estar mais próximo do povo: "O Governo não vê, não procura, não visita e então põe-nos em pânico”, afirma, acrescentando que os cidadãos angolanos estão entregues à sua própria sorte.
 DW.DE